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Netflix e Studio Ghibli - 21 clássicos da cultura japonesa pra gente assistir!

13 de fevereiro de 2020

Em 20 de Janeiro de 2020 a Netflix anunciou que, a partir de fevereiro, irá disponibilizar 21 animações do Studio Ghibli (reconhecido mundialmente após A Viagem de Chihiro ter ganhado o Oscar de melhor animação em 2002) em seu catálogo!

Considerados clássicos pelos fãs de cultura japonesa e animes, com exceção de O Túmulo dos Vagalumes (1988), a plataforma adquiriu os direitos de exibição dos longas para alegria dos espectadores de plantão.

Serão 7 títulos por mês até abril.

Confira o cronograma:

📅 01/02/2020
  • O Castelo no Céu (1986)
  • Meu Amigo Totoro (1988)
  • O Serviço de Entregas da Kiki (1989)
  • Memórias de Ontem (1991)
  • Porco Rosso: O Último Herói Romântico (1992)
  • Eu Posso Ouvir o Oceano (1993)
  • Contos de Terramar (2006)

📅 01/03/2020
  • Nausicaä do Vale do Vento (1984)
  • Princesa Mononoke (1997)
  • Meus Vizinhos, Os Yamadas (1999)
  • A Viagem de Chihiro (2001)
  • O Reino dos Gatos (2002)
  • O Mundo dos Pequeninos (2010)
  • O Conto da Princesa Kaguya (2013)

📅 01/04/2020
  • Pom Poko: A Grande Batalha dos Guaxinins (1994)
  • Sussurros do Coração (1995)
  • O Castelo Animado (2004)
  • Ponyo - Uma Amizade que Veio do Mar (2008)
  • Da Colina Kokuriko (2011)
  • Vidas ao Vento (2013)
  • As Memórias de Marnie (2014)

Na Telinha - As Memórias de Marnie

27 de janeiro de 2019

Título: A Viagem de Chihiro (Omoide no Marnie)
Produção: Studio Ghibli
Elenco: Kasumi Arimura, Nanako Matsushima, Susumu Terajima
Gênero: Animação/Drama
Ano: 2015
Duração: 1h 44min
Classificação: Livre
Nota:★★
Sinopse: Anna é uma menina de 12 anos, filha de pais adotivos, sempre muito solitária e não exatamente feliz. Um belo dia, em um castelo numa ilha isolada, ela conhece Marnie. A menina loira de vestido branco se torna a grande e única amiga de Anna, mas ela descobrirá que Marnie não é exatamente quem parece ser.

Anna é uma garotinha de doze anos que foi criada por pais adotivos depois que perdeu os pais e a avó. Ela sofre de asma e tem muitos problemas de comunicação a ponto de se isolar, evitando se socializar com outras crianças.


Depois de sofrer um ataque asmático muito forte e ter a saúde abalada, ela é enviada para a casa dos tios no interior para ter um contato maior com a natureza e respirar os novos ares do campo. Até que Anna se depara com uma mansão dos sonhos, e lá ela conhece Marnie, uma garotinha que parece ser tão solitária quanto ela. Logo elas criam um laço muito forte de amizade e cumplicidade, mas há um mistério que paira em volta de Marnie e da mansão, e, aos poucos, Anna vai encontrar respostas.


Como eu adorei a Viagem de Chihiro, resolvi pesquisar sobre as demais animações do Studio Ghibli, e As Memórias de Marnie foi o que mais me chamou a atenção. Assim como o primeiro, este, embora não tenha elementos fantasiosos, vai mostrar a jornada de uma garotinha que está em busca de algo que vá preencher um enorme vazio dentro de si mesma.


A solidão, assim como o sentimento de exclusão, que Anna sente é algo bem triste, e através de seu comportamento percebemos o quanto a menina precisa de ajuda para não definhar. Ela passa os dias desenhando e observando outras crianças, mas se fechou numa bolha individual impedindo que outras pessoas se aproximem, porém ela ainda não se deu conta de que a falta de aproximação dos outros é pelo fato de ela mesma não dar nenhuma brecha para que isso aconteça. Mesmo que seus pais tenham morrido, ela os culpa pelo abandono e que por isso ela é tão diferente. Quando ela descobre que, por ser adotada, sua mãe recebe auxílio do governo para ajudar com seu sustento, aí é que ela se sente pior, como se ela fosse um enorme fardo que, além de dar despesas, só tivesse sido adotada para que a mãe recebesse esse benefício, coisa que não é verdade.


Porém, ao ir para o interior conviver com os tios, com a natureza, e principalmente ao conhecer Marnie, aos poucos, ela começa a se libertar de todas as amarras que estavam a sufocando. Sua saúde começa a melhorar e a amizade sincera com a garotinha começa a preencher todas as suas lacunas. Anna percebe que Marnie também é uma criança muito sozinha, seus pais estão sempre muito ocupados e nunca lhe dão atenção, mas embora ela também seja sozinha, Marnie tenta encarar tudo com otimismo, um grande sorriso no rosto e um brilho no olhar, e esse comportamento acaba contagiando Anna, fazendo com que ela se solte cada vez mais desencadeando inclusive um sentimento de apego, como se ela precisasse de Marnie para seguir em frente e ser ela mesma. Mas dúvidas sobre a existência de Marnie começam a surgir... Ela realmente existe, ou se trata de uma amiga imaginária que Anna criou para superar os próprios problemas e fugir da solidão?


O roteiro em si é bastante simples e a trama se desenvolve de forma muito lenta, o que pode tornar a animação um pouco cansativa de se acompanhar em alguns pontos, mas ainda assim encanta pelo cenário deslumbrante e pela delicadeza com que trata os dramas das meninas com a devida realidade. O final, pra mim, parecia ser previsível, mas seguiu por um caminho que além de explicar as origens de Anna, conseguiu surpreender de forma bastante satisfatória e emocionante.

As Memórias de Marnie é um filme cheio de sensibilidade que aborda temas delicados como abandono, culpa, solidão e outros traumas, mas mostra que a autodescoberta e a superação através do amor, mesmo que pareça ser clichê, além de passar uma mensagem muito bonita, consegue tocar nossos corações e fazer com que torçamos para que tudo fique bem.

Na Telinha - A Viagem de Chihiro

15 de novembro de 2016

Título: A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi)
Produção: Studio Ghibli
Elenco: Rumi Hiiragi, Miyu Irino, Mari Natsuki
Gênero: Animação/Fantasia/Aventura
Ano: 2003
Duração: 2h 02min
Classificação: Livre
Nota:★★★★★
Sinopse: Chihiro é uma garota de 10 anos que acredita que todo o universo deve atender aos seus caprichos. Ao descobrir que vai se mudar, ela fica furiosa. Na viagem, Chihiro percebe que seu pai se perdeu no caminho para a nova cidade, indo parar defronte um túnel aparentemente sem fim, guardado por uma estranha estátua. Curiosos, os pais de Chihiro decidem entrar no túnel e Chihiro vai com eles. Chegam numa cidade sem nenhum habitante e os pais de Chihiro decidem comer a comida de uma das casas, enquanto a menina passeia. Ela encontra com Haku, garoto que lhe diz para ir embora o mais rápido possível e ao reencontrar seus pais, Chihiro fica surpresa ao ver que eles se transformaram em gigantescos porcos. É o início da jornada de Chihiro por um mundo fantasma, povoado por seres fantásticos, no qual humanos não são bem-vindos.

Chihiro Ogino é uma garotinha mimada de dez anos que está odiando a ideia de se mudar de casa. Durante a mudança, seu pai toma um atalho para economizar tempo mas faz com que fiquem perdidos. Ao se depararem com um túnel misterioso, os pais de Chihiro decidem atravessá-lo para saber o que há além, mesmo que a menina resista e não queira ir, e acabam num vilarejo aparentemente abandonada mas com restaurantes cheios de muita comida. Com fome, eles decidem comer e Chihiro, que não estava gostando nada do que estava acontecendo, rejeita a comida e vai explorar o lugar. Ela conhece o jovem Mestre Hako, que a alerta sobre os perigos do vilarejo e que ela deveria ir embora antes que anoitecesse. Então, ela descobre que o povoado da cidade é composto por vários espíritos quando, no escuro, o lugar parece ganhar vida, e muito assustada, a garota volta para procurar os pais para irem embora, mas descobre que os dois se transformaram em porcos enormes e irracionais. Chihiro foge para procurar ajuda mas não esperava que para romper o feitiço e libertar os pais, ela teria que trabalhar para uma bruxa ambiciosa, dona de uma casa de banhos, num mundo povoado por criaturas e fantasmas que não possuem a menor simpatia por humanos.


A Viagem de Chihiro, a primeira vista, pode parecer um desenho infantil mas a riqueza dos detalhes, da trilha sonora e do próprio conteúdo mostra que o que pode ser absorvido vai depender da idade de quem assiste. Enquanto as crianças irão se deparar com uma aventura incrível por um mundo sobrenatural cheio de ação e muitos perigos, os adultos acompanharão uma parábola sobre a transição entre a infância e a idade adulta na busca por seus ideais, assim como o amadurecimento de uma garotinha, antes intragável, para alguém que enxerga a vida com outros olhos, aprendendo que só através do trabalho duro é possível conquistar o que desejamos, e só com atitudes e escolhas sensatas podemos conquistar o respeito alheio e atingir nossos objetivos.


No decorrer da animação podemos perceber que todas as situações que ela se depara são responsáveis por seu crescimento e por sua evolução como pessoa. Com o passar do tempo e de acordo com o que aprende com as experiências que tem, Chihiro passa a deixar o orgulho de lado para praticar a humildade, prova sua coragem por várias vezes, demonstra sabedoria nas mais diversas e perigosas situações, se responsabiliza pelas escolhas que faz, aprende a não fazer julgamentos baseada nas aparências, e consegue resistir a momentos de muita tensão e pressão praticamente sozinha em meio ao desconhecido, mostrando que mesmo num ambiente hostil onde a maioria das pessoas são gananciosas, arrogantes, interesseiras e perversas, é possível ignorar tudo o que pode corromper a alma, desenvolvendo, assim, um caráter admirável, tornando-se um símbolo de dignidade e bondade.


Acredito que o único porém é que devido a inspiração na cultura e em outros elementos orientais dos quais não tenho tanto conhecimento quanto gostaria, fiquei com aquela sensação de que há muito mais pra ser entendido e várias mensagens ou referências que não foram totalmente absorvidas.

Diferente de um conto de fadas, Chihiro não é o tipo de garotinha que precisa ser salva por um príncipe encantado enquanto sofre nas mãos de uma madrasta má e canta músicas felizes... Esqueça a maioria das princesas da Disney que mofam esperando o amor com suas lamúrias e infortúnios eternos.


Em suma, posso finalizar dizendo que A Viagem de Chihiro é o tipo de animação que traz muitas reflexões sobre a natureza humana através de metaforas simples sob um enredo rico, mágico e complexo que vai encantar qualquer um, independente da idade.