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Contos de Fadas & Pesadelos - Melissa Marr

10 de maio de 2015

Lido em: Março de 2015
Título: Contos de Fadas & Pesadelos - Contos de Wicked Lovely
Autora: Melissa Marr
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Daniela P. B. Dias
Gênero: Antologia/Fantasia/Sobrenatural/YA
Ano: 2014
Páginas: 384
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Doze histórias de romance sobrenatural e fantasia gótica, recheadas de amores proibidos, situações de tensão, sacrifícios e escolhas difíceis, compõe a antologia Contos de Fadas & Pesadelos, de Melissa Marr. Muitas delas são ambientadas no universo da série bestseller Wicked Lovely, trazem de volta personagens queridos pelos leitores, além de novos seres fascinantes que vão conquistar os fãs de reinos de contos de fadas e terror.

Resenha: Composto por 12 histórias envolvendo fantasia gótica e sobrenatural, Contos de Fadas & Pesadelos, da autora Melissa Marr e publicado pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco é um livro que se funde ao folclore sombrio e sinistro, porém é assustadoramente encantador.

Pra quem leu e curtiu a série Wicked Lovely, vai gostar de saber que muitos dos personagens que fizeram parte dela aparecem nesta antologia muito mais encantadores do que nunca. Com um toque sublime, o velho se mescla ao novo, criaturas e personagens novos dão um toque especial à história, surgindo dos lugares mais improváveis e nem sempre com boas intenções. A autora entrelaça de forma única um romance sobrenatural com o lado obscuro da fantasia trazendo algo bastante original aos leitores.

A escrita se inspira na mitologia fantástica que envolve fadas, duedes, vampiros e outras criaturas e também em pesadelos, com cenários mágicos e encantados imaginados pela autora ou baseados em outros que existem de verdade. A narrativa dos contos, em terceira pessoa, tem um toque poético mas intenso. E devido a esta intensidade, a leitura fluí bem, chega até a remeter ao perigo e à sedução, e isso acaba atraindo o leitor pra dentro de suas páginas. A mistura chega a ser requintada, revelando uma magia invisível aos nossos olhos mas que se insinua de forma sutil no nosso cotidiano nos levando a crer que, de certa forma, toda essa fantasia, por mais bela ou terrível que seja, realmente existe em algum lugar. A imaginação da autora e o que ela coloca no papel é algo incrível e sem limites.

Mas, preciso ser sincera e dizer que por se tratar de contos curtos, apesarem de terem começo, meio e fim, senti em alguns momentos que li introduções de histórias com bastante potencial pra serem transformadas num livro próprio e fiquei com aquela sensação de querer mais daqueles personagens.
Outro ponto é que é possível que quem não tenha lido a série inicial, Wicked Lovely, fique perdido com trechos de determinados contos que complementam algum livro anterior, ou talvez quem tenha lido já faça tempo fique parando pra pensar e tentando relembrar o que aconteceu ou quem é o tal personagem da vez. Talvez tenha sido intenção da autora, quem sabe...
Os personagens são muito bem retratados em cenários bem descritos e o livro, num geral, me agradou bastante.

O trabalho gráfico é impecável. A capa é misteriosa e sombria (e combina bem com os livros da série) e o título, assim como o nome da autora, são em alto relevo em tinta prateada. A diagramação em cada início de capítulo é linda, com ornamentos que ocupam duas páginas.

Os contos são fascinantes, confesso, e com certeza fogem dos clichês. Pra quem procura por um livro diferente, original e que leve o leitor a um outro nível da fantasia como nenhum outro, deve conferir.

Sombrio Perdão - Melissa Marr

12 de novembro de 2014

Lido em: Outubro de 2014
Título: Sombrio Perdão - Wicked Lovely #5
Autora: Melissa Marr
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Jovem adulto/Fantasia/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 336
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Em Sombrio Perdão, último livro da série Wicked Lovely, Keenan precisa escolher entre sua rainha, Aislinn, e sua amada, Donia. Aislinn, por sua vez, esta apaixonada por Seth. Irial foi gravemente ferido, e Niall está sofrendo. Porém, conforme o derradeiro ataque de Bananach se aproxima, todas as Cortes - a Sombria, a do Inverno e a do Verão - precisarão esquecer seus próprios problemas e se unir.
O fim está próximo. E a Guerra quer sangue.

Resenha: Depois dos conflitos de Sombras Radiantes, um estranho que caminha por Huntsdale representa risco de vida para os seres encantados. Keenan, o Rei do Verão, está desaparecido e Aislinn cuida da Corte sozinha enquanto o procura. Ela continua esperando por Seth, que se manteve afastado para que ela pudesse escolher mas também está prestes a cometer o pior dos erros a ponto de pagar com a própria vida. Ash ainda se sente dividida entre ele e o Rei do Verão...
Seth se tornou peça fundamental na trama, principalmente por ter se tornado herdeiro de Sorcha e desenvolvido poderes de grande importância.

Com uma guerra iminente, Keenan anseia por fortalecer sua corte, e Donia prepara a Corte do Inverno para a batalha enquanto almeja uma paixão. Ela ama Keenan, mas entende que se não pode tê-lo por inteiro, é melhor se afastar.

A guerra está para começar, Bananach, a Rainha do Caos, está mais forte do que nunca, alguns vão ganhar, mas outros vão perder... O Mundo Encantado está tomado por intrigas e desespero, as Cortes estão repletas de conflito e traição...
A história, desta vez, tem um foco maior em Keenan e Donia, que desde Terrível Encanto já tinham uma história de amor impossível.

Keenan preza pelo seu reino e não pode colocar outros assuntos em primeiro lugar, abrindo mão de seus verdadeiros sentimentos por Donia, mas ao mesmo tempo, talvez pelo decorrer dos acontecimentos, ele acaba amadurecendo e suas atitudes conseguem surpreender bastante.

A narrativa continua em terceira pessoa mas isso não impede de nos aproximarmos dos conflitos pessoais de cada personagem da história em que cada atitude ou escolha interfere em algum acontecimento futuro ou em alguma outra Corte.

Melissa Marr trabalhou o universo que criou com toques fantásticos, perversos e sombrios, com personagens únicos e realistas, trazendo uma trama cheia de surpresas, reviravoltas, fazendo com que o leitor torça por determinados casais, pela ruína de alguns e a felicidade de outros como se não houvesse amanhã.

É difícil encontrarmos uma série onde a autora aborda temas delicados que sempre envolvem o emocional e psicológico ao se tratar de traumas, amores não correspondidos ou qualquer tipo de dificuldade para alcançar o que parece ser inalcansável, e a autora conseguiu usar as Cortes a fim de ilustrar e diferenciar o bem e o mal.

Posso afirmar que ao final da série é possível refletir sobre a história como um todo e perceber que as Cortes opostas são elementos que de certa forma nos fazem encontrar partes de nós mesmos, e que Verão e Inverno, Razão e Caos, Luz e Escuridão podem ter significados que vão além de seu sentido literal.

Não esperava por um final épico, pois no decorrer da leitura da série senti que a autora foca mais nos sentimentos e nas intrigas das Cortes, mas ainda assim volto a afirmar que a mitologia que ela criou fez a diferença na história a tornando bem interessante. Acho que até a história chegar ao ponto de empolgar e ficar realmente intrigante, muitas páginas que considerei enfadonhas e "enrolonas" já haviam se passado, o que faz com que a leitura possa ser um pouco cansativa, e por esse motivo Sombrio Perdão e a série inteira não ganharam mais estrelinhas na minha avaliação.

Todos temos luz e trevas dentro de nós mesmos e acredito que o final, leva isso em consideração, com conflitos que mesclam encanto com perversidade, mostra que nem sempre finais felizes é o que encerra uma série de forma tão satisfatória como Sombrio Perdão encerrou.

A capa, seguindo o padrão dos livros anteriores e mantendo a arte original, é linda, páginas amareladas, ornamentos deixando a diagramação bem caprichada e a revisão não deixou a desejar.

No final das contas, a série, apesar de ser um dos meus gêneros favoritos, não é a melhor de todas que já acompanhei, mas não desaponta e vale a pena investir na leitura por ser tão inovadora e original, então, recomendo pra quem curte o gênero.

Sombras Radiantes - Melissa Marr

Lido em: Outubro de 2014
Título: Frágil Eternidade - Wicked Lovely #4
Autora: Melissa Marr
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Jovem adulto/Fantasia/Sobrenatural
Ano: 2013
Páginas: 344
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Devlin sempre se esforçou por obedecer aos comandos da Corte, exceto por um detalhe, que anos depois volta para assombrá-lo: ele não matou a pequena Ani como a Rainha o instruiu a fazer. Seu segredo permanece seguro... até que seu caminho se cruza com o dela. Essa garota semimortal e semimágica esconde um segredo maior do que ele poderia imaginar - capaz de mudar suas vidas, os planos da Corte e o futuro de todos os seres encantados...

Resenha: Dando continuidade aos acontecimentos do universo dos livros anteriores, porém sob o ponto de vista de personagens diferentes, Sombras Radiantes tem como protagonista da vez Devlin, um ser encantado que surgiu da essência da união das matriarcas das fadas da Alta Corte, Sorcha e Bananach. Ele é uma mistura de Razão e Caos, porém, optou por seguir e servir Sorcha, a rainha da Razão. Conhecido como as Mãos Sangrentas da Rainha, Devlin é um assassino e tem como função manter a ordem no Mundo Encantado, não importa o que precise ser feito para isso.

No passado, Devlin descumpriu uma ordem da Rainha em que deveria ter matado Ani. Sorcha a considerava um problema que deveria ser eliminado pois poderia ameaçar o futuro das Cortes, mesmo que fosse um bebê, mas Devlin não a matou pois Rae, que se tornou uma grande amiga de Devlin, pediu para que ele não cumprisse tal ordem. Ele manteve sua desobediência em segredo, pelo menos enquanto pôde...

Ani é um ser encantado que nasceu da Caçada Selvagem, controlada por Gabriel, que além de seu pai é o líder dos Hounds que tem grande ligação com a Corte Sombria. Tais criaturas vagavam pela terra espalhando terror, exigindo vingança, causando desordem e são conhecidas como os dentes e as garras do Mundo Encantado. Ani, sua irmã Tish e seu irmão Rabbit (o tatuador que aparece em Tinta Perigosa) viviam sob a proteção de Irial, ex rei da Corte Sombria. Com o passar dos anos, Ani descobriu que não era apenas uma semimortal. Sendo uma Hound, ela acabou descobrindo que se alimentar de emoções negativas era uma necessidade que ainda envolvia algo muito maior do que pensava, tanto que foi usada por Irial e a própria Bananach passou a ter interesse na garota.

Em meio a tudo isso, a história se volta para Seth, namorado de Aislinn que em Terrível Encanto fez de tudo para se tornar um ser encantado e ficar junto de sua amada que havia se tornado a Rainha do Verão. Porém, tais fatos o fizeram se envolver com Sorcha, e esta passou a ter uma enorme ligação com o rapaz. Sorcha ordenou a Devlin que vigiasse Seth e numa dessas acabou reencontrando com Ani, a garota que ele deveria ter matado mas não matou... E esse encontro irá abalar estruturas e o próprio Mundo Encantado...

Narrado em terceira pessoa, a trama é lenta. A ação demora pra chegar e quando chega é tudo de uma vez só, então achei este livro bem enrolado. Como se trata de uma história destinada a um personagem diferente dos demais livros, não é obrigatório que se leia os volumes anteriores para ler este, mas recomendo que a leitura da série seja lida em ordem pois alguns detalhes que parecem irrelevantes fazem muito mais sentido quando se tem um conhecimento prévio do que se trata. Enquanto lemos é possível se lembrar de tal cena num outro livro e pensar "aaahh, agora sei que esse sujeito que acompanho agora não era só um figurante inútil e não estava alí por acaso". Esse tipo e coisa acontece muito na série e é algo que me agrada muito pois tudo parece ter sido planejado nos mínimos detalhes, mesmo que para ser explicado depois.

Os personagens, assim como os demais da série, são ricamente construídos e remetem a pessoas reais no que diz respeito a personalidade e comportamento, mesmo que sejam seres sobrenaturais.
Se o leitor que acompanha a série espera encontrar os primeiros personagens, vai quebrar a cara, pois tudo gira em torno de uma grande trama, uma teia de mentiras e interesses, envolvendo as Rainhas da Alta Corte, a Corte Sombria, Devlin e Ani, com um grande foco no futuro de todo o reino e o que poderá acontecer com ele de acordo com cada atitude tomada a partir de cada descoberta feita, causando várias reviravoltas na história.

Devlin e Ani é aquele tipo de casal que são completamente opostos, mas que são perfeitos um para o outro, com uma das melhores químicas que já pude acompanhar. Devlin, apesar de toda aquela banca de botar moral e ordem onde passa, reprime muita coisa dentro de si e me apaguei ao rapaz.
É um livro que abre uma brecha para a continuação, visto que o Mundo Encantado ficou desequilibrado, o que favorece a rainha do Caos dando a entender que ela terá ais espaço.
Com relação a parte impressa, a capa é linda, as figuras de cães remetem bem ao tema da caçada, cada capítulo é enfeitado com um ornamento combinando com o da capa, folhas amareladas e não encontrei erros grosseiros na revisão.

Recomendo a leitura da série para quem gosta de uma história bastante original no que diz respeito a mitologia, pra quem não gosta de se prender a um personagem só e quer ter uma ampla visão acerca do mundo que a autora criou, que cá entre nós, é impressionante!

Frágil Eternidade - Melissa Marr

31 de outubro de 2014

Lido em: Outubro de 2014
Título: Frágil Eternidade - Wicked Lovely #3
Autora: Melissa Marr
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Jovem adulto/Fantasia/Sobrenatural
Ano: 2013
Páginas: 400
Nota: ★★★★☆
Sinopse: No terceiro volume da série Wicked Lovely, o amor e as disputas entre seres mágicos e mortais mais uma vez estão em cena. O jovem Seth, como qualquer apaixonado, quer ficar perto de sua amada Aislinn para sempre; mas muita coisa mudou na vida da menina desde que ela foi escolhida pelo sedutor Keenan, o Rei da Corte do Verão, para ser sua rainha. Dividida entre sua vida normal e um destino do qual parece ser incapaz de fugir, Aislinn precisará enfrentar desafios e tentações que jamais poderia imaginar em mais um emocionante capítulo deste arrebatador conto de fadas do século XXI.

Resenha: Dando continuidade ao desenrolar dos acontecimentos de Terrível Encanto e de Tinta Perigosa, a resenha tem spoilers desses livros.

Desta vez, nos deparamos com Aislinn em posição de Rainha do Verão ao lado de Keenan, porém, por mais que os dois estivessem destinados um ao outro, ela preferiu continuar mantendo um relacionamento com Seth e apenas ajudando o Rei do Verão a governar, como parceira. Porém, os sentimentos que fluem pelo lugar parecem estar conectados com o clima, com a magia, e com a proximidade do Verão, Aislinn se via constantemente atraída pelo rei, em que o desejo era recíproco, causando grande constrangimento entre o trio e impossível evitar o ciúme.

Assim como nos foi apresentado anteriormente reinos opostos, Verão e Inverno, conhecemos um pouco mais das gêmeas Sorcha e Bananach. Sorcha é a rainha da Alta Corte e representa a Razão. Bananach é seu oposto... a meio corvo é a personificação do Caos e ela presa por causar todo tipo de desgraças além de que nunca hesita em manipular quem pode a fim de causar discórdias e uma guerra entre as cortes.

Bananach acaba vendo em Seth uma oportunidade para criar confusão visto que ele é um humano que além de saber da existência do mundo sobrenatural, é amigo de Niall, o rei Sombrio, amigo de Donia, a Rainha do Inverno e ainda namora a Rainha do Verão, sua amada Aislinn.
O problema maior é que Seth está fragilizado devido a situação em que se encontra, pois Aislinn, como Rainha, se tornou imortal e com o passar do tempo estará mais perto de cair nos braços de Keenan, quem ele considera alguém manipulador que só faz as coisas de acordo com seus próprios interesses.

Agora, Seth, por estar ligado e ter alguma influência entre as três cortes, exceto pela Alta Corte, é a peça fundamental nesse jogo e pode ser a faísca que dará início a guerra entre os reinos do mundo encantado.

Narrado em terceira pessoa, a história parte dessa premissa e traz Seth como protagonista, e acompanhamos sua busca incansável pela imortalidade, único meio de estar ao lado de Aislinn, custe o que custar, mesmo que isso afete todo o reino. Seth se encontra em meio a uma imensa intriga, numa grande teia de mentiras e traições.

Com um maior aprofundamento na Alta Corte, pude perceber que Sorcha, a Rainha da Ordem, mostrou para o que veio. Ela abala estruturas, arrasa, e tem um papel de grande importância nos eventos que se desenrolam.

Keenan continua dividido. Seu dilema parece não ter fim e por mais que fique tentado emocionalmente, sempre coloca seu reino acima de tudo.
Donia continua sofrendo por seu amor pelo rei do Verão permanece, mas parece algo inalcançável. É confuso, mas pra entender melhor o caso é necessário voltar ao primeiro livro para saber que ela tem o grande fardo de amá-lo e por mais que seja correspondida, não pode consumar esse amor.
A capa, assim como em todos os volumes é linda e o cuidado da editora com a parte impressa também é admirável. Há ornamentos no início dos capítulos, mas estes já não tem mais as citações que apareceram no primeiro.

Dentre os três livros, Frágil Eternidade foi, sem dúvidas, o melhor no que diz respeito a evolução da trama e do aprofundamento de coisas que só haviam sido mencionadas superficialmente nos livros anteriores. Os personagens revelam um outro lado que possuem, até então, desconhecidos, os conflitos partem de situações rotineiras, tornando tudo bastante realista, principalmente no que diz respeito aos sentimentos. Muitas vezes um sentimento pode ser tão intenso que abalda as estruturas, desestabiliza, e quem aparentemente é forte acaba se tornando bastante frágil, e o próprio título da obra remete a isso.

Vou ter que assumir que discordei de algumas coisas, como essa ideia de Seth em querer abrir mão de tudo para se tornar um ser encantado em nome do amor, e o estilão bad boy parece ter dado lugar para um bobão que se sujeita a qualquer coisa por quem gosta. Também desgostei de outras, como a narrativa, mas dessa vez, ao contrário dos dois primeiros volumes, não senti que a ela foi feita em blocos desconexos, mas sim que trouxe excesso de descrições que não fariam diferença se não existissem e que não deviam ser repetidas tantas vezes. Já sei que Seth tem um piercing no lábio e não preciso ser relembrada disso a cada instante. A história se tornou mais complexa e mais madura, mas diferente dos outros, deixou o final e aberto sem que o ciclo fosse fechado, então, cade a continuação, pelamor??

Só aconselho que os livros sejam lidos em sequência, pois devido aos muitos detalhes, se o leitor demorar demais a pegar o próximo volume, pode se esquecer de partes que fazem bastante diferença no livro seguinte e que podem acabar fazendo com que ele fique boiando até se situar novamente.
Pra quem gosta de histórias que envolvem o sobrenatural fazendo um misto com drama e intrigas intrincadas a cada novo evento, vai curtir a leitura da série.

Tinta Perigosa - Melissa Marr

30 de outubro de 2014

Lido em: Outubro de 2014
Título: Tinta Perigosa - Wicked Lovely #2
Autora: Melissa Marr
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Jovem adulto/Fantasia/Sobrenatural
Ano: 2012
Páginas: 328
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Uma batalha pelo poder está se desenrolando num mundo de sombras e perigos do qual a jovem Leslie, de 17 anos, não tem sequer conhecimento. Mas ao escolher a fascinante imagem de olhos envoltos por asas negras para tatuar em sua pele, a garota se vê envolvida nesta guerra entre seres encantados tão sedutores quanto egoístas e perversos. “Tinta perigosa” é o segundo volume da série Wicked Lovely, um surpreendente conto de fadas contemporâneo repleto de magia, paixão, tentação e medo.

Resenha: Tinta Perigosa é o segundo volume da série Wicked Lovely, escrita pela autora Melissa Mar e lançada pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco. Pela história focar num personagem diferente, com história própria, a resenha está livre de spoilers.

Em Terrível Encanto, pudemos acompanhar a trajetória de Aislinn, uma garota com o dom da Visão (ela podia ver os seres fantásticos, invisíveis aos olhos de pessoas comuns) e que teve a vida revirada quando se tornou uma possível candidata a rainha do Verão ao lado de Keenan, o Rei, mesmo que Seth fosse quem lhe interessasse se fato.
Porém, neste segundo livro, o foco já não é mais em cima dos personagens anteriores e Leslie, amiga de Aislinn, é quem ganha espaço se tornando a protagonista da vez.

A vida de Leslie não é nada fácil: sua família está em pedaços após a morte de sua mãe. Seu pai se tornou um alcoólatra e seu irmão um viciado em drogas que a expôs às piores experiências que poderia ter na vida, fazendo com que ela carregue sentimentos negativos envolvendo sua autoestima. Ela aparenta levar uma vida normal, trabalhando duro como garçonete para manter a casa, mas no fundo não consegue se ver livre da vergonha, do ódio, da culpa e da insegurança. Como forma de ter o corpo que lhe foi tomado a força de volta, Leslie queria retomar o controle e decidiu que faria uma tatuagem. E no estúdio, entre todas as imagens, ela escolhe uma escondida numa pasta, a que mais lhe chamou atenção, a imagem de olhos envoltos por asas que lhe pareceu tão atraente e que lhe dá a sensação de liberdade para todos os seus medos. Mas o que Leslie jamais poderia imaginar, é que esta figura representa Irial, o Rei da Corte Escura, terrível e ardiloso, e que a tatuagem, feita com uma tinta sobrenatural, serviria como um tipo de canalizador fazendo com que todas as emoções negativas que ela andava sentindo se conectassem de forma a dar forças à Corte Sombria, fazendo com que ela se tornasse a candidata perfeita a Garota Sombria, afinal, o rei precisa de toda a energia negativa possível para manter o equilíbrio em sua corte os alimentando com sentimentos ruins, e Leslie era perfeita levando em consideração tudo o que sofreu e o que mantinha dentro de si.

Mesmo não possuindo a Visão, ela acaba encantada pela proximidade com os seres sombrios, Leslie acaba se envolvendo com Niall, um gancanagh que desperta a abstinência em todas as garotas que conquista fazendo com que sofram pelo amor não correspondido e impossível de se manter. Ele tem a natureza sombria, mas jurou lealdade a Keenan, o Rei do Verão, e se tornou seu conselheiro. Porém, o amor entre os dois é recíproco e ao que tudo indica, verdadeiro, e tal relacionamento poderia libertá-la da ligação com Irial através da tatuagem ameaçando tudo o que ele deseja conquistar. E mesmo que o rei possua um enorme poder de persuasão e charme indescritíveis para manter Leslie sob seu controle, ele percebe que ela é mais do que sua fonte de energia, e a garota irá aos poucos descobrir que está envolvida em algo que vai muito além de um triângulo amoroso e poderá colocar em risco até mesmo sua existência.

Em Terrível Encanto, os reinos do Verão e Inverno continuam a existir, porém são trabalhados em segundo plano para dar lugar a Corte Sombria sob comando de Irial. Keenan, Aislinn e Seth aparecem, porém como personagens secundários da trama. O interessante é que podemos acompanhar cenas que aconteceram no livro anterior sob os dois pontos de vista das garotas quando determinados personagens que ainda não eram conhecidos aparecem como se não houvesse compromisso.

O relacionamento entre os personagens principais é algo muito marcante, envolvendo sentimentos de todos os tipos, desde o rancor entre Niall e Irial a desejos intensos e profundos por Leslie, e vice versa, expondo a vulnerabilidade como ponto fraco e mostrando que é possível que eles descubram nos sentimentos que estão vivenciando pela primeira vez, quem são de verdade, por mais que exista magia envolvida entre eles.

A ideia de que um sentimento ruim que esteja guardado possa vir a desencadear diversos eventos que mudarão o destino de todos é algo bastante surpreendente, fugindo do clichê presente no livro anterior. A autora dá bastante ênfase às emoções, trabalhando o íntimo dos personagens, seus medos, anseios e desejos mais profundos, causando até um certo tipo de depressão.
Gostei mais de Leslie como protagonista pois ela teve mais profundidade em seus sentimentos e descrições, mesmo que não tenha considerado a ideia de uma tatuagem ser tão libertadora da forma como ela quis muito bacana.

Falando sobre a capa, além de ser lindíssima, tem tudo a ver com a história, até no que diz respeito as cores e acredito que, talvez, o tom de violeta tenha sido escolhido de forma proposital, para ilustrar a aura de Leslie, pois essa cor favorece a mudança, a transformação das coisas a sua volta, a vontade de fazer as coisas darem certo através de uma guinada, mesmo que em forma de "tatuagem".

Meu problema com o livro, assim como foi com o primeiro, é a narrativa que ainda considero um pouco confusa, pois algumas coisas ficam no ar, sem explicação ou maiores detalhes. Uma coisa que me incomodou um pouco visto que Leslie carregou um trauma devido a justamente ter sido abusada é o relacionamento dela com Irial e o teor sexual que existe. Achei bastante exagerado e até irreal, principalmente se levarmos em conta de que ela foi praticamente "fisgada" pela tinta da tatuagem e levada a essa situação sem ao menos se indignar, muito pelo contrário.

A leitura não é algo tão fácil se levarmos em consideração toda a amargura de Leslie e a facilidade com que algumas coisas acontecem. Não gosto de acompanhar dramas sofridos e que me revoltam, em que personagens são manipuladas ou não tem muitas opções a não ser aceitar até que encontrem uma alternativa que não necessariamente resolve sua vida pra melhor. E não sou nada fã de triângulos...

Acho que toda a mitologia criada pela autora, se fosse mais aprofundada, explicando qual a real função de cada ser sobrenatural existente que aparece alí, poderia ser mais aceitável e coerente. Mas o enredo em si e a forma como a história é desenvolvida até chegar ao final, bastante satisfatório inclusive, foi realmente surpreendentes.
Apesar dos pesares, vale a pena investir na leitura pois a história é muito boa, mesmo. E que venha Frágil Eternidade, o terceiro livro da série.

Terrível Encanto - Melissa Marr

11 de agosto de 2014

Lido em: Agosto de 2014
Título: Terrível Encanto - Wicked Lovely #1
Autora: Melissa Marr
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Jovem adulto/Fantasia/Sobrenatural
Ano: 2011
Páginas: 360
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Desde pequena, Aislinn possui um dom especial – a Visão, que permite que ela perceba os seres encantados que circulam entre os humanos, invisíveis para a maioria dos mortais. Mas, ao contrário do que as histórias infantis sugerem, as fadas podem ser extremamente perversas e egoístas, a ponto de machucarem as pessoas de propósito. Aislinn mora na decadente cidade de Huntsdale, nos Estados Unidos e sempre viveu pautada por três normas básicas. Regra número 3: não encare as criaturas invisíveis. Regra número 2: não responda a criaturas mágicas invisíveis. Rega número 1: nunca desperte a atenção dos seres mágicos. Mas, mesmo com todos os seus cuidados, Ash, como a jovem também é conhecida, quebra todas as regras num mesmo dia ao ser descoberta por Keenan, o Rei do Verão. Há nove séculos, o deslumbrante rei procura por aquela que será a sua rainha, a Rainha do Verão. Apesar de todo seu horror ao mundo das fadas, Aislinn sente-se cada vez mais atraída pelo universo fantástico a sua volta, ainda que isso coloque sua vida em risco. No meio desses seres encantados e poderosos, Aislinn quer apenas ter uma vida normal, mas será que ela conseguirá fugir de um destino para o qual parece não haver escapatória? E se falhar... o que virá depois. 

Resenha: Terrível Encanto é o primeiro volume da série Wicked Lovely (composta por cinco livros), escrita pela autora Melissa Marr e publicado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.

Aislinn, ou Ash, é uma adolescente com um dom mais do que especial: ela possui a Visão, consegue ver seres fantásticos e encantados enquanto outros meros humanos não podem. Porém, diferente do que os contos de fadas dão a entender, o mundo mágico das fadas é algo feio e muito cruel, as criaturas mágicas são bárbaras, terríveis e manipuladoras. Por isso, desde criança ela aprendeu com sua avó, que também tem a Visão, que jamais transparecesse esse dom, pois se fosse descoberta poderia esperar por um destino horroroso. Ash ao mesmo tempo que teme as criaturas encantadas, as odeia de todo o coração e se pudesse se ver livre desse dom/maldição ficaria feliz. Ela consegue passar bastante tempo despercebida, mesmo que já tenha testemunhado várias atrocidades cometidas por eles, até que um dos seres se aproxima dela por acreditar que seria possível ter uma chance... Ash percebeu que algo de errado estava acontecendo e correu pra onde se sentia segura: para os braços de seu melhor amigo colorido, Seth.

O que ocorre é que o tal ser encantado era o próprio Rei do Verão, Keenan, que havia sido amaldiçoado por sua mãe, Beira. Para que Keenan ficasse livre da maldição, teria que encontrar sua Rainha, do contrário, Beira, a Rainha do Inverno, daria fim ao Verão lançando um Inverno eterno no mundo. Então, para confrontar Beira, depois de uma busca que já durava nove séculos em que Keenan seduzia uma mortal a fim de conduzi-las a um ritual/teste, Ash é a escolhida por Keenan para ter um lugar especial no mundo das fadas... Ele já estava ficando fraco depois de todo esse tempo e precisava de uma rainha para governar o povo de forma plena. O problema é que Ash "descobre" que é apaixonada por Seth, e a princípio, levando em consideração que o sentimento é recíproco, se separarem está fora de cogitação.

Basicamente acompanhamos Ash, Seth, Keenan e Dônia nessa jornada pela busca da rainha perfeita. Aislin e Seth se amam, Keenan e Dônia se amam, mas em nome do reino e para poder quebrar a maldição e, enfim, governar, Keenan precisa ficar com Ash por acreditar que ela é a pessoa certa e que terá êxito no teste.

Ash, pelo que pude perceber, parece ter sido o tipo de personagem construída para evidenciar coragem e força mas, pra mim, se saiu como alguém que parece não saber o que quer.
Seth faz o estilo bad boy cheio de atitude. O cara vive sozinho num vagão de trem abandonado, tem um monte de piercings e tatuagens e faz tudo o que pode e o que não pode por Ash. Apesar de tudo, o romance entre os dois era algo pelo qual eu torcia desde o princípio, mesmo com Keenan no meio, que é um problema, pois é aquele tipo de personagem que não mede esforços para conseguir o que quer se aquilo for necessário. É egoísta, manipulador e não pensa nos sentimentos de ninguém, mas ainda assim tem um destaque que envolve e passei o livro gostando dele em alguns momentos e querendo matá-lo em outros.

Donia é uma peça fundamental no desenvolvimento da história. Ela havia sido a última candidata a Rainha do Verão, porém falhou no teste e foi condenada a ser uma Princesa do Gelo, carregando um frio eterno consigo, o que fez com que seu destino amoroso com Keenan fosse fadado ao fracasso pois se tornaram opostos. Donia passou a ser a guardiã do bastão até que a próxima candidata surgisse. Assim, mesmo que tivesse que conviver com o seu grande amor, ela ainda estava incumbida com a tarefa de passar o bastão adiante para alguém que poderia se tornar rainha, lhe tomando seu amor.

Não posso deixar de mencionar Beira, que é uma completa perversa, megera e odiosa. Pra não deixar que o verão seja pleno, de forma que o inverno permaneça, ela faz de tudo para que o filho falhe em sua busca. Tudo mesmo!
No final das contas não me senti ligada a nenhum personagem e senti que houve uma enrolação básica e conflitos exagerados entre eles pois mais interessante que fosse o contexto geral da história. Tudo me fez pensar em "Quadrilha", de Carlos Drummond: João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili... e por aí vai. Fora que Ash sempre demonstrou pavor pelas criaturas mágicas por serem tão terríveis e cruéis, mas no desenrolar da história, tal perversidade só serviu para uma única personagem: Beira. Talvez o resto se concentre em insinuações do quão malvados os demais seres podem ser, mas não são.

A primeira coisa que me chamou atenção na série foram as capas! São deslumbrantes e estão entre as que mais admiro. O toque de mistério, sensualidade, as cores frias e a ideia de algo mágico foram suficiente para me deixar curiosa. Eu também fiquei curiosa pela premissa, gostei do conceito e da mitologia que a autora criou, ainda mais ao perceber que ela pesquisou para escrever a história, usando citações pertinentes de outros livros antigos como introdução aos capítulos desta. Encontrei alguns erros de revisão/digitação, mas não é nada absurdo e que vá interferir na leitura.

Terrível Encanto faz um misto no que diz respeito a relacionamentos e em vez de um triângulo, nos deparamos com um quarteto amoroso, um pouco clichê mas previsível. A ideia de casais que se amam terem que se separar, ou um deles se ver atraído por um possível novo pretendente, é algo que não curto muito. A história ainda tem um toque sexual em meio a todo o drama e cheguei a considerar que não é um livro adequado para menores de 16 anos.

O que não funcionou para mim foi a escrita. A linguagem é simples mas a narrativa (feita em terceira pessoa) sempre parecia muito confusa, como se não houvesse uma fluidez entre os parágrafos, e ao terminar eu me perguntava se realmente tinha entendido e se tudo estava realmente fazendo algum sentido. Eu voltava e relia tudo de novo pra ter certeza e me situar melhor pois me sentia perdida.
Mesmo que o livro se encaixe em um dos meus gêneros literários preferidos, não consegui aproveitar a história tanto quanto imaginei pois não me identifiquei com a escrita da autora. É um bom livro, tem algumas falhas, mas apesar de tudo, vale a pena ser lido, principalmente pelo final, que de encantado não tem muita coisa mas conseguiu ser satisfatório.