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É Assim que Acaba - Colleen Hoover

17 de janeiro de 2022

Título:
É Assim que Acaba
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Gênero: Romance/Drama/Jovem adulto
Ano: 2018
Páginas: 368
Nota:★★★★★
Compre: Amazon
Sinopse: Lily é uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela. Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja?

Resenha: Lily Bloom é uma jovem de vinte e três anos, apaixonada por plantas, que saiu de uma cidadezinha no Maine e se mudou para Boston há dois anos e mora com sua colega de apartyamento, Lucy. Lily é fã de Ellen DeGeneres desde criança, e, até seus dezesseis anos, escrevia cartas pessoais em forma de diário (o que ela chamava de Diários de Ellen) onde contava os acontecimentos de sua vida sem a menor intenção de enviá-las. No diário ela escrevia como se estivesse conversando com a própria Ellen, contando sobre seu cotidiano, sobre os episódios envolvendo seu pai e sua mãe, sobre ideias que ela tinha para o programa, e sobre Atlas, um garoto sem teto que invadiu uma casa abandonada da vizinhaça a quem ela resolveu ajudar. Formada em marketing, agora ela quer abrir a própria floricultura numa tentativa de ter uma vida estável fazendo o que gosta. Quando o pai de Lily morre, sua mãe lhe pede para que ela faça um discurso fúnebre para falar de cinco coisas boas que ele fez em vida, mas Lily acaba não sendo capaz de se lembrar de nada realmente bom que seu pai tenha feito... Ela sai do velório e vai até o terraço de um prédio para espairecer, e talvez chorar um pouco. E é lá que ela conhece Ryle Kincaid, um jovem neurocirurgião rico, muito bonito e bem sucedido que parece ter aversão a relacionamentos e tem como principal objetivo de vida ser brilhante em sua carreira.

A atração é inevitável, eles parecem ser perfeitos um para o outro, mas cada um segue seu caminho a partir dalí sem que nada acontecesse entre eles. Seis meses depois, Lily saiu do emprego e está lidando com os preparativos para, finalmente, abrir sua floricultura, e é onde ela conhece Allysa, que se oferece para trabalhar pra ela. Elas logo se tornam melhores amigas enquanto conversavam e davam uma geral no lugar. Mas Lily sofre um pequeno acidente e Allysa liga para seu marido e seu irmão, que estavam juntos num bar próximo, pra virem ajudar, e para surpresa de Lily, o irmão de Allysa era ninguém menos do que Ryle. Teria sido o destino? Talvez, mas essa reaproximação acabou fazendo com que Ryle se rendesse aos encantos de Lily, passando a ter sentimentos por ela dos quais ele nunca sentiu por mais ninguém, e não demora muito até que eles comecem um relacionamento mais sério. Mas da mesma forma que Lily traz traumas de um passado conturbado em família enquanto protege suas lembranças de Atlas como seu primeiro amor, Ryle também carrega traumas de um passado que ele esconde e tenta esquecer, mas que ainda reflete em quem ele se tornou...

Sabe quando a gente termina uma leitura e fica baqueada pelo impacto que ela tem, ou fica sem encontrar as palavras certas para falar sobre? Pois é... Pra ler os livros da Collen Hoover é preciso ter a mão um kit emergencial pra recomposição, pois as lágrimas e os soluços são inevitáveis (quando li Um Caso Perdido eu quase morri). Demorei séculos pra tomar coragem, mas resolvi ler sem procurar saber do que se tratava, e sequer li a sinopse, logo, foi quase como levar um soco no estômago acompanhar essa jornada de Lily.

A escrita de Colleen é um negócio surreal. Ela é capaz de transportar o leitor pra dentro da história, de fazer com que a gente sinta na pele o que os personagens sentem e vivem, tornando a experiência de leitura marcante e indelével. A narrativa é feita em primeira pessoa e se alterna entre presente, com o desenvolvimento do relacionamento entre Lily e Ryle; e passado, onde ela relembra as situações envolvendo seu pai, sua mãe, e Atlas. E quando, no presente, Atlas reaparece, as coisas começam a tomar um rumo bastante inesperado. A  existência de Atlas já é o suficiente para afetar Ryle de uma forma assombrosa e, consequentemente, o relacionamento dele com Lily.

O tema central do livro é a violência doméstica e a forma como a vítima fica totalmente dividida entre o amor que ela sente, a ideia da primeira agressão ter sido um caso isolado, e o pensamento de que a ferida aberta é algo irreversível. A nota da autora inclusive fala sobre sua própria e emocionante experiência (o que torna este o seu livro mais pessoal), e sobre o livro ser instrutivo, pra mostrar um pouco da realidade de quem vive essas agressões, de como a pessoa vive num tipo de prisão, criando milhares de desculpas pra justificar o comportamento do agressor, e como isso além de afetar a mulher em todos os aspectos, a mantém num círculo sem fim quando ela se recusa a enxergar a realidade, o que foi o caso de Jenny, a mãe de Lily.

Embora haja o lado romântico entre Lily e Ryle, esse romance é apenas um elemento que serve pra mostrar como ele se instala devagarinho, até começar a revelar seu lado mais obscuro e perturbador. Mesmo que o tema seja pesadíssimo, ele foi escrito de uma forma leve e muito delicada, mas não com intuito de amenizar a dor ou a gravidade que é esse tipo de violência, e sim como forma de mostrar que é com simpatia e leveza que o agressor conquista a mulher até qualquer coisa servir de gatilho para mostrar seu eu verdadeiro e do que ele é capaz. Existe amor, mas se esse amor é demonstrado da pior forma possível, as decepções e o sentimento de impotência se sobrepõe a todo o resto, e ninguém merece ou deve ser destruída por esse sentimento. Não adianta acreditar que as coisas irão mudar se elas sempre se repetem, independente de quantos pedidos de desculpas e demonstrações de arrependimento comoventes intercalem as agressões... Amor e abusos juntos resultam num relacionamento tóxico, a confusão de sentimentos e pensamentos que surgem disso muitas vezes vão impedir que a vítima raciocine com clareza, e é para esses fatos que a autora chama a nossa atenção.
"No futuro, se por algum milagre você achar que é capaz de se apaixonar de novo, se apaixone por mim."
Lily é uma personagem muito cativante, engraçada, altruísta, inteligente, determinada, compreensiva e amorosa, e é impossível não gostar e não sentir empatia por ela. Ela sempre tenta agir com a razão, mesmo que o coração às vezes atrapalhe seus pensamentos. Talvez seja uma das melhores e mais marcantes personagens que já acompanhei nessa minha vida de leitora.

Ryle também é apaixonante, e isso é um enorme problema quando ele começa a ter seus surtos, pois da mesma forma que Lily acredita que ele jamais seria capaz de machucá-la por ele ama-la, eu também acreditei nele, e fiquei na expectativa de que ele mudasse ou tivesse seu momento de redenção, presa na ideia de que não é possível esse tipo de atitude abominável partir de um cara tão legal e que faz tudo pela pessoa que ele ama. Lá vem Colleen estapeando nossas caras mostrando como as mulheres, por mais firmes e esclarecidas que sejam, podem se deixar levar e cair nesse tipo de cilada. E só quem vive sabe como é e como é difícil sair.

Atlas é outro personagem incrível digno de admiração. Ele também teve seus traumas no passado que o quebraram em mil pedaços, mas ele conseguiu superar, mesmo que jamais tenha esquecido o que viveu com Lily. Ele é forte, batalhador, gentil e acaba se tornando o porto seguro dela. É muito bonito ver como ele lhe estende a mão, como ele se preocupa, e como ele só quer que ela fique bem e seja feliz.

Os personagens secundários também são maravilhosos e muito bem construídos. Allysa, por mais endinheirada que seja, é totalmente desprendida das coisas. Ela se mostrou uma amiga maravilhosa, que não só apoia Lily, como também lhe dá conselhos e alertas inteligentes e importantes. Ela inclusive trabalha pra Lily ~de graça~ só pra ocupar seu tempo, ter algo pra fazer e com quem conversar, e não cair na depressão.

Enfim, o livro vai trazer uma reflexão sobre a coragem necessária pra se quebrar esse padrão, sobre se ter empatia com quem está numa situação dessas, e sobre tentar compreender que, embora as pessoas lidem com seus traumas das mais diversas maneiras, nada justifica a violência e que alguma coisa tem que ser feita pra isso chegar ao fim.

É Assim que Acaba é um drama poderoso, inspirador e emocionante, já entrou na lista de melhores livros que já li na minha vida, que vai tocar os leitores de uma forma indescritível, mostrando que é preciso tirar forças do além pra se fazer a escolha certa quando se está nas situações mais complicadas.

Nunca Jamais - Colleen Hoover e Tarryn Fisher

17 de março de 2016

Título: Nunca Jamais - Never Never #1
Autoras: Colleen Hoover e Tarryn Fisher
Editora: Galera Record
Gênero: YA/Thriller
Ano: 2016
Páginas: 192
Nota:★★☆☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Charlie Wynwood e Silas Nash são melhores amigos desde pequenos. Mas, agora, são completos estranhos. O primeiro beijo, a primeira briga, o momento em que se apaixonaram... Toda recordação desapareceu. E nenhum dos dois tem ideia do que aconteceu e em quem podem confiar.
Charlie e Silas precisam trabalhar juntos para descobrir a verdade sobre o que aconteceu com eles e o porquê. Mas, quanto mais eles aprendem sobre quem eram, mais questionam o motivo pelo qual se juntaram no passado.

Resenha: Nunca Jamais é o primeiro livro da trilogia Never Never escrita pelas autoras Colleen Hoover e Tarryn Fisher. No Brasil o livro foi publicado pela Galera Record.

Charlie "acorda" na escola sem saber o que está fazendo alí, como chegou, por que, quando... Apesar de todos a tratarem normalmente, ela não reconhece ninguém e não entende o que está acontecendo. Fingindo conhecer os alunos, ela tenta descobrir o que se passa para fugir dalí, mas ninguém com quem ela fala a faz se lembrar de coisa alguma, sejam eles seus amigos ou até mesmo aquele que é seu namorado, Silas. Porém, para a surpresa de Charlie, ela descobre que Silas também está sofrendo do mesmo que ela. A partir daí, juntos, eles decidem tentar saber o que está acontecendo e aos poucos descobrem que se conhecem desde crianças, que sempre foram amigos e, principalmente, que há algo de errado e estranho acontecendo entre as famílias dos dois. O que será que aconteceu e por que eles não se lembram de nada nem de ninguém?

O livro é narrado em primeira pessoa e os capítulos se alternam entre Silas e Charlie de uma forma que podemos acompanhar os dois pontos de vistas que eles têm para a situação em que se encontram. E por não saberem de nada, o único ponto relevante é que também não sabemos de nada e ficamos na expectativa para sabermos o que virá a seguir e como eles vão reagir.
A história tem toda aquela atmosfera escolar se remetendo a um público mais jovem e é fácil acompanharmos esse tipo de rotina, principalmente porque ela se passa num curtíssimo período de tempo, dois dias apenas.

Meu problema maior com o livro foi a ideia de acompanhar um thriller sem acontecimentos que mexessem comigo ou despertassem meu interesse a ponto de eu ficar empolgada ou torcendo pelos personagens, que não me cativaram pela falta de carisma. Eles são apáticos e genéricos e não sabemos se há alguma história do passado com carga dramática e emocional o bastante para despertarem minha simpatia ou que justifiquem alguns comportamentos. Poderia falar que a palavra que define a personalidade dos dois pode ser "determinação", mas isso somente levando em conta que estão determinados a descobrirem o que está acontecendo com eles, e enquanto Silas quer fazer com que Charlie se apaixone por ele outra vez, ela parece querer o contrário.

Embora possua poucas páginas, a história é enrolada e nada acontece. Num livro desse tipo o que espero é no mínimo ficar ansiosa devido ao suspense da situação, mas não foi essa a sensação que tive. Os personagens não sabem nada, a partir das pistas que surgem eles não descobrem quase nada que seja realmente útil, há furos inexplicáveis e todos ficamos no escuro. E quando pensamos que a coisa melhora e, enfim, vamos descobrir o tal mistério, o livro acaba! Caraca! O que é isso? Fico muito frustrada quando dividem uma história simples em vários livros sendo que ela poderia ser desenvolvida e finalizada num único volume. Talvez tais furos sejam esclarecidos no próximo livro, mas, ainda assim, acho que as coisas devem ter uma explicação plausível, nem que seja mínima, que dê brechas pra suposições, ou pelo menos que haja um algo a mais para que a história não dê espaço para questionamentos como "Como Silas lembra como dirigir?" ou "Como conhecem os caminhos pra irem de um lugar a outro?" "Como lembram de filmes ou atores?" e etc, e que, inevitavelmente, tornam as coisas um pouco sem nexo. Que tipo de amnésia parcial é essa que não foi justificada para se tornar crível?
A sensação que tive ao final desse livro foi que, apesar da escrita ser boa e existir um fator de suspense que nos mantém ligados à história, a intenção das autoras era confundir os leitores com a falta de informações, como se isso fosse uma técnica para deixá-los na expectativa e ansiosos para os próximos livros e morrendo de amores por um romance que ninguém entende e que simplesmente ainda não tem solidez ou base concreta. Pra mim foram usados artifícios para abordar questões problemáticas entre duas famílias e o suposto romance serviu como mera desculpa.
Talvez, quando os motivos que levaram os protagonistas a se esquecerem deles mesmos depois de um relacionamento longo vierem à tona e as coisas fizerem sentido, quem sabe eu possa rever minha opinião sobre a trilogia como um todo? Mas analisando somente esse primeiro volume, que é super introdutório e artificial, arrisco-me a dizer que Nunca Jamais sustenta um mistério com base num romance esquecido e que ao final deixa os leitores com um milhão de pontos de interrogação pairando sobre suas cabeças.

Sinceramente? Não há nada com o que se suspirar e, embora eu ainda tenha vontade de acompanhar a trilogia para saber que fim terá a história de Charlie e Silas, não irei com as expectativas nas alturas para o risco de quebrar a cara não ser tão grande.

Um Caso Perdido - Colleen Hoover

10 de junho de 2014

Lido em: Junho de 2014
Título: Um Caso Perdido - Hopeless #1
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera
Gênero: NA/Drama
Ano: 2014
Páginas: 384
Nota: ★★★★★
Sinopse: Às vezes, descobrir a verdade pode te deixar com menos esperança do que acreditar em mentiras...
Em seu último ano de escola, Sky conhece Dean Holder, um rapaz com uma reputação capaz de rivalizar com a dela. Em um único encontro, ele conseguiu amedrontá-la e cativá-la. E algo nele faz com que memórias de seu passado conturbado comecem a voltar, mesmo depois de todo o trabalho que teve para enterrá-las. Mas o misterioso Holder também tem sua parcela de segredos e quando eles são revelados, a vida de Sky muda drasticamente.

Resenha: Um Caso Perdido é o primeiro livro da trilogia Hopeless escrita pela autora Colleen Hoover e lançada no Brasil pela Galera Record. Nele conhecemos Sky Davis, uma garota de 17 anos que mora com Karen, sua mãe adotiva, sempre estudou em casa e nunca teve contato com praticamente nada ligado a tecnologia. Televisão, celular, computador e afins são itens que ela desconhece completamente devido a filosofia de sua mãe e os livros são seu refúgio. Assim como Six, sua melhor amiga, Sky "coleciona" relacionamentos, e todos sempre superficiais, e mesmo que nunca tenha chegado nos finalmentes com nenhum deles, ela nunca se deixa envolver emocionalmente, nunca sentiu que aquele cara da vez é O cara e tudo não passa de uma grande diversão. Prestes a fazer 18 anos, Sky convence a mãe a ir terminar os estudos num colégio, mesmo que ela tenha fama de "puta" por todas as pegações que já teve, como se ela se importasse com isso...
Até que ela conhece Dean Holder, um cara lindo, com covinhas, forte, cheio de personalidade, estilo bad boy e que tem uma tatuagem escrito "Hopelles", e ele sim irá abalar suas estruturas e fazer com que ela saia de sua zona de conforto. Dean é um "caso perdido", e, assim como Sky, também tem uma má fama.

A medida que o tempo passa, Sky e Dean vão se envolvendo e construindo um relacionamento intenso, a química dos dois é simplesmente perfeita e eles se entendem como ninguém. Porém, como nem tudo são flores, Holder acaba causando sensações em Sky que acabam desencadeando lembranças terríveis vindas um passado trágico há muito tempo reprimido, e quando os segredos que ele guardava são revelados, a vida de Sky vira e desvira de cabeça para baixo de forma bombástica.

Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Sky, Um Caso Perdido é aquele tipo de história que começa num ritmo empolgante fisgando o leitor de tal maneira que é impossível parar.
A trama se passa nos tempos atuais e algumas lembranças de 13 anos atrás, quando Sky ainda era uma garotinha, vêm à tona. Essas lembranças que estavam enterradas há muito tempo são as responsáveis por todo o drama que ela enfrenta em sua vida (e por matar o pobre coitado do leitor de desespero também).

O relacionamento de Sky e Holder é algo que começa aos poucos, e a medida que eles se conhecem melhor, percebem que a má fama que possuem não é nada se comparado ao sentimento intenso e a admiração que eles passam a sentir um pelo outro e posteriormente se torna algo descartável e inútil. O sentimento entre eles é algo tão forte que parece vir de outras vidas.
Onde estão os Holders desse Brasil, pelamorrrrdedeusss!!? Por mais Holders e por menos trastes, obrigada! 

Enfim, a única questão que não engoli muito bem foi o título que podia ter sido mantido no original pelo significado que possui e a maturidade dos personagens. Mesmo que todos eles tenham sido muito bem construídos com todas as suas particularidades, defeitos, qualidades e tudo mais, a forma como encaram e levam a vida foi um pouco exagerada devido aos diálogos que, por mais maravilhosos e profundos que sejam, são complexos e reflexivos demais, principalmente se levarmos em consideração a pouca idade que eles têm/tinham. Tanto que preferi encarar todos eles como se fossem mais velhos. Mas ainda assim foi uma das melhores leituras que já tive, tanto na questão da trama, quanto no envolvimento com a história.

É difícil acompanharmos uma história em que consequências para determinadas atitudes são minuciosamente trabalhadas para se adequar a cada escolha feita, a tempo e a hora, sejam elas certas ou erradas de acordo com a concepção de cada um, e posso dizer que esta foi escrita levando todos os mínimos detalhes (no que diz respeito aos sentimentos) de forma impecável. Tirando a questão da idade x maturidade, tudo está conectado, tudo faz sentido, tudo pode acontecer na vida real, mesmo que seja tão inaceitável e difícil de acreditar...

E vou ter que confessar: este foi um livro que mexeu comigo como nenhum outro fazia há muito, muito tempo... Terminei de ler incrédula e pensando como seria difícil escrever essa resenha pra tentar passar pelo menos uma parcela do que senti e acho que nunca vou conseguir.
Foi impossível não me emocionar, não me revoltar, não sentir vontade de quebrar um filho da puta sacana no meio, e, acima de tudo, foi impossível não sentir falta de um amor que me fizesse sentir segurança, confiança e me desse certeza que estaria ali pra mim e por mim sempre que precisasse, apesar de qualquer obstáculo ou infortúnio que a vida me impusesse, sempre... E eu chorei... chorei... E quando me recompunha, me emocionava com a cena seguinte e chorava outra vez...

Um Caso Perdido, pra mim, é aquele tipo de livro que balança as estruturas, que traz uma história forte, intensa e sombria, porém doce, bonita e delicada o suficiente para torná-la emocionante, perfeita, inesquecível e tão marcante como nenhuma outra foi capaz. A vida segue e, às vezes, só conseguimos nos encontrar quando acreditamos que tudo está perdido...

Métrica - Colleen Hoover

10 de dezembro de 2013

Lido em: Novembro de 2013
Título: Métrica - Slammed #1
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Gênero: Romance
Ano: 2013
Páginas: 304
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: O romance de estreia de Colleen Hoover, autora que viria a figurar na lista de best sellers do New York Times, apresenta uma família devastada por uma morte repentina. Após a perda inesperada do pai, Layken, de 18 anos, é obrigada a ser o suporte tanto da mãe quanto do irmão mais novo. Por fora, ela parece resiliente e tenaz; por dentro, entretanto, está perdendo as esperanças. Um rapaz transforma tudo isso: o vizinho de 21 anos, que se identifica com a realidade de Layken e parece entendê-la como ninguém. A atração entre os dois é inevitável, mas talvez o destino não esteja pronto para aceitar esse amor.

Resenha: Métrica é o primeiro volume da série Slammed, lançado no Brasil pela Galera Record e escrito pela autora Colleen Hoover, e conta a história de Layken (ou Lake, seu apelido), uma garota de 18 anos que após perder o pai, teve que se mudar do Texas onde morava com a mãe, Julia, e o irmão mais novo, Kel. Com a morte do pai, Julia não conseguiria bancar a família com o emprego que tinha, e por ter recebido uma oferta de emprego onde ganharia mais, apesar de ter que se mudar para a cidade de Ypsilanti, não recusou por não ver outra saída.

Lake estava odiando a mudança pois pra ela isso significou deixar a vida que tinha pra trás e ter que recomeçar tudo novamente, com pessoas novas, escola nova, e apesar de demonstrar que estava aceitando, a ideia não a agradava nada. Até que ela conhece Will, seu vizinho de 21 anos. Os dois combinam perfeitamente e o sentimento que surgiu entre eles foi o bastante pra fazê-la estremecer e encontrar um motivo pra ficar e ser feliz. Apesar de tudo indicar que os dois foram feitos um pro outro, alguma coisa vai impedir essa felicidade...

Antes de tudo, Métrica é um romance do estilo New Adult (ou talvez Young Adult) e como o próprio nome já diz, se refere a um conceito relacionado ao ritmo de uma poesia que é sempre medida em sílabas métricas pelo som, então o leitor vai se deparar com muitas poesias em que algumas palavras são destacadas em negrito indicando um tipo de medição/intensidade para elas. Quem não curte poesia (como eu) e nunca estudou suas regras provavelmente não vai se atentar a isso e talvez nem entender ou fazer uma ligação com o título, mas é um ponto que não faz diferença e pra mim não passou de floreio...

Essas poesias são um tipo de hobbie para os personagens e se fazem presentes através das "Competições de Slam", onde um grupo de poetas "duelam" com seus textos e que vença a melhor, mais emocionante e que cause mais impacto no povo. Lembram de "8 Mile - Rua das Ilusões" com o gatíssimo Eminem, em que rolavam aqueles duelos de rap? Pois então...

A história é dividida em duas partes e cada capítulo se inicia com um trechinho de alguma música de uma banda hiponga que faz o gênero Indie, Folk e Roots, a "The Avett Brothers" (que aposto que muita gente só foi procurar saber quem são por causa da leitura) cujas letras são bem poéticas mas quase sempre sem sentido, só pra combinar com o propósito do livro. Narrada em terceira pessoa, a leitura é fácil e se desenvolve de uma forma que, pra mim, foi super falha, pois tudo acontece do nada e sem explicações, e quando existem, são absurdas, rasas e quase nunca convincentes. Tudo bem que Lake está triste e se adaptando a uma vida sem o pai do qual ela, obviamente, sente muita falta, numa cidade detestável tendo que lidar com mudanças, mas aí conhece Will e a paixão instantânea e inexplicável que parece ter surgido do além só pra tirá-la daquele estado crítico de tristeza eterna, incluindo brigas sem um motivo plausível tendo como consequência meses sem comunicação alguma para depois, do nada, resolverem se falar de novo, e tudo muito rápido. É algo que não desceu aqui. Ainda aparecem outros problemas a serem enfrentados, afinal, o que seria uma história de amor, mesmo que fraca e previsível, sem tragédias de todos os tipos para atrapalhar com tudo ou ser motivo de coragem e força tiradas sabe-se lá de onde para seguir em frente?

A frase na capa da autora Tamara Webber que diz "Único, diferente de tudo que se vê por aí... Leia!" é, em partes, uma verdade, pois nunca li nada do gênero que fosse tão diferente no quesito superficialidade, e fora que muitas vezes é infantil devido as atitudes dos personagens e sem um pingo de nexo.
E as poesias? Pra mim todas são cafonas, exageradas, absurdas e carregadas de tantas palavras que juntas, no final das contas, não dizem nada com nada.
Não vou me aprofundar na questão do problema amoroso que Will e Lake enfrentam, pois seria um spoiler horripilante, então acho melhor que o leitor leia e tire as próprias conclusões, mas acho que é um fator incrivelmente fútil não sendo motivo para não seguirem em frente, serem felizes e o resto que se dane, principalmente porque os dois já são ADULTOS, pelo amor de Deus...

Com relação a parte física, a editora caprichou na tradução e revisão. Páginas amareladas, tamanho da fonte agradável, e a capa simples são pontos positivos pra mim.

No mais, é uma história que fala sobre as dificuldades de um amor cheio de barreiras, as mudanças que, às vezes, somos obrigados a enfrentar, os problemas familiares que nos deparamos, as perdas que sofremos e a forma difícil de superarmos... Enfim, é como uma lição de vida cheia de exemplos trágicos (e muitas vezes irritantes) para se refletir, mas contada de uma forma que simplesmente não me agradou como achei que seria depois de tantos elogios que vi por aí. Ou talvez eu seja muito insensível pra não ter conseguido enxergar toda essa "beleza" de que ouvi falar, vai saber...

Métrica tem continuação e já foi lançada, Pausa, e ainda estou me perguntando o que mais pode existir pra dar continuidade a algo que nem deveria ter começado... pelo menos não com esse desenvolvimento...