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Vamos Juntas? - Babi Souza

21 de março de 2016

Título: Vamos Juntas? - O guia da sororidade para todas
Autora: Babi Souza
Editora: Galera Record
Gênero: Não ficção/Nacional
Ano: 2016
Páginas: 144
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Toda mulher já se sentiu insegura na hora de sair sozinha na rua. O risco de ser abordada, perseguida ou assediada é uma realidade. Mas, um dia, uma moça chamada Babi Souza teve uma ideia simples e revolucionária: da próxima vez em que você estiver sozinha, olhe para os lados. Pode ter outra mulher andando na mesma direção. Por que não vão juntas?
Logo, o movimento Vamos Juntas? conquistou moças em todo o Brasil, se tornando um símbolo de união feminina e feminismo, na defesa por direitos iguais entre homens e mulheres. Aos poucos, muitas mulheres mudaram sua forma de enxergar o dia a dia e a moça ao lado.
Além de dados sobre o feminismo, que mostram como ainda há tanto a ser conquistado, este guia traz relatos de mulheres que aprenderam, junto ao Vamos Juntas?, a enxergar companheiras umas nas outras. A se unir, ao invés de rivalizar.

Resenha: Quantas vezes uma mulher já teve medo de andar sozinha na rua por correr o risco de ser assediada, assaltada ou até mesmo violentada? O caminho de ida e volta pra casa, para o trabalho, escola ou faculdade pode ser pior do que parece já que, infelizmente, faz parte da realidade feminina que elas ainda sejam alvos da intromissiva e abusiva abordagem masculina. E por passar por uma situação dessas, a jornalista Babi Souza refletiu sobre a questão da insegurança que, nós mulheres, sentimos diante de situações assim e criou o movimento Vamos Juntas? que, apesar de simples, pode fazer toda a diferença num trajeto a ser percorrido: Se você estiver andando sozinha durante a noite ou numa rua deserta, olhe em volta. Pode ter uma mulher indo na mesma direção e com os mesmos receios que você, então por que não irem juntas?
A ideia ganhou espaço no Facebook e a repercussão foi enorme. Em pouco tempo a página ganhou centenas de milhares de curtidas, comentários e compartilhamentos, mulheres de todas as idades e de todos os lugares do Brasil aderiram e propagaram a ideia e várias delas passaram a relatar muito do que já vivenciaram em experiências que tiveram, tanto as boas quanto as más.


O mais legal do movimento é que, através dele, muitas mulheres tiveram voz, deixaram a insegurança de lado e resolveram enfrentar seus medos e até mesmo seus assediadores. Encontraram uma na outra uma irmã a quem se abrigar, alguém a quem apoiar e dar um ombro amigo, independente das circunstâncias, sem julgamento e só com o intuito de fazer o bem a quem é exatamente como nós. Uma aliança baseada na sororidade visando o bem estar de todas.
O livro não toca somente no ponto do movimento, mas também na importância do feminismo e do empoderamento feminino, mostrando que muitas mulheres, por não saberem o real significado desses termos, ainda não vestiram a camisa a ponto de lutarem pela igualdade de gênero. Logo, o livro desconstrói conceitos mal interpretados de forma leve, direta e quase didática.


E pensem numa diagramação fofa! O projeto gráfico do livro é a coisa mais gracinha, com cores marcantes, tipografia descolada, ilustrações lindas em forma de pictogramas que combinam com a proposta do livro, cards recortáveis com mensagens inspiradoras e um formato que funciona como um verdadeiro guia, com a história do movimento, a história da sororidade, estatísticas e dados históricos sobre os feitos de mulheres notáveis, relatos verídicos das seguidoras da fanpage e até uma análise sobre a rivalidade entre mulheres (que jamais deveria existir).

Vamos Juntas? é um livro, acima de tudo, necessário, afinal, se o tempo passa e os homens ainda continuam insistindo em se comportar dessa forma, sem indícios de que vão mudar e sem nos respeitar como iguais, que a mudança parta de nós, da nossa união e dessa coisa linda chamada sororidade, que vem crescendo a cada dia mais. Juntas nós podemos quebrar barreiras, ultrapassar limites e mudar o mundo!


Os Segredos Matemáticos dos Simpsons - Simon Singh

20 de março de 2016

Título: Os Segredos Matemáticos dos Simpsons
Autor: Simon Singh
Editora: Record
Gênero: Não Ficção
Ano: 2016
Páginas: 280
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Um livro que oferece um vislumbre completamente novo de um dos programas de maior sucesso da história da televisão.
Você pode ter assistido a centenas de episódios de Os Simpsons (e de seu primo, Futurama) sem nunca ter se dado conta das referências sutis à matemática brilhantemente incorporadas em muitas tramas – de equações famosas aos teoremas e conjecturas mais modernos. Ao relembrar episódios memoráveis da série, Simon Singh revela que por trás dessas referências estão a genialidade e o senso de humor sem igual dos roteiristas, muitos deles com formação acadêmica avançada em matemática.
Os segredos matemáticos dos Simpsons mergulha em histórias que exploram diversos conceitos matemáticos, apresentando imagens dos episódios, diagramas e testes.

Resenha: Os Segredos Matemáticos dos Simpsons, escrito pelo autor britânico Simon Singh e publicado no Brasil pela Editora Record, faz uma abordagem bastante inovadora acerca da série de animação Os Simpsons. Simon é um grande divulgador da ciência e da matemática e neste livro ele visa descomplicar e esclarecer que nada que aparece nas cenas não são por mero acaso.

Criada por Matt Groening, Os Simpsons consiste numa paródia que satiriza a cultura, a sociedade, o estilo de vida da classe média americana e vários aspectos relacionados à condição humana através de uma família completamente disfuncional composta por Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie.

O que poucos sabem é que, no sentido literal da coisa, seus roteiristas são geniais. Muitos deles possuem doutorado em Matemática, Física e Ciência da Computação e os episódios, além de muito engraçados, são cheios de referências engenhosas e super inteligentes.

Em Os Simpsons e seus Segredos Matemáticos, o autor frisa que embora a matemática ainda desperte a rejeição da maioria, principalmente aqueles que gostam de cultura pop, ela é mais do que um simples elemento: Faz parte da vida e não pode simplesmente ser ignorada.
A leitura é fácil e agradável, tem muito bom humor incorporado nos textos e nos títulos dos capítulos, mas não é exatamente fluída devido a alguns termos técnicos e exemplos do que podemos encontrar nos episódios mencionados. O autor faz definições de fórmulas, cálculos e teoremas de forma a facilitar a compreensão do leitor sem que o texto tenha aquele teor de aula chata e desinteressante. Inicialmente a impressão é que tais explicações iriam confundir nossas ideias, mas ao utilizar os exemplos encontrados no seriado, as coisas acabam fluindo melhor e acabam sendo bem legais.


A partir da página 185 o foco passa a ser o seriado animado Futurama, dos mesmos criadores de Os Simpsons, e, utilizando do ambiente futurista, a inserção da matemática ganhou um toque especial e mais avançado devido ao universo ser mais voltado ao público nerd e geek.

A capa tem as cores características do desenho, azul e amarela, com fórmulas e gráficos curiosos e que ilustram bem o conteúdo da obra. A diagramação é bem caprichada e há fotos, testes, piadas, imagens do seriado e ilustrações de várias fórmulas que apareceram em algum episódio que sempre é mencionado e explicado para que se entenda o contexto. Os nomes dos episódios, por ora, são mencionados, porém, apesar do ano, senti falta da informação sobre a temporada a qual pertencem para facilitar a procura.

Não espere muito profundidade na abordagem. Ela é feita de uma forma simplista e bem didática para que qualquer um possa ter acesso e compreender (desde que tenha paciência e leia sabendo a quê o livro se destina), mas acho que, para que o livro seja bem aproveitado, o leitor deve, no mínimo, ser fã da série ou gostar bastante de matemática para dar prosseguimento a leitura. Não curto matemática mas sou muito fã de Os Simpsons, então ler este livro me trouxe uma enorme nostalgia acerca de episódios antigos e dos quais não me atentei para os detalhes onde a matemática, a física e a própria ciência estavam embutidas.

No mais, aos fãs da série, é uma leitura super válida para que se possa assistir aos episódios sob um olhar mais atento e curioso. Dessa forma, compreendemos que por mais que a família Simpson seja cômica e hilária, assim como o elenco dos demais personagens, há mais profundidade nas situações que eles vivenciam do que imaginamos.



Sejamos Todos Feministas - Chimamanda Ngozi Adichie

9 de março de 2016

Título: Sejamos Todos Feministas
Autora: Chimamanda Ngozi Adichie
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Não ficção
Ano: 2015
Páginas: 64
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente do dia em que a chamaram de feminista pela primeira vez. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. "Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: 'Você apoia o terrorismo!'". Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e começou a se intitular uma "feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens". Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé.

Resenha: Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora nigeriana que ficou conhecida como uma das autoras mais influentes no que diz respeito a suas obras de cunho feminista.
Sejamos Todos Feministas é um livro com apenas 64 páginas, adaptado e baseado em um discurso que a autora fez no TEDxEuston em 2012, um evento destinado a palestras dedicadas à ideias inspiradoras sobre questões políticas, sociais ou ambientais.
O discurso se referiu à sua própria experiência e teve tanta repercursão que em 2013 foi incorporado na música Flawless, da cantora Beyoncé, ganhando ainda mais notoriedade e visibilidade.
O livro foi publicado pela Companhia das Letras e está disponível para download gratuito no site da Amazon.

Somos Todos Feministas é um tipo de conversa com o leitor onde a autora expõe suas experiências, seus pensamentos e sua opnião sobre a problemática que se refere às questões de gênero tão polêmicas presentes na sociedade com bastante leveza, legividade e de forma direta dando uma ótima perspectiva sobre o tema.

"...os homens não pensam na questão de gênero, nem notam que ela existe."
- Pág. 44

Quantas vezes as mulheres foram taxadas de forma negativa apenas por serem mulheres?
O fato é que o feminismo ainda é mal interpretado, e muitas vezes é considerado como um conceito negativo, e a autora começa seu discurso assim, contando uma ocasião em que um amigo a chamou de feminista pela primeira vez, em tom acusatório e desaprovador. E ao descobrir que o feminismo é um movimento que busca e luta pela igualdade do gênero, onde homens e mulheres devem ter os mesmos direitos, ela abraçou o conceito e passou a levá-lo como um lema em sua vida.

Hoje em dia vemos vários movimentos que apoiam a causa, enquanto há quem seja contra por simplesmente não entender do que se trata sem ao menos se dar ao trabalho de procurar saber seu funcionamento e seu real objetivo.
Até quando as mulheres serão diminuidas ou privadas de direitos, escolhas e conquistas que a sociedade acredita serem destinadas exclusivamente aos homens? Até quando se submeterão a certos tipos de coisas somente para superar ou cumprir as expectativas alheias?
O problema, no meu ponto de vista, é que pra cada ação há uma reação e a luta das mulheres em busca de direitos iguais talvez seja encarada pelos homens como um desafio, uma afronta. Seria porque a ideia de perder o título de "dominador" seja incômoda e dê a impressão de fracasso ou de submissão? É difícil para alguns entender ou aceitar conceitos que não foram inseridos na educação desde a infância e, dessa forma, crescem acreditando que cada um tem um papel definido na sociedade, na família, no trabalho e afins, e o que foge disso é anormal ou errado...

Basta entender que o feminismo não é o oposto de machismo, muito pelo contrário. O feminismo tenta mudar a realidade das mulheres que vivem constantemente sendo discriminadas por sua condição de ter nascido mulher, enquanto o machismo se baseia na crença de que os homens são superiores a elas, como se isso lhes dessem o "direito" de humilhá-las, abusá-las e colocá-las em seu lugar. Mas o que me pergunto é qual lugar seria este na cabeça desses pobres coitados?

Sou mulher e meu lugar é onde eu quero estar. Trabalho e cuido da casa e dos filhos, sim, mas tenho opinião própria, falo palavrão, jogo video game, não dependo de ninguém pra nada, não me deixo levar por influências que considero negativas, cuido da minha vida sem interferir na vida de ninguém e ser respeitada por ser quem eu sou é o mínimo, é simples. E se isso incomoda aqueles que discordam ou pensam que o lugar da mulher é na cozinha, é uma pena. Não vou mudar, e as mulheres que querem respeito por serem quem são e por suas escolhas também não.

Sejamos Todos Feministas é um livro curto, sim, mas com um conteúdo grandioso, poderoso e de utilidade pública.

Confira o discurso da autora (em inglês, sem legendas) que já conta com mais de 2,5 milhões de visualizações atualmente:





O Mundo de Anne Frank - Janny van der Molen

9 de outubro de 2015

Título: O Mundo de Anne Frank - Lá fora, a guerra
Autora: Janny van der Molen
Ilustradora: Martijn van der Linden
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Juvenil/Não ficção
Ano: 2015
Páginas: 184
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Se o diário em que a jovem Anne Frank relata os dias vividos num esconderijo em Amsterdã com a família durante a Segunda Guerra Mundial dispensa maiores apresentações, o lançamento O mundo de Anne Frank, de Janny van der Molen, merece ser conhecido pelo leitor brasileiro. O título, que chega às livrarias em meio aos 70 anos do fim do conflito e da morte da jovem, é resultado de extensa pesquisa, feita com o apoio da Fundação Anne Frank, e recria a história da jovem judia de forma acessível para todas as idades, (re)contando a história de Anne Frank com sensibilidade, a partir de seu famoso diário e de informações históricas, fotografias e belas ilustrações.

Resenha: Escrito pela autora holandesa Janny van der Molen e publicado no Brasil pelo selo Rocco Jovens Leitores, O Mundo de Anne Frank é uma adaptação do clássico O Diário de Anne Frank, uma obra que após ter sido publicado tornou a adolescente um ícone depois de sua narração para os fatos de como foi sua vida no período da Segunda Guerra Mundial, em que ela, a família e mais um grupo de pessoas, por serem de origem judaica, precisaram viver escondidos num Anexo secreto num edifício comercial a fim de não serem descobertos ou capturados pelos nazistas.


Em O Mundo de Anne Frank, muita pesquisa foi feita também fora do Diário e isso possibilita ao jovem leitor saber um pouco sobre como era a vida de Anne antes de ela ser confinada no esconderijo, como era feliz e aproveitava a infância como qualquer criança normal deveria fazer mas ainda assim estava sempre atenta às coisas que acontecia ao seu redor.
O durante mostra como tudo foi feito as pressas e as escondidas quando rumores de que os judeus estavam sendo assassinados ou enviados a lugares para trabalhar até a morte começaram a surgir. A ideia do Diário surgiu quando Anne ouviu no rádio uma mensagem de que estavam em busca de provas das atrocidades dos alemães, assim como relatos de quem testemunhou qualquer coisa que fosse, e a vontade de Anne era contribuir, escrevendo tudo com a esperança de que um dia suas palavras pudessem ser imortalizadas quando publicasse um livro. Também é possível saber o que aconteceu após as famílias serem capturadas e levadas aos terríveis campos de concentração nazistas assim como o que aconteceu lá.
"Lá fora, a guerra. Então eles permaneceram lá dentro. Dia após dia. Escondidos, aguardavam em silêncio e com medo o final daquela terrível guerra. Mal lembravam como era abrir a porta da frente e andar em plena luz do dia. Sentir o sol, o ar fresco, rir e andar pela rua, pegar um bonde, fazer o que bem entendessem... O mundo lá fora se tornou o inimigo. O mundo lá fora dava medo."
- Pág. 85

Este pode ser considerado como um livro de não ficção narrativa pois a autora usa uma história real e seus fatos para romantizá-la, tornando a leitura fácil, fluída e bastante acessível para o público infantil e juvenil. A repressão que os judeus sofreram, como foram vetados de serem pessoas livres, como foram perseguidos e massacrados são pontos que vemos na história, de acordo com a visão inocente de Anne, dando um toque bem sutil de forma a manter a leitura bem leve. Por mais que Anne relate vários fatos do que via ou ouvia falar em seu diário (que ela chamava de Kitty), a história também tem foco no relacionamento da garota com a família, com a irmã Margot, com o jovem Peter e os demais moradores da casa que nem sempre eram tão amigáveis como era de se esperar, afinal, as pessoas estão presas e escondidas, desconfortáveis, vivendo de restos ou comida estragada, não podem dar sinais de que estão alí e conflitos surgiriam mais cedo ou mais tarde. Era uma situação deplorável, que levaria qualquer ser humano a atingir seus limites.

O livro é um projeto único e maravilhoso, e traz um dos relatos mais importantes acerca do Holocausto e seus horrores. A diagramação é uma graça e as ilustrações em cores da artista Martijn van der Linden também colaboram para a riqueza da obra ao mostrar algumas das situações que a protagonista vivenciou, seja antes, durante ou depois de se esconder no Anexo.

Uma história bonita com um final trágico, agora contada de forma simples e com muita sensibilidade, mas que ainda envolve e emociona.



Condenáveis - Leonardo Torres

14 de agosto de 2012

Lido em: Agosto de 2012
Título: Condenáveis - Uma História de Filho e Pai
Autor: Leonardo Torres
Editora: Independente
Gênero: Literatura Nacional/Não Ficção/Biografia
Ano: 2012
Páginas: 145
Nota: ★★★★★
Sinopse: Ele descobriu que o pai havia sido preso através de um programa de TV. No início, sentiu culpa e vergonha por acreditar ser filho de um criminoso. Depois, raiva e aversão. Tudo o que queria era distância. Policial civil conhecido pelo combate ao tráfico de drogas, o pai foi acusado de venda de armas e repasse de informações sigilosas a traficantes procurados no Rio de Janeiro. Era a chamada Operação Guilhotina, que ocupou os noticiários nacionais em 2011. Estudante de Jornalismo, o filho tinha pânico que os colegas de trabalho descobrissem sua ascendência. Nunca pensou em visitar o pai na cadeia ou em telefonar para ele após sua libertação. O filho condenou o pai e, neste livro, explica o porquê.

Resenha: Confesso que desde a primeira vez que li a sinopse desse livro tive curiosidade pra ler devido a história ter a ver com uma das realidades do nosso país: Um filho de um policial corrupto que descobre de forma inusitada que o pai havia sido preso e nos conta um pouco sobre essa situação. Mas mal sabia eu que a história não é só a respeito desse "choque"...

Em "Condenáveis", Leonardo Torres nos mostra seu "diário", onde põe pra fora todo o sentimento que tem (e também o que não tem), nos dando detalhes, muitas vezes bem particulares, de como foi sua vida da infância até a adolescência, os problemas familiares e dificuldades financeiras que enfrentou com a mãe e contando com a completa ausência e falta de interesse do pai.
É aquele tipo de relacionamento superficial, de imenso incômodo por estar na presença de alguém que não se conhece nem tem afinidade, onde o pai, mesmo sem saber como lidar com a situação direito, quer forçar a barra com o filho pra mostrar que quem manda é ele, como se laços sanguíneos fosse sinônimo de amor... O que não é bem verdade, convenhamos...
Respeito é uma coisa a ser conquistada. Se for imposto, não vale nada e acaba sendo perdido... Acho que quem já passou por isso vai se identificar perfeitamente, e quem não passou, vai entender qual é o sentimento...

A narrativa é fantástica, ágil, impecavelmente bem escrita e detalhada que prende o leitor do início ao fim.
Como todos sabem (ou pelo menos os que me conhecem sabem rsrs), eu sou chata com capas, e de início não fui muito com a cara desta por ter achado meio pobrinha e não ter entendido a gravatinha de papel... mas isso mudou drasticamente... No decorrer da leitura, entendemos perfeitamente que ela tem todo um significado e que não poderia ter capa melhor, o que prova que nunca devemos julgar um livro por ela!

Adorei poder saber um pouco mais da vida do "Leozinho", pois assim como ele, também cresci com um pai ausente e super me identifiquei com a história e com os sentimentos dele. Só tenho que parabenizar o autor pela excelente escrita e por ter tido essa coragem de expor seus sentimentos de forma tão verdadeira em um livro.
Recomendo muitíssimo a leitura!