Vox - Christina Dalcher

17 de dezembro de 2018

Título: Vox
Autora: Christina Dalcher
Editora: Arqueiro
Gênero: Distopia
Ano: 2018
Páginas: 320
Nota:★★★★☆
Sinopse: O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade.
Esse é só o começo...
Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir.
...mas não é o fim.
Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz.

Resenha: Quando um candidato da extrema direita conservadora é eleito nos EUA, o seu governo dita novas leis e todos aqueles que não seguem nenhuma religião ou fogem do padrão ideal de "puros", segundo a bíblia, perdem seus direitos e são punidos severamente. Homens começaram a substituir as mulheres em todos os tipos de cargos gradualmente, "para o bem do país".
Casamentos entre pessoas do mesmo sexo são anulados, os "rebeldes" são enviadas a campos de concentração para aprenderem a vontade de Deus, e as mulheres, além de serem obrigadas a desempenhar papeis domésticos e obedecerem aos homens, ainda foram limitadas a poder falar somente cem palavras por dia. Todas elas foram obrigadas a usar um dispositivo que conta as palavras ditas, e se o limite diário for ultrapassado, o preço a ser pago é doloroso... E ai de quem tentar se comunicar de outra forma. No começo algumas pessoas conseguiram fugir do país, mas agora é impossível. Os passaportes das mulheres foram cancelados, e a emissão de novos é proibida. Todos vivem como prisioneiros.

Nesse cenário distópico, Jean McClellan, que antes de tudo isso era uma renomada cientista da área de neurolinguística, é reduzida ao cargo de "esposa", cuja única tarefa na sociedade é ficar calada, cuidar da casa, dos quatro filhos, e servir ao marido, Patrick, que mesmo achando a situação absurda, nem se quisesse poderia se opor, principalmente por trabalhar no governo.
A vida é extremamente regrada, Jean vive em negação e começa a criar resistência contra seu marido e filhos devido a situação e, mesmo com todas as dificuldades, ela tenta proteger e ensinar a filha de apenas seis anos, Sonia, como viver nessa sociedade onde as mulheres não tem vez e nem voz, enquanto os homens, incluindo Patrick e seus outros três filhos homens, são superiores e livres para mandar e desmandar, apoiados pelas palavras da bíblia e do novo governo republicano e ultra conservador que chegou ao poder.

Até que um dia, o irmão do presidente sofre um acidente grave e Jean é convocada pelos federais. Por ser a única profissional da área capacitada, ela deveria retomar sua pesquisa pois a área do cérebro afetada no acidente foi justamente o objeto de estudo da doutora no passado. A ideia de trabalhar junto com aqueles que instauraram e apoiaram esse governo odioso é revoltante, mas ela certamente seria punida caso recusasse a "oferta". A partir daí, Jean, bastante desconfiada, consegue ter acesso às suas pesquisas outra vez, e encontra ali uma oportunidade para lutar por todos aqueles que foram silenciados, tendo a chance de mudar o destino dela e de toda a nação.

Com capítulos curtos e narrado em primeira pessoa, a leitura é bastante fluída e vamos nos envolvendo e conhecendo aos poucos o que o país se tornou, e como as mulheres passaram a ser oprimidas a partir da perspectiva de Jean. Acompanhamos seus pensamentos e reflexões sobre como o país era antes, assim como suas lembranças de sua amiga Jack, que ia a manifestações, concedia entrevistas, lutava como ninguém pelos direitos das mulheres e sempre fazia alertas sobre tudo que aconteceria caso o tal candidato fosse eleito presidente dos EUA. E quando Jean abriu os olhos para o enorme problema que recaiu sobre todos, o que antes para ela era exagero, sensacionalismo e até loucura por parte da amiga, se tornou real. Jean percebeu que Jack sempre teve razão, mas já era tarde demais. Ela inclusive se culpa por não ter feito sua voz valer, seja na rua ou na urna.

É impossível não se colocar no lugar de Jean, mesmo que alguns de seus pensamentos, a princípio, pareçam contraditórios. Temos acesso aos seus sentimentos e conflitos em relação ao seu marido e filhos, sentimentos estes que foram desencadeados a partir da nova condição social que ela odeia e foi obrigada a engolir, sem ter como ir contra o sistema. Aos poucos seus sentimentos por eles vão se tornando negativos, e a amargura e o desgosto por ver eles se tornando homens cada vez mais machistas só cresce. Assim, as atitudes e pensamentos de Jean são compreensíveis quando ela não tem voz dentro da própria casa e só lhe resta alimentar sua raiva e se remoer por dentro, principalmente quando vê seus filhos sendo doutrinados para se tornarem completos imbecis, sem poder fazer nada. Seu filho fez questão de cursar religião apenas pela chance de ganhar pontos extras, sem se dar conta da manipulação bem sutil que estava sofrendo. Num determinado momento ele pega o livro e lê para a mãe um trecho do qual ele concorda plenamente, com intenção de colocar ela em seu devido lugar:
"'A mulher não deve ir às urnas, mas tem uma esfera própria, de incrível responsabilidade e importância. Ela é a guardiã do lar, nomeada por Deus... Ela deve ter total consciência de que sua posição de esposa e mãe, e de anjo do lar, é a tarefa mais santa, mais responsável e régia designada para os mortais; é descartar qualquer ambição de algo mais elevado, já que não existe nada tão elevado para os mortais.' Esse texto é do reverendo John Milton Williams. Está vendo? Você é uma rainha."
- Página 56
Um ponto que achei bastante reflexivo é acerca da luta pelas minorias. Antes Jean tinha uma posição importante e fazia pouco caso de quem lutava pelos direitos dos menos favorecidos, como Jack fazia. Agora ela se encontra na posição de minoria e não tem outra escolha a não ser se conformar e ficar calada. Dessa forma, ela não só serve de exemplo, mas também tem a chance de mostrar a realidade para as pessoas que estavam na mesma situação e que foram diminuídas como ela foi. É uma forma de mostrar que ela, como humana, tem suas falhas, mas que diante de uma situação dessas não é errado se arrepender para entender que é preciso mudar. E às vezes as pessoas só se dão conta disso quando a situação foge do controle e a bomba já explodiu.

Aproveitando o assunto, posso acrescentar que é inegável que essa eleição de 2018 no Brasil despertou um interesse maior nas pessoas sobre política, assim como também revelou o bom e o mau caráter de muitos, independente do candidato. Muitos utilizaram de discursos baseados em valores voltados ao conservadorismo e preceitos religiosos, como se qualquer movimento que fugisse dessa ideologia fosse errado, e, no livro, a autora mostra que o extremismo, principalmente o religioso, consegue deturpar ideias, usar minorias como massa da manobra, manipular as pessoas de que um lado é certo e o outro errado, e como essa questão dentro da política é perigosa. Uma coisa é política, outra coisa é religião, e elas jamais deveriam se misturar. Confesso que não penso que em nenhum momento o Brasil chegue uma situação tão crítica quanto a exposta no livro, mas a forma como a história foi desenvolvida acaba fazendo com que as pessoas reflitam sobre o momento atual, sobre suas escolhas, sobre seus valores, sobre as conquistas e os direitos que os movimentos atuais atingem, e sobre a liberdade de cada um.

A única ressalva que deixo é sobre o final. Tudo acaba sendo muito rápido e fácil de ser resolvido, o que além de gerar um pouco de descrença, ainda quebra o ritmo de tudo que aconteceu, e o impacto que deveria ser o grande clímax da trama acaba não acontecendo. Fechei o livro e pensei "ué?!".

No final das contas, Vox é uma leitura que não traz apenas reflexões sobre temas importantes da atualidade, mas mexe com nosso emocional a ponto de nos fazer reavaliar e questionar alguns conceitos e situações que fazem parte da sociedade atual.

Princesa das Cinzas - Laura Sebastian

14 de dezembro de 2018

Título: Princesa das Cinzas - Princesa das Cinzas #1
Autora: Laura Sebastian
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2018
Páginas: 352
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Theodosia era a herdeira do trono de Astrea quando seu reino foi invadido, deixando um rastro de destruição.
Dez anos depois, a princesa, órfã, prisioneira e subjugada, percebe que não lhe resta mais nada, a não ser lutar pela própria liberdade.
O passado, que por tanto tempo ficou enterrado, agora precisa vir à tona para mostrar a Theodosia os caminhos que poderão levá-la de volta ao trono.
Mas Theo conseguirá ser a rainha de que seu povo precisa? Ou será que anos de humilhações transformaram a herdeira da Rainha do Fogo em meras cinzas?

Resenha: Theodosia, ou Theo, é herdeira de Astrea, um reino mágico que fora próspero até a rainha ter sido assassinada. Além de ter presenciado a morte da mãe com apenas seis anos, ela ainda passou a viver como prisioneira quando o reino de Kalovaxia tomou Astrea da forma mais cruel e brutal que se possa imaginar. Os poucos que sobreviveram foram torturados, escravizados e perderam tudo, e mesmo depois de dez anos, Theo, não era apenas exibida como troféu ao segurar a coroa de cinzas nos eventos promovidos para que todos jamais se esquecessem da supremacia kalovaxiana, como também humilhada, abusada psicologicamente e punida na base da tortura, o que lhe rendeu inúmeras cicatrizes nas costas. Para sobreviver aos abusos, Theo criou uma nova identidade para si e se tornou Thora, a princesa das cinzas, uma garota submissa que aprendeu a conviver e aceitar sua condição de escrava em meio a tirania do Kaiser. Mas, quando ela é obrigada a fazer algo inimaginável e algumas pessoas do seu passado retornam, Theodosia percebe que pode haver uma centelha de esperança para todos, e não pode continuar sendo a submissa Thora. Ela decide que precisa fazer alguma coisa para assumir seu lugar como a rainha do fogo de Astrea, reerguendo seu reino e seu povo.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Theo, e embora a narrativa seja bastante fluída, é impossível não ler imaginando que Princesas das Cinzas foi construída com a base de outras histórias que existem por aí. Não que isso seja ruim, mas, pra quem já leu outros livros do gênero, não vai conseguir se desprender totalmente e vai ser inevitável não se lembrar de algumas situações vividas pelas demais protagonistas, e a própria capa já um grande indício disso aí. É aquela história da mocinha que perde tudo para alguém cruel e poderoso, todo mundo fica miserável mas em determinado momento ela precisa se "rebelar" e correr atrás do que lhe pertence para salvar a si mesma e o mundo.
Assim, a história vai se desenrolando com uma construção de mundo pobre e com personagens sem profundidade ou camadas, e isso acaba fazendo com que um leitor mais exigente não sinta empatia ou apego por nenhum deles, mesmo que autora tente forçar aquele sofrimento na tentativa de arrancar alguma piedade da gente, a trama acaba caindo naquele mais do mesmo e o resultado final é a de ter lido um livro que tinha potencial, mas que não chegou lá.

A pegada mais sombria em meio à fantasia foi uma ideia bem bacana, com guerras, luta por poder, dominação e tirania que causa aquela agonia e sensação de injustiça, mas mesmo que a leitura seja fluída, os acontecimentos maiores demoram muito pra acontecer devido às contantes e detalhadas recordações do passado de Theo. Entendo que seja importante expor tais acontecimentos para que a história possa ser melhor compreendida, e assim nos situarmos e entendermos o que, de fato, aconteceu para que o reino tenha chegado a esse estado crítico, mas também me peguei pensando em vários momentos em como pode uma criança de seis anos, que na época não entendia tão bem o que diabos estava acontecendo, dar tantos detalhes do que se passou, como foi feito. Talvez o ponto de vista de algum outro personagem ou a própria narrativa ser feita em terceira pessoa poderia ter resolvido isso e tornado tudo mais convincente e melhor.

Theo é uma protagonista meio complicada. Ela passou dez longos anos como mera observadora de todas as atrocidades que o kaiser cometia com o povo e com ela mesma, e não fazia NADA, era inclusive castigada pelos atos dos outros que ela não tinha nada a ver. Sua vida era só humilhação, surras e sofrimento. Então é meio difícil acreditar que alguém tão submissa e covarde se rebele, da noite pro dia, como se não houvesse amanhã. Se ela já tivesse aquela pontinha de rebeldia desde o início tudo bem, mas não. Pra mim a mudança foi rápida e drástica demais, e não houve algo que despertasse isso nela desde o começo para justificar o "agora vai". Como "heroína", ela tem pensamentos e atitudes questionáveis e até condenáveis, pois é frágil, indecisa e medrosa. Como alguém assim pode ter a responsabilidade de tomar decisões para o povo na situação desesperadora que eles se encontram? Boa coisa não pode dar...

A história também tem suas conveniências para facilitar a trama e um triângulo amoroso sem necessidade, e os demais personagens não são muito interessantes, pois além de serem construídos baseados nas mesmas fórmulas e estereótipos, não tiveram um desenvolvimento satisfatório o bastante para que eu me importasse com eles.

Enfim, Princesa das Cinzas não traz uma história inovadora e arrebatadora, mas pode ser, sim, um livro que proporciona alguns momentos de entretenimento pra quem gosta do gênero. O livro não é de todo ruim, tem seus momentos envolventes, com reviravoltas e magia, mas senti que a história carecia de mais explicações e os personagens serem um pouquinho mais complexos para que se tornassem mais sólidos. Pra quem gosta de histórias onde fica claro que a esperança é algo que não se deve perder jamais, é uma boa leitura, e espero que o próximo volume traga mais explicações e se aprofunde mais nos personagens para melhorar as coisas.

Wishlist #60 - Funko Pop - Titanic

13 de dezembro de 2018

Já faz 84 anos... que eu espero esses pops, Jesus, me acuda!
Hoje a Funko anunciou mais popineos pra levar a gente à falência! Ninguém menos que o casal You jump, I jump, Jack e Rose, de Titanic!
Como que não põe na wishlist, gente? Como?
Titanic dispensa comentários, já tava na lista desde sempre, mas alguém pare a dona Funko!



Na Telinha - O Touro Ferdinando

12 de dezembro de 2018

Título: O Touro Ferdinando (Ferdinand)
Elenco: John Cena, Kate McKinnon, David Tennat, Gina Rodrigues, Bobby Cannavale, Anthony Anderson, Flula Borg, Daveed Diggs
Gênero: Animação/Fantasia
Ano: 2017
Duração: 1hr 48min
Classificação: Livre
Nota
Sinopse: Ferdinando é um touro com um temperamento calmo e tranquilo, que prefere sentar-se embaixo de uma árvore e relaxar ao invés de correr por aí bufando e batendo cabeça com os outros. A medida que vai crescendo, ele se torna forte e grande, mas com o mesmo pensamento. Quando cinco homens vão até sua fazenda para escolher o melhor animal para touradas em Madri, Ferdinando é selecionado acidentalmente.

O Touro Ferdinando é um filme americano de animação baseado no livro infantil de 1936 The Story of Ferdinand, de Munro Leaf e Robert Lawson. Esse livro ficou mais conhecido depois que a Disney lançou o curta-metragem Ferdinand the Bull, em 1938.


Ambientado na Espanha, Ferdinando, desde muito pequeno aprendeu com o pai a nunca se interessar pela violência das touradas, e sempre preferiu uma vida pacata, curtindo o perfume das flores e descansando tranquilo debaixo de uma árvore, em vez das exibições sangrentas na arena. Por causa disso, ele era tratado como medroso e frouxo pelos outros novilhos, taxado de incapaz de cumprir com seu destino de "lutar até a morte". Até que um dia, enquanto esperava seu pai voltar de uma tourada, Ferdinando descobre que ele foi morto e, desesperado, consegue escapar da Casa dos Touros, local onde eles eram criados para, futuramente, serem escolhidos para participarem dessa atrocidade chamada de "espetáculo". Ele acaba indo parar numa pequena fazenda de flores, um verdadeiro paraíso. Lá ele se tornou o bichinho de estimação de Nina, uma garotinha muito fofa que vive com o pai e seu cachorro. Assim, com o passar do tempo, Ferdinando cresce e se torna um gigantesco e desastrado "touro doméstico". Ele sempre acompanhava Nina às feiras da cidade quando pequeno, mas, agora que cresceu, foi proibido de ir para não causar pânico e tumulto entre as pessoas devido ao seu tamanho. Porém, depois de desobedecer a ordem do pai de Nina para que ficasse em casa, Ferdinando vai à bendita feira e, por um mal entendido, todos acham que ele é um monstro descontrolado e furioso. Ele é capturado e levado ao lugar de onde havia fugido alguns anos atrás, a Casa dos Touros, onde, apesar de reencontrar seus colegas de infância, agora já adultos, acaba sendo afastado de sua família. Agora, Ferdinando irá conviver com o temor de ser escolhido entre os outros touros para participar das touradas, enquanto pensa em uma forma de tentar voltar pra casa, pois os que são fracos ou não servem para a briga vão pro abate, destino que ele não quer pra ele e pra nenhum dos seus amigos.


Embora seja divertida e sirva como entretenimento, pra mim, o pecado maior da animação é que a narrativa em si é desprovida de sofisticação e foi esticada além do necessário, incluindo reviravoltas para estender o tempo, sequências de perseguição que parecem não ter fim, e, até pra uma fantasia, tem situações impossíveis e exageradas (algumas inclusive já vistas em animações de peso da Disney) que não fariam muita diferença se não existissem. A impressão que fica é que não houve o menor equilíbrio, pois os elementos e estímulos visuais acabam superando a própria história, que é muito rasa e precisa recorrer a artifícios cômicos e repetições em demasia para tentar se sustentar. Um exemplo disso é um coelhinho aleatório que, literalmente, morre de medo em toda cena que aparece, e Ferdinando e seus amigos fazem de tudo pra ressuscitá-lo. Tudo isso acaba tornando o desenho um tanto cansativo, pelo menos se o público não for o infantil. Também senti falta de mais detalhes da cultura espanhola propriamente dita, que não se concentra apenas em touradas, pois personagens humanos com características físicas e típicas do lugar não significa muita coisa.


A diversidade fica com os personagens secundários, que são interessantes, engraçados e conseguem ser mais cativantes que o próprio protagonista, e todos eles, que anteriormente tinham algum preconceito pelo jeito de ser de Ferdinando, acabam aprendendo que, embora diferente e com outra visão, ele tem seu devido valor, mesmo que não tenha nascido para aquilo. Até o cachorro que Ferdinando conhece ao chegar na fazenda das flores acaba surpreendendo, pois ele é o oposto daquele estereótipo de lealdade e alegria canina. O mau humor dele é impagável, assim como seu ressentimento por ter perdido seu lugar pra outro animal.


Mesmo que tenha alguns pontos fracos, O Touro Ferdinando é uma animação mais do que indicada para crianças, por pregar o respeito às diferenças, à liberdade de escolha, à resiliência, à tolerância e a importância de sermos nós mesmos, através de um espetáculo visual cheio de fofura, fantasia e cenas hilárias.