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Filhos do Fim do Mundo - Fábio M. Barreto

26 de março de 2013

Lido em: Março de 2013
Título: Filhos do Fim do Mundo
Autor: Fábio M. Barreto
Editora: Fantasy/Casa da Palavra
Gênero: Ficção/Fantasia
Ano: 2013
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Quando as crianças do mundo parar de nascer, um repórter se prepara para sua última matéria sobre o começo do fim do mundo. É meia-noite quando a humanidade é surpreendida pela notícia: todas as crianças nascidas nos últimos 12 meses morreram misteriosamente. Descobrem também que plantas e filhotes também morreram. Um repórter responsável por cobrir os eventos preparativos para o fim do mundo, deixa sua esposa grávida em casa, partindo para uma perigosa missão investigativa, em que terá de enfrentar grandes desafios para proteger aqueles que ama. Em Filhos do fim do mundo, acompanhamos a saga de um repórter tentando se equilibrar entre sua função de pai e jornalista em meio ao caos pré- apocalipse. As catástrofes se misturam com a tensão psicológica do personagem em um envolvente romance que vai encantar os amantes de ficção.
Resenha: Meia noite do dia 21 de Dezembro de 2012: Todas as crianças de até 1 ano de idade, simplesmente são dadas como mortas, assim como plantas e filhotes de animais. O caos está tomando conta do mundo, as pessoas não podem se comunicar direito, não sabem a causa de toda essa tragédia e só dependem de um único jornal para terem maiores explicações, e tudo que é passado às pessoas é filtrado pelo Governo, que cortou internet e telefone a fim de evitar especulações ou notícias indesejáveis  A população entra em pânico. Será que humanidade será extinta já que as crianças, que são o futuro do mundo, estão todas mortas?
Eis que em meio a todo esse caos e desordem somos apresentados ao Repórter, que está num enorme dilema: ele trabalha pra esse jornal (o único dentre todos autorizado a passar informações ao público), é o responsável por cobrir esses eventos apocalípticos e precisa partir para investigar esses acontecimentos terríveis. Mas ele também está prestes a se tornar pai... A Esposa fica em casa, grávida, e ele, mais do que nunca, quer descobrir o que está acontecendo a fim de evitar a morte do próprio filho que está chegando e proteger todos aqueles que ama. O Repórter, então, embarca numa corrida frenética e desesperada em busca de respostas e soluções.
Todos os personagens que são apresentados tem alguma ligação um com o outro, então, a ação não pára e o ritmo de correria se mantém ao longo da história. O Prefeito, o Major, o Padre, o Blogueiro rebelde são alguns dos personagens que dão vida em meio a tantos desastres e mortes, e nos levam a acreditar piamente que, independente de quem seja ou o que essa pessoa faz, o instinto de sobrevivência e o amor incondicional são as coisas que falam mais alto no final das contas... Imaginem um mundo onde os humanos não tivessem mais controle algum e não soubessem o que seria de suas próprias vidas nos próximos minutos...

Quando li a sinopse do livro, já achei bem interessante, mas ao mesmo tempo inquietante. Como assim os bebês simplesmente morrem sem explicações, em escala global e o futuro, a partir daí, se torna incerto e duvidoso? O caos reina, pois resta a quem sobrevive questionar, e no mínimo, ter direito a respostas convincentes sobre o futuro da própria existência.
O livro é super bem escrito, mas a narrativa apesar de fluída, se tornou um pouco confusa pra mim com relação a toda a ação presente na trama e alguns diálogos também, pois em alguns momentos me perdi de forma que eu precisasse reler o que se passou e continuar na dúvida. Os capítulos são enoooormes (o primeiro tem quase 90 páginas) e por mais que sejam divididos, sinto que não tenho tempo pra parar e pensar sobre o que aconteceu ali pra seguir pro próximo acontecimento. Talvez devido ao ritmo corrido a ideia é realmente não ter tempo pra respirar nem pra pensar, pois quem vai parar pra pensar na vida enquanto ela corre risco de chegar ao fim a qualquer momento? Mas ainda assim não curti muito pois prefiro capítulos curtos.
Por falta de costume, ainda estou em dúvida se gostei da forma como os personagens foram apresentados, pois nenhum deles tem nome e são sempre chamados por alguma característica ou função que têm, por isso as letras maiúsculas ao chamar o Repórter, a Esposa, o Padre, o Filho... Não dificulta nem impede o entendimento, mas acho que quanto mais próximo estivermos do personagem, sabendo mais detalhes dele incluindo seu nome, nos sentimos mais ligados a ele.
A história coloca à prova a questão das escolhas que fazemos e as consequências delas, o que vale a pena nessa vida, e, acima de tudo, o que seria, de fato, o fim do mundo pra alguém.
Com um final bem ousado, o autor escreveu uma história bem inovadora, mesmo que o tema "fim do mundo" já seja bem explorado.
Os leitores mais sensíveis, com certeza encontrarão uma história que vai mexer com suas emoções de forma a fazê-los refletir bastante. O livro é recomendado pra quem curte um misto de fantasia com ficção, muita ação, e, acima de tudo, pra quem quer saber do que um homem é capaz de fazer pra salvar o que considera seu bem mais precioso: seu filho...