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O Cisne e o Chacal - J.A. Redmerski

21 de novembro de 2016

Título: O Cisne e o Chacal - Na Companhia de Assassinos #3
Autora: J.A. Redmerski
Editora: Suma de Letras
Gênero: Romance/Suspense/Thriller
Ano: 2016
Páginas: 248
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Fredrik Gustavsson nunca considerou a possibilidade de se apaixonar - certamente nenhuma mulher entenderia seu estilo de vida sombrio e sangrento. Até que encontra Seraphina, uma mulher tão perversa e sedenta de sangue quanto ele. Eles passam dois anos juntos, em uma relação obscura e cheia de luxúria. Então Seraphina desaparece.
Seis anos depois, Fredrik ainda tenta descobrir onde está a mulher que virou seu mundo de cabeça para baixo. Quando está próximo de descobrir seu paradeiro, ele conhece Cassia, a única pessoa capaz de lhe dar a informação que tanto deseja. Mas Cassia está ferida após escapar de um incêndio, e não se lembra de nada. Fredrik não tem escolha a não ser manter a mulher por perto, porém, depois de um ano convivendo com seu jeito delicado e piedoso, ele se descobre em uma batalha interna entre o que sente por Seraphina e o que sente por Cassia. Porque ele sabe que, para manter o amor de uma, a outra deve morrer. 

Resenha: O Cisne e o Chacal é o terceiro volume da série Na companhia de Assassinos, escrita pela autora J.A. Redmerski e publicado no Brasil pela Suma de Letras.

Pra quem acompanhou os livros anteriores, com certeza ficou intrigado com Fredrik Gustavsson, o "interrogador" que torturava e matava suas vítimas a sangue frio e sem remorso algum. A ideia de ele ter tido um relacionamento e um passado diferente do presente em que vive me deixou muito curiosa acerca de sua história, assim como sua esposa "desaparecida", Seraphina, que conseguia ser ainda mais perversa e sanguinária do que Fredrik.
Seis anos se passaram desde a traição e o sumiço dela, e Fredrik ainda tenta encontrá-la por acreditar que ambos ainda possuem assuntos inacabados, mas próximo de descobrir o que buscava, ele conhece Cassia, uma mulher que parece ser a única capaz de lhe dar as informações das quais precisa. Cassia parece saber sobre Seraphina mas, devido a amnésia que sofre, não se lembra qual é a conexão que tem com ela nem nada sobre seu passado. Por isso Fredrik a mantém prisioneira há um ano, na esperança de que ela, um dia, recupere a memória e lhe diga o que ele quer saber, mas o convívio os tornou muito próximos, colocando o coração do assassino em cheque quando ele passa a questionar sobre seus sentimentos por essas duas mulheres que fazem parte de sua vida...

A história segue por essa linha, com Fredrik convivendo com Cassia, que sofre da dita síndrome de Estocolmo (a vítima se apaixona pelo seu sequetrador), ao mesmo tempo em que trabalha em alguns casos da Nova Ordem da qual Victor é o líder. Izabel também marca presença e tem um papel importante a desempenhar no enredo, assim como outros personagens já conhecidos nos livros anteriores. Mas mesmo que haja esta familiaridade e o leitor pense que sabe o que está acontecendo e qual o rumo a história irá levar, a autora cria reviravoltas que nos deixam de cabelo em pé, no bom e no mau sentido da coisa.

Fredrik não é o mocinho da história. O trabalho dele já deixa isso bem claro. Ele não só tortura as pessoas em busca de informações, mas ele aprecia o sofrimento que causa. Talvez a ideia de torturar somente quem seja culpado e livrar inocentes possa amenizar um pouco seu caréter duvidoso, mas ainda assim ele não deixa de ser um anti-herói sádico e que mexe com os sentimentos do leitor das formas mais inimagináveis possíveis. Como é possível ter alguma simpatia por alguém assim? Ele não deveria ser sempre odiado por fazer as coisas que faz? Claro que Fredrik tem um passado sombrio e perturbador e isso pode servir como justificativa para tentarmos entender o monstro que habita dentro dele, mas algumas coisas relacionadas ao relacionamento que ele cultiva com Cassia me deixaram bastante perplexa. Embora seja ficção, é impossível não sentir um incômodo enorme ao acompanhar Fredrik alegando a inocência de Cassia o tempo todo, se sentindo culpado por manter a pobre coitada sob cativeiro mas usando e abusando dela como bem entende. E ela se apegar e se apaixonar a ele, por mais que haja explicações para o comportameto doentio dos dois e o final reserve algo bombástico, não foi algo que consegui aceitar com tanta naturalidade assim... É difícil sentir alguma simpatia por uma personagem tão frágil e delicada como Cassia se submetendo aos caprichos de um maníaco, e mais difícil ainda é engolir Fredrik sendo tão machista como ele é.

No final das contas preferi considerar que são personagens suscetíveis a todo tipo de erro se considerarmos o contexto da história, a vida que tiveram antes e o caminho que seguiram independente de boas ou más escolhas. Isso não os tornam perfeitos, muito pelo contrário, são fatores que influenciam (mesmo que não justifiquem) suas atitudes e por esse motivo, por mais que eu não tenha aceitado muito bem a situação de forma geral e sentido repulsa muitas vezes, eu gostei e me envolvi com a história pois, querendo ou não, ela mexe com a gente. Não digo que achei melhor do que a história de Victor e Sarai/Izabel, mas foi um ótimo acréscimo à série e com certeza vou continuar acompanhando os próximos volumes.

A edição da Suma de Letras é um capricho só. A capa manteve a textura áspera e os mesmos tons de preto e branco com detalhes em vermelho, as páginas são amarelas, não percebi erros na revisão e de forma geral o trabalho está impecável.

Pra quem procura fugir de clichês românticos e quer ler algo mais dark e violento, a série é mais do que recomendada.

O Retorno de Izabel - J.A. Redmerski

9 de novembro de 2015

Título: O Retorno de Izabel - Na Companhia de Assassinos #2
Autora: J.A. Redmerski
Editora: Suma de Letras
Gênero: Romance/Suspense/Thriller
Ano: 2015
Páginas: 232
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Determinada a levar o mesmo estilo de vida do assassino que a libertou do cativeiro, Sarai resolve sair sozinha em missão, com o propósito de matar o sádico e corrupto empresário Arthur Hamburg. No entanto, sem habilidades nem treinamento, os acontecimentos passam muito longe de sair como o planejado. Em perigo, Sarai nem acredita quando Victor Faust aparece para salvá-la — de novo. Apesar de irritado pelas atitudes inconsequentes dela, ele logo percebe que a garota não vai desistir de seus objetivos. Então não há outra opção para ele a não ser treiná-la. Com tamanha proximidade, para eles é impossível resistir à atração explosiva. Nem Victor nem Sarai podem disfarçar o que sentem, ou negar o desejo que os une. No entanto, depois de tantos anos de sofrimento e tantas cicatrizes emocionais, será que eles conseguirão lidar com um sentimento como amor? Só que Sarai — novamente na pele de Izabel Seyfried — ainda terá que passar por um último teste; um teste para provar se conseguirá viver ao lado de Victor, mas que, ao mesmo tempo, poderá fazê-la questionar os próprios sentimentos e tudo que sabe sobre esse homem.

Resenha: O Retorno de Izabel é o segundo livro da série Na Companhia der Assassinos, escrita pela autora J.A. Redmerski e publicado no Brasil pela Suma de Letras.
Por se tratar de continuação, este resenha pode ter spoilers do livro anterior.
Recaptulando o primeiro livro, Sarai é uma jovem que, desde a adolescência, vivia presa numa fortaleza no deserto do México sendo abusada pelo líder do tráfico local que acreditava ser seu dono. Até que um dia Victor, um assassino de aluguel vai ao local, e Sarai enxerga nele uma oportunidade para fugir, mas em vez dele se livrar do "problema", afinal, o traficante obviamente iria atrás dela quando percebesse que fugiu, ele decide protegê-la e iria arriscar tudo para mantê-la em segurança.

Após todo o envolvimento intenso que eles tiveram e os problemas e perigos em que se meteram, ao fim eles se separam e Sarai tenta levar uma vida normal ao se instalar numa casa nova, ao ter alguém que poderia chamar de mãe, um trabalho, uma amiga e até um namorado, exatamente como Victor pediu que ela fizesse. Mas ainda que a vida pareça estar tranquila, Sarai nunca o esqueceu, e nunca esqueceu o que viveu ao lado dele. Ela quer reencontrá-lo e quer se vingar de Arthur Hamburg, um empresário corrupto, depravado e sádico que eles enfrentaram no passado. Obcecada com a ideia da vingança, e também de levar o mesmo estilo de vida de Victor, Sarai decide por seu plano de matar Arthur em ação, mas as coisas não saem tão bem quanto ela imaginou, afinal, ela não possui treinamento algum pra esse tipo de serviço e acabou se metendo numa roubada que colocou sua vida em risco... E mais uma vez Victor aparece para salvá-la. Sabendo que Sarai não iria desistir de seus objetivos, e nem que existe um sentimento e um enorme desejo que os unem, Victor decide ajudá-la e Sarai precisaria entrar mais uma vez na pele de Izabel, a personagem que ela se transformou no caso com Arthur Hamburg, para uma missão. Mas antes ela passaria por novos treinamentos, testes de resistência e um ainda maior que poderá fazê-la se questionar se realmente conhece o homem que ama...

O livro é narrado em primeira pessoa e os capítulos são alternados entre Sarai e Victor, assim como no primeiro livro. A escrita da autora é simplesmente perfeita, empolgante, viciante, com detalhes que nos prendem e nos fazem vibrar e ficarmos agoniados a cada página.
Como se a ideia de Sarai se tornar uma assassina já não fosse surpreendente, ter Victor como seu treinador foi algo totalmente incrível. Os detalhes que exploram a sexualidade dos personagens são bem descritos, quentes e como sempre, intensos o bastante para nos tirar o ar.
Vou confessar que achei Sarai um tanto inconsequente, agindo como uma lunática a fim de chamar atenção de Victor no início da história, mas talvez o propósito tenha sido exatamente este, mostrar que uma pessoa que está sem a outra que a completa acaba agindo sem juízo, não pensa com clareza e não tem muita noção das consequências de seus atos, principalmente quando o assunto é se envolver com bandidos.

O treinamento de Sarai é extenso e toma boa parte da trama, e durante a leitura muitas coisas pareciam não se encaixar muito bem. O relacionamento dos dois continua intenso, cheio de desejo e paixão e, gradualmente, vemos dois personagens que já sofreram muito no passado e testemunharam muitos horrores, mas encontraram um no outro a força que precisavam e um sentimento que acreditavam que nunca sentiriam por ninguém. E o melhor disso é quando, enfim, Victor admite que precisa dela em sua vida. A relação floresce e a ligação que eles possuem se torna mais forte.

Os personagens secundários tem tanta importância nesse quebra-cabeças que não poderia deixar de falar deles... Mas o que realmente importa é que Victor está sendo perseguido pela Ordem de assassinos em que trabalhava antes, mas a dúvida sobre a lealdade de Niklas, que está atrás de Sarai, e se seu amigo - interrogador feat. torturador - Fredrick, permeia pelo enredo. Há a possibilidade de alguns deles estar traindo a confiança de Victor mas a maior prova de lealdade deverá ser feita pela própria Sarai.

O livro é ótimo, mas a única coisa que não me fez gostar tanto dessa sequência como gostei da primeira a ponto de torná-lo favorito, foi o fato de que o desenvolvimento da história fugiu um pouco do contexto e da realidade em que eles estão envolvidos apesar de ser bem amarrada. O romance é perfeito, não há como negar, mas quando lemos uma história que aborda assassinos, máfia e afins, não sobra espaço para devaneios e comportamentos infantis e teimosos. Antes de Sarai ficar pronta ela é imatura e é só quando ela encarna Izabel, uma assassina perigosa e sangue frio, é que as coisas começam a entrar nos eixos.
Mas ao fim tudo se encaixa, tudo se resolve, nada entra pro clichê e ficamos com a boca aberta com a reviravolta e com as revelações que a história nos apresenta. O impacto é total e a sensação ao terminar o livro é da cara enterrada na poeira.

Pra quem quer ler uma história rápida e envolvente, com ação do início ao fim, personagens excepcionais envolvidos em situações extremas e que mexem com nossos sentidos - em todos os sentidos - leia! Leia! Não é sempre que nos deparamos com bandidos que podem ser considerados verdadeiros heróis.
Resta aguardar pelo terceiro livro da série, que dessa vez trará Fredrick como protagonista, ansiosa.

Os livros da série (thanks, Goodreads):
#1 - A Morte de Sarai - Sarai e Victor
#2 - O Retorno de Izabel - Continuação da história de Sarai e Victor
#3 - O Cisne e o Chacal - Fredrik e Cassia
#4 - Seeds of Iniquity (Sementes de Iniquidade) Victor, Sarai, Fredrik, Niklas e Nora
#5 - The Black Wolf (O Lobo Negro) - Niklas


A Morte de Sarai - J.A. Redmerski

3 de maio de 2015

Lido em: Abril de 2015
Título: A Morte de Sarai - Na Companhia de Assassinos #1
Autora: J.A. Redmerski
Editora: Suma de Letras
Gênero: Romance/Suspense/Thriller
Ano: 2015
Páginas: 255
Nota: ★★★★★
Sinopse: Sarai era uma típica adolescente americana: tinha o sonho de terminar o ensino médio e conseguir uma bolsa em alguma universidade. Mas com apenas 14 anos foi levada pela mãe para viver no México, ao lado de Javier, um poderoso traficante de drogas e mulheres. Ele se apaixonou pela garota e, desde a morte da mãe dela, a mantém em cativeiro.
Apesar de não sofrer maus-tratos, Sarai convive com meninas que não têm a mesma sorte. Depois de nove anos trancada ali, no meio do deserto, ela praticamente esqueceu como é ter uma vida normal, mas nunca desistiu da ideia de escapar.
Victor é um assassino de aluguel que, como Sarai, conviveu com morte e violência desde novo: foi treinado para matar a sangue frio. Quando ele chega à fortaleza para negociar um serviço, a jovem o vê como sua única oportunidade de fugir. Mas Victor é diferente dos outros homens que Sarai conheceu; parece inútil tentar ameaçá-lo ou seduzi-lo.
Em A morte de Sarai, primeiro volume da série Na Companhia de Assassinos, quando as circunstâncias tomam um rumo inesperado, os dois são obrigados a questionar tudo em que pensavam acreditar. Dedicado a ajudar a garota a recuperar sua liberdade, Victor se descobre disposto a arriscar tudo para salvá-la. E Sarai não entende por que sua vontade de ser livre de repente dá lugar ao desejo de se prender àquele homem misterioso para sempre.

Resenha: A Morte de Sarai é o primeiro volume da série Na Companhia de Assassinos da autora J.A. Redmerski (de "Entre o Agora e o Nunca" e "Entre o Agora e o Sempre") e publicado no Brasil pela Suma de Letras.
Desde os quatorze anos de idade, Sarai tem vivido em cativeiro numa fortaleza no deserto do México dominada por uma quadrilha cujo Líder é Javier, um perigoso traficante de drogas que também comanda um esquema de prostituição. As garotas sofrem maus tratos, são violentadas e abusadas e Sarai cresceu testemunhando todos esses horrores. Javier acredita ser seu único dono e mesmo sendo o único que se acha no direito de abusar o quanto quer dela, ele a trata com certos privilégios por gostar dela. Sarai sempre quis fugir, mas nunca conseguiu, e depois de nove anos vivendo presa, sua vida se cruza com a de Victor, um assassino sangue frio que chega à fortaleza a negócios. Ele faz parte da Ordem, uma organização secreta de assassinos de aluguel, e desde criança aprendeu a ser frio e calculista quando o assunto e matar por dinheiro. Ele parece não ter sentimentos e ameças não o intimidam.
Agarrando sua única oportunidade de sair da fortaleza, Sarai não hesita e se esconde no carro dele pra fugir.
Surpreso, ele sabe que levar Sarai consigo é um problema mas ela lhe poderia ser útil ao ser usada como moeda de troca, mas, agora, Victor está disposto a arriscar tudo para salvá-la.
"Assassino de aluguel, frio ou não, ele salvou a minha vida"
- Pág. 93
Não se engane pela capa que parece ter a ver com um livro sobrenatural envolvendo vampiros... Não...
A história é narrada em primeira pessoa de forma alternada entre Sarai e Victor e dessa forma é possível ter uma perspectiva mais ampla da visão de cada um deles para as situações que se encontram. Às vezes essa transição de um ponto de vista para o outro quebra a imaginação que o leitor tem de tentar decifrar um segundo personagem através de seus atos, mas Victor é um personagem inteligente, cauteloso e misterioso e nem em seu próprio ponto de vista ele se revela totalmente. Pra mim, essa alternância foi perfeita pois com poucas palavras e atitudes é possível captar a essência do personagem e saber do que ele é capaz ou não.
Sarai é uma jovem que já passou dos vinte anos, corajosa e desde cedo aprendeu a lidar com o perigo. Tendo sido abusada e convivido com várias atrocidades, ela aprendeu a ser dura na queda, como se tivesse perdido um pouco da humanidade por ter sido emocionalmente destruída pelo que passou e pelo que presenciou, e Victor acaba sendo sua única janela para a liberdade, sua única forma de viver tudo o que lhe foi privado e o estilo de vida dele acaba a atraindo. Não que ela seja má pessoa, mas a própria vida que foi forçada a ter acabou por transformá-la em alguém diferente por ter sido obrigada a se submeter a coisas das quais, infelizmente, acabou se acostumando, como o fato de Javier ser seu dono e ela ter que aceitá-lo sempre que ele queria, ou assistir as garotas serem violentadas e não poder fazer nada para ajudá-las. Mesmo que ela tenha conseguido fugir das garras de um bandido perigoso pra cair nos braços de um assassino frio, o segundo caso é o que faz com que se sinta segura, e confiar é o que lhe resta se ela quer uma chance de sobreviver e tentar se reerguer como pessoa.
Um ponto super a favor, e um dos melhores do livro, foi o fato da autora usar de temas pesados sem ter intenção de enfeitá-los ou fazer com que pareça um estilo de vida correto. Drogas, tráfico de mulheres, prostituição, assassinatos e afins são retratados como realmente são: sujos, cruéis, perigosos e um caminho totalmente sem volta, algo que faz com que suas vítimas fiquem marcadas pra sempre caso consigam sair com vida desse meio. Mesmo que Sarai tenha conseguido escapar, ela não se vê completamente livre, principalmente tendo se envolvido com Victor.

A Morte de Sarai é um livro que prende desde a primeira página. A história é envolvente, intensa, sexy sem ser vulgar, a cada capítulo o leitor se depara com uma surpresa ou uma reviravolta que lhe tira o fôlego e é o tipo de livro que quanto mais se lê, mais história se quer, principalmente, e graças a Deus, porque a autora vai direto ao ponto e não fica inventando detalhes pra engrossar o livro. Os personagens são complexos, com personalidades bem definidas e mesmo que estejam envolvidos no mundo do crime não possuem o caráter duvidoso.
A habilidade da autora em criar um cenário realista, fazer descrições breves mas com bastante clareza e trabalhar um romance nada convencional mas que é química pura é algo raro. Não nos deparamos com uma mocinha indefesa e boba que caiu nas graças de um bad boy, mas sim personagens fortes e decididos, que têm segredos, que vão percebendo que se completam aos poucos por mais que o relacionamento seja impossível, que reconhecem a situação perigosa que se encontram e que tem plena consciência de todos os riscos que correm. Têm falhas mas não carregam culpa por nada que fizeram, são criminosos ou vivem na vida do crime, e são afetados mesmo que indiretamente. Não são inocentes e foram marcados por algum evento trágico no passado, eventos esses que, de certa forma, lhes deram experiência de vida e história na bagagem pra contar.
No decorrer da história o leitor se depara com várias cenas de ação, muita violência, mortes e perseguições e tudo é muito imprevisível. Os personagens se envolvem emocionalmente e o leitor acaba se envolvendo junto. Eu não conseguia desgrudar do livro e não sosseguei enquanto não terminei a história, já ansiosa pela continuação. A vontade é de esquecer pra começar a ler e surpreender outra vez... O final fica em aberto para que a história continue de onde parou no volume seguinte, e todos os temas abordados pela autora abrem um leque enorme de novas situações a serem exploradas.

Sobre a parte física, a capa tem uma textura um pouco áspera e remete a algo sensual e sombrio, e é o que realmente se encontra na história. A revisão está impecável, as páginas são amarelas, os capítulos são curtos e a fonte é pequena.

A história me lembrou um filme antigo que se chama "O Profissional" pois a base da trama é bastante parecida, mas com o diferencial da faixa etária dos personagens que permite um envolvimento mais intenso e realista entre eles, fora outras situações mais pesadas que são abordadas e entram em cena que só contribuíram para a história ter todos os itens necessários para ser um sucesso.
A Morte de Sarai superou minhas expectativas, vai além de um romance entre personagens que se completam (por mais que isso soe estranho se levarmos em consideração a situação que estão vivendo), é um thriller cuja ação vai te tirar o fôlego e vai te fazer torcer por algo que parece estar muito distante: Um "felizes para sempre".
Já entrou na minha lista de favoritos e prevejo uma enorme ressaca literária...
Resta aguardar pelo segundo volume, ansiosa e desesperada, O Retorno de Izabel.