Alice no País das Armadilhas - Mainak Dhar

14 de novembro de 2015

Título: Alice no País das Armadilhas - Alice no País das Armadilhas #1
Autor: Mainak Dhar
Editora: Única
Gênero: Releitura/Fantasia/Sci-fi
Ano: 2015
Páginas: 256
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: O planeta Terra foi devastado por um ataque nuclear, e boa parte de sua população se transformou em Mordedores, mortos-vivos que se alimentam de sangue e, com sua mordida, fazem dos humanos seres como eles.
Alice é uma jovem humana de 15 anos que mora no País das Armadilhas, nos arredores da cidade que um dia foi Nova Déli, na Índia. Ela nasceu nessa nova realidade aterrorizante e teve de aprender a se defender sozinha desde cedo.
As coisas mudam quando Alice decide seguir um Mordedor por um buraco no chão: ela descobre a estarrecedora verdade por trás da origem das criaturas e se dá conta da profecia que ela mesma está destinada a consumar — uma profecia que se baseia nos restos chamuscados do último livro encontrado no País das Armadilhas, uma obra chamada Alice no País das Maravilhas.
Uma mistura incomum de mitos, teorias conspiratórias e Lewis Caroll, Alice no País das Armadilhas pode parecer mais uma história de zumbi, mas é uma metáfora instigante de como tendemos a demonizar aquilo que não compreendemos.

Resenha: Alice no País das Armadilhas é o primeiro volume da série homônima escrita pelo autor indiano Mainak Dhar e publicado no Brasil pela Única.
O mundo já não é mais o mesmo. Com a eclosão de mortos vivos, a chamada Insurreição, os governos de grandes potências mundiais atacaram os principais centros de surgimento com armas nucleares a fim de acabarem com esta ameaça. Os Mordedores tentavam aumentar sua população mordendo os humanos, pois através da mordida eles se transformavam. Mas toda a destruição causada pelos homens não foi o suficiente para acabar com essas criaturas, e desse apocalipse surgiu uma luta pela sobrevivência entre humanos e errantes numa terra devastada, estéril e triste que agora ficou conhecida como o País das Armadilhas.

E neste cenário somos apresentados à Alice, uma garota loira de quinze anos que vive nas cercanias do que antes era Nova Déli, num assentamento com os pais e a irmã mais velha, e mais um grupo de outros humanos sobreviventes e resistentes. Ela nasceu depois da Insurreição e não conhece nada do que o mundo foi antes. Alice passou a infância brincando com armas, explosivos e aprendendo como matar e destruir os mortos-vivos. Ela aprendeu a atirar e se tornou umas das melhores atiradoras do acampamento. Por ser veloz, observadora e ter uma excelente pontaria, Alice colaborava com a defesa do local, esperando em pontos estratégicos para acertar Morderores que pudessem ter escapado da força dominante. Seu pai, o líder do assentamento, não permitia que ela se distanciasse e ela acabava se entediando por ter que ficar em constante observação, só ouvindo de longe o estampidos dos tiros sem saber o que estava acontecendo.

Mas, curiosa, Alice resolveu se arrastar para poder ver além, e, para sua surpresa, avistou um Mordedor. O fato de ele estar usando orelhas de coelho não foi o que lhe causou estranhês, afinal, quando as pessoas se tornam errantes elas continuam vestindo as roupas que usavam antes da morte, mas sim que ele não estava vagando aleatoriamente. Ele parecia procurar algo, e pra alguém desprovido de raciocínio e inteligência, isso não é algo comum. Até que ele foi literalmente engolido por um buraco no chão e Alice, perplexa, o seguiu. Ela já havia ouvido rumores de que bases subterrâneas onde os errantes viviam existiam, e de lá eles surgiam para continuarem devastando tudo pela frente. Saber o local de uma dessas bases daria uma grande vantagem ao acampamento durante um ataque. O que Alice não esperava era ter encontrado uma delas e muito menos escorregar buraco abaixo para ser encurralada por um grupo pútrido de mortos-vivos, incluindo o Orelhudo que lhe despertou curiosidade. Na base, ela conhece uma mulher misteriosa que se denomina Rainha dos Mordedores, e Alice descobre mais sobre eventos que irão entrar em contradição com tudo o que ela aprendeu e acreditou ser verdade, principalmente quando ela é informada de que faz parte de uma profecia tirada dos restos de um livro intitulado Alice no País das Maravilhas, e que a salvação do mundo está em suas mãos. Será que a guerra entre errantes e humanos é realmente necessária? Como e por que exatamente ocorreu essa eclosão de Mordedores? O que pode estar por trás dessa história e qual é o verdadeiro papel de Alice alí?

Narrado em terceira pessoa, o livro discorre numa leitura fácil, rápida e fluída, com descrições detalhadas e bem explicativas sobre situaçãos, personagens e cenários de forma a introduzir o leitor ao ambiente pós-apocaliptico e ao que aconteceu para que o mundo chegasse aquele ponto. Alguns trechos são um pouco repetitivos mas Alice no País das Armadilhas é aquele tipo de história em que as coisas acontecem muito rápido, personagens vem e vão sem que tenhamos tempo de nos apegarmos a eles, e isso acabou me fazendo sentir falta de um aprofundamento maior já que envolve questões delicadas que vão muito além do faz-de-conta.
Pra quem gosta de histórias que envolvem o universo zumbi, com lutas, tiros, carnificina e sangue vai gostar, mas o livro não é feito somente desses elementos. No enredo há questões políticas e conspiratórias construídas de forma bem inteligente, pois nos deparamos com a ideia do esforço de uma força maior, munidos de alto poder de fogo e soldados treinados, para manter o povo alheio ao que realmente aconteceu no passado para continuarem ditando as regras conforme convém. Então além da ação, ainda há um quê de mistério, despertando nossa curiosidade sobre os reais propósitos de quem detém o poder.

E como se essa combinação já não fosse o bastante para despertar nossa curiosidade, ainda temos os elementos criados por Lewis Carroll no clássico Alice no País das Maravilhas adaptados à obra de forma superficial, mas genial, afinal, a história fala basicamente sobre guerra e interesses políticos.
Ficção científica, fantasia, ação e toques de distopia se misturam e formam uma trama de caráter único, apresentando uma personagem jovem e inteligente que, ainda que sem intenção inicial, acaba descobrindo o que há por detrás dos interesses das potências governamentais e é peça chave para que a verdade seja levada à tona, logo o livro também faz uma crítica à política mostrando que, independente do lugar, sempre haverá sujeira e ganância, mas que somente a força do povo é capaz de derrubar o sistema, desde que trabalhem unidos e focados em prol de seus objetivos.


A capa é linda e bastante sugestiva ao mostrar silhuetas de árvores secas e criaturas "demoníacas" que penso ilustrarem o demônio interior de cada um ou a forma como vêem as coisas ou são vistos por outros. A diagramação é simples, os capítulos são numerados por extenso e possuem pequenos ornamentos que dividem as cenas. As páginas são amarelas e encontrei alguns poucos erros na revisão. Não é nada que comprometa a leitura, mas são frases que eu li e reli pra conferir se estavam mesmo certas por estarem estranhas como "Alice achou que ele estivesse prestes atacá-la." (pág. 96) Faltou um "a" alí depois do "prestes", não? Me deparei com um trecho (no fim da pág. 49) onde Alice saía correndo pra pegar um transmissor de rádio que havia sido jogado e caído a centímetros dela. Se estava a centímetros ela não poderia ter dado um único passo? Como é possível alguém sair correndo por centímetros de distância? Não sei se isso foi erro na tradução ou na adaptação, mas coisas assim, mesmo que bobas, me incomodam durante a leitura porque fico só pensando naquilo enquanto leio e acabo me distraindo.

Alice no País das Armadilhas é um misto de Resident Evil The Walking Dead e eu gostei bastante da história, tanto pelo tema abordado quanto pela mensagem que passa sobre criarmos uma resistência e termos preconceitos sobre coisas que estão além da nossa compreensão, afinal, nem sempre o que pensamos corresponde à realidade e nem sempre quem acreditamos ser o vilão, realmente é, da mesma forma que nem sempre quem diz nos proteger quer o nosso bem...
Pra quem quer acompanhar uma heroína destemida em busca de algo que dará esperança de uma vida melhor ao povo, recomendo.
                   

Novidades de Novembro - Companhia das Letras

13 de novembro de 2015

Percatempos - Tudo que faço quando não sei o que fazer - Gregorio Duvivier
Depois de surpreender a todos com sua verve poética, em Ligue os pontos, e de se consolidar como um dos mais inventivos cronistas brasileiros da nova geração, com Put some farofa, o aclamado ator e roteirista do Porta dos Fundos revela mais uma face de seu talento.
Com influência de Millôr, Sempé, Steinberg e de sua avó Ivna, Gregorio Duvivier nos oferece dezenas de desenhos inéditos de nanquim e aquarela, que conciliam o lirismo, a irreverência e o engenho já familiares a seus fãs.
Em um passeio pelo repertório cultural do autor, vemos reinventadas vida e língua cotidianas. A originalidade e o frescor de Gregorio estão de volta, desta vez para enriquecer a tradição de nosso humor gráfico.

Uma Menina está Perdida no Século à Procura do Pai - Gonçalo M. Tavares
Na Europa após a Segunda Guerra, em meio a uma paisagem de escombros, figuras esqueléticas e quase absoluto desamparo social e psicológico, uma menina e um homem perambulam por entre as ruínas. A menina é Hanna, tem catorze anos, é portadora de uma doença congênita e está em busca do pai; o homem é Marius, sujeito enigmático que parece
se esconder do próprio passado. Essa improvável dupla protagoniza Uma menina está perdida no seu século à procura do pai.
Desprotegida, com dificuldades de comunicação, Hanna carrega uma caixa repleta de fichas com uma espécie de curso, com atividades e perguntas, e é a partir delas que se lança num questionamento sobre o que é o ser humano - muitos dos objetivos de aprendizagem são difíceis de serem atingidos até por pessoas sem deficiência mental. Junto com Marius ela vai parar em um estranho hotel em Berlim: os quartos não têm números, mas carregam os nomes dos campos de concentração que, pouco tempo antes, foram o palco do inferno para milhões de pessoas. Quando Marius pergunta por que fazem aquilo, a dona do hotel responde: “Porque podemos. Somos judeus”.
Este novo romance de Gonçalo M. Tavares ganha contornos fantasmagóricos e irônicos típicos do autor português, que, avesso às convenções do gênero, constrói aqui um retrato a um só tempo abstrato e absolutamente tocante sobre as verdadeiras vítimas da guerra: as pessoas comuns, aquelas mais fragilizadas, que de repente se veem à margem de todos os acontecimentos. Há algo de calculado mistério ao longo de todo o romance, porém a ousadia não é pretexto para estéreis jogos formais. Com maestria, o autor apresenta a vida de seus personagens com intensidade, empatia e um gosto quase inesgotável para capturar os detalhes mais inesperados da vida de cada um.

Mulheres de Cinzas - Mia Couto
Primeiro livro da trilogia As Areias do Imperador, Mulheres de cinzas é um romance histórico sobre a época em que o sul de Moçambique era governado por Ngungunyane (ou Gungunhane, como ficou conhecido pelos portugueses), o último dos líderes do Estado de Gaza - segundo maior império no continente comandado por um africano.
Em fins do século XIX, o sargento português Germano de Melo foi enviado ao vilarejo de Nkokolani para a batalha contra o imperador que ameaçava o domínio colonial. Ali o militar encontra Imani, uma garota de quinze anos que aprendeu a língua dos europeus e será sua intérprete. Ela pertence à tribo dos VaChopi, uma das poucas que ousou se opor à invasão de Ngungunyane. Mas, enquanto um de seus irmãos lutava pela Coroa de Portugal, o outro se unia ao exército dos guerreiros do imperador africano.
O envolvimento entre Germano e Imani passa a ser cada vez maior, malgrado todas as diferenças entre seus mundos. Porém, ela sabe que num país assombrado pela guerra dos homens, a única saída para uma mulher é passar despercebida, como se fosse feita de sombras ou de cinzas.
Ao unir sua prosa lírica característica a uma extensa pesquisa histórica, Mia Couto construiu um romance belo e vívido, narrado alternadamente entre a voz da jovem africana e as cartas escritas pelo sargento português.

Confissões de um Homem Livre - Luiz Alberto Mendes
Quando tinha doze anos, Luiz Alberto Mendes fugiu de casa pela primeira vez. Filho de pai alcoólatra e de dona Eida, vivia num ambiente de brigas intermináveis e de opressão. Aos dezenove foi preso, acusado de assalto e homicídio. Primeiro passou pela Febem, atual Fundação Casa, depois, já adulto, cumpriu pena em várias casas de detenção. Em 1984, fugiu e foi recapturado. Quase dez anos depois, vivendo em regime semiaberto, com um pé na liberdade e outro no sistema prisional, foi detido em flagrante por roubo. Em um dos pontos altos deste livro, o autor narra a fuga repleta de tensão, imprevistos e erros, que culminaram no cerco da polícia.
Faltando pouco para alcançar a liberdade definitiva, teria que amargar mais alguns anos na cadeia. Mas dessa vez o anti-herói deste relato autobiográfico tinha um bom motivo para viver à margem das confusões e dos grupos radicais: agora era pai de Renato, fruto do casamento com Irismar. Enquanto esteve preso, trabalhou no setor jurídico, em um grupo espírita, nos Correios, foi professor e até produziu bichinhos de pelúcia. Passou por muitas celas, foi transferido para diferentes presídios, e cada mudança representava um recomeço: impor-se diante dos colegas, conhecer as regras, conquistar privilégios e arrumar um emprego para sustentar a família.
Confissões de um homem livre encerra a trilogia que começou com e foi seguida de Às cegas. Assim como nos outros livros, o seu relato do mundo do crime é um dos poucos que não doura a pílula. O discurso é seco, nervoso e direto. Sua honestidade, desconcertante. E são essas qualidades que aparecem de modo mais contundente nesta história sobre os anos que antecederam a sua liberdade.

A Noite do Meu Bem - A história e as histórias do samba-canção - Ruy Castro
Até 1946, quando o presidente Eurico Gaspar Dutra proibiu os jogos de azar no Brasil, a noite carioca girava em torno dos grandes cassinos: o da Urca, o do Copacabana Palace, o Atlântico, ou mesmo, subindo a serra, o Quitandinha, em Petrópolis. Eram verdadeiros impérios da boemia, onde a roleta e o pano verde serviam de pretexto para espetáculos luxuosos, atrações internacionais e muito champanhe.
A canetada presidencial gerou uma legião de desempregados - músicos, cantores, dançarinas, coristas, barmen, crupiês - e um contingente ainda maior de notívagos carentes. Os cassinos fecharam para sempre, mas os indestrutíveis profissionais da noite, sem falar nos boêmios de plantão, logo encontraram um novo habitat: as boates de Copacabana.
Eram casas em tudo diversas dos cassinos. Em vez das apresentações grandiosas, dos espaçosos salões de baile e das orquestras em formação completa - que estimulavam uma noite ruidosa -, as boates, com seus pianos e candelabros, favoreciam a penumbra e a conversa a dois.
Isso não quer dizer que tenham deixado de ser o centro da vida social. Ao contrário, não havia lugar melhor para saber, em primeira mão, da queda de um ministro, de um choque na cotação do café ou de um escândalo financeiro do que nas principais boates, como o mítico Vogue, frequentado por exuberantes luminares da República e por grã-finos discretos e atentos.
Mas a noite era outra: assim como a ambiance, a música baixou de tom. Os instrumentistas e cantores voltaram aos palcos em formações menores, andamento médio e volume baixo, quase um sussurro. Tomava corpo um novo gênero, um samba suavizado pela canção, que encontrou nas boates o lugar ideal para se desenvolver plenamente.
Essa nova música, com seus compositores, letristas e cantores; as boates, com seus criadores, funcionários e frequentadores, e o excitante contexto social e histórico que fez tudo isso possível são o tema do novo livro de Ruy Castro, que mais uma vez nos delicia com sua prosa arrebatadora.

Flores, Votos e Balas - O movimento abolicionista brasileiro (1868-88) - Angela Alonso
É vasta a bibliografia sobre a abolição. Já foram discutidas suas causas econômicas, as resistências judiciais e cotidianas de que foi alvo, as revoltas e as fugas de escravos. Ainda não foi plenamente reconhecida, contudo, a relevância do movimento abolicionista.
Joaquim Nabuco, um de seus líderes, atribuiu a libertação dos escravos à magnanimidade da casa imperial. No centenário da Lei Áurea, em 1988, estudiosos e ativistas do movimento negro contestaram essa versão e ressaltaram a resistência dos cativos, operando apenas uma inversão de sinal: em vez da liderança da dinastia, o protagonismo dos escravos; em vez da princesa Isabel, Zumbi.
Esse deslocamento deixou à sombra um fenômeno que não foi nem obra de escravos, nem graça da princesa: o movimento pela abolição da escravidão. Este livro conta sua história. Reconstrói a trajetória da rede de ativistas, associações e manifestações públicas antiescravistas que, a exemplo de outros países, conformou um movimento social nacional - o primeiro no Brasil do gênero.
O movimento elegeu retóricas, estratégias e arenas, operando sucessivamente com flores (no espaço público), votos (na esfera político-institucional) e balas (na clandestinidade), num jogo que se estendeu por duas décadas, de 1868 a 1888.
Tudo isso é narrado por meio da trajetória de ativistas nacionais decisivos para o desfecho da empreitada: André Rebouças, Abílio Borges, Luís Gama, José do Patrocínio e Joaquim Nabuco - três deles negros.
A abolição não se faria por si, pelo desenvolvimento da economia ou por decisão solitária do sistema político, como não se fez por canetada da princesa. É a relevância do movimento abolicionista para o fim da escravidão que este livro mostra de forma brilhante.
A luta pela libertação dos escravos dividiu águas na história do país - investigar sua natureza é também compreender um processo que ainda reverbera nas formas contemporâneas da desigualdade no Brasil.

O Finado Sr. Gallet - Georges Simenon
Todas as circunstâncias da morte do sr. Gallet parecem falsas: o nome que usava durante sua última viagem, sua presumida profissão, abandonada em segredo há dezoito anos e, sobretudo, a dor de sua família.
O desdém dos familiares revela sentimentos ambíguos sobre o desafortunado. E a investigação transforma em principal suspeito ninguém menos que seu filho, Henry Gallet.
Nessa história assombrosa, diversas vezes adaptada para o cinema e a televisão, Maigret descobre a verdade desconcertante e o crime oculto sob um manto de mentiras.

Novidade de Novembro - Paralela

Hunter Killer - Kevin Maurer e T. Mark McCurley
Em uma narrativa eletrizante, um dos primeiros pilotos a transformar os drones em máquinas de guerra oferece uma visão fundamental sobre a vida na comunidade de aeronaves remotamente pilotadas. Antes de se juntar à equipe do Predator, o tenente-coronel Mark McCurley associava a ideia de drones a aviões de controle remoto. Não poderia estar mais enganado: com seus novecentos quilos, são máquinas complexas, que representam um desafio para os novatos - o próprio McCurley teve de reaprender a voar sem asas.
Narrando sua trajetória de aspirante a piloto da Força Aérea a autor do primeiro manual do Predator, o tentente-coronel também revela alguns dos momentos mais marcantes - e secretos - da história da aeronave, como a morte do terrorista Anwar al-Awlaki e a participação no resgate de Marcus Luttrell, cuja história inspirou o filme O grande herói.
Mesmo distante dos campos de guerra, os combates eram impactantes para McCurley, porque, diferentemente dos pilotos de caça, ele era capaz de enxergar de perto cada uma de suas vítimas: “Eu estava quase chegando em casa quando senti o baque. Parado num sinal de trânsito, me dei conta de que tinha tirado uma vida. Não havia como o Facilitador me ferir. Eu tinha todo o poder. Além do mais, ele não estava atirando contra tropas americanas naquele momento. Falava ao telefone com a mulher. Que pecado maior eu poderia cometer?”.
Neste relato inédito, McCurley mostra ainda a evolução da frota de Predators: com mais de novecentas missões ao redor do mundo e superando as 17 mil horas de combate, os drones mudaram para sempre a história da guerra.

Novidades de Novembro - Seguinte

12 de novembro de 2015

A Favorita - Kiera Cass (e-book)
Enquanto America estava dividida entre Aspen e o príncipe Maxon, sua melhor amiga Marlee sabia exatamente o que queria - e pagou o preço por isso. Aqui, ela mesma narra essa história e nos conta como se apaixonou pelo guarda Carter Woodwork durante a Seleção, além do que aconteceu naquele fatídico Halloween quando os dois foram descobertos e sua vida nunca mais foi a mesma.
A favorita também está disponível em edição impressa, como parte da antologia ilustrada Felizes para sempre, que traz todos os contos do universo da Seleção reunidos em um volume só, além de introduções inéditas de Kiera Cass, bônus exclusivos e um trecho de A sereia, novo livro da autora que será lançado em janeiro de 2016.

Nova Ordem - Mundo Novo #2 - Chris Weitz
Os adolescentes não estão sozinhos… e agora precisam lutar por uma nova ordem mundial.
Jeff e Donna são resgatados por sobreviventes da Doença e descobrem que o mundo além dos Estados Unidos está bem diferente do que imaginavam: por lá são muitos os que conseguiram escapar do vírus. Algumas pessoas se unem para derrubar os governos vigentes, causando uma onda de tumultos ao redor do planeta. Para piorar, em meio ao caos do resgate da Marinha, eles se separam.
Jefferson volta para Nova York e tenta levar a Cura para a tribo da Washington Square, sonhando em reunir todas as tribos e criar uma nova nação. Donna, por sua vez, é levada para a Inglaterra pelo governo inglês, que oferece uma vida normal em Cambridge em troca de informações. Mas um desastre ainda maior que a Doença está prestes a acontecer, e Donna e Jefferson só poderão evitá-lo se acharem o caminho de volta um para o outro.

Star Wars - Estrelas Perdidas - Claudia Gray
Ciena Ree e Thane Kyrell se conheceram na infância e cresceram com o mesmo sonho: pilotar as naves do Império, cujo poder sobre a galáxia aumentava a cada dia. Durante a adolescência, sua amizade aos poucos se transforma em algo mais, porém suas diferenças políticas afastam seus caminhos: Thane se junta à Aliança Rebelde e Ciena permanece leal ao imperador. Agora em lados opostos da guerra, será que eles vão conseguir ficar juntos?
Através dos pontos de vista de Ciena e Thane, você acompanhará os principais acontecimentos desde o surgimento da Rebelião até a queda do Império - como as Batalhas de Yavin, Hoth e Endor - de um jeito absolutamente original e envolvente. O livro relata, ainda, eventos inéditos que se passam depois do episódio VI, O retorno de Jedi, e traz pistas sobre o episódio VII, O despertar da Força!

Soldier: Leal até o fim - Sam Angus

11 de novembro de 2015

Título: Soldier: Leal até o fim
Autora: Sam Angus
Editora: Novo Conceito
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2015
Páginas: 256
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quando Tom Ryder é convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial, não imagina o quanto o seu irmão mais novo, Stanley, sentirá sua falta. A única alegria do garoto são os filhotes de Rocket, a cadela premiada que é o orgulho da família. Porém, ao descobrir que Rocket teve filhotes mestiços, o pai de Stanley fica furioso e ameaça afogar os cãezinhos.
Inconformado e desejando reencontrar Tom, Stanley foge de casa. Mentindo a idade, consegue se alistar no exército britânico. Somente o amor incondicional pelos animais será capaz de fazê-lo sobreviver à brutalidade e à frieza dos campos de batalha. Uma prova de que a inocência e a sensibilidade podem ser mais poderosas do que a guerra.
Soldier: Leal até o fim é um livro emocionante e intenso, recomendado para leitores de todas as idades, especialmente para os apaixonados por cães.

Resenha: Quem não fica com o coração na mão prevendo um rio de lágrimas jorrar pelos olhos só de pensar em ler um livro cujo personagem é um cachorro, gente?
A história de Soldier: Leal até o fim começa ao apresentar uma família afetada por várias tragédias.
Stanley é um garoto de quatorze anos que perdeu a mãe. Ele mora com seu pai, Dan, que nunca mais foi o mesmo depois da morte da esposa. Ele também tem um irmão mais velho, Tom, que foi convocado há três anos para servir o exército inglês durante a Primeira Guerra Mundial. Rocket é a cadela da família, premiada, campeã de corrida e da raça Lurcher.
Mas um dia Rocket, no cio, escapa da fazenda e Dan fica furioso com a ideia de ela poder voltar prenha. Staley seria punido por deixá-la fugir e ele iria se livrar dos filhotes quando nascessem. Em tempos de guerra os proprietários de cães deveriam arcar com licenças, e Dan não queria pagar pra ficar com filhotes mestiços.
Stanley aguardava ansioso pelo nascimento dos filhotes mas apesar de adorar todos eles, ele teve uma ligação mais forte com o macho branco, a quem chamou de Soldier, em homenagem ao irmão que se tornou soldado, e acabou ficando com ele. Os demais cachorrinhos foram levados pelos ciganos e Dan vivia ameaçando Stanley querendo afogar o pobre filhote que foi motivo de alegria para seu filho.
Ao acordar numa manhã, Stanley não encontrou seu cachorro e o garoto acredita que seu pai cumpriu com as ameaças de afogá-lo. Ele decide fugir e, num momento de raiva e desespero, mentiu sobre sua idade e se alista no exército esperando se encontrar com seu irmão, sem imaginar o quanto esta "aventura" seria sofrida...
Sua ideia não era algo tão simples de ser posta em prática, afinal, Stanley nem sabia onde Tom estava exatamente além de poder ser enviado para executar funções em lugares distantes. E em meio a horrores e tragédias de guerra que o cercam e que ele jamais deveria vivenciar, ele é incumbido de adestrar cães de guerra, que levam mensagens a lugares perigosos e impossíveis para uma pessoa chegar a ponto de voltar com vida. Ele fica responsável por Bones, um cão que conquista seu coração e logo se torna um ótimo mensageiro. Ao receber um segundo cachorro, Pistol, Stanley acha que não será a mesma coisa, que a afeição não seria a mesma como a que ele teve por Bones, mas o cão tem alguma coisa de diferente e o afeto incomum que ele desenvolve pelo garoto irá mudar sua vida para sempre.

O livro é narrado em terceira pessoa e se divide em três partes, retratando o antes, o durante e o depois da vida de Stanley na guerra. A escrita é ótima e fluída e retrata Stanley ao vivenciar as situações terríveis pelas quais ele passa, seus pensamentos e seu amor e receio pelos cães com os quais ele criou uma afeição tão intensa.
Posso dizer que a história tem um foco maior na história dos personagens e a guerra propriamente dita serve mais como um pano de fundo pra ressaltar relações fora do combate, o treinamento dos cães e a forma como atuavam junto com seus companheiros e condutores em momentos de batalhas. A ideia de que os cães se espelham em adestradores de caráter e confiança é perfeita, pois mostra que somente recebendo amor e carinho poderão realizar sua tarefas e por esse motivo terem um motivo para retornarem.

A história é ficcional, mas alguns eventos e fatos da guerra que aconteceram serviram de inspiração para a autora escrever sobre a atuação dos cães e isso tornou a história bastante real. Eu gostei muito deste livro em particular pois ele aborda um assunto que até então eu não tinha lido em nenhum outro livro, nem em filmes também. Os cães de guerra, ou os cães mensageiros. Centenas de milhares de cães serviram na guerra e foram treinados para levar mensagens aos seus destinos, quando havia corte na comunicação ou quando os lugares eram perigosos demais para a locomoção, e mesmo que tenham sido os responsáveis por salvarem incontáveis vidas, ainda assim milhares deles morreram durante ataques.

Fiquei muito tempo tentando entender Dan e acho que no fundo ele não é um homem mau apesar de demonstrar ser alguém extremamente cruel e distante no início. Ele só ficou em conflito com os próprios sentimentos pois perder uma esposa amada e ver o filho ir pra guerra correndo o risco de perdê-lo também abala as estruturas de qualquer pessoa. Ele se tornou um homem amargo e então descontava suas frustrações em Stanley, que não tinha culpa de nada. É revoltante ver que um pai parece não amar o filho, mas acredito que isso seja uma questão de realmente não saber controlar as próprias emoções, coisa que não acontece somente dentro da ficção...
Gostei muito de Stanley. Ele foi muito ingênuo ao tomar uma decisão tão grande como a de ir pra guerra em busca do irmão sem saber o que, de fato, acontecia lá, afinal, ele só sabia do irmão por cartas que lhe eram enviadas. Percebi que depois do primeiro combate ele muda, como se perdesse a inocência, assim como acontece com qualquer pessoa que presencia o que acontece em combates. Se para adultos tais horrores causam tanto desconforto, imaginem o que se passa na cabeça de um pré adolescente...

Pra quem gosta de livros sobre animais e tem a Primeira Guerra como cenário, com certeza vai gostar. O livro prende e emociona, e dá uma outra perspectiva ao que aconteceu durante a guerra ao saber que houveram cachorros fortes, leais e corajosos o bastante para serem considerados heróis.

Novidades de Novembro - Gente e Única

10 de novembro de 2015

Única
Só se vive uma vez - Studio Oh!
Quem nunca caiu em uma roubada? Seja por ter se apaixonado pelo cara errado, confiado numa "aminimiga" ou exagerado na bebida e quase perdido a dignidade... E, pior ainda, quem nunca repetiu essas mesmas roubadas? Este livro traz listas, questionários e diagramas para preencher que, além de fazê-la se conhecer melhor e aumentar a autoestima, vão ajudá-la a estipular novas metas e lembrá-la de não cometer os mesmos erros pela segunda - ou décima segunda - vez!








Gente
Extraordinariamente - Sharron Lowe
Não há coisa pior do que enxergar quem você é agora e comparar isso com quem poderia ter se tornado. Este livro existe para ajudar as pessoas que se veem frustradas, ou que estão inseguras e não se sentem no controle do próprio futuro profissional e, portanto, não acreditam que podem obter o que querem. E, sobretudo, este livro se destina a quem está exausto, sentindo-se apático e sem energia, dinamismo e entusiasmo.
Sharron Lowe é coach de marcas globais de luxo como Chanel, Calvin Klein, Estée Lauder, Clinique, Parfums Christian Dior e Lancôme, e desenvolveu técnicas para transformar essas marcas e as pessoas que trabalham nelas, tornando-as verdadeiras máquinas de sucesso e poder. Depois de ter milhares de clientes transformados, Lowe apresenta neste livro um método para que você também se transforme e crie um sucesso à prova de revezes. Lembre-se do lema da autora: Se você constantemente repete suas ações, sempre obterá os mesmos resultados.

O segredo da queima de 48 horas - Vinícius Possebon
Você tentou todas as dietas da moda e passou horas na academia sem obter resultados? Já abandonou as esperanças de encontrar um programa de emagrecimento que não tome tanto de seu tempo, não seja maçante e não se baseie numa dieta alimentar muito restritiva?
Vinícius Possebon, personal trainer e coach especializado em saúde e boa forma, criou um método revolucionário e com ele já ajudou milhares de pessoas no Brasil a mudar seus hábitos e adquirir a forma física que sempre desejaram: o sistema Queima de 48 Horas, ou Q48, o programa número 1 de emagrecimento do país.
O treinamento Q48 é focado em exercícios de alta intensidade e combina alimentação equilibrada e sem sacrifícios com a liberdade de realizar os treinos em casa — apenas 15 minutos diários para obter resultados de 1 ano em 8 semanas!
Neste livro, Possebon traz informações sobre os princípios científicos que norteiam o Q48, como ele foi criado, por que é tão efetivo e, ainda, apresenta alguns estudos de casos de pessoas que aderiram a essa proposta e transformaram sua vida. E mostra que é possível, sim, emagrecer sem ser refém da academia e escravo das dietas malucas que o fazem sentir fome e logo perder a energia e a motivação.