Azeitona - Bruno Miranda

20 de novembro de 2016

Título: Azeitona
Autor: Bruno Miranda
Editora: Outro Planeta/Planeta de Livros
Gênero: Romance
Ano: 2016
Páginas: 352
Nota: ★★★☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Ian e Emília não trocaram mais que duas palavras desde que começaram a estudar juntos, mas é o nome dela que vem à mente dele quando precisa de uma parceira para um plano mirabolante: participar de um reality show sobre casais adolescentes que vão ser pais. Isso em troca de um cachê capaz de resolver todos os seus problemas.
Ian tem dezesseis anos e foi criado pela irmã, Iris, que precisou abrir mão de oportunidades na vida para cuidar dele. Agora, quando ela finalmente vai conseguir se formar na faculdade, ele se sente na obrigação de retribuir de alguma maneira.
Emília, aos dezessete anos, não quer retribuir nada a ninguém – pelo contrário, seu sonho é sair de casa o quanto antes para não discutir mais com a mãe, com quem sempre teve uma relação conturbada.
O fato de que eles não são um casal nem têm planos de ter um bebê de verdade parece apenas um detalhe. Mas a vida reserva surpresas, nem sempre boas, para quem acredita que é fácil inventar a própria história.
O romance de estreia de Bruno Miranda, criador do canal Bubarim, no Youtube, é uma história divertida e tocante sobre relacionamentos familiares.

Resenha: Muitas editoras vêm apostando na literatura nacional, mais precisamente em livros de youtubers, que dão lucros e geram certo buzz. Muito das vendas dessas obras se pode não se dar pelo interesse pela literatura em si, mas pelo anseio do público por adquirir um produto que tenha o nome de algum ídolo impresso nele.

Bruno Miranda, Youtuber do canal Bubarim, teve seu primeiro livro publicado pela editora Planeta. O título, Azeitona, pode brevemente lembrar Melancia de Marian Keyes. Enquanto a obra da escritora remete ao tamanho enorme da barriga da protagonista, na história de Ian e Emília, o fruto da oliveira faz uma alusão ao tamanho do pequeno feto que se desenvolve na barriga no início de uma gravidez. No enredo, Ian convida Emília para embarcar numa aventura: participar do reality show Novos Pais. No programa, em que casais adolescentes são mostrados na árdua jornada da gravidez precoce, um bom cachê é dado a cada participante. Visando esse montante de dinheiro, os dois driblam a produção, inventam mil mentiras sobre uma falsa gestão e se metem em muita confusão. Mas mentiras têm pernas curtas.

Este enredo já parece uma bagunça por si só. A ideia de retratar como tema central a gravidez na adolescência pode ser delicado. Atualmente, muitas e muitas jovens engravidam precocemente e é claro que isso não é fácil. Em Azeitona, um livro que aborda um tema feminino escrito por um homem, tudo pareceu perdido demais. No começo da trama, no qual os personagens são "jogados" numa situação, fica evidente que é o enredo não vai caminhar para algo muito crível.

Ian e Emília são personagens que não agradam nem desagradam. Eles estão ali para cumprir um papel, como fica claro desde o início: dar vida à ideia do reality show. Esse programa, que poderia ser considerado a escória da televisão brasileira se existisse de verdade, é o centro de toda bagunça. Catarina, que é uma das produtoras, é caricata demais e parece ter sido retirada de algum filme B americano. Os outros personagens, como o casal protagonista e os demais integrantes do show, não fazem muita diferença no conteúdo. É impossível enxergar Ian e Emília de verdade, por exemplo. Ele, que perdeu os pais cedo e é criado pela irmã, não vive grandes dilemas e a motivação inicial que o leva a fazer parte de Novos Pais é vazia. Emília, que caiu de paraquedas na situação, aceita tudo de bom grado. Num todo, o grande questionamento é: por que tanta exposição numa etapa da vida que é tão delicada para uma mulher?

A narrativa de Bruno Miranda felizmente é algo positivo a respeito de Azeitona. Segundo o próprio, com a ajuda de uma boa editora, o livro saiu do que seria muitos "franzindo o cenho". O texto não traz um traço pessoal muito marcante, mas é bem escrito, apesar de algumas faltas no que diz respeito a estrutura dos diálogos, que se atropelam por vezes. A leitura se assemelhou a de outros YA's internacionais, como se ele tivesse seguido uma estrutura ou se inspirado.

Gravidez na adolescência não é fácil. Azeitona não obteve total êxito em apresentar o tema e suas nuances. Quando um autor se propõe a escrever algo, espera-se que o leitor creia naquilo que será lido e isso é o que não ocorre na estreia de Bruno. Mostrar uma mãe chamando a filha de desgraçada por causa de uma gestação não é nada legal. O tema não foi abordado da maneira mais coerente. Por vezes, a história se mostrou desconexa e sem uma estrutura bem definida. O livro começa com uma trama despretensiosa que, mesmo com falhas, consegue despertar certo interesse por ser inusitado. No desenvolvimento, e próximo do final, dramalhões desnecessários e a tentativa de passar certos ensinamentos através de frases inspiradoras não funcionaram. O desfecho, que tem uma carga de emoção forte, é a evidência de que estava ali somente para seguir algum padrão de lições através de sofrimento. No mais, seria interessante ter mais humor na aventura de Ian e Emília, já que o enredo era um prato cheio para isso.

Placebo Junkies - J.C. Carleson

19 de novembro de 2016

Título: Placebo Junkies
Autor: J.C. Carleson
Editora: Fábrica 231/Rocco
Tradutor: Edmundo Barreiros
Gênero: Drama
Ano: 2016
Páginas: 304
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Americanas
Sinopse: Audie é uma jovem como qualquer outra, mas encontrou uma forma incomum de descolar uns trocados: ela serve de cobaia para a indústria farmacêutica. Neste irreverente romance, J.C. Carleson, ex-agente da CIA, mergulha no universo pouco conhecido, mas muito impressionante, dos voluntários em série de testes farmacológicos. Na tradição de Trainspotting e Drugstore Cowboy, doses cavalares de humor negro disputam espaço na trama com o drama de jovens que vivem no limite. No caso de Audie, ela precisa juntar dinheiro para oferecer a Dylan, seu namorado que tem uma doença terminal, uma festa de aniversário de 18 anos inesquecível. “Não há ganho sem dor”, ela repete, em meio aos efeitos colaterais das substâncias e procedimentos a que está sujeita e aos esquemas para lidar com eles. Mostrando as entranhas de um mundo desconhecido da maioria das pessoas, Placebo Junkies arrancou elogios da crítica com sua narrativa original e completamente viciante.

Resenha: Audie e a amiga Charlotte levam uma vida nada convencional no que diz respeito ao "emprego" incomum que têm: elas são cobaias humanas, se voluntariam para se submeterem aos mais diversos procedimentos médicos e testes de medicamentos experimentais, e recebem por cada um deles.
Audie planeja juntar dinheiro para realizar uma viagem rumo a um paraíso tropical em comemoração ao aniversário do namorado, Dylan, que tem câncer e está em estágio terminal, e quando Charlotte propõe que elas se inscrevam em todos os testes que virem pela frente, independente do quão perigoso possam ser, Audie topa.
E a partir daí, vamos acompanhando os bastidores da jornada das meninas pelo universo farmacológico, os procedimentos médicos e seus terríveis efeitos colaterais.

A história é narrada em primeira pessoa pelo ponto de vista de Audie. Eu gostei do estilo de escrita e da forma como a história foi contada, e a linguagem vulgar e cheia de palavreados, assim como o humor negro que colaboram para que o leitor fique mais próximo do estilo de vida peculiar e da personalidade dos personagens. Ficamos por dentro da sujeira que há por trás desse universo das cobaias, mas também temos aquela impressão de que vai haver uma luz no fim do túnel. Talvez não seja um livro que vá ser bem aceito por qualquer tipo de leitor justamente pelo tema delicado, pela vida dos personagens e pelo horror que é saber como tal indústria funciona e o que fazem com as pessoas, e ver isso pelos olhos de garotas adolescentes chega a ser doloroso. Mas ao mesmo tempo me peguei pensando que por mais trágico que seja, talvez sirva pra abrir os olhos das pessoas para ver o outro lado da história. Não são somente os animais que sofrem com tais testes... As pessoas também... E aquele creme mágico que serve pra tirar todas as rugas da cara de alguma dondoca pode ter acabado com a vida de algumas pessoas antes de ser reformulado e aprovado para entrar no mercado...

Enfim, Audie tem uma voz muito vívida, mesmo que, às vezes, se encontre em um estado de torpor sem igual. Às vezes ela não soa muito confiável, mas ela faz com que a história seja contada de uma forma cativante e desoladora ao mesmo tempo, o que faz do livro algo simplesmente brilhante e que vai mexer com nossos sentidos.

Não senti muita confiança no relacionamento de Audie com Dylan... A impressão que tive foi que ela faz de tudo por ele mas a coisa toda não é recíproca. Ela vive dizendo o quanto ele é fofo mas as descrições dela pra ausência e falta de interesse dele não parecem ser notadas, e me perguntei se isso é devido ao amor cego que ela sente por ele, ou se pode ser algum tipo de efeito colateral que impede que ela enxergue as coisas com a razão em vez do coração. E isso se extende pelo círculo de amizade dela, pois as coisas vão acontecendo, pois mais trágicas que possam ser, ela fala sobre, divaga, mas ao mesmo tempo não parece se importar muito. Ela é uma boa menina, mas trata tudo com uma frieza e um calculismo que chegam a assustar. A amizade entre ela e Charlotte é um exemplo disso, pois não parece que são amigas que se amam e se respeitam, mas sim que levam a amizade por interesse e conveniência.

Não digo que Placebo Junkies seja um livro totalmente único pois ele tem aquela pegada trash do livro Transpotting, que alguns já devem conhecer, mas posso dizer que a história é bastante diferente e original à sua maneira, prende e é muito empolgante, tanto por trazer uma trama devastadora e cheia de reviravoltas, quanto por ser brilhante em vários aspectos trazendo reflexões que nos fazem questionar a realidade. Até onde uma pessoa é capaz de ir para arriscar sua vida, sua integridade física e emocional por dinheiro?


Winter - Marissa Meyer

18 de novembro de 2016

Título: Winter - As Crônicas Lunares #4
Autora: Marissa Meyer
Editora: Joves Leitores/Rocco
Gênero: Distopia/Juvenil/ Ficção
Ano: 2016
Páginas: 688
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Americanas
Sinopse: Depois de Cinder, Scarlet e Cress, inspirados, respectivamente, nas histórias de Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel, Marissa Meyer entrega a eles o último capítulo da série, em que reconta a história de Branca de Neve com tintas distópicas. Na trama, a princesa Winter vive subjugada por sua madrasta, Levana, que inveja sua beleza e não aprova os sentimentos da jovem pelo amigo de infância e belo guarda real Jacin. Mas Winter não é tão frágil quanto parece, e, junto com a ciborgue Cinder e seus aliados, a jovem princesa é capaz de iniciar uma revolução e vencer uma guerra que já está em andamento há muito tempo. Será que Cinder, Scarlet, Cress e Winter podem derrotar Levana e encontrar seus finais felizes?

Resenha: No quarto e último volume da série Crônicas Lunares, Marissa Meyer traz ao leitor uma releitura distópica baseada no conto de fadas de Branca de Neve, e, dessa vez, Winter é a personagem principal.

A história se passa pouco tempo após as reviravoltas em Cress, em que Scarlet é levada para Luna se tornando escrava, e só continuou viva por causa da proteção de Winter, e Cinder sequestra Kai para provar seus motivos para seguir com sua revolução e retomar o trono de Luna, se aproveitando do que Levana usou para controlar o povo contra ela mesma: o glamour.

Winter é a linda princesa de Luna, amada por todos os súditos do reino e a rainha Levana é sua madrasta. Levana inveja a beleza de Winter, e odeia que o povo a admire quando ela não possui sangue real. Winter reprimiu seu poder lunar. Ela fez uma promessa de que nunca usaria o glamour para manipular as pessoas e por isso é a protegida de Jacin, um dos guardas do palácio. Porém, por ela não usar seus poderes, eles começam a afetá-la mentalmente de forma negativa: Winter é louca e constantemente sofre de alucinações. Sua loucura a impede de dar uma chance ao amor que sente por Jacin, enquanto ele acredita que ele não a merece por ela ser da realeza. Eles não nutrem somente uma relação muito forte de amizade e companheirismo, mas também um amor secreto que não poderia vir à tona para que Levana não pudesse usar isso contra os dois.
Quando Winter descobre sobre os planos de Cinder, ela decide se juntar ao grupo para ajudar a tripulação da Rampion na revolução...

Narrado em terceira pessoa e trazendo vários pontos de vistas diferentes, Winter traz o desfecho perfeito para uma história revolucionária envolvendo a busca pela libertação de dois povos que se encontram nas garras de uma rainha tirana. Se trata de uma guerra travada contra a opressão, em prol da liberdade, rumo ao felizes para sempre.
A maior qualidade da série é manter a fluidez e um ritmo constante, e dessa forma a conclusão é que em momento algum a autora se perdeu na própria trama, nenhum dos livros são inúteis, tudo o que acontece é importante e todos os personagens representam papéis fundamentais para o desenrolar da história até seu final. Eles são únicos! Uma mecânica habilidosa e um imperador, uma camponesa armada e um soldado destemido, uma hacker e um contrabandista, uma princesa louca e um guarda humilde, e uma andróide hilária e inteligente. Um time de personalidades que aparentemente não tem nada em comum, mas que juntos fizeram toda a diferença.

Há romance, sim, mas este acaba ficando em segundo plano diante da grandeza da guerra iminente.
As subtramas que envolvem cada personagem, e cada casal que se formou ao longo da série, são inteligentes e funcionam como um complemento valioso dentro do enredo em geral.

A capa é linda demais, a mais bonita entre as quatro, e os detalhes também não ficam atrás. O título é prateado e a aplicação em verniz sobre a ilustração dão um toque mais do que especial ao livro. A diagramação é simples, as páginas são amarelas, a fonte segue o mesmo padrão dos outros livros e não encontrei erros de revisão.

Assim como nos livros anteriores, eu pude me envolver com tudo o que a autora criou, desde a ambientação, a escrita viciante, os personagens memoráveis e a conclusão épica! É uma das melhores séries que tive o prazer de acompanhar.

Sociedade da Rosa - Marie Lu

17 de novembro de 2016

Título: Sociedade da Rosa - Jovens de Elite #2
Autora: Marie Lu
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Rachel Agavino
Gênero: YA/Fantasia
Ano: 2016
Páginas: 336
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | SubmarinoAmericanas
Sinopse: Depois de ser renegada pela família, ela é traída por aqueles em quem confiou, e parte em busca de outros malfettos — sobreviventes da febre do sangue que, como ela, possuem dons fantásticos —, para formar um exército próprio e combater a Inquisição do Eixo. Mas o ódio e o medo que a alimentam podem levá-la por caminhos perigosos, e uma oferta tentadora vai testar a verdadeira natureza dos seus poderes e de sua personalidade. Uma sequência de tirar o fôlego para uma saga épica.

Resenha: Sociedade da Rosa é o segundo volume da trilogia Jovens de Elite, fantasia medieval escrita pela autora Marie Lu e dá sequência à história de Adelina Amouteru do ponto onde parou no primeiro volume.

Atenção, esta resenha tem spoilers do livro anterior!

Depois da traição que sofreu, Adelina foge de Kenettra e jura vingança aos inquisidores (aqueles que perseguem e matam os malfettos), aos Punhais, que a expulsaram, e a Teren, que foi responsável pela morte de Enzo. Mas, para isso, ela precisa formar um novo grupo para unir forças e conseguir cumprir com seu objetivo. Ela, então, se junta à sua irmã, Violetta.
Enquanto isso, a rainha de Beldain, com a ajuda dos Punhais, planeja tomar Kenettra, mas Adelina não vai permitir tal posse e os caminhos das duas vão se cruzar numa batalha épica pelo trono.
Mas em meio a tudo isso, será que Adelina vai conseguir controlar seus poderes e chegar aos seus objetivos mais sombrios?

Adelina é a protagonista, mas isso não quer dizer que ela seja a heroína, muito pelo contrário. Assim como apontei na resenha do livro anterior, Adelina é uma vilã, e neste volume a confusão de sentimentos que ela vem nutrindo, assim como a escuridão que avança sobre si cada vez mais rápido, faz com que ela não tenha piedade, destrua o que ou quem estiver em seu caminho, e na falta de controle prejudica a si mesma. Dito isso, se você é do tipo de torce por mocinhos e sente repulsa por vilões, talvez não vá querer amar alguém feito pra se odiar... Adelina é movida por todas as tragédias do seu passado e se alimenta do ódio que guarda dentro de si, e a autora não dá uma pista sequer que de ela se arrepende do que fez, que pensa duas vezes no que pretende fazer, ou que tem intenções de se transformar em boa moça. E pensando nessa situação, que tipo de final trágico ou mirabolante essa trilogia nos reserva já que vilões não tem finais felizes? Sinceramente, com todo o ódio que Adelina sente, só vejo ruínas e caos no futuro dela.

Tudo o que acontece é consequência do que foi feito, e cada estratégia bolada e executada faz com que o leitor pense que alguma coisa lá na frente vai acontecer em decorrência disso. E quando o assunto é Adelina, devido as atitudes e escolhas que ela faz, só resta que ela assuma a responsabilidade pelo que fez, ou que fará.

Sociedade da Rosa tem a mesma estrutura que Jovens de Elite, com a maioria dos capítulos destinados à Adelina e outros que se alternam entre Teren, Raffaele e Maeve. Mais uma vez esse tipo de narrativa favoreceu a trama (e os leitores) já que traz pontos de vista diferentes e acrescentam mais informações relevantes à história, principalmente pelo ritmo dos acontecimentos ser muito mais frenético. O foco maior, claro, fica em Adelina, e seu desenvolvimento ganha muito mais profundidade mostrando seu lado de vilã de uma forma mais intensa e profunda sendo possível, inclusive, levá-la muito mais a sério e até temê-la!

Enquanto o primeiro livro parece ter maiores intenções em definir fundamentos da história de Adelina, este traz uma história de ambição e vingança pura. Basicamente o enredo se concentra na tomada de poder, na ascensão, e não importa se para chegar lá as pessoas morram, se o caminho será cheio de dor e se os sentimentos que virão à tona serão indescritíveis e obscuros.

Os personagens estão mais consistentes, principlmente agora que não há mais necessidade de entrar em detalhes acerca da ambientação, e embora a trama seja simples, a complexidade dos personagens e suas motivações são os fatores que movem a história. Todos eles se encontram em situações que são verdadeiros jogos psicológicos, há várias reviravoltas, mortes inesperadas e gratuitas (ou será que não?), renascimentos milagrosos (???) e as pontas bem amarradas não deixam espaço para questionamentos ou furos, e o melhor de tudo é que é um volume que realmente faz a diferença na história, os acontecimentos são de extrema importância e é impossível não se envolver ou não ansiar pelo próximo.

Jovens de Elite já é uma das minhas trilogias favoritas, não só por se passar na era medieval com toques de fantasia e trazer uma protagonista única e original, tomada pelo rancor e que sai por aí levando caos e morte por onde passa, mas porque Marie Lu escreve maravilhosamente bem e é impossível não se viciar em suas histórias. Teminei o livro esbaforida, sem fôlego, ansiosa pelo que vem a seguir e, embora anti heróico, fiquei satisfeita com o rumo da história que, com certeza, surpreendeu e superou todas as expectativas.