Os Reis do Bourbon - J. R. Ward

18 de agosto de 2016

Título: Os Reis do Bourbon - Os Reis do Bourbon #1
Autora: J. R. Ward
Editora: Universo dos Livros
Gênero: Romance
Ano: 2016
Páginas: 432
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Por gerações, a família Bradford foi coroada como magnata da capital mundial da produção de bourbon, no Estado norte-americano de Kentucky. A fortuna permanente lhes proporcionou prestígio e privilégios bem como a divisão de classes, conseguida a duras penas, na vasta propriedade familiar, a Easterly. No topo dela, há uma dinastia que, para todos os efeitos, joga de acordo com as regras da boa sorte e do bom gosto. Na base, os empregados que trabalham sem parar para manter impecável a fachada dos Bradford. E nunca os dois lados deverão se encontrar.
Para Lizzie King, a jardineira-chefe, cruzar essa fronteira quase arruinou sua vida. Apaixonar-se por Tulane, o filho pródigo da dinastia do bourbon, não foi o que pretendia, nem o que desejava, e o rompimento amargo só provou que seus instintos estavam certos. Agora, após dois anos de afastamento, Tulane finalmente retorna para casa, e traz consigo o passado. Ninguém sairá ileso: nem a bela e insensível esposa de Tulane; nem seu irmão mais velho, cuja amargura e rancor desconhecem limites; tampouco e especialmente o patriarca, um homem de pouca moral, ainda menos escrúpulos e muitos, muitos segredos terríveis.
Enquanto as tensões familiares profissionais e particulares florescem, Easterly e todos os seus habitantes serão lançados nos domínios de uma transformação irrevogável, e somente os fortes sobreviverão. 

Resenha: Os Reis do Bourbon é o primeiro volume da série homônima da autora J.R. Ward, a mesma da Irmandade da Adaga Negra.

A história gira em torno da prestigiosa e tradicional família Bradford, conhecida pela produção de um famoso e requintado bourbon. Mas, como acontece em toda família aristocrática e de alta classe, por trás da fachada daquela família glamourosa e perfeita há muita sujeira... Desde mentiras até mortes...
Em meio aos herdeiros dessa família, vamos acompanhar a história de Tulane e seu amor proibido por Lizzie, a jardineira-chefe que trabalha na propriedade dos Bradford e que nunca deveria ter cruzado os limites a ponto de se aproximar de algum membro dessa dinastia do bourbon.
Diante dos problemas que a família enfrenta e a falta de moral de cada um deles, Lane, que havia fugido da família a ponto de perder seu amor, volta pra casa depois de ter morado em Nova York por dois anos, e com ele traz o passado de volta... Ele, então, vê alí uma oportunidade para não só desvendar os mistérios que envolvem sua família e tentar salvar o império que construíram, mas também reconquistar aquela que foi e sempre será seu grande amor... Mas Lizzie levou algum tempo até conseguir se recuperar após ter perdido Lane, e, sabendo que esse amor sempre foi e sempre será algo proibido, será que ela vai dar a ele uma chance de reparar o passado?

É difícil escrever uma resenha de uma trama complexa onde várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo, e com vários personagens cheio de particularidades sem que haja spoilers, mas posso adiantar que os dramas que são abordados aparecem de várias formas, desde casamentos arranjados, problemas financeiros, violência, segredos que envolvem uma real paternidade, assassinatos ou suicídios e, claro, o amor...

Narrado em terceira pessoa e através de uma narrativa bastante detalhista, vamos acompanhando a revelação gradual dos segredos que os Bradford escondem, assim como o desenvolvimento e a retomada do possível romance entre os personagens principais.

As subtramas se entrelaçam com a trama principal quando as histórias dos vários filhos da família começam a vir à tona, assim como o romance que cada um deles vive, e a história de Lane e Lizzie, obviamente, é afetada por todos esses acontecimentos.

Embora o foco esteja em Tulane, a autora dá voz aos demais personagens da família os apresentando aos poucos e revelando suas personalidades para que o leitor já fique familiarizado e saiba da importância de cada um deles, e isso pra mim foi um ponto positivo pois já nos adianta o que está por vir além de deixar a história mais completa. São personagens para se admirar, mas também para se odiar eternamente...
Os personagens secundários são importantes para a trama de forma geral, mas para não extender a resenha além do necessário, já que são muitos e falar de cada um deles deixaria a resenha gigantesca, acho melhor opinar somene sobre os principais e deixar os demais para a resenha dos próximos livros quando o foco estiver nestes personagens...

Lizzie é uma mulher que trabalha duro e é bastante independente e determinada no que faz. Ela ficou ressentida por seu relacionamento proibido com Lane ter acabado de forma tão bruca, mas ela engoliu o orgulho e seguiu em frente, trabalhando e sendo reconhecida como uma das funcionárias mais valiosas para a família. E enquanto isso, Lane, que quando fugiu resolveu afogar as mágoas em bebida e jogos de azar, se mostra diferente quando volta e decide que não vai deixar que seu amor lhe escape outra vez, mesmo que sua situação atual não seja favorável para que ele embarque em um romance. Então ele precisa resolver sua vida e convencer Lizzie de que pode confiar nele outra vez.

Em suma, Os Reis do Bourbon é um livro recheado de segredos e mistérios, que traz escãndalos e reviravoltas numa trama bem construída e que envolve o leitor da primeira até a última página.


Dorothy tem que Morrer - Danielle Paige

17 de agosto de 2016

Título: Dorothy tem que Morrer - Dorothy Must Die #1
Autora: Danielle Paige
Tradutora: Cláudia Mello Belhassof
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Fantasia/Jovem Adulto/Releitura
Ano: 2016
Páginas: 384
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quando toda a sua vida é levada por um tornado – incluindo você –, não há escolha a não ser continuar, certo? Claro que eu li os livros. Assisti aos filmes. Conheço a música sobre o arco-íris. Mas nunca imaginei que Oz fosse assim. Um lugar onde Bruxas Boas não são confiáveis, Bruxas Más talvez sejam boazinhas e macacos alados são executados por atos de rebelião. Ainda há uma estrada de tijolos amarelos, mas até isso está se desfazendo. O motivo? Dorothy. Dizem que ela retornou a Oz. Dizem que ela tomou o poder. E agora ninguém está seguro... Meu nome é Amy Gumm...Eu sou a outra garota do Kansas. Fui recrutada pela Ordem Revolucionária dos Malvados. Fui treinada para lutar.
Resenha: E se o mundo de O Mágico de Oz fosse totalmente transformado, não sendo mais aquele que todos previamente conhecem? Em Dorothy tem que morrer, estreia de Danielle Paige, há uma nova roupagem para a famosa história de L. Frank Baum. Amy, uma jovem garota do Kansas - assim como Dorothy -, vive uma vida normal até que um tornado suga ela  o trailer em que  vive com sua mãe, levando-a diretamente para Oz. Porém, o que ela encontra ali é diferente: toda a magia do lugar está sendo drenada por Dorothy, que deixou de ser aquela garota boa tornando-se má e sedenta por poder. Todos ali a temem e há pouca esperança de mudanças. Com a chegada de Amy, essa situação tende a mudar, já que é dada a ela a missão de assassinar a tirana. Em um reconto de um clássico americano infantil, o livro de estreia de Paige, que figurou nos mais vendidos do The New York Times, é uma verdadeira aventura pelo desconhecido e invertido mundo de Oz.

Antes de iniciar essa resenha, foi necessária uma breve pesquisa sobre a história original. Sim, eu pouco a conhecia. Assim como a autora, que nos agradecimentos deixa claro seu apoio de um editor que a ajudou muito com a construção da vilã Dorothy, precisei procurar informações suficientes para me ambientar na trama.

O início conta com uma rápida introdução a Amy e sua pacata vida que mudou drasticamente com o divórcio dos pais. A menina é jovem e não tem a situação mais feliz para alguém da idade dela. Com sua mudança abrupta para Oz, situações difíceis surgem e exigem uma nova Amy, e ela dá vida a essa outra parte de si mesma. A garota usa muito do raciocínio lógico e pensa muito antes de fazer algo. Ela é mais razão do que emoção. Só faltou um pouco mais de fibra e decisões próprias. Apesar de toda ação e técnicas que ela aprendeu com as bruxas, faltou mais questionamento e menos assentimento. É estranha a forma como dizem que ela vai ser responsável pela morte de Dorothy mas a jovem nem mesmo insiste em saber o motivo.

Os demais personagens, da Ordem dos Malvados, são tratados de maneira rasa. Sendo toda história narrada por Amy, Nox e as bruxas que tentam tirar Oz do poder de Dorothy são pontos de interrogação. Não foi possível criar um conceito profundo sobre nenhum deles, pois os mesmos não se mostraram para a garota. Amy se sentiu numa linha tênue entre o confiar e não confiar neles. Acho que isso, apesar de não ser o melhor jeito de iniciar uma série para mim, deixa no ar uma curiosidade. O mistério que envolve esse clã que quer trazer paz à Oz intriga e deixa a porta aberta para grandes revelações nos volumes sequentes.  Quanto a personagem que dá nome ao livro, ela é uma vilã diferente. Por não conhecer a obra de L. Frank Baum, não posso comparar a personalidade dela entre a original e esta releitura. A certeza é que aqui ela tem uma tirania implacável e é cruel com todos que atravessam seu caminho, mas tudo se revela meio inconclusivo porque há muita infantilidade em seu comportamento. Tudo é fundamentado apenas numa sede de magia, como se isso fosse viciante e ponto. E o que mais? Acredito que suas ações não a caracterizam como antagonista tão malvada como premeditei, mas como uma garota mimada que mata quem a incomoda. E juntamente dela, temos o Leão, o Espantalho, e o Homem de Lata. Eles, além novas características físicas, que são muito peculiares, tiveram suas essências invertidas em relação ao enredo original.

Dorothy tem que morrer é uma boa releitura para uma história tão conhecida. O livro cumpre seu papel: introdução. Há ação, magia, e mistério. Danielle Paige reuniu elementos que são atraentes para o publico juvenil e os colocou numa história já famosa, o que pode ter sido um bom gancho para o sucesso. Apesar de tudo, o desenvolvimento não foi dos mais fortes, mas mesmo assim satisfatório. O que deveria ser o frisson do livro, no final, não passa de uma cena comum sem grande emoção, o que faz surgir uma cobrança para algo melhor em sua continuação. A autora teve em mãos um enredo perfeito para a construção de uma aventura sem igual, mas houve algumas falhas. Com a ausência de um epílogo e um final totalmente aberto, fica a espera para continuar acompanhando a saga de Amy e descobrir o que The Wicked Will Rise trará.

Novidades de Agosto - Suma de Letras

16 de agosto de 2016

Depois da Última Dança - Sarra Manning
Estação de King's Cross, 1943. Rose chega a Londres querendo se entregar a uma vida de romance, glamour e dança, e para isso ela escolhe o Rainbow Corner, o mais famoso salão de dança da cidade. Enquanto a Segunda Guerra Mundial entra em seu momento final, Rose se apaixona perdidamente por um piloto, mas terá que lidar com as reviravoltas do destino antes que a guerra chegue ao fim. Las Vegas, dias atuais. Uma linda mulher vestida de noiva entra em um bar procurando alguém para se casar com ela. Quando Leo assume o papel e diz “sim”, ele não tem nenhuma ideia da situação em que está se metendo. Quem será Jane, a mulher misteriosa? Quando Jane e Rose, agora uma senhora de idade, se conhecem, a fagulha da discórdia se acende. Mas acontecimentos que elas não podem controlar fazem com que o tempo se torne um bem muito precioso. Depois da última dança conta a extraordinária história dessas duas mulheres, separadas pelo tempo mas ligadas pelo destino. Um romance que fará com que você acredite no poder do amor.

Minha Melodia - Camila Moreira
Dereck chegou ao fundo do poço. Sem suportar a dor de perder um grande amor, ele se entrega ao sofrimento e mergulha no lado obscuro do rock; com sexo e drogas. Com a carreira em risco, o astro volta ao Brasil um ano depois do casamento de Maria Clara e Alexandre Ferraz, em uma última tentativa de retomar o sucesso e superar o passado. Ao chegar, Dereck reencontra a mulher que nunca esqueceu. A mulher que conheceu no momento mais difícil de sua vida e que conseguiu acalmar seu coração com um sorriso. “Reconheci em sua voz o mesmo sofrimento que o meu, mas também vi em seu olhar a vontade de seguir em frente. E não demora para que Dereck perceba que apenas ela poderá tirá-lo do abismo em que se encontra.

A Colônia - Ezekiel Boone
Nas profundezas de uma floresta no Peru, uma massa negra devora um turista americano. Em Mineápolis, nos Estados Unidos, um agente do FBI descobre algo terrível ao investigar a queda de um avião. Na Índia, estranhos padrões sísmicos assustam pesquisadores em um laboratório. Na China, o governo deixa uma bomba nuclear cair “acidentalmente” no próprio território. Enquanto todo tipo de incidente bizarro assola o planeta, um pacote misterioso chega em um laboratório em Washington... E algo está tentando escapar dele. O mundo está à beira de um desastre apocalíptico. Uma espécie ancestral, há muito adormecida, finalmente despertou. E a humanidade pode estar com os dias contados.


Peça-me o que quiser e eu te darei - Peça-me o que quiser #4 - Megan Maxwell
Os anos se passaram. Judith Flores e Eric Zimmerman vivem em uma bela casa em Munique com os três filhos. E continuam tão apaixonados quanto no dia em que se conheceram. O alemão e a espanhola enfrentam juntos os desafios de criar um adolescente e de manter o desejo aceso no casamento. Apesar disso, tudo parece ir bem, até o dia em que uma mulher do passado de Eric reaparece e coloca à prova todas as certezas de Jud. Já os melhores amigos do casal, Mel e Björn, estão mais felizes do que nunca. E o advogado sonha com o dia em que a ex-tenente do Exército americano deixará de ser tão teimosa e aceitará se casar com ele. Unidos pela amizade e pelo sexo, os dois casais enfrentarão juntos as armadilhas que o destino coloca em seus caminhos. Será que o amor verdadeiro é mesmo capaz de vencer tudo?

Novidades de Agosto - Companhia das Letras

15 de agosto de 2016

Memórias Sentimentais de João Miramar - Oswald de Andrade
Desde sua publicação, em 1924, Memórias sentimentais de João Miramar vem sendo saudado como um dos textos mais instigantes da prosa brasileira. Construído a partir de 163 fragmentos de gêneros diversos, o romance de Oswald de Andrade é um dos abre-alas do modernismo e um precursor das poéticas contemporâneas.
O romance retraça a vida de João Miramar, uma espécie de caricatura do homem das classes mais favorecidas - herdeiro da cultura do café, fascinado pelas coisas estrangeiras, distante do cotidiano brasileiro. É uma sátira, selvagem e por vezes melancólica, do veio memorialista da literatura brasileira, em que os filhos das famílias mais abastadas reescrevem sua própria trajetória.

Poema Sujo - Ferreira Gullar
Publicado originalmente em 1976, Poema sujo transformou a paisagem da poesia brasileira com sua torrente arrebatadora de versos, expressão máxima de uma subjetividade convulsa pela atmosfera sufocante da ditadura.
O poema foi escrito na Argentina, onde o autor se encontrava exilado. “Sentia-me dentro de um cerco que se fechava.
Decidi, então, escrever um poema que fosse o meu testemunho final, antes que me calassem para sempre”, escreveu Gullar. “Imaginei que poderia vomitar, em escrita automática, sem ordem discursiva, a massa da experiência vivida - lançar o passado em golfadas sobre o papel e, a partir desse magma, construir o poema que encerraria a minha aventura biográfica e literária.” Quarenta anos depois, o poema continua atual como nunca.

O Amor dos Homens Avulsos - Victor Heringer
No calor de um subúrbio carioca, um garoto cresce em meio a partidas de futebol, conversas sobre terreiros e o passado de seu pai, um médico na década de 1970. Na
adolescência, ele recebe em casa um menino apadrinhado de seu pai, que morre tempos depois num episódio de agressão. O garoto cresce e esse passado o assombra diariamente, ditando os rumos de sua vida. Essa história, aparentemente banal, e desenvolvida com maestria ficcional e grandeza quase machadiana por Victor Heringer. Dono de uma prosa fluente e maleável, além de uma visão derrisória da vida, o autor demonstra pleno domínio na construção de cenas e personagens. E emociona o leitor com sua delicada percepção da realidade.


Uma História Natural da Cuuriosidade - Alberto Manguel
Em Uma história natural da Curiosidade, Alberto Manguel mapeia os textos e autores que o inspiraram ao longo de sua vida como leitor. Não se trata, porém, de um leitor qualquer. Manguel vivia rodeado por 30 mil livros em sua casa na
França e atualmente dirige a Biblioteca Nacional da Argentina, cargo antes ocupado por Jorge Luís Borges.
O livro se estrutura em torno de dezessete questões de respostas nada óbvias. “O que é língua? ” e “Quem sou eu?” são temas que estão na origem das histórias que o autor mobiliza neste livro.
Manguel seleciona uma galeria de curiosos notáveis, como Tomás de Aquino, David Hume, Lewis Carroll, Sócrates e, sobretudo, Dante, para nos guiar em meio a tais questões.

Mutações da Literatura - No século XXI - Leyla Perrone-Moisés
Leyla Perrone-Moisés é uma das críticas mais atentas e curiosas do Brasil. É famosa por descobrir os melhores jovens autores, além de se destacar pela qualidade de seus escritos. Neste livro atual e desafiador, ela lê autores como Jonathan Franzen, Bernardo Carvalho e Roberto Bolaño para tentar compreender como grandes livros continuam a surgir e a impactar os leitores. Como diz a autora na “Apresentação”: “Enquanto a situação do ensino da literatura continuou se degradando, a prática da literatura não só tem resistido ao contexto cultural adverso mas tem dado provas de grande vitalidade, em termos de quantidade, de variedade e de qualidade. E é isso que pretendo mostrar neste livro”.


Viva a Língua Brasileira - Sérgio Rodrigues
Este livro é uma declaração de amor à língua portuguesa falada no Brasil. Em forma de verbetes rápidos e instrutivos, dá dicas e tira dúvidas que você sempre teve sobre o uso do idioma.
Contra aqueles que defendem que só os irmãos de Portugal sabem tratar a gramática como ela merece, aqui está um antídoto.
Contra aqueles que adoram corrigir o que nunca esteve errado e defendem bobagens, aqui está a resposta perfeita.
Contra o analfabetismo funcional, o pedantismo do juridiquês, a barbaridade do corporativês, a importação servil de estrangeirismos e o chiclete viciante do clichê, este é um manual perfeito para usar nossa língua em toda sua riqueza e sem nenhum preconceito.

Simpatia Pelo Demônio - Bernardo Carvalho
O funcionário de uma agência humanitária é designado para levar o resgate que libertará o jovem refém de um grupo extremista islâmico. Enquanto espera para travar contato com os terroristas, o personagem revê o mais tortuoso episódio de paixão de sua vida: seu caso com um estudante mexicano em Berlim.
É no espaço entre a vivência do terrorismo contemporâneo e a aceitação do mundo sem regras criado por um relacionamento desigual que Simpatia pelo Demônio se equilibra com maestria, fazendo do romance um dos grandes acontecimentos literários brasileiros. Um livro profundo e cativante, em que política, humanidade e desejo compõem uma grande odisseia pessoal.


O Inferno dos Outros - David Grossman
Em cima de um palco decadente de uma pequena cidade israelense, Dovale apresenta um show de stand up para alguns gatos pingados e um amigo de infância, seu convidado especial da noite. Enquanto faz piadas mais ou menos sagazes, no limite do politicamente correto e do bom gosto, passeando por temas tão amplos quanto o conflito Israel-Palestina e os palavrões proferidos por um papagaio, o comediante provoca o riso da plateia, mas também o desconforto. A tensão aumenta conforme Dovale expõe seus dramas pessoais mais profundos, e o humor se esvai dando lugar a uma melancolia comum a todos nós. Um romance corajoso e atual, breve mas avassalador, de um dos maiores ficcionistas contemporâneos.

Soy Louco por ti América - Javier Arancibia Contreras
O jornalista Sergio Vilela vivia em um “quarto-e-sala chinfrim no Meier a quilômetros da praia” até se mudar para um apartamento de alto padrão em Brasília. Santiago Lazar se exilou em Londres, mudou de nome e usa um tapa-olho de couro negro. E o jovem Marlon empreendeu uma missão suicida para varrer a escória do mundo.
Essas histórias, independentes à primeira vista, formam o contundente cenário de uma
América Latina que parece estar condenada aos seus vícios históricos. Ao construir esses personagens tão díspares, unidos por uma atmosfera tragicômica em que há vencedores apenas na aparência, Javier Contreras afirma-se como um dos melhores talentos da literatura contemporânea brasileira.

70 Historinhas - Carlos Drummond de Andrade
Lançado em 1978, 70 historinhas reúne a prosa já publicada por Drummond em outros livros. São crônicas e contos - ou “cronicontos” - em que a observação caminha junto com a fabulação, o humor roça cotovelos com o lirismo e a crítica aparece arejada pelo deboche. Treze das histórias deste livro têm crianças e adolescentes como personagens, sem que o autor se preste a infantilizá-las, pela paródia da linguagem ou pelo primarismo das ações. Pelo contrário, elas enfrentam, contestam e vencem, muitas vezes, os detentores da autoridade, com a inteligência e a argúcia a que recorrem para desafiar-lhes o poder. Mais um lance de gênio de um dos mais importantes autores brasileiros de todos os tempos.


Um Amor Feliz - Wislawa Szymborska
Quando, em 2011, a Companhia das Letras lançou Poemas, o primeiro volume com a lírica da poeta polonesa Wislawa Szymborska (Prêmio Nobel de literatura em 1996), começou uma verdadeira “febre Szymborska” no Brasil: ótimas vendas, esplêndidas resenhas e uma enorme repercussão garantiram um novo e amplo público para essa poesia que fala diretamente com o leitor.
A obra de Szymborska equilibra-se entre o rigor e a observação dos fatos, sempre num tom levemente informal – a despeito da cuidadosa construção dos versos. Falando de amores e da vida cotidiana, a escritora ergueu uma obra que toca os leitores e influencia novas gerações. Este segundo volume promete fazer tanto barulho quanto o primeiro.

Os Fatos - A autobiografia de um romancista - Philip Roth
Os fatos é a incomum autobiografia de um romancista que remodelou a maneira como encaramos a ficção.
Livro de irresistível candura e inventividade, é especialmente instrutivo em sua revelação sobre as conexões entre arte e vida. Philip Roth foca em cinco episódios de sua trajetória: a infância em Nova Jersey; a formação universitária; o envolvimento com a pessoa mais ríspida que conheceu; o embate com a comunidade judaica por conta de seu livro Adeus, Columbus; e a descoberta do lado adormecido de seu talento que o levou a escrever O complexo de Portnoy. Ao final, um ataque do próprio autor a suas habilidades como biógrafo encerra de forma surpreendente o novo livro de um dos principais escritores contemporâneos.