Na Telinha - Wandinha

5 de dezembro de 2022

Título
: Wandinha (Wednesday)
Temporada: 1 | Episódios: 8
Distribuidora: Netflix
Elenco: Jenna Ortega, Gwendoline Christie, Catherine Zeta Jones, Luis Guzmán, Christina Ricci, Emma Myers, Hunter Doohan, Percy Hynes-White, Riki Lindhome, Georgie Farmer, Joy Sunday, Moosa Mostafa, 
Gênero: Sobrenatural/Fantasia/Mistério
Ano: 2022
Duração: 55min
Classificação: +12
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Inteligente, sarcástica e apática, Wandinha Addams pode estar meio morta por dentro, mas na Escola Nunca Mais ela vai fazer amigos, inimigos e investigar assassinatos.

Baseada nos personagens clássicos de A Família Addams, Tim Burton e companhia produziram a série Wandinha, que traz a adolescente de olhar penetrante, fria e calculista, e que despreza tudo e todos, de volta às telinhas ao incorporar uma detetive astuta que se vê ligada a um tipo de profecia macabra e se dedica a passar por cima da polícia para desvendar enigmas mirabolantes e investigar uma série de assassinatos misteriosos que acometem a fictícia cidadezinha de Jericho e a Academia Nunca Mais, a escola/internato pra onde ela é enviada contra sua vontade depois de ter sido expulsa da anterior por "tentativa de homicídio", onde seus pais estudaram quando eram adolescentes, e onde os "excluídos, aberrações, criaturas sobrenaturais e afins" aprendem a dominar suas habilidades numa época contemporânea e cheia de referências às tecnologias e redes sociais da atualidade, tecnologias estas que Wandinha se recusa a utilizar e tem uma opinião sólida e formada sobre.
"As redes sociais são um vazio de afirmações insignificantes"
Addams, Wandinha

Com a ajuda de Mãozinha, conforme Wandinha investiga os mistérios da cidade e da escola para descobrir quem é o assassino, ela também equilibra as investigações fazendo amizades e inimizades por aí, e ainda tem sessões de terapia compulsória numa tentativa de controlar melhor seu temperamento bizarro e seu instinto assassino.

A série tem vários toques de bom humor e traz várias referências que, num geral, casam bem com as cenas um pouco mais pesadas que envolvem violência, sangue esguichando, partes de corpo espalhadas e feridas abertas e horrorosas. Mas apesar de ser divertida e bem instingante, o que não curti muito foi exatamente o aproveitamento dos personagens da família Addams, que inclusive já foi bastante explorada, pra criar uma história que poderia ter sido feita com qualquer outro personagem nesse estilo a la Tim Burton (tornando as coisas um pouco mais originais talvez?). Essa pegada adolescente de primeiro amor, primeiro beijo, paixões não correspondidas, enemies to friends e afins não parecem se encaixar muito bem na atmosfera mórbida e obscura da qual quem cresceu assistindo Família Addams se lembra, e a nostalgia acabou ficando prejudicada pra mim nesse sentido. Muitos personagens não foram bem aproveitados, como é o caso de irmão de Wandinha, Feioso, que só aparece pra comer; Tio Chico, que acaba aparecendo pra ser um facilitador de enredo, fazendo uma participação um tanto conveniente para o desenrolar dos fatos; e os próprios pais, Mortícia e Gomez, que parecem estar deslocados e sem personalidade alguma.

Outra coisa é que em meio a essa investigação sobrenatural da qual Wandinha deposita toda a sua energia, ao final quando a identidade do monstro enfim é revelada, fiquei com aquela sensação de que qualquer um poderia ter assumido esse papel e a série poderia ter tido dezenas de finais diferentes de acordo com a conveniência.



Na série, Wandinha está aprendendo mais sobre seu dom sobrenatural há pouco descoberto, que é ter visões do passado e do futuro quando encosta em alguém ou em alguma coisa ligada a determinado acontecimento, o que, obviamente, a ajuda muito durante suas investigações. Quando ela entra em transe durante as visões é um tanto assustador, pois ela fica com os olhos vidrados e joga o corpo pra trás de repente como se fosse se partir ao meio, e acredito que o incômodo que essa esquisitice causa em quem assiste, assim como a expressão firme e mega rígida da personagem que não pisca uma vez sequer e faz qualquer um pensar que ela seja uma maníaca, é totalmente proposital - e bem colocada inclusive. A ideia dela estar num ambiente que faz com que ela demonstre o quanto é forte, corajosa e amadureça com essas experiências é bastante interessante e fortalece essa personalidade peculiar, e penso que seja mais interessante do que os momentos em que ela começa a ceder a ponto de demonstrar um pouco de humanidade, compaixão e, pasmem, sentimentos. É quase a mesma coisa que esperar que, por exemplo, uma Miranda Priestly da vida (Meryl Streep em O Diabo veste Prada) peça desculpas pra alguém. Inconcebível.


Enfim, o visual da série é super adequado ao que se propõe, pois parece ampliar a atmosfera sombria da família pra outros ambientes, fazendo com que a protagonista leve o preto e branco por onde passa. O ar de lugubridade que cerca Wandinha promove um enorme constraste com a escola e a cidade, principalmente no que diz respeito a sua colega de quarto, Enid Sinclair, uma adolescente que descende de uma família de lobisomens, feliz, sorridente e saltitante, sempre empolgada com qualquer coisa, viciada em redes sociais, maquiagem, contato físico e mais cores do que Wandinha é capaz de suportar.


Sei que as propostas são diferentes, mas ainda acho que Angelica Houston como Mortícia, e Christina Ricci como Wandinha da família Addams dos anos 90 são insuperáveis, inclusive Ricci também faz parte do elenco interpretando Marilyn Thornhill, a professora de Herbologia (se não me engano) de Nunca Mais e que parece ter muitos segredos. Achei super legal a participação dessa atriz na série.


No mais, penso que seja uma série pra assistir sem compromisso, pra se divertir e curtir, e pra se curar de uma ressaca de outra série mais pesada. Tem suas falhas, tem seus clichês, talvez funcione melhor com um público que teve pouco ou nenhum contato com o material original para evitar comparações, mas não nego que gostei e maratonei até acabar.


Novidade de Dezembro - Seguinte

3 de dezembro de 2022

Vermelho, Branco e Sangue Azul - (Edição de Colecionador) - Casey McQuiston (12/12/2022)
O que pode acontecer quando o filho da presidenta dos Estados Unidos se apaixona pelo príncipe da Inglaterra?
Quando sua mãe foi eleita presidenta dos Estados Unidos, Alex Claremont-Diaz se tornou o novo queridinho da mídia norte-americana. Bonito, carismático e com personalidade forte, Alex tem tudo para seguir os passos de seus pais e conquistar uma carreira na política, como tanto deseja. Mas quando sua família é convidada para o casamento real do príncipe britânico Philip, Alex tem que encarar o seu primeiro desafio diplomático: lidar com Henry, irmão mais novo de Philip, o príncipe mais adorado do mundo, com quem ele é constantemente comparado – e que ele não suporta.
O encontro sai pior do que o esperado, e no dia seguinte todos os jornais do mundo estampam fotos de Alex e Henry caídos em cima do bolo real, insinuando uma briga séria entre os dois. Para evitar um desastre diplomático, eles passam um fim de semana fingindo ser melhores amigos, e não demora para que essa relação evolua para algo que nenhum dos dois poderia imaginar – e que não tem nenhuma chance de dar certo. Ou tem?

Resumo do Mês - Novembro

1 de dezembro de 2022

 

Enfim, já fiz a bendita prova do concurso e agora posso respirar em paz até saber o resultado no final desse mês. Não vou criar muitas expectativas porque comecei a estudar muito em cima da hora e o tempo que tive não foi o suficiente pra estudar nem metade do edital, então, seja o que Deus quiser. Foi o primeiro concurso que participei então, independente do resultado, já valeu pela experiência e pra me dar noção de como é e o que esperar.
Agora que vou ter a parte da tarde livre - e sozinha - pra ficar em paz nessa casa, vou poder colocar as leituras atrasadas em dia e dar uma atenção melhor pro blog, que mais um mês ficou mais pra lá do que pra cá.
Estou #xocada por esse ano ter passado rápido e estarmos no último mês. Daqui a pouco é aniversário da Vitória/Natal e estou aqui tentando convencer o marido a comprarmos uma arvore de natal nova, já que a nossa foi comida pelas cachorras e estamos sem árvore já faz dois anos. Vamo ver se ele cede...
No mais, mesmo eu tendo ficado agarrada com os estudos, pelo menos uma resenha saiu pra não falar que passou em branco:

Caixa de Correio #128 - Novembro

30 de novembro de 2022

Esse mês aproveitei um pouco da Black Friday e comprei alguns jogos de tabuleiro que já estavam na minha wishlist faz um tempinho, o chato é que dois deles parecem estar vindo a pé e não chegaram a tempo de aparecer na caixinha.
Sobre os livros, eu recebi alguns que queria, e deixei de receber outros, então só me resta esperar pra ver o que vai ser resolvido.
Outra coisa que aproveitei nessa BF foram alguns itens de papelaria. Todo mundo gosta dessas coisinhas, né? E quando acha um preço bacana não dá pra resistir.
No mais, aqui o que chegou esse mês, inclusive já joguei o Pandemic e achei muito legal. Farei resenha em breve:

Livros:
  • Lore Olympus vol.2 - Rachel Smythe
  • Oito Horas Perfeitas - Lia Louis
  • Fumaça Branca - Tiffany D. Jackson
  • Nossa Luz Interior - Michelle Obama

Jogos de Tabuleiro/Cartas:
  • Pandemic
  • Love Letter

Wishlist #13 - Board Games - Robinson Crusoe

12 de novembro de 2022

Robinson Crusoe é um jogo cooperativo onde os jogadores precisam jogar juntos pra vencer, e acho que algo do tipo aqui em casa é super válido e necessário pro espírito de competição/brigas fique quieto. O único problema é o valor astronômico desse jogo que me deixa #xatiada, porque não tenho coragem nenhuma (e nem condições) de desembolsar quase 700 reais num jogo, por mais legal que ele possa ser.
Enfim, vai ficar só na vontade por enquanto...


Editora/Fabricante: Conclave
Criador: Ignacy Trzewiczek
Idade recomendada: 14+
Jogadores: 1-4
Descrição: "Robinson Crusoe: Aventuras na Ilha Amaldiçoada" é outro jogo épico criado por Ignacy Trzewiczek, o autor de Stronghold. Desta vez Trzewiczek leva os jogadores para uma ilha deserta, onde eles serão os sobreviventes de um naufrágio confrontados por uma aventura extraordinária.
Os jogadores serão confrontados com os desafios da construção de um abrigo, encontrar comida, lutar contra animais selvagens, e se proteger das mudanças climáticas. Construção de muros em torno de suas casas, a domesticação de animais, a construção de armas e ferramentas e muito mais esperam por eles na ilha. Os jogadores decidem em qual direção o jogo vai se desenrolar e – depois de várias semanas de muito trabalho no jogo – como será sua adaptação na ilha.
Será que eles conseguem descobrir o segredo da ilha? Será que eles vão encontrar um tesouro pirata ou uma aldeia abandonada? Será que eles vão descobrir uma cidade subterrânea ou um templo amaldiçoado no fundo de um vulcão?
As respostas a estas perguntas estão em centenas de cartas de evento e centenas de cartas de objetos que podem ser utilizados durante o jogo...

Clube do Orgasmo - Jüne Plã

8 de novembro de 2022


Título:
 Clube do Orgasmo: Uma Cartografia do Prazer
Autora: Jüne Plã
Editora: Intrínseca
Gênero: Autoajuda/Sexualidade
Ano: 2022
Páginas: 256
Nota:★★★★☆
Sinopse: Você sente que está perdendo o tesão? Acha que o sexo se tornou algo previsível e entediante? Não aguenta mais aquela rotina repetitiva de preliminar, penetração e ejaculação? Não se preocupe: Clube do Orgasmo está aqui para ajudar!
Com o objetivo de tornar o prazer acessível a todas as pessoas que gostam de sexo, este manual sincero e descomplicado explora praticamente tudo o que há para saber sobre sexo além da caixinha da penetração. A obra traz diversos novos métodos para alcançar o prazer, a sós ou com outras pessoas, com desenhos informativos das múltiplas zonas erógenas do corpo humano, diagramas e uma ampla gama de movimentos capazes de provocar prazer, respeitando todas as inclinações de gênero e as diferentes identidades sexuais.
De indicações de brinquedos sexuais e como escolher o melhor tamanho de camisinha a conselhos para mandar bem no sexo oral e como aproveitar ao máximo a experiência da masturbação, este livro aborda tópicos sobre os quais muita gente tem vergonha de perguntar. Seja para pessoas inexperientes ou para especialistas em sexo, esta é uma obra indispensável para quem deseja dar uma repaginada na vida sexual ou mesmo aprender a se conectar melhor com o próprio corpo. É só se libertar da culpa e mergulhar nas infinitas possibilidades do Clube do Orgasmo.

Resenha: Jüne Plã é uma ilustradora que virou febre no Instagram com o perfil @jouissance.club, onde compartilha desenhos bem didáticos sobre os genitais e as zonas erógenas do corpo pra quem busca por novas fontes de prazer na rotina sexual, ou pra quem só tem um pouco de curiosidade. Daí surgiu o convite para publicar o livro, que foi aceito na intenção de poder falar de uma forma mais aberta e sem preocupações com as limitações e até com a censura que a rede social impõe sobre o tema.

A linguagem simples, direta e bem humorada que a autora utiliza é bem explicativa, atual e inclusiva, cheia de termos em gênero neutro como "beltrane" e afins, muitos métodos novos apresentados (e que nunca sequer cogitei existirem) através de ilustrações, e com várias comparações com objetos do cotidiano de forma que não haja dúvidas sobre o entendimento e sobre as descrições.

Na introdução a autora sugere que o livro seja consultado como se fosse um livro de receitas, onde conselhos e pequenos tutoriais de como dar ou ter prazer, ou de como conhecer o próprio corpo podem ser consultados sempre que o leitor quiser. Como ela trata tudo com muita naturalidade, a ideia de que o assunto seja um tabu a ser quebrado acaba ficando bem evidente, afinal, por mais que seja algo íntimo e particular de cada invidíduo, faz parte da vida e não tem motivos pra se ter vergonha.

Um ponto super bacana é que, além de Jüne literalmente explicar com desenhos sobre a anatomia dos órgãos sexuais e como eles funcionam, ela ressalta a importância da comunicação e o respeito entre as pessoas envolvidas, a criatividade na hora de dar e receber prazer, mas principalmente sobre o consentimento que deve haver entre as partes. Inclusive há um capítulo inteiro dedicado a falar sobre abuso, os problemas que isso implica e o que a vítima deve fazer.

Como li pelo Kindle, não tive a mesma experiência que o livro físico proporciona, com ilustrações coloridas e afins, e algumas imagens ficam um pouco difíceis de identificar por estarem em preto e branco.

Acho que a ideia do livro é quebrar paradigmas e dar aquele up no autoconhecimento e na intimidade, seja a sós ou em companhia, mas no final das contas, por mais que tenha uma linguagem descolada e inclusiva, infelizmente não funcionou muito pra mim por não conseguir me identificar muito com as dicas e indicações oferecidas. Enfim, pra quem acha que já sabe muita coisa, há sempre algo novo a se aprender.