O Menino da Lista de Schindler - Leon Leyson

23 de maio de 2015

Lido em: Abril de 2015
Título: O Menino da Lista de Schindler
Autor: Leon Leyson
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Drama/Biografia/Juvenil
Ano: 2014
Páginas: 256
Nota: ★★★★★
Sinopse: Um pequeno vilarejo, os irmãos, os amigos, as corridas nos campos, os banhos de rio: essa é a verdadeira história de Leon, a história de um mundo despedaçado pela invasão dos nazistas. Quando em 1939 o exército alemão ocupou a Polônia, Leon tinha apenas dez anos. Logo ele e sua família foram confinados no gueto da Cracóvia junto a milhões de outros judeus. Com um pouco de sorte e muita coragem, o menino conseguiu sobreviver ao inferno e foi contratado para trabalhar na fábrica de Oskar Schindler, o famoso empreendedor que conseguiu salvar mais de mil e duzentos judeus dos campos de concentração.
Neste testemunho que ficou por tanto tempo inédito, Leon Leyson nos conta sua extraordinária história, na qual, graças a força de um menino, o impossível se tornou possível.
O Menino da lista de Schindler é um legado de esperança e um chamado para que todos nós nos recordemos daqueles que não tiveram a chance do amanhã.

Resenha: Leib Lejson (que posteriormente passou a se chamar Leon Leyson) era um garoto polonês de apenas 10 anos de idade e judeu. Ele nos conta como era sua vida no vilarejo onde morava, despreocupada e feliz, até que o exército alemão ocupou a Polônia em 1939 obrigando ele a sua família a viverem confinados no gueto da Cracóvia espremidos a outros judeus. E através deste fantástico testemunho de alguém que viu de perto os horrores da Segunda Guerra e do Holocausto e que teve a chance de escapar da morte, conhecemos sua história tão trágica quanto bela.

Existem vários livros que abordam o tema do Holocausto mas nem todos são indicados para leitores mais jovens pelas descrições explícitas, brutais e muito pesadas sobre tudo o que os judeus passaram. Alguns mostram os alemães como totais vilões, outros mostram os demais como vítimas e é difícil encontrar algum onde seja possível perceber um certo equilíbrio de forma que descobrimos que em meio a escuridão pode, sim, haver um pontinho de luz. Leon consegue expor os acontecimentos pelos quais passou com sutileza mas ainda sendo possível entender o horror que foi o Holocausto, além de mostrar que existiu um alemão que fazia parte do partido nazista mas que secretamente não era a favor das práticas de seus "companheiros" e usou todo seu dinheiro e influência para salvar mais de mil e duzentos judeus dos campos de concentração usando a desculpa de que precisava de mão de obra para sua fábrica, e o jovem foi um de seus funcionários.

Inicialmente eles não perceberam que se tratava de um salvamento em massa e que todos os judeus que faziam parte da "Lista de Schindler" poderiam ter esperança de que escapariam da morte certa. Leon foi o judeu mais jovem a compor a lista. Ele correu muitos riscos diante de nazistas com o poder de matá-lo sem misericórdia alguma, e mesmo sendo corajoso e perseverante, muitas vezes precisou contar com a sorte.

O início do testemunho é lento com informações que servem como base, mas a medida que a leitura prossegue, nos deparamos com uma história incrível, emocionante e que toca na alma, pois através de Leon foi possível saber que o bem existe e que deve-se acreditar que as coisas podem dar certo por mais difíceis que pareçam. Em meio a soldados alemães que acreditavam que judeus não eram humanos e que mereciam sofrer até a morte, além de terem tudo o que conquistaram em suas vidas tomados, existiam pessoas que representavam a bondade com suas boas ações e atitudes nobres diante do horror e das diversas tentativas dos nazistas de desumanizarem os judeus. Muitos deles arriscaram suas vidas para manterem a dignidade que os alemães tentaram lhes arrancar.

Em suma, o relato é surpreendente, muito emocionante e inspirador pois mostra que por piores que tenham sido as condições pelas quais Leon passou, ele não deixou que isso o destruísse, muito pelo contrário. Seu passado o deixou mais forte, sua família é um grande exemplo de união e amor.
O Holocausto foi uma atrocidade sem tamanho, sem explicação e é impossível entender como pode existir pessoas tão cruéis. O sentimento é de raiva, indignação, mas ao saber de relatos como o de Leon, ainda é possível acreditar que nem tudo está perdido e que existe sim pessoas boas no mundo.
Ao final, só me restou agradecer a Leon por ter presenteado as pessoas com sua história de vida. Com certeza ele nos abre os olhos para valorizarmos a vida e a liberdade, além de deixar a mensagem de que com coragem, fé e amor, é possível superar vários obstáculos.

A Herdeira - Kiera Cass

22 de maio de 2015

Lido em: Maio de 2015
Título: A Herdeira - The Selection #4
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Gênero: Romance/Juvenil
Ano: 2015
Páginas: 392
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais… Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia.

Resenha: "A trilogia como um todo vale muito a pena ser lida, mesmo que o desfecho não tenha sido tão empolgante como esperei, mas vou sentir falta e queria muito que a história fosse além do 'felizes para sempre'..." 
Foi assim que finalizei a resenha de A Escolha, que até então havia imaginado ser o último livro da trilogia The Selection. Agora, Kiera Cass presenteia seus leitores e fãs com A Herdeira, o quarto volume do que acabou se tornando uma série, então, sim, a história realmente foi além do "happy end".
Recapitulando a trama, a história da Seleção se passa num mundo pós guerra e entre países dominados e reerguidos, surgiu Illea. O novo país tinha um esquema de castas a fim de identificar os cidadãos e suas hierarquias na sociedade e a Seleção era um sistema para a escolha da nova princesa. Numa disputa em forma de reality show entre mais de 30 jovens, o príncipe Maxon deveria escolher sua futura esposa. Eis que surge America, uma jovem da casta 5, considerada inferior, que, claro, entra na Seleção e balança o coração do príncipe. E a partir daí uma história de amor complexa em meio a conflitos relacionados ao governo do país se desenrola até eles conseguirem superar os obstáculos, se casarem e fim.

Vinte anos se passaram desde então e Maxon e America são rei e rainha. O sistema de castas e da Seleção foi abolido buscando a igualdade social entre os cidadãos mas ainda há conflitos devido aos resquícios do governo anterior além dos costumes do povo com os quais o rei precisa lidar. As pessoas ainda sentem que fazem parte das castas e há bastante discriminação e preconceito quando não deveria ter, e isso continua causando revoltas, rebeliões e até mesmo desaparecimentos e morte. Diante disso, o rei Maxon busca por algo que distraia o povo até que tome medidas que tragam uma solução para os problemas que estão saindo de controle, e sua única ideia é trazer a Seleção de volta. Porém, dessa vez a Seleção é inversa, pois não se trata de um príncipe com 35 garotas lutando para se tornar sua esposa, mas sim uma princesa que deverá escolher um marido em meio a vários jovens. A herdeira do trono é Eadlyn, a filha mais velha do casal que por mais que tenha sido criada para se tornar uma líder de pulso firme, nunca teve intenção de viver um conto de fadas como seus pais viveram. Ahren é seu irmão gêmeo e ele é quem deveria ser o herdeiro, mas por Eadlyn ter nascido sete minutos antes dele, o título, por direito, é dela.
Contra sua vontade e fazendo um "acordo" com o pai, Eadlyn inicia a nova Seleção descrente que poderia encontrar alguém digno de ser seu marido, mas quando a competição começa ela talvez perceba que as coisas não seriam como imaginou...
"Eu era Eadlyn Schreave. Nenhuma pessoa era tão poderosa quanto eu."
-Pág. 25
E com esse lema de que Eadlyn é a pessoa mais poderosa e importante do país, a história de A Herdeira segue, narrada em primeira pessoa numa escrita fácil e fluida, com um pano de fundo que foge à distopia, já que as pessoas estão livres das castas, mas não necessariamente com uma protagonista agradável e fácil de se aturar. Ela é diferente de qualquer personagem que já me deparei e faz o tipo ame ou odeie. Não há meio termo.

Eadlyn foi criada para ser líder, mas suas atitudes são dignas de uma adolescente rebelde sem causa. Ela é mimada, quer passar a impressão de ser forte e decidida, quando na verdade é egoísta, petulante, atrevida, infantil e com um complexo de superioridade que é de matar e que, no fundo, tem medo do fracasso. Ela demonstra claramente que por mais que ame seus pais, não tem o menor respeito por eles, nem por quem são, e se acha no direito de desobedecer, gritar, responder mal, dar as costas, bater a porta na cara e por aí vai... A ideia de seguir ordens não lhe agrada, a ideia de se submeter a alguém muito menos, mas mesmo sendo assim, ela ainda não é má pessoa. Ela foi criada assim, aprendeu a ser assim e pensa que é correto fazer o que faz.

Me questionei por que Maxon e America deixaram a situação chegar a esse ponto, qual a intenção de permitirem tal comportamento sendo que Ahren e os outros dois irmãos, Kaden e Osten, não são assim, muito pelo contrário. Eles são obedientes, tem senso, respeito e sabem distinguir o certo do errado e são personagens que conquistam e despertam a simpatia do leitor logo de cara. Prefiro pensar e espero que por trás dessa "falha" há um propósito e uma explicação plausível que ainda virá no quinto volume. Talvez a ideia de superprotegê-la tenha partido do que Maxon viveu com seu pai tirano, como se quisesse evitar que ela jamais passasse por nada de ruim, mas as pessoas não aprendem se não tiverem o mínimo de exemplo ou experiência a se seguir, e dentro da Seleção, tendo que lidar com os mais variados tipos de jovens com personalidades e atitudes distintas, Eadlyn acaba se deparando com o desconhecido, e isso a assusta muito já que não está acostumada com nada que saia fora de sua rotina. Ela continua sendo o centro das atenções, mas dessa vez precisa interpretar e ainda lidar com quem não conhece. Exceto por Kile, o jovem que vive no palácio com ambições de sair de lá e viver a própria vida, mesmo que tivesse que deixar sua irmã e sua mãe, madame Marlee (sim, a própria!). Mas, contra seus interesses, ele acaba entrando na Seleção e se torna o ponto de apoio de Eadlyn. E o garoto que cresceu com ela como amigo agora passa a despertar novas sensações na princesa...

Ao comparar as situações presentes na história com os livros anteriores, achei muitas delas floreadas e bem exageradas, algumas cômicas que até me fizeram gargalhar, principalmente ao levar em consideração a reação de Eadlyn com o que lhe acontece, fora a forma espantosa como trata os pais que já mencionei. Ela pode ter sido criada de outra forma já que sua responsabilidade é infinitamente maior do que a dos seus irmãos, mas não fez sentido pra mim eles terem sido criados pelos mesmos pais e terem uma visão de mundo totalmente diferente, principalmente porque enxergam os defeitos e as falhas dela.
Gostei da construção dos demais personagens: Kile e Erik, o intérprete de Henri, um dos selecionados que não fala muito bem a língua de Illéa, e os três irmãos de Eady, principalmente Ahren, que é um exemplo de pessoa.

Acho que pela história ter mudado de protagonista mas ainda concentrar personagens antigos dentro do universo de Illea e da Seleção, A Herdeira deveria ser considerado um spin-off da trilogia pois a história realmente poderia ter terminado no livro anterior tranquilamente. Mesmo que não sendo tão necessária assim, foi uma continuação que me agradou. Uma das mais gratas surpresas que tive foi me deparar com personagens antigos dos quais eu gostava e torcia tanto pra serem felizes: Marlee, Aspen, conhecido por general Leger, e até Lucy continuam fazendo parte da história e mesmo que sem um aprofundamento maior, já que esbarram esporadicamente com Eadlyn, foi muito bom saber um pouco sobre o que aconteceu com cada um deles e o que estão fazendo após tantos anos. Maxon e America não são mais os mesmos e acredito que o tempo foi o responsável por essa mudança, além da enorme responsabilidade de governarem o país, serem pais de quatro filhos e ainda terem que preparar a filha para reinar. Eadlyn não sabe muitos detalhes da vida deles no que diz respeito ao que aconteceu na Seleção passada nem a real ligação e importância de Marlee, Lucy e Aspen tem alí, mas não formei uma opinião sobre essa questão de terem optado manter o passado em segredo assim. Quem sabe revelações sobre isso virão a tona futuramente...

Senti uma mudança na escrita da autora nesse livro. Enquanto há frases de impacto com enorme significado (vide quotes abaixo), percebi alguns diálogos que me soaram rasos, outros bobos e desnecessários, mas acabei associando isso à completa imaturidade e falta de senso da protagonista.
O final, mesmo que repentino e corrido, é de deixar qualquer um agoniado, clamando pelo próximo volume. Só posso dizer que por mais que eu tenha achado Eadlyn antipática e intragável, torço pra que ela amadureça e tenha consciência de tudo o que ela tem reservado para si, e mude, mesmo que pela dor.

Sobre o projeto gráfico, nem preciso dizer que a capa é um luxo só. Ela mantém o estilo dos livros anteriores mas, na minha opinião, é a mais bonita de todas. Páginas amarelas, capítulos curtos, cada início de capítulo traz a figura da tiara da capa e fonte de tamanho agradável. A edição ficou ótima.

A Herdeira vai despertar as mais diversas sensações no leitor, mas é uma leitura que, para os fãs da série, é, de fato, obrigatória.

Brutal - Luke Delaney

21 de maio de 2015

Título: Brutal - D.I. Sean Corrigan #1
Autor: Luke Delaney
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: Thriller Policial
Ano: 2015
Páginas: 416
Nota: ★★★★★
Sinopse: O que levaria alguém a golpear outra pessoa na cabeça e, na sequência, esfaqueá-la 77 vezes?  O garoto de programa Daniel Graydon jamais imaginaria que encontraria tamanha perversão nos clientes com quem saía. Mas viu seu fim se aproximar ao ir contra sua regra de ouro: nunca levar os homens para casa. Seu parceiro sexual e algoz, porém, tinha algo de sedutor e era difícil recusar a proposta de uma noite regada a sexo, e muito bem paga. Daniel tornara-se apenas uma das vítimas de um personagem sombrio, cuja pulsão pela morte o levava a matar com regularidade e método. Cada morte representando um passo adiante no aperfeiçoamento da macabra arte de tirar vidas: cruel, dolorosa, limpa e sem pistas. Um desafio para a polícia de Londres e sua divisão de Crimes Graves do Grupo Sul, liderada pelo atormentado detetive-investigador Sean Corrigan.

Resenha: Brutal é o primeiro livro da série D.I. Sean Corrigan, escrita pelo autor Luke Delaney e publicado no Brasil pelo selo Fábrica 231, da Rocco.
Com Londres como pano de fundo, a história começa quando o assassino narra seu feito desde quando começou a observar sua vítima até o momento do crime: Um garoto de programa que o leva para seu apartamento e lá é assassinado a sangue frio de forma brutal, sem piedade. Não há pistas, não há evidências, tudo foi muito bem planejado e executado e só resta ao assassino se deleitar com o que acabou de fazer.

Sean Corrigan é um detetive encarregado de uma das Equipes de Investigação de  Homicídios de South London. Investigar crimes graves, mortes violentas e caçar os assassinos é seu trabalho e agora que o caso do garoto de programa chegou ao seu conhecimento, ele irá fazer de tudo para descobrir o que aconteceu e porquê. Por ter um passado trágico onde era abusado pelo pai quando criança, Sean tem a capacidade de ver além do que os demais policiais enxergam. Ele consegue entender o que motiva assassinos, estupradores e incendiários usando da infância despedaçada para descobrir o que os outros não ousariam imaginar. Através de sua imaginação sombria e singular, Sean compreendia a necessidade que os criminosos têm ao cometer atrocidades, lidando com demônios alheios por ter aprendido a controlar os seus próprios e tendo, assim, uma vantagem sobre os outros detetives.
A medida que a história se desenrola, acompanhamos o planejamento e execução do assassinatos pelo ponto de vista do próprio assassino, cuja narrativa é feita em primeira pessoa, enquanto o ponto de vista, narrado em terceira pessoa, de Sean mostra suas tentativas de desvendar o mistério de um crime "perfeito", limpo e sem pistas que acaba sendo um enorme desafio para a polícia. São diversas mortes cujas vítimas não tem nada em comum, mas Sean sabe que o assassino é apenas um.

A história em si é ótima, me surpreendeu e foi além das minhas expectativas. A narrativa, que é alternada entre o assassino e Sean, é muito fácil e fluída, e a escrita é ótima. Acredito que pelo autor ter feito parte da polícia, lidando com investigações criminais, ele adquiriu uma visão muito mais ampla para poder escrever sobre esse mundo e, mesmo Brutal tendo sido seu livro de estreia, talvez esse tenha sido um fator diferencial que tornasse a história tão envolvente e incrivelmente realista. Os procedimentos policiais são autênticos, os detalhes são descritos com maestria, e mesmo que Sean caia no clichê de investigador com passado traumático, tudo isso colaborou para a história ser muito bem construída.

Sean Corrigan é um bom exemplo de policial que luta por justiça mesmo sendo atormentado por seu passado. Ele poderia sucumbir emocionalmente, mas usa o que poderia destruí-lo para aguçar seus sentidos, sua percepção e sua capacidade de pensar como alguém que não tem escrúpulos e enxergar a verdadeira escuridão por trás das pessoas. Ele é implacável no que acredita e não hesita mesmo que tenha que afrontar seus superiores para ir atrás de quem acredita ser o culpado pelos assassinatos brutais. Sua caracterização, além de convincente, foi essencial para tornar a trama ainda mais interessante do que já é. Cheia de tensão e frustrações, a história é uma corrida contra o tempo no que diz respeito aos crimes, mas ainda mostra que é possível equilibrar assuntos profissionais e pessoais quando a vida de Sean é mais aprofundada, mostrando seus laços familiares com esposa e filhas sem deixar que a ideia principal da trama seja posta em segundo plano. Tudo é muito bem amarrado e bem pensado.

A história não faz rodeios quando o assunto gira em torno de procedimentos policiais e detalhes sórdidos sobre assassinatos. Pra quem procura por um livro policial convincente e brilhantemente sangrento, com crueldade, frieza incessante e calculismo vai encontrar em Brutal uma história excelente, viciante e com certeza vai pedir por mais.

Novidades Literárias - Maio

20 de maio de 2015

Livro das Sombras - Coven #1 - Cate Tiernan
Morgana Rowlands nunca se imaginou como algo além de uma garota sem graça de 16 anos, ainda mais se comparada à melhor amiga, a linda Bree. Porém, isso está prestes a mudar. Quando Cal, um veterano transferido de outra escola, entra na vida da garota, ela se vê imersa em um novo universo: o rapaz se revela um bruxo à procura de pessoas para montar um coven. A ligação entre eles é imediata e impossível de ser desfeita – só há um problema. Bree está perdidamente apaixonada por Cal. Será Morgana capaz de controlar seus sentimentos em prol da amizade ou a conexão entre eles é mais forte do que ela própria?




Se o Sapatinho Servir - Era Outra Vez #2 - Sarah Mlynowski
Apontada como a herdeira de Meg Cabot pela imprensa, Sarah Mlynowski se diverte com o leitor nessa série juvenil com princesas, príncipes, vilões e finais um pouquinho diferentes do convencional. Abby e Jonah são irmãos e descobriram como entrar no mundo dos contos de fadas - e alterar os rumos de suas histórias! Desta vez, eles acabam no armário de casacos de um fabuloso castelo, bem na hora do baile, e lá está Cinderela. Tudo acontece como deveria ser: o príncipe resgata o sapatinho de cristal para seguir à procura da moça que o encantou, mas... Cinderela torce o pé - culpa de Abby e Jonah - e ele fica muito inchado. De jeito nenhum o sapatinho vai servir agora! Para piorar, a fada madrinha se recusa a ajudá-la e diz que Cinderela precisa assumir algumas responsabilidades se quer mesmo ter um final feliz. Mais uma vez, Jonah e Abby terão que consertar a história: decidem ajudar a gata borralheira a encontrar um emprego, e assim garantir a bênção da fada madrinha e a mão do belo príncipe em casamento.

Gelo Negro - Becca Fitzpatrick
Britt Pfeiffer passou meses se preparando para uma trilha na Cordilheira Teton, um lugar cheio de mistérios. Antes mesmo de chegar à cabana nas montanhas, ela e a melhor amiga, Korbie, enfrentam uma nevasca avassaladora e são obrigadas a abandonar o carro e procurar ajuda. As duas acabam sendo acolhidas por dois homens atraentes e imaginam que estão em segurança.
Os homens, porém, são criminosos foragidos e as fazem reféns. Para sobreviver, Britt precisará enfrentar o frio e a neve para guiar os sequestradores para fora das montanhas. Durante a arriscada jornada em meio à natureza selvagem, um homem se mostra mais um aliado do que um inimigo, e Britt acaba se deixando envolver. Será que ela pode confiar nele? Sua vida dependerá dessa resposta.

Nós - David Nicholls
Certa noite, Douglas Petersen, um bioquímico de 54 anos apaixonado pela profissão, por organização e limpeza, é acordado por Connie, sua esposa há 25 anos, e ela lhe diz que quer o divórcio.
O momento não poderia ser pior. Com o objetivo de estimular os talentos artísticos do filho, Albie, que acabou de entrar para a faculdade de fotografia, Connie planejou uma viagem de um mês pela Europa, uma chance de conhecerem em família as grandes obras de arte do continente. Ela imagina se não seria o caso de desistirem da viagem. Douglas, porém, está secretamente convencido de que as férias vão reacender o romance no casamento e, quem sabe, também fortalecer os laços entre ele e o filho.
Com uma narrativa que intercala a odisseia da família pela Europa — das ruas de Amsterdã aos famosos museus de Paris, dos cafés de Veneza às praias da Barcelona — com flashbacks que revelam como Douglas e Connie se conheceram, se apaixonaram, superaram as dificuldades e, enfim, iniciaram a queda rumo ao fim do casamento, Nós é, acima de tudo, uma irresistível reflexão sobre a meia-idade, a criação dos filhos e sobre como sanar os danos que o tempo provoca nos relacionamentos. Sensível e divertido, com a sagacidade e a inteligência dos outros livros do autor, o romance analisa a intrincada relação entre razão e emoção.

Para Todos os Garotos que Já Amei - Jenny Han
Lara Jean guarda suas cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe. Não são cartas que ela recebeu de alguém, mas que ela mesma escreveu. Uma para cada garoto que amou — cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos.
Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para outra a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar.




Lugares Escuros - Gillian Flynn
Libby Day tinha apenas sete anos quando testemunhou o brutal assassinato da mãe e das duas irmãs na fazenda da família. O acusado do crime foi seu irmão mais velho, que acabou condenado à prisão perpétua.
Desde aquele dia, Libby passou a viver sem rumo. Uma vida paralisada no tempo, sem amigos, família ou trabalho. Mas, vinte e quatro anos depois, quando é procurada por um grupo de pessoas convencidas da inocência de seu irmão, Libby começa a se fazer as perguntas que até então nunca ousara formular. Será que a voz que ouviu naquela noite era mesmo a do irmão? Ben era considerado um desajustado na pequena cidade em que viviam, mas ele seria mesmo capaz de matar? Existiria algum segredo por trás daqueles assassinatos?
Gillian Flynn intercala a trajetória detetivesca de Libby com flashbacks dos acontecimentos do dia dos crimes com tanta habilidade que o leitor é levado a diferentes direções. Escrito com primor, Lugares escuros não só mostra como a memória é passível de falhas, mas também evidencia as mentiras que uma criança pode contar a si mesma para superar um trauma.

Uma Curva no Tempo - Dani Atkins
A noite do acidente mudou tudo... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel está desmoronando. Ela mora sozinha em Londres, num apartamento minúsculo, tem um emprego sem nenhuma perspectiva e vive culpada pela morte de seu melhor amigo. Ela daria tudo para voltar no tempo. Mas a vida não funciona assim... Ou funciona?
A noite do acidente foi uma grande sorte... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel é perfeita. Ela tem um noivo maravilhoso, pai e amigos adoráveis e a carreira com que sempre sonhou. Mas por que será que ela não consegue afastar as lembranças de uma vida muito diferente?


O Resgate no Mar - Outlander #3 Parte 1 - Diana Gabaldon
Há vinte anos Claire Randall voltou no tempo e encontrou o amor da sua vida – Jamie Fraser, um escocês do século XVIII. Mas, desde que voltara à sua própria época, ela pensava que ele tinha sido morto na Batalha de Culloden. Agora, em 1968, que seu amado pode estar vivo. A memória do guerreiro escocês não a abandona... seu corpo e sua alma chamam por ele em seus sonhos. Claire terá que fazer uma escolha: voltar para Jamie ou ficar com Brianna, a filha dos dois?
Jamie, por sua vez, está perdido. Os ingleses se recusaram a matá-lo depois de sufocarem a revolta de que ele fazia parte. Longe de sua amada e em meio a um país devastado pela guerra e pela fome, o rapaz precisa retomar sua vida.
As intrigas ficam cada vez mais perigosas e, à medida, que tempo e espaço se misturam, Claire e Jamie têm que encontrar a força e a coragem necessárias para enfrentar o desconhecido. Nesta viagem audaciosa, será que eles vão conseguir se reencontrar?

O Livro do Amor - Ariane Freitas e Jessica Grecco
Tem gente que faz nosso coração bater mais forte. Que coloca um sorriso em nosso rosto. Que faz a gente acreditar no amor. É gente que combina com a gente em tudo, que torna nossos sonhos reais, que nos dá força e coragem pra viver a vida. Para esse tipo de gente, há um jeito todo especial de dizer eu te amo: este livro cheio de mensagens de amor, feito com muito carinho, que você merece muito receber.






A Noiva Fantasma - Yangsze Choo
Certa noite, meu pai me perguntou se eu gostaria de me tornar uma noiva fantasma... 1893. Li Lan é uma jovem que recebeu educação e cultura, mas que vive sem grandes perspectivas depois da falência de seus pais. Até surgir uma proposta capaz de mudar sua vida para sempre: casar-se com o herdeiro de uma família rica e poderosa. Há apenas um detalhe: seu noivo está morto. A Noiva Fantasma é o surpreendente romance de estreia de Yangsze Choo, a escritora de ascendência oriental que está encantando fãs por todo o mundo. Por mais fantásticas que pareçam, as noivas fantasmas ainda resistem até hoje em parte da cultura asiática. A prática, que chegou a ser banida por Mao Tsé-Tung durante a Revolução Cultural, foi muito frequente na China e na Malaia (hoje Malásia) no final do século XIX. O casamento era usado para tranquilizar um espírito inquieto, e garantir um lar e estabilidade para as mulheres que diziam sim a maridos já falecidos. É claro que elas tinham um preço alto a pagar, e com Li Lan não seria diferente. Evocando obras como Lugar Nenhum, de Neil Gaiman, essa obra é uma história impressionante sobre o amor sobrenatural e sobre o amadurecimento, escrita por uma extraordinária nova voz da ficção contemporânea.

Onde Cantam os Pássaros - Evie Wyld
No premiado romance de Evie Wyld, a fazendeira Jake White leva uma vida simples numa ilha inglesa. Suas únicas companhias são rochedos, a chuva incessante, suas ovelhas e um cachorro, que atende pelo nome de Cão. Tendo escolhido a solidão por vontade própria, Jake precisa lidar com acontecimentos recentes que põem em dúvida o quanto ela realmente está sozinha – e o quanto estará segura. De tempos em tempos, uma de suas ovelhas aparece morta, o que pode ser muito bem obra das raposas que habitam a floresta próxima à sua fazenda. Ou de algo pior. Um menino perdido, um homem estranho, rumores sobre uma fera e fantasmas do seu próprio passado atormentam a vida de uma mulher que sonha com a redenção.
Aos poucos, vamos descobrindo mais sobre as suas habilidades em tosquiar e cuidar de ovelhas, aprendidas ainda quando jovem, em sua terra natal, na Austrália. E vamos aprendendo também o que aconteceu lá, que acabou por conduzir White à uma vida de reclusão e isolamento. E sobre as contradições e diferenças entre um passado (sempre narrado no tempo verbal presente) cheio de vida e calor, e o presente (narrado por sua vez no passado) repleto de lama, frio e um ritmo mais desacelerado, paira uma atmosfera absolutamente brutal.
Com uma prosa verdadeiramente excepcional, o estilo da autora reúne tanto clareza como substância e apresenta uma personagem inesquecível, enigmática, trágica, assombrada por um passado inescapável. Uma mulher forte, ainda que tão passível de falhas, erros e equívocos como todos nós. É uma história de solidão e sobrevivência, culpa, perda e o poder do perdão. Uma escrita visceral onde sentimos a presença de tudo, os odores, o vento, o tempo. Nada passa desapercebido.

Golem e o Gênio: Uma fábula eterna - Helene Wecker
Chava é uma golem, criatura feita de barro, trazida à vida por um estranho rabino envolvido com os estudos alquímicos da Cabala. Ahmad é um gênio, ser feito de fogo, nascido no deserto sírio, preso em uma antiga garrafa de cobre por um beduíno, séculos atrás.
Atraídos pelo destino à parte mais pobre de uma Manhattan construída por imigrantes, Ahmad e Chava se tornam improváveis amigos e companheiros de alma, desafiando suas naturezas opostas. Até a noite em que um terrível incidente os separa. Mas uma poderosa ameaça vai reuni-los novamente, colocando em risco suas existências e obrigando-os a fazer uma escolha definitiva.
O romance de estreia de Helene Wecker reúne mitologia popular, ficção histórica e fábula mágica, entrelaçando as culturas árabe e judaica com uma narrativa inventiva e inesquecível, escrita de maneira primorosa.
Golem e o Gênio foi eleito uma das melhores fantasias históricas pelo Goodreads e ganhou o Prêmio da VCU Cabell de Melhor Romance de Estreia.