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A Rainha Aprisionada - Kristen Ciccarelli

5 de julho de 2019

Título: A Rainha Aprisionada - Iskari #2
Autora: Kristen Ciccarelli
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Jovem adulto
Ano: 2019
Páginas: 376
Nota:★★★★
Sinopse: Firgaard foi governada durante décadas por um rei tirano e manipulador, capaz de condenar povos inteiros apenas para aumentar seu poder. Depois de uma grande batalha, Asha, sua filha, conseguiu derrotá-lo. E, assim, Dax, o primogênito, assumiu o poder ao lado de Roa, sua esposa.
Roa é uma forasteira vinda das savanas — um território sob o domínio de Firgaard, que há anos é oprimido e está prestes a entrar em colapso. O maior desejo da nova rainha, mesmo sabendo que não é bem-vinda em seu novo lar, é mudar a vida de seu povo. O que ela não esperava era encontrar uma chance de alterar o curso do destino e trazer de volta à vida sua irmã gêmea, Essie, morta quando criança em um terrível acidente. O único obstáculo? O novo rei.

Resenha:  Embora seja o segundo volume, A Rainha Aprisionada também funciona como um companion da trilogia Iskari, por trazer uma história focada em outra protagonista que carecia de ter a história contada, Roa. Existem personagens que já foram apresentados anteriormente que fazem parte da trama em questão, e já saber sobre eles facilita e torna a leitura muito mais satisfatória. Não é obrigatório ler o primeiro para entender este, mesmo que o desenvolvimento esteja diretamente ligado com as consequências do que aconteceu antes, mas recomendo que se leia na ordem, sim, pois as coisas se entrelaçam e fazem mais sentido.

Roa era uma forasteira cansada da tirania e do domínio de Firgaard sobre seu povo, assim, ela se alia a Dax, o filho do Rei Dragão, e irmão de Asha (a protagonista do livro anterior), para tomarem o trono e ambos pudessem reinar de forma justa para o povo, como rei e rainha. Agora, como rainha, Roa pretende usar seu poder para melhorar a vida do seu próprio povo.
Roa tinha uma irmã gêmea, Essie, e a conexão entre as duas era fortíssima, mas ela acabou morrendo em circunstâncias trágicas. Porém, o espírito de Essie não fez a passagem para o mundo dos mortos, e ela volta em forma de falcão. Roa, apegada a uma lenda antiga, vê a possibilidade de trazer a irmã de volta à vida, mas isso teria um preço...

A escrita da autora é bem fluída e não é carregada de detalhes desnecessários, o que colabora para uma leitura dinâmica. A narrativa é feita em terceira pessoa e um ponto que me agradou bastante foi a perspectiva que a autora deu a Roa, que faz com que as protagonistas da trilogia, Asha e Roa, tenham, por exemplo, uma concepção diferente sobre um mesmo personagem.
Outro ponto positivo é a forma como a autora encerra os capítulos, que geralmente terminam com alguma lenda daquele mundo ou com algum flashback da infância dos personagens.

A trama aborda a questão das crenças do povo e das lendas que passam pelas gerações, e embora esse universo já tenha se estabelecido no livro anterior, aqui ele continua sendo desenvolvido, porém de forma mais enxuta, e talvez os leitores possam sentir falta de maiores detalhes se houver comparação com o primeiro volume.
Roa é uma protagonista que a gente ama ou odeia. Sei que os protagonistas não precisam ser os maiores exemplos de força e coragem mas tem que, no mínimo, terem algum diferencial. Pra que sejam convincentes e humanos eles precisam ter falhas também, e por mais que Roa pense no bem estar do seu povo e evidencie a conexão bonita que tinha com a irmã, ela é ingênua, insegura, e toma algumas decisões frustrantes que causam algum tipo de reviravolta lá na frente. Achei que faltou alguma coisa em Roa pra me fazer comprar sua causa e torcer por ela. Talvez criar maiores expectativas sobre ela com base na personalidade de Asha não seja uma boa ideia, pois as duas são totalmente opostas.

A Rainha Aprisionada aborda questões políticas e os demais interesses e intrigas acerca do assunto, mas o foco maior é sobre a conexão entre as irmãs gêmeas Roa e Essie e o quanto essa união era bonita. Mas, por mais que Roa queira fazer de tudo pra trazer a irmã de volta, a impressão que fica é que sempre existe um obstáculo que a impede de seguir com esse propósito e a desvie do caminho, e em vez dela permanecer fiel ao seu maior desejo, ela se prende às suas crenças para aproveitar outras oportunidades em vez de manter o foco no que realmente importa pra ela.

Pra quem procura por uma história com uma construção de mundo mágica e evocativa, cuja trama seja cheia de intrigas, perdas e traições, mas também regada a muita cumplicidade e amor fraternal, é leitura mais do que recomendada.

A Caçadora de Dragões - Kristen Ciccarelli

18 de outubro de 2018

Título: A Caçadora de Dragões - Iskari #1
Autora: Kristen Ciccarelli
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2018
Páginas: 386
Nota:★★★★★
Sinopse: Quando era criança, Asha, a filha do rei de Firgaard, era atormentada por sucessivos pesadelos. Para ajudá-la, a única solução que sua mãe encontrou foi lhe contar histórias antigas, que muitos temiam ser capazes de atrair dragões, os maiores inimigos do reino. Envolvida pelos contos, a pequena Asha acabou despertando Kozu, o mais feroz de todos os dragões, que queimou a cidade e matou milhares de pessoas — um peso que a garota ainda carrega nas costas. Agora, aos dezessete anos, ela se tornou uma caçadora de dragões temida por todos. Quando recebe de seu pai a missão de matar Kozu, Asha vê uma oportunidade de se redimir frente a seu povo. Mas a garota não vai conseguir concluir a tarefa sem antes descobrir a verdade sobre si mesma — e perceber que mesmo as pessoas destinadas à maldade podem mudar o próprio destino.

Resenha: Num mundo dividido entre homens e dragões, onde o simples ato de contar histórias pode ser fatal. Quando pequena, Asha sofria com pesadelos terríveis e sua mãe lhe contava histórias antigas que, apesar de acalmar a menina, atraíam dragões para o reino e desencadeava um grande caos. Asha só descobriu o quanto essas histórias eram perigosas quando sua mãe morreu por causa delas, e quando contou, sem saber das consequências, essas histórias para o povo, onde despertou e atraiu o mais terrível dos dragões: Kozu. Ele matou milhares de pessoas, destruiu metade da cidade de Firgaard e marcou a garota pra sempre. As histórias, desde então, foram proibidas. Agora, aos dezessete anos, a jovem princesa é a caçadora de dragões oficial do reino. Ela tomou como missão de sua vida matar todos os dragões que puder encontrar como forma de se redimir. E para reparar o estrago feito na cidade e na vida de muitas pessoas por algo que ela acredita ser sua culpa, ela precisa acabar com Kozu, mas não antes de embarcar numa jornada onde vai descobrir a verdade sobre tudo o que aprendeu e sobre si mesma...

Narrada em terceira pessoa, a história requer um tempinho para que possamos nos adaptar às nomenclaturas diferentes e a estrutura social super complexa de Firgaard, mas logo fisga o leitor com a excelente escrita da autora e com o seu desenvolvimento. Os capítulos se intercalam com trechos das histórias proibidas, as mesmas que atraem dragões e matam as pessoas quando são contadas, e elas expandem nossa visão desse mundo deixando a trama muito mais rica e interessante.

Inicialmente não tive muito simpatia por Asha pois, embora seja forte, leal e feroz, ela é imatura e toma atitudes um tanto questionáveis, principalmente antes de ir atrás de Kozu. Assim, sua jornada não é só para caçar, matar o dragão e trazer a cabeça dele para seu pai, mas também para que ela passe por várias coisas que serão responsáveis pelo seu amadurecimento como pessoa, para torná-la mais humana, mais sensível e menos alheia aos problemas do reino.
Assim, os personagens secundários acabam tendo um papel muito importante não só no desenrolar da trama, mas também no desenvolvimento e amadurecimento da própria protagonista.

Como um bom livro jovem adulto, não poderia faltar o elemento romance, e fiquei super satisfeita com a ideia de que o relacionamento é algo que não desvia o leitor do foco principal, se desenvolve sem pressa, de forma sutil e que aos poucos vai amolecendo o coração de Asha.

Assim, nos deparamos com uma história rica em sua construção e em sua mitologia, e através de sua protagonista podemos perceber que, embora o passado tenha deixado nela várias cicatrizes e a obrigado a seguir por um caminho que ela não pôde escolher, a liberdade é algo que sempre vai falar mais alto.

Eu gostei bastante da diagramação em geral e da capa que a Editora Seguinte escolheu para publicar a obra aqui no Brasil. É simples mas super bonita e condizente com a história. Acho que nem teria como aproveitar a capa original já que a bendita é a mesma usada por J.A. Redmerski em O Retorno de Izabel (e a capa gringa também é igual).


Enfim, A Caçadora de Dragões é o início de uma trilogia fantástica que superou as minhas expectativas, principalmente por ser livro de estreia da autora, e agora só me resta aguardar ansiosa pela continuação. Pra quem é fã de fantasia e adora histórias com dragões, é leitura mais do que recomendada!