Novidades de Junho - Seguinte

13 de junho de 2015

A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard
O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.
 Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?
 Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

O Diário de Rywka - Rywka Lipszyc
No final da Segunda Guerra Mundial, foi encontrado um diário perto das ruínas dos crematórios de Auschwitz-Birkenau. Este diário pertencia a Rywka Lipszyc, uma adolescente judia que viveu com sua família no gueto de Lodz, na Polônia.
 Seu relato só veio a público setenta anos depois, e logo se tornou um documento importante por registrar a vida dos judeus em Lodz - o medo constante da deportação, o trabalho forçado nas oficinas, a fome e a miséria. Mas, acima de tudo, os escritos de Rywka eram sua forma de resistir e de protestar, numa tentativa de dar sentido ao mundo ao seu redor.

Branca de Neve tem que morrer - Nele Neuhaus

12 de junho de 2015

Lido em: Abril de 2015
Título: Branca de Neve tem que morrer - Bodenstein & Kirchhoff #4
Autora: Nele Neuhaus
Editora: Jangada
Gênero: Policial/Suspense
Ano: 2012
Páginas: 472
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Thriller revelação do ano na Alemanha com mais de 1 milhão de exemplares vendidos. Numa noite chuvosa de novembro, Rita Cramer é empurrada de uma passarela e cai em cima de um carro em movimento. Pia e Bodenstein, da delegacia de homicídios, têm um suspeito: Manfred Wagner. Onze anos antes, a filha de Manfred desaparecera, sem deixar pistas, e um processo baseado em provas circunstanciais condenou Tobias, filho de Rita Cramer, a dez anos de prisão. Logo após cumprir a pena, Tobias retorna à sua cidade natal e, repentinamente, outra garota desaparece. Os acontecimentos do passado parecem repetir-se de maneira funesta. Pia e Bodenstein se deparam com um muro de silêncio. As investigações transformam-se numa corrida contra o tempo, iniciando uma verdadeira caça às bruxas. 

Resenha: Branca de Neve tem que morrer é o quarto volume da série Bodenstein & Kirchhoff escrita pela autora alemã Nele Neuhaus e publicado no Brasil pela Jangada. Mesmo sendo o quarto volume não há necessidade de ler os anteriores, até mesmo porque eles não foram publicados por aqui. Os livros são independentes e focam num mistério que, ao que parece, não tem ligação alguma com os dos demais livros.

Tobias Sartorius foi acusado de matar duas moças e sumido com seus corpos. Ele não se lembrava do ocorrido e viu seu futuro ruir quando foi condenado a prisão. Após cumprir a sentença de dez anos, mesmo em dúvida se era culpado ou não, ele regressa ao vilarejo de Altenhain, na Alemanha, encontra seu pai num estado deplorável e tenta ajudá-lo, mas é recebido com repúdio e agressão pelos habitantes que acreditavam que ele deveria pagar pelo que fez pra sempre.
Enquanto a volta de Tobias a cidade acontece, uma ossada é encontrada num tanque de combustível vazio em um antigo aeródromo militar abandonado, mas a polícia descobre muito mais do que um esqueleto...

Até que uma outra moça desaparece de forma repentina e, obviamente, o principal suspeito é Tobias.
Pia e Bodenstein  são os policiais que irão investigar o caso, e tudo se transforma numa corrida contra o tempo pois eles estão prestes a descobrir que a cidade guarda segredos terríveis intrincados numa teia de mentiras e traições abafados pelos próprios habitantes que parecem viver num mundo a parte, como se vivessem sob uma "cúpula", de forma que pessoas de fora não tomam conhecimento algum de nada que se passa dentro dos seus limites. Tudo é suspeito, tudo parece ter um duplo sentido, e este é um dos maiores obstáculos que os policiais enfrentarão, pois, por mais que a ossada encontrada tenha ligação com o crime do qual Tobias se envolveu, os moradores não estão muito satisfeitos com uma investigação a fundo que pode revelar algo além do que está enterrado com os ossos.

Narrado em terceira pessoa e abrangendo a visão dos personagens envolvidos na trama, Branca de Neve tem que morrer é um thriller policial que logo de cara já deixa no ar a questão de Tobias ser ou não o assassino, principalmente quando juntamos os acontecimentos como a ossada, a tentativa de assassinato da mãe dele e afins, mas, justamente pela forma como a narrativa é feita, fica claro que o assassino pode ser qualquer um já que todos na cidade se comportam de forma estranha e parecem esconder algo ou terem um motivo para matar alguém. Esse misto de elementos são responsáveis por causas o suspense que permeia por toda a trama.

Como a obra original é alemã, é de se estranhar os nomes e os locais mencionados, mas nada que interfira ou prejudique no envolvimento da história.
Fiquei com a sensação de que o livro não foca apenas no mistério, mas também na vida dos investigadores e isso causa uma aproximação maior com os personagens. Talvez alguns trechos possam ter spoilers de outros livros já que eles desvendam crimes juntos desde o primeiro volume e com certeza já tiveram outros pontos trabalhados até chegar onde estão, principalmente no quesito relacionamento. O excesso de personagens e fatos, e algumas situações que pareciam não acabar nunca me fizeram pensar que houve um pouco de enrolação na história. Talvez se fosse um pouco mais "enxugada" seria ainda melhor.

A mudança constante de direção no rumo da história com intuito de dificultar a identificação do assassino se faz presente, assim como características apresentadas em determinado momento podem se voltar contra seus donos de forma que ninguém é quem parece ser, mas acredito que pra quem já tem costume de ler livros policiais e prestar atenção nos detalhes, às vezes, é possível captar quem é o culpado bem antes do desfecho, ou pelo menos ter uma suspeita bem grande e, geralmente, certeira sobre isso fazendo com que o final não seja tão imprevisível assim. Há algumas explicações em demasia e por isso não senti que houve espaço para maiores reflexões. Acho que quando as coisas ficam nas entrelinhas de forma mais sutil é melhor pois o leitor abre a mente pra imaginar.
Talvez devido ao idioma original, a tradução deixou algumas frases estranhas e com palavras que não são utilizadas em português, e em alguns pontos isso impede que a leitura fique totalmente fluída. O final é corrido e acaba de repente mas apesar de tudo achei satisfatório e ainda dá brecha pra continuação.
Mas ainda assim, os personagens são ótimos e muito bem construídos, e o destaque não ficou apenas com os investigadores.

A capa é linda, escura e sombria, manchada de sangue, e deixa no ar o que o leitor pode esperar da leitura. A diagramação é bem caprichada pois há detalhes em vermelho, tanto nos inícios de capítulos, na letra capitular e nas manchas de sangue nas páginas. As páginas são amarelas e possuem uma gramatura maior deixando-as mais grossas. A primeira vista o livro parece imenso pois é grosso e pesado, mas é justamente por causa das páginas mais grossas. A fonte é grande e o espaçamento das margens também, o que colabora com a leitura.

É um thriller envolvente, com um mistério sólido, que deixa o leitor ansioso para virar a próxima página.

Lobo Mau é o 6º volume da série e somente esses dois foram publicados no Brasil pela editora.

Novidades de Junho - Novo Conceito

Eu te darei o sol - Jandy Nelson
Noah e Jude competem pela afeição dos pais, pela atenção do garoto que acabou de se mudar para o bairro e por uma vaga na melhor escola de arte da Califórnia.
Mal-entendidos, ciúmes e uma perda trágica os separaram definitivamente. Trilhando caminhos distintos e vivendo no mesmo espaço, ambos lutam contra dilemas que não têm coragem de revelar a ninguém.
Contado em perspectivas e tempos diferentes, Eu te darei o sol é o livro mais desconcertante de Jandy Nelson. As pessoas mais próximas de nós são as que mais têm o poder de nos machucar.



Tocando as estrelas - Tocando as estrelas #1 - Rebecca Serle
Quando Paige Townsen deixa de ser uma simples aluna do ensino médio para se tornar uma celebridade, sua vida muda do dia para a noite. Em menos de um mês, ela troca as ruas da sua cidade natal por um set de filmagem no Havaí e agora está conhecendo melhor um dos homens mais sexies do planeta segundo a revista People. Tudo estaria perfeito se o problemático astro Jordan Wilder não fincasse o pé em uma das pontas desse triângulo cinematográfico. E Paige começa a acreditar que a vida, pelo menos para ela, imita a arte.




O Álbum - Timothy Lewis
Para Adam, negociante de objetos usados, a casa de Gabe Alexander é apenas uma propriedade que será esvaziada e vendida pelo maior lance. Entretanto, em meio às prateleiras repletas de relíquias, um álbum antigo atrai sua atenção. Nele há cartões-postais amarelados pelo tempo, escritos ao longo de 60 anos. Intrigado, Adam começa a lê-los: eles estão cheios de frases românticas e delicadas, as provas do amor incondicional entre Gabe e Pearl Alexander.
Gabe cuidava para que um cartão chegasse às mãos de Pearl todas as sextas-feiras. Cada um deles possui não apenas um poema, mas verdades preciosas sobre o cotidiano de um casal que viveu um sonho. A soma de todas essas verdades talvez responda perguntas que Adam se faz há muito tempo.



Operação Perfeito - Rachel Joyce

11 de junho de 2015

Lido em: Abril de 2015
Título: Operação Perfeito
Autora: Rachel Joyce
Editora: Suma de Letras
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2014
Páginas: 304
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Em uma manhã nebulosa de 1972, a vida de Byron Hemming, de 12 anos, muda de repente. Tudo acontece em menos de dois segundos, quando ele e a mãe se envolvem em um acidente de carro. Embora o garoto tenha certeza de que o acidente aconteceu, sua mãe age como se nada tivesse acontecido.
Nos dias e nas semanas seguintes, Byron embarca em uma jornada para descobrir o que realmente houve naquela manhã que mudou sua vida. Junto com o amigo James, ele cria a Operação Perfeito, um conjunto de planos para tentar resolver a situação. 

Resenha: Em 1972, Byron, um garoto de onze anos de idade, tem a vida mudada de cabeça pra baixo. Ele e a mãe, Diana, se envolvem em um acidente de carro que ocorre em menos de dois segundos. Byron sabe o que aconteceu e acredita que tudo tem a ver com os dois segundos que foram adicionados ao tempo de que James, seu melhor amigo, lhe contou. Dois segundos é tempo suficiente para acontecer coisas irreversíveis. James acreditou que o ocorrido fosse algo emocionante, enquanto Byron ficou apavorado. E isso se comprova pro garoto quando descobre que sua mãe parece não ter notado o atropelamento e continua agindo como se nada tivesse acontecido. Byron reluta muito até resolver falar alguma coisa com a mãe, mas quando decide falar, Diana procura a família da criança para prestar ajuda e apoio mas ao mesmo tempo se torna uma pessoa fechada, reclusa e cheia de segredos. Assim, com a ajuda de James, Byron cria a Operação Perfeito, ou seja, um conjunto de planos para poder desvendar aquela situação a fim de saber o que, de fato, aconteceu. Ele se preocupa com sua mãe e sua intenção é defendê-la caso ela tenha que enfrentar qualquer consequência pelo suposto acidente que ocorreu devido ao acréscimo de dois segundos no tempo.

Alternando-se com a história de Byron, conhecemos Jim, um homem complicado e perturbado que passou a vida em clínicas psiquiátricas. Agora ele se viu obrigado a reaprender a conviver e a viver em sociedade pois a clínica encerrou suas atividades e já não atende os pacientes mais. Jim conseguiu um emprego num café e acabou conhecendo Eileen, responsável por dar um outro sentido a vida dele, uma vida nova e repleta de surpresas.

Dividido em três partes e narrado em terceira pessoa de forma alternada entre passado e presente, Operação Perfeito é um drama que vai muito além do que meras tragédias. O que ocorre nos anos 70 se cruza com a atualidade de forma brilhante e tudo vai se encaixando perfeitamente.
Diana também tem um grande destaque na história. Geralmente em dramas do tipo o leitor se depara com histórias onde a mãe demonstra seu amor incondicional pelo filho, mas aqui acontece o contrário. A autora inverte os papéis e quem demonstra esse amor incondicional é o próprio Byron, quando ele se preocupa com sua mãe a ponto de bolar planos para protegê-la e fazê-la crer que tudo vai ficar bem. Por aí percebe-se que há algo de errado, algo frágil e delicado demais. A família de Byron não é bem estruturada pois enquanto Diana é uma mulher adorável e tenta ser uma boa mãe, por mais que esteja escondendo alguma coisa, o pai é ausente e relapso. E perceber que o filho, ainda criança, fica com o papel de disseminar informações para a mãe aumenta a sensação de que os problemas que eles enfrentam podem ser muito piores e mais complexos do que se pode imaginar.
Byron e dedicado e toma para si responsabilidades que acredito que nenhum garotinho deveria ter, e ainda que ele atravesse por lutas internas, ele nos mostra uma história de vida e amadurecimentos incríveis.

A história de Jim é muito comovente. Seus problemas o deixaram arrasado e ele só precisava de alguém que se importasse com o que o tempo lhe causou... E quando Eileen aparece em sua vida, com seu estilo maluco e bem humorado de ser, as coisas mudam a ponto de impressionar o próprio leitor.

O trabalho gráfico do livro é perfeito. A capa é bem parecida com a original e acredito que até a cor fria seja pra causar esse efeito "distante". Cada início de capítulo tem uma ilustração muito bonita com os traços iguais a ilustração da capa. A diagramação é simples, a fonte é menor do que o normal mas o tamanho é agradável pra leitura. As páginas são amarelas e a revisão está impecável.

Confesso que o início da leitura foi difícil pois não me conectei e nem me prendi ao estilo da narrativa. Tudo estava lento e sem grandes chamarizes que me deixassem empolgada pra continuar. A história vai ficando pesada, frustrante e cansativa, mas num certo ponto as coisas tomam um novo rumo e a sensação é de recompensa. O melhor do livro é quando o presente cruza com o passado, quando o que aconteceu em 1972 se funde a vida de Jim. Descobrir a verdadeira conexão entre os personagens, principalmente entre os protagonistas que nos são apresentados de forma alternada é o que faz com que tudo valha a pena.

A autora consegue mostrar com bastante sensibilidade que um pequeno instante pode se responsável por alterar o curso de uma vida inteira, e que pra cada ação há uma reação.
Em suma, Operação Perfeito é um livro que nos faz refletir pelos diálogos marcantes e inteligentes e pelas mensagens nas entrelinhas que ele traz. Um livro onde é possível encontrar beleza mesmo que os momentos sejam os piores possíveis. Uma história que aborda temas pesados, trágicos e tristes, mas, felizmente, há momentos em que a esperança prevalece. Mesmo se focarmos no "se", supondo o que poderia ser se fizéssemos outras escolhas, o que importa é que o tempo não pára nem espera por nada nem ninguém. Não podemos desfazer o que está feito e o que tiver de ser, vai ser. Ás vezes viver de aparências pode ser prejudicial, e não basta viver pra tentar reparar nossos erros, mas aprender a conviver e aceitar alguns deles.