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Na Telinha - (Des)encanto (1ª temporada)

5 de setembro de 2018

Título: (Des)encanto (Disenchantment)
Temporada: 1 | Episódios: 10
Elenco: Abbi Jacobson, Nat Faxon, Eric André, John DiMaggio
Gênero: Animação/Comédia/Fantasia
Ano: 2018
Duração: 24min
Classificação: +16
Nota:
Sinopse: Toda princesa tem seus deveres, mas ela quer mesmo é encher a cara. E com um elfo e um demônio como parceiros, levar o rei à loucura será uma tarefa fácil.

Mês passado, a nova série de fantasia medieval de Matt Groenning, o ilustre criador de Os Simpsons, estreou na Netflix para contar as peripécias da Princesa Tiabeanie Mariabeanie de La Rochambeaux Drunkowitz, ou Bean, como é chamada.


A história se passa no reino de Dreamland (ou Terra dos Sonhos, em português), e devido às alianças serem importantes entre os monarcas, o casamento arranjado era algo obrigatório. Bean é a filha do Rei Zog. Ela é uma jovem rebelde, aventureira e bastante encrenqueira, que contra sua vontade e para seu eterno desgosto, estava destinada a se casar com um príncipe insosso para firmar a dita aliança. Porém, no triste dia do seu casamento, ela recebe de presente um pequeno demônio chamado Luci, que se torna seu demônio pessoal e passa a lhe atormentar dando conselhos impossíveis e a metendo em várias furadas.



Em paralelo à essa história, Elfo é um elfo que vive em seu vilarejo mágico e alegre onde funciona uma fábrica de doces. Ele está de saco cheio de tanta cantoria e felicidade e decide deixar toda essa alegria pra trás para experimentar as desgraças do mundo real. Eis que ele chega à Terra dos Sonhos e, sem querer, acaba invadindo o casamento de Bean e se tornando mais um amigo improvável para compor esse trio de malucos, mas ao mesmo tempo acaba despertando o interesse dos magos do reino e do rei Zog, que querem usar o sangue dele para fins mágicos e obscuros.





A trama se desenvolve a partir dessa união entre Bean, Luci e Elfo, e cada episódio mostra uma aventura diferente do trio que vai desde bebedeiras, drogas, brigas em bar, planos de assassinato, e fugas frenéticas para salvarem as próprias vidas.

A série traz um enredo cheio de sarcasmo com críticas bem humoradas à temas como religião e machismo, e aborda o poder feminino através dessa princesa que adora uma curtição, com direito a bebedeira, jogatinas e afins, e que quer ser a dona de seu destino.


Não nego que embora a história se passe numa época passada, ela não deixa de ser atemporal, lembrando bastante Os Simpsons (que se passa no presente) e Futurama (que se passa no futuro), e não somente pelos traços característicos das animações de Matt Groenning, mas pelas críticas sociais que são bem parecidas e pertinentes, pelo humor ácido e inteligente, e pela forma como os personagens são construídos. O diferencial é que esta é de gênero fantástico e é protagonizada por uma personagem feminina que foge de estereótipos, principalmente para a época.

Mas, embora tenha sido uma série muito boa de se acompanhar de forma geral, acabou não tendo profundidade, foi desenvolvida de uma forma muito lenta, deixou algumas questões em aberto e acabou sendo mais do mesmo. Foi uma série que prometeu muito, mas entregou algo que não superou as minhas expectativas. Mesmo que (Des)encanto tenha apenas dez episódios curtos de pouco mais de vinte minutos, me peguei cochilando diversas vezes e tendo que voltar pro início pois a aventura da vez não me deixava envolvida o suficiente pra me manter ligada.


Apesar de haver questionamentos relevantes a vários moldes da sociedade, principalmente os tradicionais, e possuir uma trama maior envolvendo os interesses do reino por Elfo, haviam outras subtramas menores que poderiam ser mais interessantes do que a principal, mas que não ganharam a devida importância pela falta de aprofundamento, por algumas terem caído no esquecimento, ou por algumas cenas desprovidas de significado que, do contrário, talvez pudesse ter vindo a acrescentar algo à trama.
O fato de eu ter assistido os episódios no idioma original pode ter interferido na minha experiência, já que a dublagem usou e abusou de termos e memes brasileiros que, ao meu ver, não tem nada a ver com a série (e nem com nada que não seja nacional, pra ser sincera). Mesmo que possam ser criativos, não consigo achar graça dentro do contexto da história e, pra mim, é um recurso utilizado que, na maioria das vezes, modifica características únicas de personagens, e empobrece diálogos e situações.

Ao final, penso que (Des)encanto tem potencial e material de sobra para ir além e agradar muita gente com tantas questões atuais sendo abordadas numa época distante em meio ao bom humor, a magia, fantasia e várias confusões, mas vou precisar aguardar a segunda temporada, sem muitas expectativas dessa vez, já que a primeira ficou aquém do esperado.

Na Telinha - Gilmore Girls (1ª Temporada)

5 de junho de 2018

Título: Gilmore Girls (Gilmore Girls)
Temporada: 1 | Episódios: 21
Elenco: Lauren Graham, Alexis Bledel, Melissa McCarthy, Keiko Agena, Scott Patterson, Yanic Truesdale, Kelly Bishop, Edward Herrmann
Gênero: Família/Comédia/Drama
Ano: 2000
Duração: 42min
Classificação: +12
Nota
Sinopse: Lorelai Gilmore (Lauren Graham) tem uma relação tão amigável com sua filha, Rory (Alexis Bladel), que muitas vezes elas são confundidas como irmãs. Entre o relacionamento de Lorelai com seus pais, a nova escola preparatória de Rory, e os romances nas vidas das duas, há muito drama e muita diversão acontecendo.

Gilmore Girls é uma série que retrata o dia-a-dia disfuncional de Lorelai e Rory Gilmore, mãe e filha, viciadas em café, na aconchegante cidadezinha fictícia de Stars Hollow, onde todo mundo sabe da vida de todo mundo.


Lorelai é uma jovem mãe solteira que gerencia o hotel da cidade e faz de tudo pra dar o melhor pra filha, e isso inclui matriculá-la na melhor - e mais cara - escola particular e de grande prestígio da cidade, a Chilton. Porém, sem dinheiro suficiente, ela acaba recorrendo aos seus pais endinheirados para que eles custeiem os estudos de Rory. Em contrapartida, Emily, a matriarca intrometida, insensível e controladora da família Gilmore, exige que as duas participem de um jantar semanal em sua mansão a fim de reunir a família e se aproximar delas, afinal, desde que Lorelai engravidou aos dezesseis anos, ela não quis mais saber de seus pais depois de ter sido tão repreendida e saiu de casa pra cuidar da própria vida. Mas, pensando no futuro e na felicidade da filha, ela não hesitou em pedir o dinheiro emprestado a eles e preferiu aguentar as consequências de pedir essa ajuda, mesmo que isso significasse passar por estresses constantes, humilhações e aturar os desaforos absurdos da mãe..


Rory é uma adolescente esforçada, inteligente e que adora livros. Mesmo que gostasse da escola pública que estudava, ela (e sua mãe) acreditava que pra realizar seu sonho de ir pra Harvard, deveria aproveitar as oportunidades e estudar num colégio melhor. O que ela não esperava era que as coisas fossem tão difíceis com os demais alunos, incluindo Tristin, um garoto bonito mas insuportável que não sabe lidar com a rejeição de Rory, e Paris, que vê Rory como uma rival e vive para azucriná-la a qualquer custo. E as constantes cobranças dos professores também não facilitam a vida da menina.
Assim, de um lado vamos acompanhando a rotina escolar de Rory, sua amizade com Lane, seu primeiro amor com o fofo Dean, seu relacionamento com sua mãe e com os avós que ela mal conhecia. E de outro, a vida de Lorelai, seu cotidiano no trabalho, sua frustração com sua mãe, a amizade com Sookie, a chef do hotel, e com Luke, o cara legal e dono do café da cidade que todo mundo frequenta.


A primeira temporada da série não é muito curta (são vinte e um episódios de pouco mais de quarenta minutos) e sempre tem um assunto envolvendo família, amor ou amizade a ser tratado nos episódios. Talvez por ter estreado há quase vinte anos, é aquele tipo de série com um ritmo que não se vê nas séries atuais. Não há nada de grandioso acontecendo, tudo acontece de uma forma bem lenta, e mesmo que a série trate de questões adolescentes, o que fica claro é a construção do relacionamento entre mãe e filha, a ideia de tentarem levar esse relacionamento sem segredos, de serem amigas e de confiarem uma na outra, mesmo que, às vezes, isso não seja muito simples e fácil de se fazer, e é isso que acaba prendendo a atenção. Os diálogos das duas sempre são bem inteligentes, dinâmicos e cheios de referências à cultura pop, e isso é um charme extra que a série possui.


Rory é bem madura pra idade que tem, e muitas vezes me perguntei como pode ela ser tão sensata e inteligente, ao levar em consideração que sua mãe é uma completa maluca. Lorelai pode ter sido a filha rebelde que trouxe desgosto para seus pais controladores, mas, mesmo tendo sido mãe solteira e batalhado duro para criar Rory sozinha, ela é um tanto peculiar. Talvez sua construção seja uma forma de retratar uma personagem como sendo "gente como a gente", a mãe que, como todas as demais, põe a filha em primeiro lugar na vida e faz de tudo por ela, o que é lindo de se ver, mas ainda tem seus defeitos. Ciumenta, destrambelhada, irritante e até egoísta são algumas das suas carateristas que lhe dão um ar cômico, principalmente pela infinidade de piadinhas que ela vive fazendo a fim de quebrar a tensão que paira no ar, mas isso não me agradou muito pois tudo que vem em excesso acaba sendo prejudicial ao meu ver. Suas indecisões, inseguranças e até falta de consideração (disfarçada de esquecimento) com quem se importa com ela são tantas que penso que ela ainda tem um longo caminho de amadurecimento pela frente... Não digo que ela seja ruim, muito pelo contrário, só acho que, no meu ponto de vista, seus defeitos de destacaram mais do que suas virtudes e acredito que com o tempo, e com as experiências que ela ainda vai ter, ela melhore.


Assim como sua mãe, Emily, que não perde a oportunidade de jogar em sua cara o quanto ela foi inconsequente e irresponsável no passado, ou o quanto perdeu por ter desperdiçado as oportunidades que ela poderia ter quando engravidou. Mas ao mesmo tempo dá pra perceber que por mais revoltante que seja toda essa intromissão, por mais absurdo que seja, esse é o jeito que ela encontrou de se reaproximar da filha e da neta como tentativa de por fim na amargura que carrega dentro de si, e em alguns momentos ela pode até ser, sim, bem compreensiva, por mais que se ache a dona da razão e seja uma personagem que a gente já começa a odiar logo da primeira vez que entra em cena.

De resto, acho legal ressaltar que, mesmo que o feminismo não fosse algo tratado naquela época como é hoje, é legal de se ver como as personagens femininas, num geral, são interessantes, assim como as formas individuais de cada uma levar a vida e lidar com os problemas que aparecem, já que tem personalidades próprias e pensamentos distintos, enquanto os personagens masculinos estão alí para acrescentarem algo e colaborarem para o desenvolvimento das histórias delas.


Luke é ótimo é a construção da amizade dele com Lorelai é gradual e cheia de sutilezas, e é impossível não torcer pra que eles fiquem juntos. Michel, o recepcionista do hotel, tem um mau humor fora do comum e uma cara de bosta impagável, mas é muito engraçado. Inclusive corro o risco de ter me identificado com ele bem mais do que com as meninas.


Uma coisa que achei bem clichê na série é aquela ideia de um relacionamento que começa na base do ódio, mas que vai se desenvolvendo e dando a entender que no final das contas tudo vai ficar bem e virar amor/amizade, principalmente por Rory ser compreensiva e ser sempre capaz de enxergar o lado positivo em todo mundo, mesmo que sejam babacas com ela. É o caso de Tristin e Paris. Tristin é um palhaço que se acha e parece só querer ficar com Rory para se autoafirmar de que ele pode ter o que quer, quando quer, mas no fundo é super carente. E Paris é a chata insuportável da escola que pega no pé de quem possa representar uma ameaça pra ela de acordo com o que ela pensa (e que quase nunca corresponde a realidade). Ela não tem amigas verdadeiras, não quer que seus problemas sejam o centro das atenções e tenta desviá-los, trazendo os problemas alheios à tona. E mesmo que Rory seja a única que a enfrente, é impossível não esperar que essa rivalidade logo vai chegar ao fim e se transformar em uma sólida amizade, mesmo que sempre aconteça algum mal entendido que parece impedir isso. Tenho certeza que em algum momento Paris vai ceder e assumir que Rory pode ser uma grande amiga, já que ela não tem nenhuma que acrescente algo em sua vida.


Enfim, até então não é a série preferida da minha vida, mas gostei bastante a ponto de querer continuar (mesmo que eu tenha começado tão tarde). Só me resta aguardar o que as próximas temporadas reservam...

Na Telinha - Aggretsuko (1ª Temporada)

10 de maio de 2018

Título: Aggretsuko (アグレッシブ烈子)
Temporada: 1 | Episódios: 10
Distribuidora: Netflix/Sanrio
Elenco: Kaolip e Rarecho (death metal voice), Sohta Arai, Rina Inoue, Shingo Kato, Maki Tsuruta, Komegumi Koiwasaki, Yuki Takahashi
Gênero: Anime/Drama/Comédia
Ano: 2018
Duração: 15min
Classificação: +12
Nota:★★★★★
Sinopse: Frustrada com o emprego, Retsuko, a panda vermelha, encara a luta diária cantando death metal em um karaokê depois do expediente.

A Sanrio e seus personagens gracinhas que esbanjam fofuras surpreendem cada vez mais, vide Hello Kitty, Chococat e companhia. Agora, baseado na panda vermelha Retsuko, a Netflix, nessa super parceria, recentemente lançou o anime Aggretsuko (Agressive Retsuko), voltado a um público mais adulto devido às questões abordadas e que, pra mim, acertou em cheio, tanto pela animação super cute e colorida quanto pela temática que faz qualquer um refletir sobre a própria vida.



"Retsuko, escorpiana, 25 anos, solteira, sangue tipo A", como ela se denomina, trabalha no setor contábil de uma grande empresa há cinco anos mas está exausta e muito insatisfeita, tanto pela rotina de pegar metrô lotado todo santo dia, pelo trabalho ser completamente desgastante e quanto por ter que lidar com um chefe que abusa de seu poder e com colegas inconvenientes no ambiente profissional. Para espairecer um pouco, ela frequenta um karaokê onde virou cliente assídua e, numa sala reservada, se joga - e se transforma em quem é de verdade - cantando/gritando death metal como ninguém.



Não se deixem enganar pelos traços infantis e bonitinhos do anime. Ele mostra com bastante fidelidade o cotidiano exaustivo do trajeto para o trabalho e do dia-a-dia, dos funcionários dentro de uma empresa e, por isso, vai se bem fácil que muitos se identifiquem com as situações abordadas, desde as mais simples, como colegas que adoram espalhar fofocas, chefes folgados, puxa-sacos, gente que vive de aparências e etc, até as mais delicadas como o abuso de poder, agressões e abusos psicológicos.



Retsuko é aquela personagem que acabou se acomodando a esse tipo de vida, e, por ser insegura e certinha demais, ela tem medo de arriscar, deixando de aproveitar oportunidades e explorar novos horizontes por se agarrar a ideia de que deve se prender naquilo que acha certo e estável, por mais que aquilo a faça infeliz, em vez de apostar no que é ''duvidoso". Ela engole desaforo porque tem contas pra pagar e se conforma com o que tem. Todos os problemas que a deixam saturada vão se acumulando, e o death metal é sua única válvula de escape, seu refúgio que lhe serve de consolo, principalmente porque as letras resumem tudo aquilo que ela gostaria de por pra fora, como mandar o chefe a merda por exemplo, mas guarda pra si pra não colocar o emprego em risco. Quando a situação sai de controle e o expediente ainda não acabou, ela corre pro banheiro com seu inseparável microfone e dá seus berros por lá mesmo.



Ainda dentro do universo dos embustes da vida, a segunda metade do anime ainda mostra que nada é tão ruim que não possa piorar. Retsuko conhece Resasuke, que trabalha no setor de vendas da empresa. Além dele ser tratado pelos amigos como um objeto de decoração no escritório, ele ganhou o apelido de "Príncipe Egoísta" por sempre pensar em si mesmo, mas Retsuko é a única que não consegue enxergar isso quando se pega apaixonada por ele, mesmo com os constantes avisos de suas amigas de que o cara não tem nada demais e não é alguém que se importe de verdade com ela, ou com o quanto fica evidente que ele está nesse relacionamento por livre e espontânea pressão dos colegas de trabalho. Este acaba sendo um exemplo claro e direto sobre as armadilhas do romance é o quanto é prejudicial, em todos os sentidos, estar num relacionamento onde o sentimento não é recíproco. Enquanto ela o enxerga como um príncipe encantado, maravilhoso e de olhos brilhantes, ele é totalmente aéreo e alheio a qualquer coisa à sua volta e não está nem um pouco interessado em manter um relacionamento com ninguém, e nem parece se importar com isso, e Retsuko, no mundo da lua, não enxerga que está numa furada e ainda acaba prejudicando seu desempenho no trabalho por estar envolvida com alguém que não liga e nem se preocupa em fazê-la feliz.





Assim ela vai aprendendo com as próprias experiências que, apesar de tudo, ela não deve deixar de ser quem é para agradar os outros ou pra se sentir realizada de alguma forma. E suas boas amigas e aqueles que realmente se importam com ela estão ali pra ajudá-la nessa jornada que é a vida adulta.

Ter responsabilidades não significa precisar se submeter a qualquer coisa em nome dos boletos que precisamos pagar. Estar num relacionamento não impede que nossos olhos fiquem fechados para os defeitos que o outro tem, idealizando o que queremos enquanto ignoramos o que temos. Pra mim, foi simplesmente incrível acompanhar um anime, aparentemente bobinho, que aborda questões relevantes de uma forma descomplicada, engraçada e inspiradora.
Aggretsuko é uma pequena lição de vida em forma de anime e já estou ansiosa por uma segunda temporada, com mais episódios, por favor.

Na Telinha - iZombie (1ª Temporada)

4 de maio de 2018

Baseada na HQ iZombie, da Vertigo (selo da DC Comics)
Título: iZombie (iZombie)
Temporada: 1 | Episódios: 13
Elenco: Rose McIver, Malcolm Goodwin, Rahul Kohli, Robert Buckley, David Anders, Aly Michalka, Robert Knepper
Gênero: Policial/Sobrenatural/Terror/Comédia
Ano: 2015
Duração: 42min
Classificação: +14
Nota:
Sinopse: Olivia "Liv" Moore é doce, disciplinada, e uma médica residente com sua trajetória de vida completamente traçada... até a noite em que ela vai à uma festa e se transforma, inesperadamente, em uma zumbi. Agora, como uma morta-viva, ela consegue um emprego em um necrotério para ter acesso aos cérebros dos quais deve se alimentar para manter sua sobrevivência. Mas, a cada cérebro que ela consome, ela herda as memórias de quem ele habitava.

Olivia Moore é uma médica que, após ter sido transformada em zumbi num verdadeiro massacre que aconteceu em uma festa no Lago Washington, abandona sua carreira no hospital e rompe com seu noivo, Major Lilywhite, para trabalhar no necrotério da polícia de Seattle, pois alí ela estaria muito bem servida, obrigada. Como zumbi, além de ficar com a pele pálida e o cabelo platinado, características padrão de zumbis, ela passa a ter a necessidade de comer cérebros, pois só assim ela não se transforma num monstro selvagem que poderia causar o apocalipse. Um zumbi bem alimentado é um zumbi feliz ♥.


Mas o que ninguém imaginava era que, ao comer os cérebros dos defuntos, Liv passa a ter pequenos flashes em primeira pessoa das memórias armazenadas e que antecedem suas mortes, e, para o caso da morte ser um crime, isso acaba sendo de grande ajuda nas investigações.
Agora, com a ajuda de seu chefe e confidente, o Dr. Ravi Chakrabarti, o único que sabe que ela é uma zumbi, Olivia faz de tudo para manter sua condição em segredo ao mesmo tempo que se passa por uma "vidente" para ajudar o detetive cético Clive Babineaux a investigar os crimes que, aparentemente, não parecem ter solução.


Pela série ser baseada na HQ homônima, tanto a abertura quanto as mudanças de "capítulos" são em forma de ilustrações, o que acaba dando um ar bastante descontraído à série. Encontramos mortes horríveis, bastante sangue e um cardápio bastante variado - e grotesco - , desde que se mantenha o ingrediente essencial - os miolos - e que sempre é apresentado através de uma receita diferente e bastante "apetitosa", e com direito a todos os tipos de pimentas das mais ardidas que podem ser encontradas nos supermercados.


A roupagem nova que os zumbis da série ganharam, onde eles podem viver em sociedade sem levantar suspeitas, desde que não lhes faltem cérebros, protetor solar, muita pimenta e, em alguns casos, tinta de cabelo e bronzeamento artificial, é bastante original e interessante e, embora cada episódio se destine a uma morte e um crime distintos, há uma trama que segue pela série onde o zumbi que transformou Liv, Blaine "DeBeers" McDonough, é o principal vilão.


Ele quer ser poderoso e cheio do dinheiro e, pra conseguir atingir seus objetivos, começa a transformar os maiores ricaços da cidade em zumbis para que ele seja o único fornecedor de cérebros para eles. Obviamente ele não recorre aos meios "legais" para tal, principalmente por saber que a existência dos zumbis ainda devem se manter em segredo, então muitos dos crimes a serem resolvidos estão ligados diretamente a esse "negócio" e o que seus capangas/funcionários fazem. O problema é que seus métodos para conseguir cérebros acaba interferindo no trabalho do ex-noivo de Liv, que é assistente social, pois vários garotos de rua começam a desaparecer e Major não pensa duas vezes quando decide fazer as próprias investigações, pois percebe que a polícia não o ajudaria da forma como ele gostaria.


Essa primeira temporada é introdutória, mas conseguiu apresentar os personagens do elenco principal de forma bastante satisfatória e divertida, tanto em objetivos quanto na questão da construção de cada um deles. Por mais que algumas questões acerca das mortes e dos crimes possam ser sérias e pesadas, ainda há espaço para tiradas hilárias e várias referências à cultura pop. Ravi, por exemplo, é um médico legista e cientista inglês (com aquele sotaque carregado) que nas horas vagas trabalha na cura a partir do que ele acredita ser a causa do zumbiismo, o que também dá espaço pra outros plots bem interessantes dentro da trama, mas ele também é super nerd, fã de Star Wars, games, RPG, HQ's e afins. As cenas mais engraçadas, em grande maioria, são protagonizadas por ele. E assim como Ravi, os demais personagens tem seus próprios arcos, sendo possível focar em outros tipos de acontecimentos de suas vidas que nem sempre estão ligados à Liv, como momentos do passado de cada um ou coisas que podemos esperar em episódios e temporadas futuras a partir de suas decisões.


Liv é uma das protagonistas mais peculiares que já acompanhei. Embora ela tenha sido apresentada como uma pessoa doce, certinha e decidida, a medida que ela come os miolos do defunto da semana, ela absorve a personalidade dele e seu comportamento muda drasticamente, seja no jeito de andar, agir, falar e vestir. O detetive Clive fica intrigado com tantas mudanças de comportamento de sua parceira, mas por não saber, e porque não iria mesmo acreditar na condição dela, ele só considera que ela é um tipo de vidente estranha. E ainda temos o relacionamento dela com Major, pois como ele é um cara super bacana, ela não quer perder o contato com ele, então por mais que ela ainda goste dele, e ele dela, Liv prefere manter as coisas na base da amizade para não colocar a vida dele em risco.


Eu realmente tenho que bater palmas para a atuação de Rose McIver para esse papel, pois não deve ser fácil interpretar tantas pessoas diferentes sendo uma só. E apesar do penteado de Liv ser uma graça, é impossível não notar que é uma baita peruca (o que é compreensível, afinal, manter um cabelo platinado não é algo tão fácil... Daenerys quem o diga)... Os cérebros de gelatina também não enganam muito, mas isso é um fator que deixa os episódios ainda mais nojentos (e engraçados).


Enfim, pra quem gosta do gênero policial/investigativo e gosta do universo sobrenatural dos zumbis, iZombie é uma ótima pedida. A série é viciante e deliciosamente divertida.