Reviravolta - Kimberly Mascarenhas

20 de junho de 2017

Título: Reviravolta - Soul Rebel #1
Autora: Kimberly Mascarenhas
Editora: Leya
Gênero: New Adult/Literatura Nacional
Ano: 2016
Páginas: 400
Nota:★☆☆☆☆
Sinopse: Cassidy é uma jovem tímida, mas muito forte e decidida. A certa altura, depois de alguns acontecimentos inesperados em sua vida, Caissy conhecerá Mason, um cara lindo e sexy, mas com fama de perigoso. E uma atração inevitável entre eles vira o combustível de uma paixão conturbada. Cheia de dúvidas e conflitos internos, ela decide se entregar à paixão e correr todos os riscos, sem saber que se relacionar com ele talvez signifique colocar a própria vida em jogo.

Resenha: Cassidy é uma garota de dezessete anos que vive num internato católico em Atlanta desde os nove anos de idade. Depois que sua mãe foi internada num hospital psiquiátrico, seu pai não soube como lidar com a situação, achou melhor deixar a filha aos cuidados das freiras, e sumiu.
Caissy é a aluna mais antiga do internato, e ela e sua melhor amiga Claire sempre dão um jeito de fugirem no meio da noite pra curtir a balada e depois voltam como se nada tivesse acontecido. Numa dessas escapadas, Caissy se desentende com um cara, e Claire a avisa que ele não iria deixar barato, mas, sem dar muita bola, elas voltam pro colégio como se nunca tivessem saído. O que Cassidy não esperava era receber a notícia de que sua mãe havia falecido e que ela seria levada para a casa de Deborah Becker, uma amiga de infância de sua mãe que ela nunca conhecera. E como se essa avalanche de informações não fosse muita coisa pra digerir em poucos minutos, ao chegar na mansão de sua nova tutora, Caissy se depara com Mason, um gatíssimo com seus vinte e cinco anos de idade, o filho único de Deborah, mas ninguém menos do que o cara da boate com quem ela se desentendeu. Obviamente ele se irrita muito ao vê-la em sua casa, e mais desentendimentos ocorrem, e a única ideia de Caissy é ir embora dalí o mais rápido possível. Mas, a desgraça ainda era pouca, e, ao perambular pelas ruas, ela acaba sendo atacada por um maníaco quando, de repente, Mason surge para salvá-la. A partir daí, mesmo trocando farpas, os dois começam a se aproximar. Mason se mostra alguém desdenhoso e ignorante, mas o mistério que cerca o rapaz e o que ele faz da vida acabam atraindo a atenção de Caissy, e os dois logo começam a se envolver muito intensamente...
Caissy entra num dilema mas acaba se entregando a essa paixão perigosa, mesmo que isso signifique colocar sua própria vida em risco.

Narrada em primeira pessoa pelo ponto de vista da protagonista na primeira parte, e alternando os pontos de vista entre Caissy e Mason na segunda, a história se desenrola de forma incongruente e questionável, o que foi um problema pra mim, e problema nesse livro é o que não falta. Não consegui me envolver, acreditar e nem me conectar com a história pois, a cada capítulo passado, lá estava eu me perguntando como aquela situação poderia ser real ou fazer algum sentido, e qual a necessidade de tanto drama.

Cassidy é uma personagem que deixa a desejar em todos os pontos de sua construção. Não deve ser fácil uma criança crescer longe da família, carregando um sentimento não só de abandono, como também de rejeição, mas tomar atitudes absurdas e fazer escolhas estúpidas e que não condizem com a realidade são reflexo disso? Penso que uma pessoa sozinha desde pequena e jogada nas mãos das freiras (pelo menos até a maioridade) carrega marcas profundas, e vai evitar se envolver com alguém por medo de ser abandonada de novo em vez de sair por aí curtindo a night escondido, enganando as freiras, vivendo com intensidade como se cada dia fosse o último e ainda se envolvendo com bandidos... A construção dela não faz sentido, seu passado não bate com a pessoa que ela se tornou, logo não justifica sequer existir. O drama sobre ela não é aquela coisa triste que a gente se comove, se emociona e chora litros, mas um drama excessivo e desnecessário que só irrita e prolonga uma situação em vez de ir direto ao ponto. E sua própria situação já é pra lá de estranha, pois como diabos Deborah veio correndo pro internato com praticamente a guarda da garota nas mãos na mesma hora da morte da mãe? A menina acabou de voltar escondida da rua e lá estava a madre lhe dando a trágica notícia. Como se isso já não fosse absurdo o bastante, não seria necessário intervenções do serviço social, a burocracia com a papelada, ou até a presença do próprio pai dela, nem que fosse pra confirmar sua posição de ter abandonado a filha? O homem sequer é mencionado depois, então que diferença fez? Como uma pessoa que ela nunca viu na vida, nem mesmo na sua infância antes da mãe ser internada, aparece do nada e a tira do meio dos estudos e ela simplesmente vai? Deborah era a melhor amiga da mãe de Caissy, e mesmo que haja uma explicação (de uma mísera frase) para o afastamento entre as duas, não foi convincente para justificar que uma completa estranha sairia levando a menina embora. E sem contar que a mãe morreu e a menina sequer se importou em ser impedida de se despedir indo no enterro da falecida. Então pra que tanto drama e desespero por uma morte que ela parece não ter sequer sentido?

Logo nas primeiras páginas, quando Caissy se desentende com o cara da boate, Claire já menciona que o nome dele é Drew Becker. E quando Deborah Becker adentra o internato, já não fica na cara que ela tem alguma ligação com o sujeito por terem o mesmo sobrenome? Tudo bem que Caissy, devastada pela notícia que recebeu, poderia não se atentar a isso, o que seria perfeitamente compreensível, mas eu, como leitora esperando ser surpreendida, logo já pensei "Não faz nem um minuto que li esse sobrenome, o que essa Deborah é do tal Drew? Agora a mulher vai levar a menina pra casa e aposto que a Caissy vai topar com o sujeito lá". E foi dito e feito. E se o início do livro já foi assim, minhas expectativas com o restante caíram num abismo e minhas suspeitas de que a coisa só iria piorar acabaram se confirmando.

Penso que qualquer situação inicial - e bem pensada pra se tornar convincente - poderia ter sido criada até que o casal se conhecesse e passasse a conviver juntos, então não entendi os motivos reais para que elementos como internato, morte da mãe, abandono do pai e etc sejam essenciais. Em obras New Adult geralmente há a questão do trauma e suas consequências, o bad boy grosseirão e intimidador, os personagens quebrados por alguma coisa horrorosa do passado e tudo mais, mas aqui foi tudo construído de forma lamentável.
A cena em que Caissy acorda no hospital logo depois de Mason salvá-la das garras do maníaco chega a ser até engraçada, pois quando e onde nesse mundo uma mulher, após uma tentativa de estupro, recebe a visita de um policial preocupado, querendo informações sobre o criminoso e detalhes sobre o episódio do ataque que ocorreu há poucos minutos? Se a situação fosse a vítima indo até a delegacia pra dar queixa, enquanto estivesse sendo culpada por estar andando sozinha na rua, eu teria acreditado muito mais, por mais trágico que possa ser uma coisa dessas.

E o que mais me impressionou foi que tudo o que se passou na história aconteceu em praticamente três míseros dias. Juro que demorei mais tempo pra me recompor depois de finalizar a leitura, e criar coragem pra escrever essa resenha. A mãe morre, Caissy larga os estudos e se muda, é atacada na rua e se envolve com Mason da forma mais íntima e louca possível - em menos três dias. Três. Dias.
Mas alí, pra Caissy, as coisas estavam fluindo maravilhosamente bem, como se fosse um dia comum.
Os diálogos são ruins e com comentários desnecessários, e isso só colaborou para que eu me envolvesse ainda menos com os personagens e pensasse o quão forçado tudo estava sendo. Nem os membros do grupo de Mason/Drew, que acabam sendo um tipo de alívio cômico, salvaram as conversas com o humor deles.

Mason é um babaca. Sua personalidade é instável, ele só faz o que lhe é conveniente, é frio, grosseiro e quanto mais eu lia sobre o relacionamento dele com Caissy, mais incomodada eu ficava porque ele trata a menina feito lixo. Não gostei da diferença de idade de oito anos que eles têm. Mason não poderia ser muito novo devido a sua "profissão", mas vinte e cinco anos também é pouco pra ele estar no nível em que está. E sendo quem é, se envolver com alguém de míseros dezessete foi ridículo, porque a todo momento eu pensava que ele estava se aproveitando da ingenuidade da menina deslumbrada e curiosa por ele que, "por amor", cedia aos caprichos do bonito e se deixou envolver onde não devia. E eu prefiro nem falar sobre o retorno da ex psicótica que só apareceu pra causar e deixar a história mais clichê e dramalhona ainda, tipo novela mexicana level hard.

Reviravolta é o primeiro volume da trilogia Soul Rebel. Parece que antes de virar livro se tratava de uma fanfic. Sinceramente, não é um livro que eu tenha gostado a ponto de indicar e penso que é o tipo de leitura que é oito ou oitenta: Ou você ama ou odeia e eu, infelizmente, fiquei com a segunda opção.

A Busca Sofrida de Martha Perdida - Caroline Wallace

Título: A Busca Sofrida de Martha Perdida
Autora: Caroline Wallace
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: YA
Ano: 2017
Páginas: 304
Nota:★★★★☆
Sinopse: Liverpool, 1976. Martha tem 16 anos e mora numa estação de trem desde que se entende por gente. Mais especificamente, desde que foi encontrada, ainda bebê, em uma mala na estação Lime Street, ficando sob os “cuidados” da dona da loja de achados e perdidos do local. Proibida de deixar a estação, sob a ameaça de uma maldição, Martha espera diariamente que alguém venha buscá-la. Enquanto isso, passa seus dias atendendo os passageiros que circulam por ali, conhece todos os segredos da estação e acaba se envolvendo em alguns mistérios, entre eles o aparecimento de uma mala que talvez tenha pertencido aos Beatles e que coloca a cidade em polvorosa. Mas o maior mistério começa quando ela passa a receber livros com cartas de um desconhecido que parece saber tudo sobre a sua vida. Martha precisará correr contra o tempo se quiser encontrar respostas e não se perder novamente.

Resenha: Martha Perdida mora e trabalha na Estação Lime Street desde que se entende por gente. Ainda bebê, Martha foi deixada no Achados e Perdidos e nunca foi reivindicada por ninguém. Desde então, a responsável pelo escritório, mais conhecida como "Mãe", foi obrigada a reinvindicar a menina para si, e a criou para que ela acreditasse que, caso fosse embora, Lime Street desmoronaria, destruindo o único lugar que ela poderia chamar de lar.
Mãe é uma mulher fanática que não só tenta converter os outros com baldes de água benta, como também acredita que tudo é obra do diabo, e por mais que essa mulher seja abusiva e manipuladora, Martha é um doce de menina que vive para obedecê-la. Ela é ingênua, iludida ao acreditar em tudo que dizem, adora rodopiar pela estação, gosta de cumprimentar as pessoas em francês e, embora a Mãe diga que livros são demoníacos, Martha adora ler, principalmente os livros perdidos. Apesar de ter se conformado com aquela vidinha limitada a qual foi submetida, Martha também tem vontade de conhecer o mundo lá fora e espera que alguém apareça para buscá-la, mas enquanto isso não acontece, e por medo de por os pés pra fora da estação e ela perecer, ela passa os dias atendendo os passageiros que circulam pela estação, e dá atenção aos poucos amigos que fez no local: Drac, o carteiro que vive sendo perseguido pela Mãe, Elisabeth, a garçonete do café ao lado que parece uma atriz de Hollywood, e Stanley, o faxineiro.
Seria difícil para Martha sair de sua zona de conforto e quebrar essa redoma sobre si mesma, mas em determinado momento, ela precisa descobrir como quebrar a maldição para, enfim, poder encarar a realidade do mundo lá fora.
Martha quer saber sobre os primeiros capítulos de sua vida, de onde veio, quem são seus pais verdadeiros e, principalmemte, quem ela é. E com a ajuda de Elisabeth e outros amigos que faz, Martha parte numa jornada de descobertas, aprendizados e autoconhecimento que ela jamais imaginou.

Posso dizer que a primeira coisa que me chamou atenção nesse livro foi o título grande e sugestivo seguido pela capa, e só depois fui me atentar a sinopse. No decorrer da leitura, que é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista de Martha (onde alguns pontos não soa muito confiável), fui fisgada pelo universo criado pela autora em transformar uma simples estação de trem em um lugar tão peculiar e convidativo a ponto de parecer um personagem a parte em vez de mero pano de fundo. Até então a única autora que me fez ver uma estação de trem de forma tão mágica foi J.K. Rowling em King's Cross e a plataforma 9 ¾.

Martha é uma protagonista que amamos ou odiamos. É impossível ficar num meio termo e o sentimento com relação a ela vai depender de como a enxergamos. Como ela é extramente ingênua, sensível e inocente, pode ser muito irritante acompanhar uma personagem tão frágil e manipulável que em alguns pontos parece ser irreal pelo tipo de comportamento que ela apresenta. Compreendo que ela cresceu num espaço limitado, com uma megera que a criou de forma totalmente absurda, e que a levou a acreditar em coisas irreais e sem sentido as quais a menina ouvia desde pequena, mas penso que o mínimo de contato com outras pessoas seria o bastante para que ela não fosse tão paspalhona. Em alguns momentos fiz algumas comparações e imaginei a mãe psicótica de Carrie, a Estranha, ao lado de Matilda, aquela garotinha pura e autodidata interpretada nas telinhas pela atriz Mara Wilson. Tal contraste chega a ser meio assustador, convenhamos.
Não odiei Martha pra ser sincera. Apesar de ter minhas dúvidas com relação ao funcionamento de sua cabeça, eu adorei o fato dela amar livros e ter uma conexão emocional com eles, tanto que foi através dos livros que ela, enfim, desperta para a busca da verdade sobre si mesma.

Os demais personagens preenchem o mundo de Martha e a maioria deles é adorável e de grande importância para o desenrolar do enredo e amadurecimento da protagonista. O romance presente na história é questionável e de cara já causa aversão. Pra mim quando amor se mistura a oportunismo e interesse a coisa desanda e esse elemento só me fez revirar os olhos e querer evitar as páginas destinadas a essas cenas.

Pela época em que a história se passa e elas referências musicais presentes, é possível que o leitores um pouco mais velhos se deparem com algumas cenas nostálgicas ou frases memoráveis, mas eu particularmente não dei muita importância para essa parte por não considerar fundamental para o desenvolvimento da trama, apesar de ser interessante.

A capa tráz uma ilustração simples, mas o título em dourado dá um toque todo especial ao livro. A diagramação é simples, os capítulos não possuem títulos ou numeração, somente o espaço superior da página que fica em branco. Cartas, bilhetes, artigos, e pequenos questionamentos que a protagonista escreve por aí se intercalam com a narrativa tornando a história mais dinâmica e divertida com essas informações extras.

De forma geral, A Busca Sofrida de Martha Perdida é um livro bem poético e que funciona, sim, como um conto de fadas, mostrando que as pessoas de boa índole, apesar de escassas nesse mundo, ainda existem e podem ter finais felizes.

A Rosa Branca - Amy Ewing

19 de junho de 2017

Título: A Rosa Branca - A Cidade Solitária #2
Autora: Amy Ewing
Editora: Leya
Gênero: Fantasia/YA
Ano: 2016
Páginas: 320
Nota:★★★★☆
Sinopse: No livro "A Joia", primeiro volume da série - A Cidade Solitária - Violet Lasting é comprada por uma das mulheres mais poderosas da realeza, a Duquesa do Lago, e vai viver com ela na Joia, o círculo onde mora toda a nobreza. Agora, Violet tem de fugir da Joia, do círculo nobre da Cidade Solitária para salvar a própria vida e a do seu amor, Ash. Junto com seu amado e Raven, sua melhor amiga, Violet tenta se libertar da terrível vida de servidão e crueldade. Só que ninguém disse que deixar a Joia seria fácil, e ela terá que passar por grandes obstáculos. No meio disso tudo, a jovem ainda descobre que há uma revolução sendo planejada contra a realeza e que seu papel nisso é fundamental. É hora de Violet descobrir que é muito mais poderosa do que sempre imaginou! A Rosa Branca é o segundo volume da trilogia "A Cidade Solitária" e traz novas e incríveis reviravoltas. Será impossível não ficar ansioso pelo último livro da saga.

Resenha: Segundo volume da trilogia Cidade SolitáriaA Rosa Branca foi escrita por Amy Ewing e publicada pela Editora Leya.
A resenha pode apresentar spoiler do primeiro livro!

A Rosa Branca começa bem de onde A Joia terminou. Violet e Ash foram descobertos lá no fim do primeiro livro, a Duquesa prendeu a menina e tirou quaisquer benefícios que ela poderia ter, mas a prendeu em seu quarto, afinal, Violet ainda estava apta a ter um filho para a Duquesa, só que Ash era apenas uma acompanhante sem importância, foi preso e seria executado imediatamente e o livro acaba, me deixando curiosa e furiosa, mais curiosa, confesso, já que eu estava com o segundo em mãos... ah, e como um último suspiro do primeiro livro, conhecemos um aliado nada provável.

Então, A Rosa Branca começa, bem a partir daí, o aliado vai ajudar Violet a fugir, mas é claro que ela não vai facilitar e vai libertar Ash, assim como ela já não facilitou antes e deu o remédio que a ajudaria a fugir para sua amiga Raven, antes, seria uma pessoa a fugir do Palácio. Agora serão três! E o aliado improvável??? nada mais nada menos do que o filho da Duquesa, Garnet (não é spoiler, descobrimos isso no fim de A Joia).

Ainda não descobri os motivos de Garnet para ajudar Lucien, que já sabemos, tem como objetivo libertar Violet, se é rebeldia ou algo mais nobre ainda não está claro, mas pelo que tudo indica, o cara é bom, não puxou a Duquesa, ele começa a ver as Substitutas como meninas e não como uma encubadora apenas.

A fuga do Palácio é difícil, mas se concretiza, com muita ajuda e alguns mistérios, quem ajuda tem que mostrar "A Chave" para provar que é de confiança, esta é uma tatuagem, pois é, existe um grupo de pessoas se rebelando já, para libertar não só as Substitutas, mas todo o povo escravizado e explorado da Cidade Solitária.

Violet, Ash e Raven são levados para uma velha senhora que para o pavor de todos, já foi uma Substituta e sobreviveu. Agora sabemos que elas dão à luz e morrem no parto, então conhecer uma senhora de 60 anos que já passou por isso e não morreu é no mínimo assustador para Violet, mas como nada é para facilitar, Violet vai descobrir que ela tem mais poderes do que imaginava e é por isso que Lucien "encasquetou" com ela desde o começo.

Para todos os efeitos, perante a sociedade, Ash fez algo terrível e agora é um fugitivo, mas ninguém sabe da fuga de Violet, a Duquesa guardou segredo e enquanto esse improvável grupo se prepara para derrubar os nobres, a Duquesa faz algo inesperado com alguém muito querido que eu não vou contar o que ou quem é!

E mais uma vez a autora nos deixa na expectativa de o que virá por aí, por enquanto temos um pequeno grupo, liderado por alguém maior que não sabemos quem é, que conta com a ajuda de Ash, Raven, Sil (a senhora), Garnet e Lucien, um pequeno grupo que está crescendo e se preparando para derrubar de uma vez por todas os nobres e acabar com as suas explorações e maldades.

A estória é bem mais complexa do que imaginei, muito mais interessante do que eu esperava. o enredo é todo intrincado, cheio de surpresas e bem empolgante. Os personagens são bem construídos, a Violet demorou um pouco para crescer, é meio devagar, mas parece-me que veremos um bom desabrochar daqui pra frente

O livro tem 28 capítulos, nem curtos, nem longos, distribuídos em 320 páginas, as folhas são amarelas, o que muito me agrada! A capa é linda, coerente com o contexto, de certa forma...

É uma leitura gostosa fluída, cheia de surpresas emocionantes. A autora realmente conseguiu me cativar.

A Joia - Amy Ewing

18 de junho de 2017

Título: A Joia - A Cidade Solitária #1
Autora: Amy Ewing
Editora: Leya
Gênero: Fantasia/YA
Ano: 2015
Páginas: 352
Nota:★★★★☆
Sinopse: Joias significam riqueza, são sinônimo de encanto. A Joia é a própria realeza. Para garotas como Violet, no entanto, a Joia quer dizer uma vida de servidão. Violet nasceu e cresceu no Pântano, um dos cinco círculos da Cidade Solitária. Por ser fértil, Violet é especial, tendo sido separada de sua família ainda criança para ser treinada durante anos a fim de servir aos membros da realeza. Agora, aos dezesseis anos, ela finalmente partirá para a Joia, onde iniciará sua vida como substituta. Mas, aos poucos, Violet descobrirá a crueldade por trás de toda a beleza reluzente - e terá que lutar por sua própria sobrevivência. Quando uma improvável amizade oferece a Violet uma saída que ela jamais achou ser possível, ela irá se agarrar à esperança de uma vida melhor. Mas uma linda e intensa paixão pode colocar tudo em risco!

Resenha: Primeiro volume da trilogia Cidade Solitária, A Joia, escrita por Amy Ewing e publicada pela Editora Leya, é uma fantasia distópica um tanto quanto diferente, e ainda assim, bem parecida com tantas outras que vemos por aí.

A Cidade Solitária é dividida em cinco círculos separados por uma muralha, e todos, com exceção do Pântano, são chamados de acordo com a sua atividade. O Pântano, claro é o mais pobre e é de onde vêm as Substitutas, meninas que, na falta de palavra melhor, são transformadas em barrigas de aluguel para as mulheres das classes mais altas. Lá vivem os operários mais pobres também. O quarto círculo é a Fazenda, que cultiva toda a comida. O terceiro, a Fumaça, onde ficam as fábricas, o segundo círculo é o Banco, onde se concentram as lojas. O círculo mais interno é a Joia, onde vive a nobreza. Essa nobreza, por algum motivo, não pode mais gerar filhos, o que faz com que elas recorram às meninas do Pântano.
Aos 12 anos, Violet foi testada e descobriram que ela era uma Substituta. Na mesma noite, foi arrancada de sua casa, de sua família, levada a um internato e lá vive até hoje. Quase 5 anos se passaram e ela nunca mais viu sua família ou teve noticias deles. Lá ela é treinada, aprende a ter bons modos, tem aulas que ajudam a desenvolver certas habilidades, como mudar forma, cor ou fazer crescer objetos, e isso é muito difícil e dolorido, mas parece que seus professores não se importam muito com isso e seguem exigindo das meninas.

Em contrapartida, elas até que têm uma vida boa... Vivem bem, comem bem, têm liberdade, desde que dentro das grades do internato, mas estão destinadas a irem para o leilão. Lá elas perdem a identidade, ganham números e são compradas pela realeza. A explicação que elas recebem é: terão os filhos para suas donas e depois enviadas para um internato viverem em paz para sempre... Mas hein??? Por que uma pessoa que compra uma menina para servir de incubadora a usaria uma única vez? Fiquei com essa pulga o livro todo, gente.

Violete e Raven, sua melhor amiga são vendidas para famílias muito muito ricas e acham que viverão felizes, mas estão muito enganadas e vão descobrir isso rapidinho. Violet, já no primeiro contato com sua dona, percebe o que a espera, e não é nada legal, não.

Ao longo da narrativa ela faz alguns amigos, e claro, se apaixona. Tinha que ter um amor proibido para atrapalhar - ou ajudar - tudo. Ela se revolta e percebe que não foi feita para essa vida, mas como escapar se ela treinou para isso desde sempre?

Bom, preciso dizer que alguns aspectos me incomodaram, como o fato de uma sociedade inteira produzir meninas que, aos 17 anos, serão inseminadas e gerarão filhos de mulheres azedas que não podem mais gerar elas mesmas. A natureza sabe o que faz e se a realeza foi, de certa forma, esterilizada, deveriam deixar assim, mas não. Eles dão um jeitinho, mesmo "roubando" as filhas dos pais que as amam, só porque são de classes mais baixas. Posso estar enganada, mas espero ver uma revolta no próximo livro que já saiu e loguinho vai ter resenha!!!!

Com relação ao livro físico, posso dizer que capa é linda e coerente com o contexto, as páginas amarelas. Os capítulos não são muito curtos, mas também não são longos demais, o que não cansa e torna a leitura bem rápida.

No mais, A Joia é uma leitura prazerosa e foi mais do que esperava. A autora conseguiu conduzir a trama mostrando que aqueles que detém o poder, na grande maioria das vezes, são egocêntricos a ponto de não se preocuparem com as classes menos favorecidas, desde que se beneficiem de alguma forma.