Sombra e Ossos - Leigh Bardugo

2 de maio de 2021

Título:
Sombra e Ossos - Grishaverso #1
Autora: Leigh Bardugo
Editora: Planeta/Minotauro
Gênero: Fantasia/Jovem adulto
Ano: 2021
Páginas: 288
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: Em um país dividido pela Dobra das Sombras – uma faixa de terra povoada por monstros sombrios – e no qual a corte real está repleta de pessoas com poderes mágicos, Alina Starkov pode se considerar uma garota comum. Seus dias consistem em trabalhar como cartógrafa no Exército e em tentar esconder de seu melhor amigo, Maly, o que sente por ele. Quando Maly é gravemente ferido por um dos monstros que vivem na Dobra, Alina, desesperada, descobre que é muito mais forte do que pensava: ela é consegue invocar o poder da luz, a única coisa capaz de acabar com a Dobra das Sombras e reunificar Ravka de uma vez por todas. Por conta disso, Alina é enviada ao Palácio para ser treinada como parte de um grupo de guerreiros com habilidades extraordinárias, os Grishas. Sob os cuidados do Darkling, o Grisha mais poderoso de todos, Alina terá que aprender a lidar com seus novos poderes, navegar pelas perigosas intrigas da corte e sobreviver a ameaças vindas de todos os lados.

Resenha: Escrita pela autora israelita Leigh Bardugo, a Trilogia Grisha foi publicada em 2013 aqui no Brasil pela Editora Gutemberg. Agora, a trilogia está sendo relançada pelo selo Minotauro da Editora Planeta, que adquiriu os direitos de publicação e está lançando a trilogia sob novo - e mais bonito - projeto gráfico, e com nome de "Grishaverso" (achei feio, viu).

Num universo onde os humanos convivem com os Grishas, pessoas dotadas de poderes muito especiais chamados de "pequena ciência" e que fazem com que eles sejam capazes de controlar energia e elementos ao seu redor, Alina Starkov é uma jovem órfã e comum que serve o primeiro exército do rei de Ravka. Ela faz parte da equipe de Cartógrafos da linha de frente, responsáveis por desenhar mapas a fim de guiar os soldados. Alina cresceu num orfanato junto com seu melhor e inseparável amigo Malyen Oretsev, ou Maly, e ele serve o mesmo exército na função de Rastreador, seguindo pistas para definir o melhor caminho a ser seguido, além de ter muita facilidade para caçar e encontrar pessoas.

Ravka é uma monarquia, e mesmo que o rei tenha dois exércitos para protegê-lo, o primeiro formado por humanos na linha de frente, e o segundo exército por Grishas como soldados de elite liderados pelo Conjurador das Sombras, ou Darkling, desde que o país foi dividido por um mar de trevas, tudo se tornou um grande problema...

Conta a velha lenda que, há centenas de anos, um Grisha dotado de poderes incomparáveis e sombrio, conhecido como Herege Negro, conjurou uma densa e gigantesca onda feita de escuridão que dividiu o país, mais especificamente a cidade de Kribirsk. A faixa negra passou a ser chamada de Dobra das Sombras, ou Não-Mar, e é habitada pelos Volcras, monstros alados e terríveis que atacam e destroçam tudo o que adentra a escuridão. Era praticamente impossível que alguém conseguisse atravessar e sobrevivesse pra contar a história. Com o passar dos anos, a Dobra continuava sendo o pior e mais perigoso problema que Ravka precisava enfrentar, pois com a rota principal bloqueada, o país ficou estagnado, não se comunicava como deveria, e costumava ser alvo de ataques vindos dos países vizinhos. E nem o próprio Darkling, o único em Ravka com o poder de controlar as trevas, era capaz de destruir o Não-Mar. Devido aos inúmeros conflitos, também não era possível simplesmente contornar a Dobra pois era tão arriscado quanto atravessá-la. Enquanto Shu Han, ao sul, capturava Grishas para fazer experimentos a fim de tentar descobrir a fonte desse poder, Fjerda, ao norte, os caçava feito animais acreditando que se tratavam de bruxos perigosos e nada confiáveis. Logo, fora de Ravka, os Grishas além de não estarem seguros, eram tratados com muito preconceito, como se fossem a escória da humanidade. A esperança de todos era que um dia um Conjurador do Sol aparecesse e usasse seus poderes de luz para destruir de uma vez por todas a Dobra, mas ninguém nunca havia visto um...

Partindo dessa premissa, tudo começa quando um grupo de soldados dos dois exércitos, incluindo Alina e Maly, precisam atravessar a dobra numa missão, mas tudo dá errado. Maly é atacado por um Volcra, e numa tentativa desesperada de salvar o amigo, Alina acaba revelando um poder que, até então, ela desconhecia ter, e não só salvou Maly, como destruiu os Volcras que atacavam o esquife.
Alina, então, foi reconhecida como uma Grisha, mas não uma Grisha qualquer, pelo poder que ela havia manifestado durante a travessia na Dobra, tudo indicava que era a Grisha lendária, a tão esperada Conjuradora do Sol, aquela que seria capaz de destruir a Dobra de uma vez por todas. Mas será esse um fardo que Alina pode carregar?

Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista da própria Alina, a escrita da autora é muito fluída e os detalhes da construção de mundo tornam a leitura um tanto empolgante. Vamos acompanhando a jornada de Alina se descobrindo como Grisha, aprendendo a controlar seus poderes com a ajuda, proteção - e proximidade - do Darkling, lidando com a ideia de ser um tipo de santa que veio pra salvar o mundo das trevas, mas vista por outros como uma abominação que merece a morte. E por essa parte da fé que as pessoas de Ravka depositam em Alina, é possível perceber que a autora consegue fazer uma crítica nada sutil sobre o poder da fé e como ela afeta as pessoas, seja pelo lado positivo de acreditar que as coisas vão melhorar desde que se tenha esperanças, como pelo lado negativo incluindo o fato de como é possível manipular os outros através dessa fé, assim como os absurdos do fanatismo e da ignorância (que nem sempre é uma benção). E ainda tem aqueles que só acreditam se puderem ver com os próprios olhos, e quando vêem, não acreditam.

Alina é uma personagem em processo de amadurecimento, auto aceitação e autodescoberta. Apesar dela ficar deslumbrada por sair do lixo e ir viver no luxo do palácio, ela precisa lidar com o fato de que muitas pessoas acreditam que ela é uma fraude total que deve ser impedida, e ela precisa provar pros outros e pra si mesma que ela tem sim os tais poderes de luz, fazendo demonstrações a todo momento para o rei enquanto é humilhada por humanos intolerantes e também por Grishas invejosos que se aproveitam por ela ainda não saber controlar muito bem seus poderes durante os treinamentos.
Diante dessa situação, ela acaba se apegando muito ao Darkling, pois desde que ela descobriu suas habilidades, ele tem sido o único que entende a real grandeza do seu poder, faz qualquer coisa pra mantê-la em segurança, e sabe usar as palavras pra confortá-la - e despertar seu interesse - como ninguém. Mas, ela também sente a falta de Maly, afinal, antes disso tudo acontecer e sua vida ter virado de cabeça pra baixo, era ele o seu porto seguro, a única pessoa que ela tinha, e não ter noticias dele desde que foi para Os Alta se apresentar pro rei a deixa angustiada. O problema é que entre Alina e Maly não existe química, talvez porque a amizade se evidencie mais que qualquer outro interesse, mas com o Darkling a coisa pega fogo, meudeus (mesmo que eu tenha achado isso meio forçado). Talvez a ideia de unir esses dois seja aquela história dos opostos se atraírem, mas por mais que ela tivesse o apoio dele desde o início, eu ainda ficava desconfiada de que tinha alguma coisa de errado e que boa coisa essa história não ia dar.

Sabe aquele meme "O INÍCIO DE UM SONHO/DEU TUDO ERRADO"? Pois ele resume bem a situação de Alina do início ao fim, coitada.

Como a construção desse universo tem muitos detalhes, confesso que demorei quase metade do livro pra entender todas as classificações dos Grishas e pronunciar os nomes esquisitos dos personagens, mas depois as coisas ficaram mais fáceis.

Sendo assim, vou colocar aqui o resumão que me ajudou a entender a divisão das Ordens e classificação dos poderes dos Grishas, é só clicar no botão abaixo e o texto vai ser expandido. Não deixei aberto pra resenha não ficar gigantesca e maior do que já está, e pra dar opção pra quem não quiser ler não precisar ficar procurando o trecho onde acabam as explicações. Talvez possa facilitar pra quem teve um pouco de dificuldade para acompanhar a construção de mundo enorme e cheia de detalhes da autora, mas caso já saiba ou não queira ler sobre isso agora, ignore o botão.

Os Grishas são divididos em três Ordens, os Corporalki, os Etherealki, e os Materialki, e elas são divididas em subcategorias que definem o que exatamente eles manipulam/controlam. Além disso, cada Ordem é representada por uma cor, que é usada nas vestes oficiais dos Grishas, chamadas de keftas. Além da cor básica da ordem, cada kefta traz ornamentos e detalhes bordados com uma segunda cor que representa a subcategoria da tal Ordem.

Os Corporalki são a Ordem dos Vivos e dos Mortos, e eles são capazes de manipular o corpo humano. Dentro dos Corporalki, existem duas subcategorias principais: os Sangradores, que basicamente controlam o corpo afim de causar alguma mudança em seu funcionamento ou algum tipo de dano (letal ou não), e isso faz com que sejam muito temidos em confrontos já que conseguem causar danos e até matar oponentes a distância; e os Curandeiros, que curam feridas, doenças, salvam enfermos, e etc. Ainda dentro dos Corporalki existe a subcategoria dos Artesãos, que têm o dom de mudar a aparência dos outros e de si mesmos temporariamente. Artesãos, embora raros, são considerados inferiores e não tem uma cor definida em suas keftas. Os Grishas da ordem dos Corporalki vestem keftas vermelhas. As keftas dos Sangradores tem detalhes bordados em preto, e a dos Curandeiros tem detalhes cinza.

Os Etherealki são a Ordem dos Conjuradores, e eles são capazes de conjurar e manipular elementos. Dentro dos Etherealkis, existem três subcategorias principais, e duas especiais que são extremamente raras. Os Aeros controlam o ar, formando rajadas de vento, aumentando ou diminuindo a velocidade do ar; Os Hidros, que controlam a água; e os Infernais, que manipulam o fogo
A kefta que os Etherealki vestem é azul. Os detalhes da kefta dos Aeros é cinza, dos Infernais é vermelho, e dos Hidros é azul claro.
As subcategorias especiais dos Etherealki são de conjuradores únicos e ainda mais raros: o Conjurador das Sombras, que sempre se veste todo de preto, o temido Darkling; e o lendário - e jamais visto - Conjurador do Sol. O Darkling tem o poder de detectar e invocar os poderes dos outros Grishas, assim como amplificar seus poderes, mas o poder principal dele é controlar as sombras e as trevas, trazendo a escuridão absoluta, e ainda sendo capaz de transformar a sombra em matéria para atacar - e fatiar em pedaços - os inimigos. O Conjurador do Sol é o completo oposto do Conjurador das Sombras, pois ele é capaz de conjurar e emitir grandes feiches de luz, assim como invocar o calor do sol iluminando e aquecendo tudo a sua volta.

Os Materialki são a Ordem dos Fabricantes, que conseguem detectar e controlar materiais compostos para fabricarem itens úteis aos Grishas. As subcategorias dos Materialki são os Durastes, que trabalham com materiais sólidos como metais, aços, vidros e etc (inclusive são eles que fabricam as keftas fazendo com que sejam blindadas a fim de proteger os Grishas de ataques com armas e flechas); e os Alquimistas, que lidam com compostos químicos líquidos, podendo fabricar poções, venenos e etc. Eles vestes keftas roxas. As keftas dos Durastes tem detalhes cinza, e a dos Alquimistas tem detalhes vermelho. Os Materialki não são muito úteis para lutar em batalhas, mas são úteis para fabricar itens que podem ser usados nelas, principalmente artefatos que amplificam o poder dos Grishas.

Como acontece com a maioria dos primeiros volumes de trilogias ou séries, Sombra e Ossos não fugiu muito dessa "regra", e funciona mais como uma introdução a esse universo fantástico. Sabemos sobre a origem da Dobra, sabemos como é a vida dos Grishas dentro e fora de Ravka, mas algumas partes são meio repetitivas (principalmente no que diz respeito a Alina e sua teimosia, ou quando está no modo iludida), assim como a falta de maiores detalhes da história de alguns personagens que tem uma certa relevância na trama. Outra coisa que não me agradou muito foi o fato de várias situações serem descobertas com suposições feitas por qualquer um, o que tornou algumas situações tensas ou perigosas um tanto convenientes. A impressão que tive é que ninguém pode tentar passar despercebido em paz, porque surge alguém do além dotado de inteligência afiada pra desmascarar quem vem lá com essas suposições e atrapalhar tudo.
No final das contas, eu gostei muito da história, principalmente pela construção de mundo com relação aos países e às características das pessoas de cada um deles, quanto pelo universo dos Grishas. Achei bem original. Mas não posso dizer o mesmo com relação aos personagens, pois além de ter sentido falta de mais informações sobre alguns deles, principalmente de Genya (a Artesã da corte que serve a rainha pra mantê-la sempre bonita) houve sim vários clichês que acabaram empobrecendo a experiência com a leitura. Não tenho muita paciência com possíveis preocupações românticas no meio do apocalipse, muito menos quando há qualquer possibilidade pra um triângulo amoroso onde a protagonista fica dividida entre dois amores e/ou não é capaz de enxergar a cilada que está se metendo.
Pra quem procura por uma história envolvente e muito bem construída, cheia de intrigas, perigos, traições e esperança, Sombra e Ossos é livro mais do que recomendado.
PS.:  E se você pretende assistir a série na Netflix, recomendo muito que o livro seja lido primeiro pra experiência ser ainda melhor. Se eu não tivesse lido, não teria entendido nada e não teria passado do primeiro episódio até hoje.

Resumo do Mês - Abril 3.7

1 de maio de 2021


Ok. Abril já acabou e eu cheguei nos 3.7. Pensar que tô mais perto dos 40 anos do que dos 30 é meio assustador. Meudeusdocéu, são quase 4 décadas.
Se vcs derem uma espiada nos resumos do mês de abril do blog, vão ver que esse é um dos "piores" meses pra mim, porque não é nem pelo meu aniversário (que já nem comemoro mais e é um dia como qualquer outro), mas é aniversário da Marina (que já 19 anos, meupai) e do Theo (que fez 7), e agora em Maio, ainda tem o do Ian (que vai fazer 4). Sei que estamos em isolamento e fazer festa pra juntar o povão em plena pandemia é a última coisa que eu faria, mas, mesmo que seja uma coisinha bem simples e só pra gente aqui de casa, não posso deixar o aniversário deles passar em branco. Então fico naquele desespero pra fazer um bolo (às vezes compro pronto mesmo, azar), uns docinhos, enfeites, e essas coisas que toda mãe faz pra comemorar o aniversário dos filhos.

E como se isso já não tomasse um tempo considerável, ainda fiz minha matrícula num curso de tarô que queria fazer há muito tempo (até que enfim) e tô levando os estudos super a sério. Acho que eu precisava me dedicar a alguma coisa, aprender uma coisa nova que, além de ser do meu interesse, me trouxesse alguma coisa de diferente, algum benefício, alguma coisa que eu possa tirar proveito, e o tarô pra mim tem sido uma terapia maravilhosa. Quem sabe um dia, quando eu tiver bem confiante e craque nas leituras, eu tome coragem, perca a vergonha e abra as cartas pra ajudar alguém... já quero fazer um blog sobre tarô

Sendo assim, mesmo que eu tenha lido 3 livros e assistido duas séries em abril, só consegui fazer uma resenha (que inclusive já devia ter feito desde quando criei o blog, que foi a época que li esse livro foda), e por ter reassistido o filme Feitiço do Tempo depois de anos, tive que fazer a wishlist com o popinho do Phil. Vou deixar pra escrever as resenhas dos livros lidos agora em Maio mesmo. Tinha começado a assistir Sombra e Ossos na Netflix e não tava entendendo bulhufas, toda vez que tentava assistir eu ficava com sono e dormia, e nunca passava no segundo episódio sem ter entendido o primeiro, aí fui obrigada a ir direto na fonte: recorri ao bendito livro pra entender, e depois poder assistir a série em paz. Terminei ontem essa bendita e achei bem legal (já quero popinhos kkkk). Vou fazer resenha do livro, da série já não garanto.

Enfim, foi uma miséria, eu admito, mas foi o que dei conta de fazer:

Caixa de Correio #110 - Abril

30 de abril de 2021

Abril tá indo embora, mas recebi um monte de livros e pops durante esse mês pra minha alegria, fora uns decks de tarô que eu tava de olho fazia um tempinho. Aproveitei meu aniversário pra me dar tudo isso de presente, acho que mereço.

Espiem a caixinha desse mês:

Wishlist #98 - Funko Pop - Groundhog Day

14 de abril de 2021

Quem viveu o surto coletivo que foi os anos 90 deve lembrar do filme "Feitiço do Tempo", não é mesmo? O filme é um clássico protagonizado pelo ilustre Bill Murray, que vive Phil, um meteorologista intragável que ninguém suporta. Ele vai gravar uma matéria numa cidadezinha que está comemorando o Dia da Marmota, mas acaba ficando preso no tempo, sendo obrigado a viver o mesmo dia por milhões de vezes. Posso dizer com toda certeza que marcou minha infância/adolescência e hoje consigo ver a verdadeira aula de mindfulness que esse filme dá pra qualquer um. Sendo assim, quando soube que a Funko iria lançar um popinho dele, não pensei duas vezes em incluir o bendito com sua marmotinha na minha wishlist. Quero!



PS.: Em tempos de quarentena e isolamento, onde todo mundo está mais louco do que nunca, essa comédia é super indicada. Recomendo muito assistirem!

Maus - Art Spiegelman

2 de abril de 2021

Título: Maus
Autora: Art Spiegelman
Editora: Quadrinhos na Cia
Gênero: HQ/Graphic Novel
Ano: 2005
Páginas: 296
Nota:★★★★★
Compre: Amazon
Sinopse: Maus, rato em alemão, é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu aos campos de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art Spiegelman. O livro é considerado um clássico moderno das histórias em quadrinhos. Foi publicado em 2 partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, o livro ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de Literatura. A obra é um sucesso estrondoso de crítica e público. Desde que foi lançada, tem sido objeto de análises e estudos de especialistas em diversas áreas, como artes, história, literatura e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as 2 partes reunidas num só volume. Nos quadrinhos, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas como gatos, e, americanos como cachorros e poloneses como porcos. Esse recurso, aliado à ausência de cor nos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto. Art, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para espaçar a dúvidas e inquietações. É implacável com o personagem principal, seu próprio pai, retratado como destemido e valoroso, mas também como mesquinho e racista. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável.

Resenha: Na década de 80, o sueco Art Spiegelman iniciou algumas entrevistas com seu pai sobre as experiências vividas por ele na Segunda Guerra Mundial, e criou vários quadrinhos baseados nessas conversas. O resultado foi o lançamento do clássico moderno Maus (rato em alemão), que ganhou o prêmio Eisner em 1991 e o Pulitzer de Literatura em 1992. No Brasil ele foi publicado num em 2005 pelo selo Quadrinhos na Cia da Editora Companhia das Letras.
Confesso que apesar de ter lido Maus em 2012, eu ainda não sabia exatamente o que e como escrever sobre essa obra prima devido ao impacto que causou em mim, fui adiando a resenha até que esqueci, e agora, por ter sido convidada pela mybest Brasil para falar um pouquinho da minha Graphic Novel favorita, nada mais justo do que escolher essa obra clássica e super importante.

Quer conferir mais dicas e resenhas sobre HQ's, Mangás e Graphics Novels feitas por outros influenciadores literários? Espia aqui: https://mybest-brazil.com.br/19524

Maus vai mostrar o ponto de vista de Vladek Spiegelman, um sobrevivente polonês de Auschwitz e de Dechau, famosos campos de concentração onde os judeus tiveram seus destinos marcados pra sempre. Vladek dá seu relato de quando era jovem e se casou com Anja, até ter sido confinado nos campos de concentração, onde presenciou e foi submetido às mais terríveis atrocidades cometidas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O próprio autor da obra, filho de Vladek, vai descobrindo aos poucos a história trágica do passado do pai; da mãe; e do irmão, Richieu. O interesse de Artie pela história e a profundidade do relato de Vladek constroem um retrato verídico, dramático e muito cruel acerca do sofrimento vivido em meio aos horrores do Holocausto. Também é possível notar características estereotipadas de um típico judeu em Vladek enquanto ele narra sua história: além de ranzinza e birrento, percebemos que sua experiência da guerra deixaram marcas indeléveis que acabaram mudando sua personalidade, sua visão de mundo e o transformou numa pessoa diferente do que fora antes do ocorrido.
(pág. 61)
Ilustrado em preto e branco e com figuras metafóricas onde os judeus são apresentados como ratos, os nazistas como gatos, os americanos como cães, dentre outras comparações do tipo onde cada país é representado por um animal diferente, acompanhamos uma história de luta e sobrevivência contada de forma tão inteligente quanto triste. Os quadrinhos e os pequenos diálogos retratam fatos históricos fortes e pesados de uma maneira que, ao mesmo tempo que incomoda, instiga o leitor e o faz questionar sobre liberdade, igualdade e moralidade. Algumas cenas são tão fortes que é impossível não ficar com os olhos cheios de lágrimas.
Existe alguns erros de concordância propositais nas frases, visto que se tratam da representação dos sotaques estrangeiros dos personagens.

Para quem quer saber mais sobre o Holocausto e procura por algo diferente do encontrado em livros com textos maçantes, vai encontrar em Maus uma história baseada em relatos reais de alguém que sobreviveu à Segunda Guerra, com trechos tocantes e ilustrações intensas o bastante para mexer com nossos sentidos, nos fazendo questionar sobre a humanidade ter falhado e ter ido tão longe de si mesmos. Esse é o tipo de leitura que deveria ser obrigatória, seja para fins de estudo, ou para tentarmos entender até onde alguém pode chegar em busca de poder.

Resumo do Mês - Já acabou, Março?

1 de abril de 2021


Mas que diacho de tempo voando é esse, Brasel? Achei que ficar em casa ia acabar me fazendo cair dura, mas a alegria de estar dando conta de conciliar meu tempo pra fazer de tudo um tanto anda me deixando mui feliz, obrigada. Olha essa lista, que satisfação, aspira:

- Colocando minhas séries em dia
- Lendo meus livros
- Ensinando o Theo ler e escrever
- Ajudando a Vitória com os exercícios que a escola manda toda semana
- Estudando tarô
- Decorando e comprando coisas úteis pra casa 
- Terminei meu cronograma capilar e meu cabelo nem parece meu cabelo, nem acredito
- Lavando meu cabelo 3x por semana em vez de 2x por mês 
- Passando do dia 500 jogando Don't Starve Together sozinha
- Testando receitas divinas de cuzcuz que aprendi 
- Dormindo tarde/acordando cedo
- Fazendo exercícios 

Mas o que interessa é isso aqui: