Príncipe Partido - Erin Watt

10 de novembro de 2017

Título: Príncipe Partido - The Royals #2
Autora: Erin Watt
Editora: Essência
Gênero: Romance/Young Adult
Ano: 2017
Páginas: 352
Nota:★★★★☆
Sinopse: Reed tinha tudo na vida: beleza, status e dinheiro. As garotas da sua escola matariam para sair com ele, os caras queriam ser como ele, mas Reed nunca tinha dado a mínima para nada disso. Nem para a família. Até que Ella Harper apareceu na sua vida. Quando Ella chegou à mansão dos Royal, o que ele mais queria era que a nova hóspede sumisse, mas ela o conquistou e, agora, Reed irá fazer de tudo para mantê-la por perto. Ella lhe dá segurança, lhe transmite paz, o aconchega... sensações que há muito tempo não sentia. Porém Reed comete um deslize e Ella se afasta por completo, trazendo caos à família Royal. Reed vê seu mundo desmoronar e toda a esperança de viver um romance com Ella desaparece. A garota dos sonhos de Reed não quer mais saber dele, porque sabe que se ficarem juntos, isso vai destruí-los. Ella pode estar certa.

Resenha: Príncipe Partido é o segundo volume da série The Royals e dá continuidade aos acontecimentos do primeiro volume, Princesa de Papel do ponto onde terminou.
Ella fugiu depois de um enorme deslize cometido por Reed e não quer mais saber dele. O rapaz sabe que é culpado pelo que fez e ninguém sente mais a falta de Ella quanto ele. Toda a família Royal está indignada e furiosa com Reed, mas não tanto quanto ele próprio, pois da mesma forma que desprezaram a moça quando a conheceram, com o passar do tempo eles a conheceram melhor e aprenderam a amá-la.

Depois de todas as besteiras inomináveis que Reed fez, e de como, muitas vezes, Ella parece não ter usado o cérebro para tomar algumas atitudes, fiquei na expectativa de encontrar algo próximo da redenção neste volume.
Narrado em primeira pessoa, desta vez temos o ponto de vista de Reed além do de Ella para tentarmos compreender as motivações do rapaz que continua achando que pode resolver tudo na base da violência ou, assim como seu pai, com dinheiro. Alguns pontos até esclarecem algumas das atitudes que o rapaz tomou, mas confesso não ter achado muito necessário entrar na cabeça de um personagem arrogante e, muitas vezes, desagradável. Ele deu uma melhorada? Sim! Mas pra mim não foi o suficiente, sorry.

A escrita das autoras é bastante envolvente e fluída, e por abordar o universo adolescente de uma forma mais crua, assim como no livro anterior, nos deparamos com um linguajar chulo e recheado de palavreados de jovens que tiveram as personalidades construídas com base num passado horrível, e por isso acabam tendo mais defeitos do que virtudes (e a beleza não é considerada aqui, claro).

Com a fuga de Ella, o que parece é que a família está em pleno declínio. Um começa a se envolver com o que não deve, outros começam a se distanciar dos demais irmãos, e embora Callum, o pai dos garotos e tutor da menina, seja capaz de usar de vários artifícios para encontrar a Ella e trazê-la de volta pra casa, vemos Reed totalmente alheio com a escola e com suas obrigações. Sua única preocupação é encontrar Ella. E ele faz o que pode para se redimir, para reconquistá-la e ser perdoado, mas a única coisa que importa para Ella, além de reparar o estrago que fez ao fugir sem aviso, é não ser enganada mais uma vez, e perdoar não significa esquecer... Ella também repensa suas atitudes pois por mais que a família Royal tenha incontáveis defeitos, é inegável que ela os considerou sua família depois de ter passado tanta coisa junto com todos eles, e levando tudo isso em consideração, ela percebeu que uma atitude tomada sem pensar direito, pode afetar pessoas que ela não queria magoar. O problema maior é que Ella é uma personagem que, teoricamente, deveria ser um exemplo de empoderamento depois de tudo o que viveu e aprendeu, mas suas tentativas de mostrar o quão é badass é só a tornam digna de pena. A impressão que tive é que ela quer mostrar que é superior a quem tenta prejudicá-la de qualquer forma, mas o que ela faz é "alimentar os trolls", tomando atitudes que só fazem com que tudo o que dizem sobre ela pareça ser verdade. Ou quer fazer outras coisas para se tornar alguém admirável sendo que fica claro que é uma forma forçada de fazer com que os leitores se simpatizem com ela. Mas reclamando tanto e querendo "vingança", só tive pena.

Talvez tudo que aconteceu na família fez com que Callum olhasse para dentro de casa e enxergasse o que estava acontecendo com os filhos e com Ella. Se antes ele era um pai relapso, agora ele se mostra mais preocupado e mais presente, e que ter o pulso firme quando o assunto é educação é algo necessário. Porém, penso que em alguns casos é tarde demais pra tentar recuperar o prejuízo, e educar filhos se encaixa perfeitamente nessa questão. Se alguém passa a vida acreditando num determinado conceito, é difícil ficar livre dele de uma hora pra outra, e se o próprio pai pensa que dinheiro é a solução pra todos os problemas, independente de quais sejam, então boa coisa não pode sair dalí...

Este volume também acaba com um gancho pro terceiro livro da série, Twisted Palace, (ainda não publicado no Brasil), e pretendo continuar a leitura esperando ansiosa para que os personagens amadureçam, aprendam com os erros e tenham algo de relevante para passar adiante que vá além da dinâmica de uma família poderosa e endinheirada que atrai problemas e gente oportunista como nenhuma outra. Penso que muita novela mexicana não é nada perto de The Royals.

Por mais que tenha alguns pontos que, talvez, pudessem ser desenvolvidos e trabalhados de outra forma visando o público alvo do livro, é impossível não querer saber o que mais a história dessa família tão disfuncional reserva.

Novidades de Novembro - Arqueiro

A Pérola Que Rompeu a Concha - Nadia Hashimi

Filhas de um viciado em ópio, Rahima e suas irmãs raramente saem de casa ou vão à escola em meio ao governo opressor do Talibã. Sua única esperança é o antigo costume afegão do bacha posh, que permite à jovem Rahima vestir-se e ser tratada como um garoto até chegar à puberdade, ao período de se casar.
Como menino, ela poderá frequentar a escola, ir ao mercado, correr pelas ruas e até sustentar a casa, experimentando um tipo de liberdade antes inimaginável e que vai transformá-la para sempre.
Contudo, Rahima não é a primeira mulher da família a adotar esse costume tão singular. Um século antes, sua trisavó Shekiba, que ficou órfã devido a uma epidemia de cólera, salvou-se e construiu uma nova vida de maneira semelhante. A mudança deu início a uma jornada que a levou de uma existência de privações em uma vila rural à opulência do palácio do rei, na efervescente metrópole de Cabul.
A pérola que rompeu a concha entrelaça as histórias dessas duas mulheres extraordinárias que, apesar de separadas pelo tempo e pela distância, compartilham a coragem e vão em busca dos mesmos sonhos. Uma comovente narrativa sobre impotência, destino e a busca pela liberdade de controlar os próprios caminhos.

A Pedra Pagã - A Sina do Sete #3 - Nora Roberts

Partilhando visões de morte e fogo, os irmãos de sangue Cal, Fox e Gage, e as mulheres ligadas a eles pelo destino, Quinn, Layla e Cybil, não podem ignorar o fato de que o demônio está mais forte do que nunca e que a batalha final pela cidade de Hawkins Hollow está a poucos meses de acontecer.
A boa notícia é que eles conseguiram a arma necessária para deter o inimigo ao unir os três pedaços de jaspe-sanguíneo. A má notícia é que ainda não sabem como usá-la e o tempo está se esgotando.
Compartilhando o dom de ver o futuro, Cybil e Gage podem descobrir a resposta para esse enigma se trabalharem juntos. Só que, além de não terem nada em comum, os dois se recusam a ceder aos próprios sentimentos. Um jogador profissional como Gage sabe que se entregar a uma mulher como Cybil – com a inteligência, a força e a beleza devastadora dela – pode ser uma aposta muito alta. E qualquer erro de estratégia pode significar a diferença entre o apocalipse e o fim do pesadelo para Hawkins Hollow.
Em A Pedra Pagã, Nora Roberts encerra a emocionante trilogia A Sina do Sete, uma história sobre família, amor e amizade que consegue arrancar arrepios e suspiros de seus leitores.

Tipos Incomuns (Algumas Histórias) - Tom Hanks

Um affaire agitado e divertido entre dois grandes amigos. Um ator medíocre que se torna uma estrela e se vê em meio à frenética viagem de divulgação de um filme. O colunista de uma cidadezinha com um ponto de vista antiquado sobre o mundo. Uma mulher se adaptando à vida na nova vizinhança após o divórcio. Quatro amigos e sua viagem de ida e volta à Lua num foguete construído num fundo de quintal.
Essas são apenas algumas das pessoas e situações que Tom Hanks explora em sua primeira obra de ficção. Os contos têm algo em comum: em todos, uma máquina de escrever desempenha um papel — às vezes menor, às vezes central.
Conhecido por sua sensibilidade como ator, Hanks traz essa característica para sua escrita. Ora extravagante, ora comovente, ocasionalmente melancólico, Tipos incomuns deleitará e surpreenderá seus milhões de fãs.

Um Beijo à Meia-Noite - Contos de Fadas #2 - Eloisa James

Kate Daltry é uma jovem de 23 anos que não costuma frequentar os salões da alta sociedade. Desde a morte do pai, sete anos antes, ela se vê praticamente presa à propriedade da família, atendendo aos caprichos da madrasta, Mariana. Por isso, quando a detestável mulher a obriga a comparecer a um baile, Kate fica revoltada, mas acaba obedecendo. Lá, conhece o sedutor Gabriel, um príncipe irresistível. E irritante. A atração entre eles é imediata e fulminante, mas ambos sabem que um relacionamento é impossível. Afinal, Gabriel já está prometido a outra mulher – uma princesa! – e precisa com urgência do dote milionário para sustentar o castelo. Ele deveria se empenhar em cortejar sua futura esposa, não Kate, a inteligente e intempestiva mocinha que se recusa a bajulá-lo o tempo todo. No entanto, Gabriel não consegue disfarçar o enorme desejo que sente por ela. Determinado a tê-la para si, o príncipe precisará decidir, de uma vez por todas, quem reinará em seu castelo. Um beijo à meia-noite é um conto de fadas inspirado na história de Cinderela. Com um estilo que combina graça, encanto e sedução, Eloisa James escreve uma narrativa envolvente, com direito a fada madrinha e sapatinho de cristal.

Novidades de Novembro - Intrínseca

9 de novembro de 2017

Mulheres Sem Nome - Martha Hall Kelly

A socialite nova-iorquina Caroline Ferriday está sobrecarregada de trabalho no Consulado da França, em função da iminência da guerra. O ano é 1939 e o Exército de Hitler acaba de invadir a Polônia, onde Kasia Kuzmerick vai deixando para trás a tranquilidade da infância conforme se envolve cada vez mais com o movimento de resistência de seu país. Distante das duas, a ambiciosa Herta Oberheuser tem a oportunidade de se libertar de uma vida desoladora e abraçar o sonho de se tornar médica cirurgiã, a serviço da Alemanha. Três mulheres cujas trajetórias se cruzam quando o impensável acontece: Kasia é capturada e levada para o campo de concentração feminino de Ravensbrück, onde Herta agora exerce sua controversa medicina. Uma história que atravessa continentes — dos Estados Unidos à França, da Alemanha à Polônia — enquanto Caroline e Kasia persistem no sonho de tornar o mundo um lugar melhor. Costurado por fatos históricos e personagens femininas poderosas, Mulheres Sem Nome é um romance extraordinário sobre a luta anônima por amor e liberdade. Um livro inspirador, que encanta e comove até a última página.

Endurance - Scott Kelly

Veterano de quatro viagens espaciais, o astronauta americano Scott Kelly viveu experiências pelas quais pouquíssimas pessoas tiveram oportunidade de passar. Agora, depois de ficar um ano na Estação Espacial Internacional, batendo o recorde americano de dias consecutivos no espaço, ele compartilha com o leitor o desafio extremo representado pela longa permanência no espaço — tanto os aspectos mundanos, como a saudade da família e o isolamento, quanto os potencialmente mortais, como os impactos em seu corpo e as expedições fora da estação. Memórias sem precedentes de uma viagem única para Kelly e definitiva para a humanidade.

Vejo Você no Espaço - Jack Cheng

Alex tem onze anos e adora o espaço sideral, foguetes, sua família e seu cachorro, Carl Sagan - uma homenagem a seu maior herói, o astrônomo autor de Cosmos e Pálido ponto azul. A missão de vida de Alex é enviar seu iPod dourado para o espaço, do mesmo jeito que Sagan (o cientista, não o cachorro) enviou os Discos de Ouro nas sondas Voyager, em 1977, com sons e imagens da Terra, a fim de mostrar aos extraterrestres como é a vida no nosso planeta. Por isso, Alex constrói um foguete. E por isso ele viaja do Colorado ao Novo México, de Las Vegas a Los Angeles, gravando tudo o que acontece pelo caminho. Ele encontra pessoas incríveis, gentis e interessantes, desencava segredos e descobre que, mesmo para um menino com uma mãe complicada e um irmão ausente, família pode significar algo bem maior do que se imagina.
Um livro tocante e delicioso sobre aprendermos a discernir realidade e aparências, Vejo Você No Espaço é uma lição de que família também se constrói e de que, com honestidade, força e amor, nos tornamos tão grandes quanto o próprio universo.

A Sutil Arte de Ligar o F*da-se - Manson Mark

Chega de tentar buscar um sucesso que só existe na sua cabeça. Chega de se torturar para pensar positivo enquanto sua vida vai ladeira abaixo. Chega de se sentir inferior por não ver o lado bom de estar no fundo do poço.
Coaching, autoajuda, desenvolvimento pessoal, mentalização positiva - sem querer desprezar o valor de nada disso, a grande verdade é que às vezes nos sentimos quase sufocados diante da pressão infinita por parecermos otimistas o tempo todo. É um pecado social se deixar abater quando as coisas não vão bem. Ninguém pode fracassar simplesmente, sem aprender nada com isso. Não dá mais. É insuportável. E é aí que entra a revolucionária e sutil arte de ligar o foda-se.
Mark Manson usa toda a sua sagacidade de escritor e seu olhar crítico para propor um novo caminho rumo a uma vida melhor, mais coerente com a realidade e consciente dos nossos limites. E ele faz isso da melhor maneira. Como um verdadeiro amigo, Mark se senta ao seu lado e diz, olhando nos seus olhos: você não é tão especial. Ele conta umas piadas aqui, dá uns exemplos inusitados ali, joga umas verdades na sua cara e pronto, você já se sente muito mais alerta e capaz de enfrentar esse mundo cão.
Para os céticos e os descrentes, mas também para os amantes do gênero, enfim uma abordagem franca e inteligente que vai ajudar você a descobrir o que é realmente importante na sua vida, e f*da-se o resto. Livre-se agora da felicidade maquiada e superficial e abrace esta arte verdadeiramente transformadora.

O Touro Ferdinando - Munro Leaf

Um dos maiores clássicos da literatura infantil. A história que deu origem ao filme da Fox, dirigido por Carlos Saldanha.
Com mais de 80 anos de vida, o simpático Ferdinando continua em boa forma. Sua história não envelheceu um dia sequer, ainda hoje conquistando corações e inspirando o respeito pelas diferenças.
Publicado originalmente em 1938, O touro Ferdinando marcou gerações no mundo todo, tendo sido traduzido para mais de 60 idiomas. Com uma narrativa singela, uma união perfeita entre as ilustrações e o texto de humor delicado, o livro conta a história de um touro que, apesar de seu tamanho e sua força, não tem interesse em lutar nas touradas. Tudo que ele quer é cheirar as flores e ficar quietinho no seu canto, mas às vezes o mundo à nossa volta não compreende aqueles que são diferentes da maioria.
Com um personagem encantador e ilustrações impecáveis, a obra traz uma mensagem universal e atemporal e certamente será amada também pelo público brasileiro.

Princesa de Papel - Erin Watt

8 de novembro de 2017

Título: Princesa de Papel - The Royals #1
Autora: Erin Watt
Editora: Essência
Gênero: Romance/Young Adult
Ano: 2017
Páginas: 368
Nota:★★★★☆
Sinopse: Ella Harper é uma sobrevivente. Nunca conheceu o pai e passou a vida mudando de cidade em cidade com a mãe, uma mulher instável e problemática, acreditando que em algum momento as duas conseguiriam sair do sufoco. Mas agora a mãe morreu, e Ella está sozinha. É quando aparece Callum Royal, amigo do pai, que promete tirá-la da pobreza. A oferta parece tentadora: uma boa mesada, uma promessa de herança, uma nova vida na mansão dos Royal, onde passará a conviver com os cinco filhos de Callum. Ao chegar ao novo lar, Ella descobre que cada garoto Royal é mais atraente que o outro – e que todos a odeiam com todas as forças. Especialmente Reed, o mais sedutor, e também aquele capaz de baixar na escola o “decreto Royal” – basta uma palavra dele e a vida social da garota estará estilhaçada pelos próximos anos. Reed não a quer ali. Ele diz que ela não pertence ao mundo dos Royal. E ele pode estar certo.

Resenha: Princesa de Papel é o primeiro volume da série The Royals, escrita por Elle Kennedy (da série Amores Improváveis) e Jen Frederick (Woodlands e Gridiron) sob o pseudônimo de Erin Watt. Os livros da série estão sendo publicados no Brasil pela Editora Planeta de Livros através do selo Essência.

O livro conta a história de Ella Harper, uma jovem que não leva uma vida muito fácil já que, devido aos problemas pessoais e familiares, a garota se tornou uma verdadeira sobrevivente. Sem nunca ter conhecido o pai e com a recente morte da mãe, Ella busca pelo sonho de se formar na faculdade e assim se submete a qualquer trabalho para poder se sustentar, inclusive falsifica a identidade para fingir ser maior de idade e poder trabalhar num clube como dançarina de pole dance.
Em meio as dificuldades que Ella vinha enfrentando, algo de inesperado aconteceu: Callum Royal, um amigo do pai que ela nunca havia conhecido, aparece como seu tutor com a promessa de ajudá-la não só com dinheiro, mas com um lugar seguro onde morar.
Seria difícil recusar uma oferta tentadora como essa e, Ella, mesmo relutante, parte para a mansão dos Royal e passa a conviver com os cinco filhos de Callum, entre eles Reed, o bad boy sedutor tão lindo quanto os outros irmãos. Mas nenhum deles está disposto a fazê-la se sentir bem vinda naquela casa, principalmente na nova escola que ela passa a frequentar onde o que eles ditam acaba virando lei... Reed quer distância da garota pois ela simplesmente não pertence aquele mundo...
O que Ella não imaginava era que toda a raiva e repulsa que ela sentia poderia dar lugar a outro tipo de sentimento tão contrário a esses que ela havia desenvolvido. Resta a garota aprender a lidar com as confusões e fofocas típicas dos estudantes da escola, e a se encaixar num mundo regado a requinte e luxo, mas cheio de oportunismo e trapaças...

O livro é narrado em primeira pessoa e flui muito bem. Embora possa parecer algo clichê e bobo pela premissa, não se deixe enganar. A história da órfã que cái de para-quedas num universo de riqueza pode não ser algo tão original, mas as questões que as autoras levantam, mesmo que muitas delas não devam ser tratadas com seriedade, fizeram a diferença e tornaram o livro bem divertido. Algumas situações são bem nonsense e outras deixam qualquer um indignado e com vontade de transformar o livro numa pessoa, de preferência no próprio Reed, para socá-la na cara. Mas levando em consideração que o livro deve ser encarado sem maiores pretensões (de acordo com as próprias autoras), dá pra ir levando e fazendo cara de paisagem pra algumas cenas nada a ver.

Ella é uma tem apenas dezessete anos, mas já viu e viveu muitas coisas que deram a ela um certo grau de experiência de vida que muitos de sua idade não tem. Ela é determinada e tem a personalidade muito forte, com algumas excessões, mas ao mesmo tempo é desconfiada e resistente quando o assunto é o desconhecido, seja no que diz respeito às pessoas ou novidades, mas mesmo que esteja numa situação que a tenha tirado de sua zona de conforto, ela faz de tudo para se adaptar. Ao se sentir ameaçada e constantemente confrontada por Reed, que acredita que ela não passa de uma oportunista que quer se aproveitar de sua família, eles praticamente entram em guerra, mas muitos sabem que sentimentos mais intensos nascem de situações caóticas e cheias de más interpretações... Assim, um inimigo pode acabar se tornando o que menos se espera. Porém, e coloque um porém bem grande aqui, quando qualquer coisa surge de um relacionamento abusivo, por mais que haja tentativas de se justificar comportamentos questionáveis de sujeitos que crescem sem limites numa família completamente disfuncional, questões envolvendo a moral, desvios de caráter, os valores de alguém e etc, não consigo aceitar muito bem que um final feliz esteja alí esperando por todos no fim quando a personagem aceita ser tratada de forma abusiva. Reed é apresentado como um carinha mimado que acha que é dono do mundo e pode controlar os outros como bem entende, e, até que isso fosse desconstruído, eu já tinha tomado uma antipatia enorme da criatura. Não sou muito fã de relacionamentos nem um pingo saudáveis, mas é exatamente este elemento que serve para o desenvolvimento não só da história, mas do próprio caráter dos personagens envolvidos em toda aquela confusão que chamam de família.

O projeto gráfico do livro é muito bem feito, assim como a diagramação. Percebi alguns erros na revisão/tradução mas nada que tenha afetado a compreensão da frase.

Embora seja cheio de exageros e vagamente tenha me lembrado outras tramas, Princesa de Papel é uma leitura que dá pra curtir e até me arrancou algumas risadas, pois tem seus momentos de bom humor. Assim, recomendo a leitura pra quem goste de histórias a lá novelas mexicanas, com reviravoltas, segredos e revelações bombásticas e vários conflitos familiares que só fazem com que a vontade de devorar cada capítulo aumente. É leitura pra um único dia, pois é impossível largar o bendito livro.

Novidade de Novembro - Valentina

Originais - Saga Lux #4 - J. Lynn

Daemon fará o que for preciso para ter a Katy de volta.
Após a bem-sucedida, porém desastrosa, incursão a Mount Weather, ele está tendo que encarar o impensável. Katy foi capturada. Sua única meta agora é encontrá-la. Destruir qualquer um que se ponha em seu caminho? Com todo prazer. Incendiar o planeta inteiro para salvá-la? Moleza. Expor sua própria raça ao mundo? Sem problema.
Tudo o que a Katy pode fazer é sobreviver.
Cercada por inimigos, a única maneira que ela tem de sair dessa é se adaptando. Afinal, nem todas as facetas do Daedalus são totalmente malucas, embora os objetivos do grupo sejam assustadores e as verdades propagadas ainda mais perturbadoras. Quem é de fato o inimigo? O Daedalus? A humanidade? Ou os Luxen?
Juntos, eles podem encarar o que vem pela frente.
No entanto, a pior de todas as ameaças esteve escondida o tempo inteiro. Quando as verdades vierem à tona e as mentiras forem enfim desmascaradas, de que lado o Daemon e a Katy decidirão ficar? E será que eles conseguirão, pelo menos, continuar juntos?

Crueldade - Scott Bergstrom

7 de novembro de 2017

Título: Crueldade - The Cruelty #1
Autor: Scott Bergstrom
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Suspense
Ano: 2017
Páginas: 376
Nota:★★☆☆☆
Sinopse: O mundo de Gwendolyn Bloom vira de cabeça para baixo quando seu pai desaparece durante uma viagem de trabalho. Ela logo descobre que ele não é o homem que, por dezessete anos, achou que fosse — e essa é só a primeira de muitas revelações que Gwendolyn terá pela frente. Sem poder contar com a ajuda de mais ninguém para encontrá-lo, a garota parte em uma jornada tão perigosa quanto alucinante, seguindo os rastros do pai pela Europa. Porém, para se infiltrar — e sobreviver — em um novo mundo cheio de maldade e perversão, ela precisará deixar toda a sua vida para trás, assumir uma nova identidade e se tornar alguém tão cruel quanto seus piores inimigos.

Resenha: Crueldade é o primeiro livro da série The Cruelty, escrito por Scott Bergstrom e publicado no Brasil pela Editora Seguinte.

Gwendolyn é uma garota de dezessete anos e sua vida não é muito parecida com a vida das meninas de sua idade. Depois da perda da mãe, o pai de Gwenlly foi o único que lhe restou, e por ele trabalhar como diplomata, eles viajavam e se mudavam de país com muita frequência. Agora, morando em Nova York, as coisas não estão muito fáceis para ela na nova escola, pois, por ser bolsista, os filhos dos altos escalões da sociedade não a aceitam muito bem e ela vive sofrendo bullying. Mas, numa viagem a trabalho para Paris, seu pai desaparece, e a partir daí o mundo da garota vira de cabeça pra baixo. Além de descobrir que vivia uma mentira e de não poder acreditar em mais ninguém, ela ainda é obrigada a ir para o Texas viver sob a guarda de uma tia desconhecida. Até ela descobrir pistas sobre o paradeiro do pai e decidir que é hora de deixar o passado para trás, assumindo uma nova identidade e partindo para a Europa para procurá-lo.

Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista da protagonista, acompanhamos uma trama envolta por muita ação e com várias reviravoltas. Chega até a lembrar o filme "Busca Implacável".
Confesso não ser nada muito novo, pois o que encontramos é basicamente a história de uma garota que larga tudo para trás e parte rumo ao desconhecido, e além da jornada jornada cheia de perigos que ela enfrenta, essa busca acaba se transformando numa experiência de aprendizado, transformação, autoconhecimento, amadurecimento e até superação.
A transformação de Gwendollyn começa e ela se torna Sofia, e, após passar por um treinamento super intensivo, se torna alguém tão "cruel" quanto os inimigos que ela virá a enfrentar. Porém, o livro tem várias conveniências irritantes e penso que foi aí que a história se perdeu pois, pelo menos pra mim, não fez muito sentido uma menina que até então era tão "inocente" e sem maiores atrativos, se transformar numa pessoa quase sanguinária, impiedosa e que está pronta para resolver qualquer situação, por mais perigosa e impossível que seja. Acho que a tentativa do autor em criar uma personagem bad ass não só beirou o exagero como foi um fiasco. Gwendollyn/Sofia é superficial e seu lado "malvado" não é nada natural. Ela não convence em nada, e é como se tivesse sido construída para ser aquela fodona cheia de estereótipos que deveria agradar o público, mas só me fez revirar os olhos. As pessoas que estão ali para ajudá-la são agentes motivadores do enredo para desenvolver situações que não acrescentaram em nada e muitas vezes sequer tem muitas explicações, e suas características são convenientemente o que a protagonista precisa de acordo com suas necessidades.

Não sei se era por eu já estar de saco cheio da protagonista que outras coisas começaram se me incomodar, mas passei a prestar mais atenção nos diálogos, nas cenas de violência gratuita, sexo e nudez, nos palavreados sujos e afins, e tudo pra mim começou a ficar cansativo e desnecessário. Usar e abusar desse tipo de artifício deveria ser um complemento para tornar a narrativa interessante, evidenciando as essências desses personagens moralmente complexos, por mais que tenham pouca idade e já tenham que viver no limite do perigo, mas parece que o efeito foi outro.

Não acho que esse livro possa ser considerado como young adult porque aborda alguns temas bem pesados e até delicados de se falar sobre. O autor adentra esse universo mostrando um pouco do submundo das drogas, tráfico humano, prostituição e a até impunidade dos mafiosos que são bem cruéis com aqueles que entram em seus caminhos, até se depararem com a "crueldade" em pessoa...
Em suma, a impressão que fiquei ao final da leitura é que não passa de uma história rasa sobre uma garota que não hesita em enfrentar - e matar - um bando de criminosos.