Caixa de Correio #43 - Setembro

30 de setembro de 2015

 Olá, povo!
Ainda que este mês tenha acontecido a Bienal do RJ e eu ter dado um pulo lá, não aproveitei muitas promoções e o "saldo" de lá foi bem pequeno. Mas isso não quer dizer que eu não tenha aproveitado outras promoções, pra variar.... E nem recebido nossas tão queridas cortesias ♥
Bora espiar tudo que recebi em Setembro?

Ardente | Em Chamas - Sylvia Day

29 de setembro de 2015

Título: Ardente - Em Chamas
Autor: Sylvia Day
Editora: Paralela
Gênero: Romance/Hot
Ano: 2015
Páginas: 217
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Nunca misture trabalho com prazer. Nunca fale de política dentro do quarto. De certa forma, no momento em que me tornei amante de Jackson Rutledge, fiz exatamente essas duas coisas. E não posso dizer que foi por falta de aviso. Dois anos depois, ele voltou. Mas eu não era mais a garotinha que ele havia conhecido, enquanto ele não mudara nada. Ao contrário da última vez em que nos esbarramos, eu sabia exatamente com quem estava lidando… e quão viciante seu toque poderia ser. Só que desta vez eu conhecia as regras do jogo. No ambiente competitivo e impiedoso do mundo dos negócios, há uma regra que vale para todo mundo: mantenha seus inimigos por perto, e seus ex amantes mais perto ainda.

Resenha: Antes de começar a falar sobre a história propriamente dita, gostaria de explicar uma coisa que me deixou bem encucada quando vi o livro. Por que raios esse título estranho "Ardente | Em Chamas"??? A duologia "After" chegou a ser lançada lá fora como 2 livros separados, mas aqui no Brasil a editora optou por seguir o modelo dos 2 livros em 1 único volume, o que achei ótimo, porque mesmo junto ficou do tamanho de um livro "normal".

  +    =  

Agora sim podemos continuar. Apesar de eu ter alguns livros da Sylvia, só tinha lido mesmo Somente Sua. E nessa única experiência com sua escrita gostei bastante. Vá lá que eu digo que estou cansada do padrão "cara rico + mocinha submissa", mas sempre dá pra abrir exceções quando a história é boa.

Os protagonistas, igualmente fortes e complexos, diferenciam-se em sua história de vida. Enquanto Jackson cresceu aprendendo a astúcia do mundo dos negócios e age tranquilamente sem piedade, Giann aprendeu a valorizar o amor e o esforço da família, na qual todos lutavam juntos para que o negócio desse certo.

Depois de um algumas semanas de envolvimento, Jax some, deixando claro que o relacionamento acabou. Gia se reconstrói emocional e profissionalmente e dá a volta por cima. Só que ela não contava que num dos momentos mais importantes de sua carreira Jax fosse reaparecer e colocar seu mundo de novo de ponta-cabeça. Mas agora não vai ser igual a antes. Gianna está com mais cautela e, mesmo rendida aos encantos sexuais de Jax, não deixa de ter um pé atrás com ele. Que segredos ela irá descobrir?

Sylvia seguiu a receita de Crossfire e garantiu o repeteco do sucesso. Sim, estou saturada desse modelo, mas o mercado ainda aceita e as mulheres compram, então a mulher continua escrevendo, né? E em time que tá ganhando não se mexe! E falando nesse sucesso da autora (não li todos, mas sei, rapá!), há uma personagem já conhecida da galera que aparece de novo nessa duologia: Deanna Johnson, a jornalista que todos amam. SQN!

Mesmo sendo um livro hot, há questões além disso sendo trabalhadas, como família e poder. A narrativa em primeira pessoa prende, não nos possibilita acesso aos pensamentos e atitudes de Jax, mas também nos aproxima de Gia - especialmente suas sensações nos momentos quentes.

A Paralela fez um bom trabalho de revisão e diagramação e, como já adiantei, acertou ao trazer o volume único. A capa também é legal porque, apesar do nome sugestivo, não deixa transparecer o conteúdo pela imagem, alívio pras mulheres que não gostam de se expôr em público.

É mais do mesmo? Até que é. Mas dá pra se divertir e ter quenturinhas, afinal estamos tratando de Sylvia Day, né? Pequeno, 2 em 1... vale a pena dar uma chance se você gosta do gênero.

A Sala dos Répteis - Lemony Snicket

28 de setembro de 2015

Título: A Sala dos Répteis - Desventuras em Série #2
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2001
Páginas: 184
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Lemony Snicket é um autor que não pode ser acusado de falta de franqueza. Sabe que nem todo mundo suporta as tristezas que ele conta e por isso - para que depois ninguém reclame - faz questão de avisar: "Se você esperava encontrar uma história tranqüila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado. A história pode parecer animadora no início, quando os meninos Baudelaire passam o tempo em companhia de alguns répteis interessantes e de um tio alto-astral, mas não se deixem enganar...". Os Baudelaire têm mesmo uma incrível má sorte, mas pode-se afirmar que a vida deles seria bem mais fácil se não tivessem de enfrentar o tempo todo as armadilhas de seu arquiinimigo: o conde Olaf, um homem revoltante, gosmento e pérfido. Em Mau Começo ele deu uma pequena amostra do que é capaz de fazer para infernizar a vida de Violet, Klaus e Sunny Baudelaire - e aqui as coisas só pioram.

Resenha: Os personagens e o plot já foram apresentados na resenha de Mau Começo, então essa e as próximas vai acabar sendo um pouco menor. Mas vamos lá... Em A Sala dos Répteis, Lemony também "repele" o leitor logo no prefácio, afirmando que "se você esperava encontrar uma história tranquila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado. [...] Nada impede que você coloque este livro de volta na estante e procure algo mais leve". Com uma introdução assim, dá vontade de desistir, né? SQN!

Dessa vez os irmãos Baudelaire têm um tantinho de alegria no começo, quando vão morar com o tio Monty. Finalmente Violet, Klaus e Sunny têm a liberdade de fazer o que mais gostam: inventar, ler e morder, respectivamente. Mas, como diz o ditado, alegria de pobre dura pouco, e logo e as desgraças começam.
Esperar é uma das coisas difíceis da vida.
Um velho conhecido nosso dá as caras, pra infelicidade dos órfãos. Novamente, em tão pouco tempo, eles precisam lidar com morte, trapaças, conspirações e mais um monte de coisas "de gente grande". O toque especial fica por conta dos répteis (alguém diz pro Lemony que sapo não é réptil, pelamor! meu corassaum doeu). Pra quem tem medo ou aversão a cobras, lagartos e sapos (!), o livro dá uma certa agonia.

O padrão de escrita, ilustrações e outras coisas que me conquistaram no primeiro volume foi mantido neste (e pelo visto nos próximos também). O humor irônico continua presente, as sacadas inteligentes, a tentativa de tradução das "falas" de Sunny... E as tais explicações, que ao mesmo tempo que me fazem rir ajudam a mostrar quão óbvias as coisas são, mas acabamos ignorando por não pararmos pra analisar.

Nesse livro fiquei ainda mais apaixonada pelas crianças, tão espertas e cativantes. E, numa geração tão tecnológica, ter personagens que adoram ler e usam a inteligência para inventar coisas é uma linha fora da curva, um ótimo exemplo pras crianças. Ainda bem que tenho mais 10 livros na companhia deles. ♥

Mau Começo - Lemony Snicket

27 de setembro de 2015

Título: Mau Começo - Desventuras em Série #1
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2001
Páginas: 152
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Mau Começo é o primeiro volume de uma série em que Lemony Snicket conta as desventuras dos irmãos Baudelaire. Violet, Klaus e Sunny são encantadores e inteligentes, mas ocupam o primeiro lugar na classificação das pessoas mais infelizes do mundo. De fato, a infelicidade segue os seus passos desde a primeira página, quando eles estão na praia e recebem uma trágica notícia. Esses ímãs que atraem desgraças terão de enfrentar, por exemplo, roupas que pinicam o corpo, um gosmento vilão dominado pela cobiça, um incêndio calamitoso e mingau frio no café da manhã. É por isso que, logo na quarta capa, Snicket avisa ao leitor: "Não há nada que o impeça de fechar o livro imediatamente e sair para uma outra leitura sobre coisas felizes, se é isso que você prefere".

Resenha: Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel Handler) é um autor do qual já ouço falar há tempos, mas só recentemente pude ler algo dele. E, por mais que as capas da série Só Perguntas Erradas encham os meus olhos, queria entender o fascínio de tantos leitores com as Desventuras em Série.

Se você, como eu, também achava o título um tanto pessimista, é porque ainda não abriu o livro pra ler. Aliás, o próprio autor escreveu no prefácio que “não há nada que o impeça de largar o livro imediatamente e sair para outra leitura sobre coisas alegres”. Só aí você já imagina o que vai encontrar, né?
E como primeiro livro é uma introdução, vou apresentá-los aos nossos protagonistas.
VIOLET BAUDELAIRE tem catorze anos e é uma das maiores inventoras do seu tempo. As engrenagens e alavancas de seu cérebro funcionam a todo vapor.
KLAUS BAUDELAIRE, o irmão do meio, usa óculos, o que pode dar a impressão de que seja amante dos livros. Impressão absolutamente correta. Ele emprega todo o seu conhecimento em decifrar os planos do pérfido conde Olaf.
SUNNY BAUDELAIRE, a mais nova dos três, é ainda um bebê. Seus quatro afiados dentes entram em ação na primeira oportunidade.
E este é o arqui-inimigo dos irmãos Baudelaire: o CONDE OLAF. Homem revoltante, gosmento, pérfido, sobre ele é melhor dizer o menos possível.
Agora devidamente apresentados, vamos à história. Como a sinopse adianta, logo no começo as três crianças recebem a triste notícia de se tornaram órfãs. O incêndio não apenas levou seus pais como também destruiu toda a propriedade que eles consideravam um lar. Por isso, foram obrigados a se mudarem, viverem de favor e se submeterem às mais terríveis condições.
Até que aparece o Conde Olaf, parente distante que se dispôs a ficar com as crianças, mas na verdade está interessado na herança. E ele faz jus ao ditado “nada está tão ruim que não possa piorar”. Quando achamos que as coisas estão caminhando pra uma solução, vem uma reviravolta (e outra, e mais outra) que nos faz perceber que desgraça pouca é bobagem.
A primeira opinião que você tem sobre qualquer coisa pode mudar com o tempo. Eu gostaria de poder dizer para vocês que os Baudelaire estavam enganados nas primeiras impressões que tiveram sobre o conde Olaf e sua casa, como muitas vezes acontece. Mas aquelas impressões de que o conde Olaf era uma pessoa horrível e de que sua casa era um chiqueiro deprimente estavam absolutamente corretas.
A leitura é voltada para o público infantojuvenil, mas conquista leitores de todas as idades muito facilmente. Grande parte disso se deve à interação do texto com o leitor, chamando-o para a narrativa. Pra quem gosta, tem ilustrações em cada início de capítulo, adiantando o que está por vir.
Mas o ponto alto pra mim foram as explicações sobre humor, ironia ou palavras/situações não muito comuns, de modo a facilitar a compreensão da criança que está começando a se aventurar no mundo da leitura. E pra nós, que já estamos acostumados, chega a ser engraçado ler coisas tão óbvias explicadas nos mínimos detalhes.
É muito útil quando se é jovem saber a diferença entre "literal" e "figurado". Se alguma coisa acontece no sentido literal, acontece de verdade; se acontece no sentido figurado, dá a impressão de estar acontecendo. Se você está literalmente pulando de alegria, por exemplo, quer dizer que você está dando saltos no ar porque se sente muito feliz. Se você está pulando de alegria figuradamente, o que isso quer dizer é que você se sente tão feliz que poderia pular de alegria, mas está poupando sua energia para outros fins.
Nem sei o que esperar dos próximos 12 livros, se as crianças vão crescendo (tipo Harry Potter), se é tudo realmente em série, sem muito tempo pra respirar, se mantenho a esperança de que lá no final tudo ficará bem... O importante é preparar o coração e encarar tanta desventura pra 3 pitocos de gente.