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Na Telinha - Viva

26 de janeiro de 2018

Título: Viva - A Vida é uma Festa (Coco)
Produtora: Disney/Pixar
Elenco: Anthony Gonzalez (VIII), Benjamin Bratt, Gael García Bernal, Edward James Olmos, Alanna Ubach
Gênero: Animação/Fantasia/Aventura
Ano: 2018
Duração: 1h 45min
Classificação: +10
Nota:
Sinopse: Miguel é um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso, mas precisa lidar com sua família que desaprova seu sonho. Determinado a virar o jogo, ele acaba desencadeando uma série de eventos ligados a um mistério de 100 anos.

Desde que Mama Imelda foi abandonada pelo marido, que era músico, ela aboliu a música não só de sua vida, mas da família inteora. Ela arregaçou as mangas e decidiu que iria abrir uma lojinha de sapatos que ela mesma aprendeu a fazer para sustentar Coco, sua filhinha, sozinha. Desde então, este é o principal sustento da família Rivera, que já está na quarta geração. Imelda já faleceu há muitos anos e Coco, hoje, é a bisavó de Miguel. Ele é um garotinho mexicano de doze anos que ama música e sonha em se tornar tão famoso quanto Ernesto de la Cruz, seu maior ídolo de todos os tempos, foi.



O menino vive assistindo aos vídeos de Ernesto de la Cruz e tocando seu violão escondido, pois a música é terminantemente proibida, e fica bem triste por não ter o apoio da família, mas Miguel não estava nada interessado em desistir, principalmente quando ele tem oportunidade de tocar num festival e demonstrar todo o seu talento.

Com o Dia de Los Muertos se aproximando, as famílias montam as ofrendas, uma prática antiga onde eles deixam as fotos de seus ancestrais junto com velas, enfeites e comida, pois assim os espíritos daqueles que se foram sempre seriam respeitados e lembrados.



Mas, circunstâncias bem inesperadas acabam fazendo com que Miguel se transporte para o mundo dos mortos, e agora ele vai correr contra o tempo para conseguir não só a benção de um antepassado para voltar pra casa, como também a permissão para fazer o que ele tanto ama: tocar seu violão. E nessa jornada cheia de aventuras, em companhia de Dante, seu cão vira-latas, e Hector, um morto que vive tentando visitar o mundo dos vivos para ver seus parentes mais uma vez, Miguel vai descobrir coisas sobre o passado de sua família que, até então, eram um grande mistério.



Não é surpresa que a Disney vem inovando cada vez mais ao trazer temas e personagens que fogem de estereótipos de antigamente, e aqui há uma mistura entre a cultura mexicana e a música propriamente dita, e os aspectos desses elementos são representados com fidelidade e perfeição.

A família de Miguel, seguindo a tradição criada por Imelda, proibiu a música e espera que o menino siga o ofício de sapateiro, e essa falta de apoio para que ele possa realizar seu grande sonho é um dos principais conflitos da trama. E se fosse só a falta de apoio daria pra entender, mas eles o proíbem de ter qualquer contato com a música, o levando a fazer o que gosta escondido.
Mas embora Miguel não possa contar com a ajuda de sua família e não aceite essa falta de apoio, os acontecimentos se encarregam de mostrar que a família é o que há de mais importante, devendo ser sempre valorizada, e que é preciso manter as lembranças dos que já partiram dessa vida, pois, pior do que morrer é ser esquecido...



Embora seja uma animação super divertida e com toques bem engraçados, Viva tem pegadas de melancolia e drama que causam algumas reviravoltas na história e que, mesmo sendo previsíveis, causam o impacto necessário pra emocionar o telespectador. E nota especial para Mama Coco que, por estar muito velhinha, além de viver numa cadeira de rodas dependendo dos cuidados da família, ainda tem problemas com a memória. Mas é justamente sua memória que cria o maior clímax do desenho, e segurar as lágrimas nas últimas cenas dela é impossível. Não é por acaso que o nome original da animação é "Coco"...



Por mais que a música seja um dos principais elementos do desenho, pois é o que move Miguel, o foco maior é a importância da família e o valor que ela representa para seus integrantes, e não importa que estejam vivos ou mortos. Os laços familiares são eternos, mesmo que haja conflitos.



Viva não se encarrega de trazer apenas uma animação sobre um garoto que quer perseguir seus sonhos... Aqui o que se torna memorável é a história sobre família, amizade e perseverança que mostra que é possível lutar por aquilo que queremos e por aquilo que somos, mesmo que isso não seja o que os outros esperam, e que a morte é só mais uma etapa da vida.

Na Telinha - O Estranho Mundo de Jack

20 de julho de 2017

Título: O Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas)
Produção: Walt Disney/Tim Burton
Direção: Henry Selick
Elenco:  Danny Elfman, Chris Sarandon, Catherine O'Hara, William Hickey, Glenn Shadix, Paul Reubens
Gênero: Animação/Fantasia/Musical
Ano: 1993
Duração: 1hr 16min
Classificação: Livre
Nota:
Sinopse: Jack Skellington, o rei da cidade do Halloween, decide espalhar a alegria do Natal por todo o mundo. Mas sua bem-intencionada missão acaba deixando o Papai Noel em perigo e cria um pesadelo para as crianças do mundo inteiro! Quem salvará o Natal?

Jack Skellington é o "Rei do Horror" (King of Pumpking), considerado uma das criaturas mais famosas e assustadoras da Cidade do Halloween. Os habitantes monstruosos passam o ano inteiro organizando a festa de Halloween para que o evento possa ser comemorado em grande estilo, porém, Jack, já cansado dessa rotina, entra numa crise existencial por sempre ter que fazer a mesma coisa todos os anos. Para espairecer as ideias, Jack sai para dar uma volta e acaba se deparando com árvores mágicas, cada uma com um símbolo sazonal indicando passagens para diferentes mundos. A porta do Natal chama a atenção de Jack, que resolve dar uma espiada mais de perto para ver o que encontraria alí...



Encantado com o modelo de comemoração do Natal, e pensando em sair da rotina que tanto o entediava, Jack volta para a Cidade do Halloween querendo fazer uma festa diferente, e por mais que Sally Ragdoll, sua ~namorada~, avise que isso não é uma boa ideia, Jack acaba ignorando-a e convencendo os moradores a sequestrarem o Papai Noel, a quem eles chamam de "Papai Cruel". Porém, com a ausência do bom velhinho, alguém teria que substituí-lo na Cidade do Natal, afinal, quem sairia por aí entregando os presentes para as crianças do mundo? Mas, claro, o projeto acaba virando uma grande confusão!


Tim Burton, o mestre das esquisitices sombrias, só participou da produção e de uma pequena parte do roteiro, mas nem por isso todo o seu estilo ficou de fora dessa encantadora animação em stop-motion.
Os detalhes do cenário e dos personagens são perfeitos, com traços sombrios mas ao mesmo tempo amigáveis, numa sincronia de cair o queixo!
Talvez pela Disney ter participado da produção, todas as cenas ficaram bem equilibradas e com cenas ou diálogos divertidos e engraçados, o que causa um contraste com as cenas mais assustadoras. Dessa forma a animação tem um ritmo variado pra não se tornar casativo. As cores são típicas do Halloween, sempre muito vivas e iluminadas em meio ao escuro.


O que pra mim não foi 100% foram as músicas, que, por mais que se encaixem com a situação (e mesmo algumas delas tendo sido regravadas alguns anos depois por bandas como Fall Out Boy e até Marylin Manson), não me agradaram muito.

A mistura de Halloween com Natal só serve mesmo como pano de fundo para a verdadeira história de amor que existe entre Jack e Sally nessa história, que mesmo mortos foram feitos um para o outro.
O filme ficou tão famoso que hoje existem milhares de itens inspirados nele, que vão desde estampas em camisas e canecas, bonequinhos colecionáveis, cadernos, bolsas, mochilas, e até tatuagens!


Para os fãs de animações em stop-motion, e para os fãs de Tim Burton, é animação mais do que indicada.

Na Telinha - Moana

6 de janeiro de 2017

Título: Moana: Um Mar de Aventuras (Moana)
Produção: Disney
Elenco: Auli'i Cravalho, Dwayne Johnson
Gênero: Animação/Fantasia/Aventura/Musical
Ano: 2016
Duração: 1h 47min
Classificação: Livre
Nota:★★
Sinopse: Moana Waialiki é uma corajosa jovem, filha do chefe de uma tribo na Oceania, vinda de uma longa linhagem de navegadores. Querendo descobrir mais sobre seu passado e ajudar a família, ela resolve partir em busca de seus ancestrais, habitantes de uma ilha mítica que ninguém sabe onde é. Acompanhada pelo lendário semideus Maui, Moana começa sua jornada em mar aberto, onde enfrenta terríveis criaturas marinhas e descobre histórias do submundo.

As animações que andam sendo lançadas ultimamente estão vindo com tudo quando o assunto é quebrar estereótipos de forma única e inovadora. A Disney anda surpreendendo cada vez mais, e com Moana não foi diferente.


A história é ambientada na Polinésia, a traz Moana Waialiki, filha do chefe da tribo Motunui, que foi escolhida pelo próprio oceano para atravessar os limites do recife e restaurar uma relíquia antiga, o coração da deusa Te Fiti, devolvendo a ordem e o equilíbrio à natureza afetada por uma maldição, para salvar seu povo da escuridão. Ela deve zarpar em sua canoa em busca de Maui, o lendário semideus metamorfo que a ajudaria nessa missão.
A partir desta premissa, vamos acompanhando as aventuras de Moana que, ao descobrir mais sobre seu ancestrais - e o que o futuro reserva, caso nada seja feito -, adentra o mar aberto para encontrar Maui e começar sua jornada.


Basicamente a trama não é lá muito complexa, não possui muitas mensagens sociais ou dignas de reflexões mais profundas (como foi feito em Zootopia, por exemplo). É até bem familiar se formos comparar com outras animações e analisar a protagonista no que diz respeito aos seus anseios e desejos. O diferencial de Moana para os demais desenhos animados envolvendo as famosas "princesas" é que não há uma figura masculina que possa representar qualquer tipo de relacionamento amoroso - e sequer há sugestões para isso. O único relacionamento abordado, e de forma até bem sucinta, é o da família, o quanto o pai de Moana quer protegê-la de qualquer perigo a ponto de querer impedí-la de seguir seu destino, e o quanto sua avó a incentiva e acredita que ela seja capaz de cumprir o que foi destinada a fazer. A preocupação de Moana é ser uma boa líder, é ajudar a tribo com soluções para os problemas, sempre de cabeça erguida, com coragem e determinação, mesmo sem saber se suas escolhas serão bem sucedidas, desde que ela ao menos tente (e se falhar, basta tentar outra vez). E mesmo que ela já tenha esse espírito de liderança, ela jamais age de forma que possa diminuir alguém, muito pelo contrário. Ela quer ajudar, mas também reconhece quando precisa de ajuda e não hesita se precisar pedir. Sua vontade de resgatar parte da cultura que foi perdida, a de explorar e descobrir novas terras, também faz parte de seus objetivos, principalmente porque é uma cultura que faz parte dela desde que ela se entende por gente.

Outro ponto muito interessante é que embora Moana recorra a Maui e aos poderes dele como forma de auxílio em sua jornada, é ela quem conduz a viagem, é ela quem toma as decisões, e por mais petulante e resistente que ele seja no início, no final fica claro que quem manda é ela, e não importa que ele seja imortal, forte, grandalhão (Dwayne Johnson quem o diga) e dotado de poderes metamorfos.


Maui tem um passado memorável como semideus e sua história é responsável por uma parte considerável da carga dramática da trama. Suas tatuagens se referem aos seus feitos e, literalmente, possuem vida a ponto de ser possível interagir com elas de uma forma dinâmica e original. Elas, assim como outros elementos, também estão alí pra contar e desenvolver os fatos do passado. Uma curiosidade sobre suas tatuagens é que as animações foram feitas em 2D e posteriormente combinadas ao 3D, e o resultado final ficou fantástico e super divertido. A ideia de um personagem como ele também quebra estereótipos, pois ele não tem nada de galã, muito pelo contrário. Maui é um troglodita com uma cabeleira desgrenhada, mas que ainda consegue despertar nossa simpatia podendo ser considerado um dos personagens mais originais dos desenhos animados.


Os personagens secundários sempre estão ao lado de Moana de alguma forma, seja sua avó que sempre está alí para mostrar que há coisas além do que ela imagina e a encorajando a superar suas inseguranças, o frango Heihei, que é o alivio cômico responsável por algumas risadas (mas ao meu ver foi dispensável), e até a própria água, que desde a infância de Moana está alí marcando presença, interagindo, ajudando a garota a sua maneira e ainda colaborando para que a história seja contada mesmo que não fale e nem participe de diálogos, o que não a impede de dar boas lições em quem precisa, e tudo isso através apenas de seus movimentos.


Os demais personagens colaboram para a construção da história, para mostrar como funciona a vida na ilha e a cultura do povo de forma geral, que é bastante rica, interessante e vai sendo revelada gradualmente ao longo do filme. E não digo isso apenas com relação à tribo, mas também às criaturas que a dupla encontra e enfrenta durante a jornada.

O visual da animação é maravilhoso. As ilhas paradisíacas da Oceania, o clima tropical, o contraste entre oceano, céu e vegetação e até os efeitos da água são de encher os olhos. Posso dizer que foi a animação mais perfeita que já assisti, visualmente falando. A parte musical também não fica atrás, pois além de ter um ritmo ótimo e que combina perfeitamente com o contexto, ainda possui letras inspiradoras e que também ajudam a contar a história, seja no idioma original da tribo ou em inglês.


No mais, Moana diverte, emociona e inspira, e é indicado para todas as idades, não só por trazer elementos que vão agradar a todo tipo de público, desde os mais cômicos, os mais emocionantes e até os mais sombrios, mas por conseguir representar perfeitamente uma das formas de empoderamento feminino através de uma "princesa" corajosa e determinada que foge do tradicional, que canta, encanta e brilha como poucas já fizeram na história das animações.

Na Telinha - Procurando Dory

6 de julho de 2016

Título: Procurando Dory (Finding Dory)
Produção: Walt Disney/Pixar
Elenco: Ellen DeGeneres, Albert Brooks, Idris Elba, Kaitlin Olson, Ed O'Neill, Eugene Levy, Diane Keaton, Ty Burrell
Gênero: Animação
Ano: 2016
Duração: 1h 35min
Classificação: Livre
Nota:★★★★
Sinopse: Um ano após ajudar Marlin a reencontrar seu filho Nemo, Dory tem um insight e lembra de sua amada família. Com saudades, ela decide fazer de tudo para reencontrá-los e na desenfreada busca esbarra com amigos do passado e vai parar nas perigosas mãos de humanos.

Procurando Nemo foi um verdadeiro sucesso quando foi lançado em 2003, ganhou até um Oscar de melhor animação. Agora, longos treze anos depois, a Disney/Pixar trouxe a continuação colocando Dory, a peixinha distraída e desmemoriada que conquistou o coração de todo mundo, como a protagonista da vez.
Mesmo com a espera eterna pela sequência, Procurando Dory se passa apenas um ano após os acontecimentos de Procurando Nemo, quando Dory, repentinamente, se lembra de alguns momentos com seus pais e de como era amada, e decide sair pelo mar afora a procura deles com a ajuda de Marlin e Nemo, e essa busca acaba sendo uma grande aventura pois Dory é capturada por biólogos e levada a um instituto de preservação da vida marinha. Lá ela conhece Hank, um polvo antissocial que acaba ajudando-a nessa saga de encontrar sua família.


Para quem se questionou sobre as origens de Dory, de onde ela tirou seus lemas (continue a nadar, continue a nadar) ou como ela aprendeu a falar "baleiês", a animação vai apresentar respostas bem legais pra essas dúvidas, além de ser bastante nostálgica revivendo o primeiro encontro de Dory e Marlin até as famosas perseguições que os peixinhos sofrem por predadores gigantes.
Personagens conhecidos voltam a aparecer, mas não ganharam tanto destaque e nem tem tanto carisma quanto os novos. Nemo e seu pai estão atrás de Dory enquanto ela procura sua família, e vemos o desespero de Marlin em ter que reviver essa história outra vez, mas a participação dos dois acaba sendo ofuscada pela presença de Hank, o polvo. Ele é mal humorado e, a princípio, não parece ser muito legal, mas acabamos descobrindo que sua aversão a humanos tem fundamento e ele conquista nossa simpatia com sua vontade desenfreada de ser livre. Ele também começa a apoiar a causa de Dory quando se torna seu parceiro de aventura e vemos que ele se afeiçoa a ela de forma gradual e bem bacana.


Não digo que o roteiro é totalmente original e pra ser sincera não supera seu antecessor. Algumas cenas são dispensáveis e outras se arrastam ou são repetitivas, logo a impressão que fica é de que esses desenhos seguem um tipo de fórmula em que criaturas pequenas e "insignificantes" conseguem se superar vencendo obstáculos impossíveis, como perambular em meio a multidão sem ser vistos para chegarem aos seus destinos e até fugir dirigindo caminhões, então é comum nos depararmos com cenas de ação e aventura malucas e mirabolantes mas que fazem parte desse universo e acabam sendo até bem divertidas quando assistidas sem pretensões.


Um dos pontos altos - e muito fofos - da animação são os constantes flashbacks de Dory onde ela se vê ainda criança vivenciando alguns momentos passados com sua família, fazendo com que ela se lembre de sua história ao unir esses fragmentos e também servindo como um guia em sua jornada. Morremos de amores por sua versão mirím, mas também nos emocionamos com o amor incondicional da família e a preocupação e a paciência deles ao lidarem com problema de memória da filha de uma maneira bem delicada e bonita.
Dory conquista nossa simpatia e a ideia de como ela nunca deixa de ter esperanças de que tudo vai dar certo no final mesmo nos piores momentos é simplesmente admirável e inspiradora, mas confesso que em alguns momentos ela testa nossa paciência com as furadas recheadas de conveniências em que ela se mete. A perda de memória de Dory é explorada de forma que sua história tenha uma carga dramática mais intensa e delicada, mostrando o lado de como é viver enfrentando essas dificuldades, então, apesar de sem bem humorada, ela acaba deixando as características mais cômicas de lado ganhando um foco mais emocional.


Não assisti a versão dublada pois Ellen Degeneres dando voz à Dory é algo impagável, e achei muito engraçado Dory seguindo os conselhos e tentando interagir com a voz da própria Sigourney Weaver, que dá orientações e informações através de áudios aos visitantes do instituto. O lugar lembra bastante um parque aquático, mas a voz de Sigourney não deixa de repetir por diversas vezes que lá eles acreditam em "resgate, reabilitação e retorno ao mar" reforçando a ideia de cuidados e preservação das espécies, como se a captura não fosse algo ruim já que, posteriormente, os animais seriam devolvidos ao seu habitat natural.
O cenário, claro, é lindo de viver. Tudo é muito colorido e bem iluminado, as cores são vibrantes e até as cenas mostrando as profundezas do oceano são perfeitas. Ah, e tem uma cena pós crédito imperdível com personagens muito queridos! ♥

Este é um filme que traz mensagens de conscientização sobre a preservação dos animais, assim como outras reflexões sobre o valor da família e dos amigos, e a aceitação e o respeito por todos aqueles que tem diferenças que os impedem de levarem uma vida "normal", mostrando que embora tenham algumas limitações, com força de vontade, coragem e determinação é possível conseguir atingir objetivos e realizar sonhos. No final das contas, Procurando Dory não se trata de um resgate propriamente dito, mas sim de uma peixinha pateta e muito carismática que, depois de se conhecer melhor, consegue encontrar a si mesma...

Na Telinha - Zootopia

9 de junho de 2016

Título: Zootopia: Essa Cidade é o Bicho (Zootopia)
Produção: Walt Disney Studios
Elenco: Ginnifer Goodwin, Jason Bateman, Idris Elba, Jenny Slate, Nate Torrence, Bonnie Hunt, Tommy Chong, J.K. Simmons
Gênero: Animação
Ano: 2016
Duração: 1h 48min
Classificação: Livre
Nota:★★
Sinopse: Judy Hopps é a pequena coelha de uma fazenda isolada, filha de agricultores que plantam cenouras há décadas. Mas ela tem sonhos maiores: pretende se mudar para a cidade grande, Zootopia, onde todas as espécies de animais convivem em harmonia, na intenção de se tornar a primeira coelha policial. Judy enfrenta o preconceito e as manipulações dos outros animais, mas conta com a ajuda inesperada da raposa Nick Wilde, conhecida por sua malícia e suas infrações. A inesperada dupla se dedica à busca de um animal desaparecido, descobrindo uma conspiração que afeta toda a cidade.

Num mundo quase utópico, todos os animais evoluíram psicológica e socialmente dispensando conceitos de predador e presa, e agora eles convivem em total harmonia. Na cidadezinha interiorana de Toca do Coelho, conhecemos Judy Hopps, uma coelhinha da pré escola que vive com os pais e centenas de irmãos. Seu maior sonho é ir pra Zootopia, um lugar onde todos podem ser o que e quem quiserem, e lá se tornar uma policial para fazer do mundo um lugar melhor, mas sempre foi desencorajada e desacreditada por todos, pois coelhos sempre foram considerados pequenos, indefesos e frágeis, e nunca na história dos bichos houve um que se tornou policial. Mas Judy está determinada a ser a primeira, e nada irá impedí-la nem fazê-la desistir.


"- A única coisa que devemos temer é o próprio medo."
Quinze anos depois, Judy terminou seu treinamento intenso na Academia de Polícia de Zootopia. Em meio a ursos, tigres, rinocerontes e outros animais enormes e ferozes, ela era a única coelhinha da turma, mas com muita garra e força de vontade ela conseguiu superar os desafios e se formou com louvor sendo encaminhada ao Departamento de Polícia de Zootopia (DPZ) no centro da cidade. Ao se apresentar à delegacia, Judy é muito mal recebida e mesmo que haja um imporante caso em andamento em que 14 mamíferos desapareceram sem pistas, ela é designada pelo chefe de polícia a ser guarda de trânsito aplicando multas. Mas a tarefa "pequena" que lhe foi atribuída não é motivo para que ela desista ou se deixe abater. Judy quer ser uma policial de verdade e não uma guarda de trânsito. Ela trabalha com dedicação e eficiência cumprindo e superando as próprias metas. Até ela conhecer Nick Wilde, uma raposa trapaceira e que não tem o menor respeito pelas leis...
"- Todos chegam em Zootopia achando que podem ser o que quiserem, mas não podem. Só podem ser o que são: Raposa astuta, Coelha burra."
Judy consegue pegar um dos casos de desaparecimento e Nick é obrigado a ajudá-la nas investigações, o problema é que, como castigo por uma perseguição não autorizada por um roubo considerado fútil, ela tem apenas 48 horas para descobrir o que aconteceu e encontrar o desaparecido, caso contrário terá que se demitir e deixar a DPZ. Logo, a improvável dupla passa a correr contra o tempo atrás de pistas e informações para solucionar o caso do sumiço de um dos animais desaparecidos, ou Judy deverá desistir dos seus sonhos e voltar para a vida na fazenda.


A partir dessa premissa a história se desenvolve de forma muito crível tendo como base a investigação policial e elementos que fazem parte da vida cotidiana da nossa própria realidade onde os animais ganham uma roupagem "humanizada" numa cidade moderna e cheia de recursos.

Zootopia é dividida em vários distritos com elementos geográficos próprios, e assim como vemos uma grande metrópole muito bonita visualmente, com prédios e tecnologia (e até bastante publicidade espalhada em todos os cantos), também vemos os contrastes que o trânsito, a criminalidade e todo grande fluxo populacional, incluindo a migração do campo para a cidade grande, trazem, logo, com os acontecimentos que se desencadeiam enquanto Judy e Nick investigam o caso, podemos perceber que da mesma forma que a evolução contribuiu para que os bichos convivessem em harmonia num ambiente pacífico e favorável, também vemos que alguns problemas são responsáveis por desencadear conflitos que acabam afetando a vida de todos causando um verdadeiro retrocesso social.


E nesse cenário com tanta diversidade, vemos referências explícitas às etinias, às classes sociais, ao estilo de vida, a liberdade de expressão e até mesmo à orientação de gênero, e como o preconceito interfere nos direitos alheios. Esse preconceito é explorado desde sua forma mais sutil até as mais ofensivas, como por exemplo, o ato de chamar um coelho de fofo só ser bem aceito entre os próprios coelhos e se outra espécie os chamam assim é incômodo e inconveniente, ou até o ato de se afastar de alguém por ele ser de uma outra raça e usar roupas diferentes, como se isso o tornasse um "mau elemento" suspeito e perigoso. Zootopia é uma proposta inovadora e corajosa que serve como ferramenta para combater tais preconceitos, fazendo com que o público reflita sobre os problemas apresentados e talvez, quem sabe, crie novos conceitos. Até o público infantil não fica de fora, pois a mensagem é apresentada de forma quase didática, mostrando como nasce o preconceito e como ele cresce se apoiando em tradições culturais e biológicas que os indivíduos da sociedade cultivam há várias gerações.


Os personagens são expressivos e têm personalidades fortes e distintas, e o trabalho da dublagem original colabora bastante com isso pois além de voz eles ganham características únicas que lhes dão vida, mas obviamente o destaque fica com Judy. Mesmo que tenha crescido aprendendo com os pais que a complacência é a base da vida, ela também ouvia que o melhor a fazer é desistir dos seus sonhos, pois dessa forma não há risco de falhar. Mas ela arrisca, vai atrás do que quer com otimismo e não deixa nada nem ninguém impedí-la. No contexto e levando em consideração toda a problemática social que enfrentamos na atualidade, ela é a melhor personagem que pude acompanhar na história das animações. Seu sonho é seguir carreira numa área que a sociedade julga como destinada a homens e todos, inclusive seus pais, acreditam que ela é incapaz de conseguir atingir seus objetivos, tanto por ser pequena quanto por ser mulher. Que chances ela teria em meio a grandalhões bufantes e cheios de músculos? Judy quebra estereótipos femininos enfrentando esses preconceitos de cabeça erguida, cheia de coragem, bom senso e muita determinação.
Ela é praticamente o oposto de Nick, que leva a vida na malandragem tirando proveito de todos, e só consegue enxergar o pior lado das coisas em qualquer situação.

O cenário é aberto, ensolarado, colorido e cheio de vida, temos vislumbres dos distritos ao redor do centro da cidade, mas nenhum aprofundamento na vida dos animais que vivem neles ou no funcionamento propriamente dito desses locais, já que o foco fica no mistério a ser solucionado e na crítica social.




Embora Zootopia tenha uma música tema que fala sobre se levantar e não desistir mesmo se falharmos - Try Everything, da Shakira (dessas que grudam na cabeça e ficamos cantarolando o dia inteiro) -, não se trata de uma animação musical em que os personagens se expressam cantando e dançando por aí. Pelo tema ser mais delicado, as partes mais engraçadas, apesar de não serem muitas, se concentram em piadinhas pontuais para servirem de alívio cômico em meio a tensão e isso funciona muito bem.
Vale ressaltar que, assim como praticamente todas as animações da Disney, Zootopia é cheio de easter eggs e referências bastante famosas, seja com relação a outros desenhos, como Frozen, Big Hero e etc, quanto ao clássico do cinema O Poderoso Chefão, ícones da música Pop e até ao seriado Breaking Bad.




Em suma, Zootopia superou minhas expectativas, não só pela diversão que proporciona, mas por apresentar temas como o racismo, o machismo e a intolerância, assim como as formas de se combatê-los, através de uma metáfora social inteligente e ousada.

I won't give up, no I won't give in
Till I reach the end
And then I'll start again
No I won't leave
I wanna try everything
I wanna try even though I could fail