Novidades de Janeiro - Intrínseca

17 de janeiro de 2016

P.S.: Ainda Amo Você - Para Todos os Garotos que Já Amei #2 - Jenny Han
Lara Jean sempre teve uma vida amorosa muito movimentada, pelo menos na cabeça dela. Para cada garoto por quem se apaixonou e desapaixonou platonicamente, ela escreveu uma bela carta de despedida. Cartas muito dela, muito pessoais, que de repente e sem explicação foram parar nas mãos dos destinatários.
Em "Para todos os garotos que já amei", Lara Jean não fazia ideia de como sair dessa enrascada, muito menos sabia que o namoro de mentirinha com Peter Kavinsky, inventado apenas para fugir do total constrangimento, se transformaria em algo mais. Agora, em "P.S.: Ainda amo você", Lara Jean tem que aprender como é estar em um relacionamento que, pela primeira vez, não é de faz de conta. E quando ela parece estar conseguindo, um garoto do passado cai de paraquedas bem no meio de tudo, e os sentimentos de Lara por ele também retornam.
Uma história delicada e comovente que vai mostrar que se apaixonar é a parte fácil: emocionante mesmo é o que vem depois.

Sr. Tigre Solto na Selva - Peter Brown
Para tudo tem hora e lugar… até para se soltar!
Ninguém esperava isso do sr. Tigre. Sempre tão comportado, tão polido, tão educado. De terno e cartola, lá estava ele, totalmente acostumado à vida na cidade, aos cumprimentos distantes, ao refinado chá da tarde – a um mundo em que todos os animais mal parecem... animais. No fundo, o sr. Tigre sabia que tinha alguma coisa faltando. Ele queria se soltar, queria ser selvagem. E um dia, foi isso o que ele fez. Só que, num mundo tão civilizado, a mudança não pegou muito bem.
Ao viver o conflito entre o que esperavam dele e o que ele realmente queria ser, o sr. Tigre mostra as dificuldades que qualquer criança (ou adulto) já enfrentou e vai enfrentar tantas e tantas vezes enquanto descobre seu verdadeiro lugar no mundo. Até onde vale a pena ir para encontrar a si mesmo? O que é ser igual e o que é ser diferente, afinal?
Em defesa da liberdade de ser você mesmo, Sr. Tigre solto na selva traduz com simplicidade uma lição importante e extremamente positiva, daquelas que o pequeno leitor, que ainda vai crescer e mudar tantas vezes na vida, merece ter na lembrança.

O Nadador - Joakim Zander
Em uma acelerada perseguição pela Europa, um ex-agente secreto tenta salvar a única pessoa capaz de exorcizar os fantasmas de seu passado.
Damasco, Síria, início dos anos 1980. Um agente secreto norte-americano abandona a filha recém-nascida em meio a um bombardeio, entregando-a a um destino incerto. A incapacidade de se perdoar o faz fugir do passado, levando-o ao Líbano, ao Afeganistão, ao Iraque – a qualquer lugar onde o perigo e a tensão o permitam esquecer seu erro.
Klara Walldéen foi criada pelos avós em uma ilha remota na Suécia. Assessora em início de carreira no Parlamento Europeu, em Bruxelas, ainda está aprendendo a navegar pelo ardiloso mundo da política quando acessa informações que não deveria, e se torna alvo de uma perigosa perseguição pela Europa. Apenas o ex-agente secreto poderá salvá-la. Mas, para isso, os dois precisarão revelar quem são. E o tempo está se esgotando.
Alternando habilmente entre passado e presente, entre Suécia, Síria e Estados Unidos, Joakim Zander tece uma rede de intrigas e suspense em um estilo sofisticado e descritivo que transformou O nadador em um estrondoso sucesso.

Vale-tudo da Notícia - Nick Davies
A notícia isolada de que um editor do jornal britânico News of the World invadia caixas postais de telefones atrás de recados que lhe rendessem furos sobre a realeza não seria tão aterradora se parasse por aí. O problema surgiu quando o repórter Nick Davies decidiu investigar a história mais a fundo e descobriu um lamaçal de crimes e corrupção que afetava boa parte da imprensa britânica, com ramificações no gabinete do primeiro-ministro e no alto escalão da Scotland Yard.
Jornalistas usando prostitutas para colher segredos dos clientes, detetives grampeando linhas telefônicas nos postes e revirando o lixo de celebridades, funcionários de hospitais vazando prontuários médicos e editores chantageando políticos com intrigas sexuais. Cenas que mais parecem saídas de um filme, mas que, na verdade, eram práticas não só aceitas, como também estimuladas e premiadas, e que alimentavam uma poderosa rede de corruptores e corrompidos que chegou a influenciar até mesmo as leis britânicas.
Exemplo inegável do bom jornalismo, Vale-tudo da notícia evidencia como o poder de manipular o acesso à informação é hoje — e talvez o seja desde que o mundo é mundo — uma das mais perigosas moedas da sociedade.

O Regresso - Michael Punke
Em 1823, os caçadores da Companhia de Peles Montanhas Rochosas desbravavam as terras inexploradas dos Estados Unidos, enfrentando diariamente o clima implacável, as feras selvagens e a ameaça constante de confronto com os índios, que defendiam suas terras da invasão dos homens brancos.
Em uma das missões da companhia, Hugh Glass, um dos melhores e mais experientes caçadores do grupo, fica frente a frente com um urso-cinzento, é atacado e termina gravemente ferido, claramente sem chances de sobreviver. Os homens que deveriam esperar sua morte e lhe oferecer um funeral apropriado o abandonam, levando consigo as armas e os suprimentos. Entre delírios, Glass os observa fugindo e é tomado por um único desejo: vingança. Uma determinação cega que o torna capaz de atravessar quase cinco mil quilômetros de terras intocadas e selvagens, fugindo de predadores, sobrevivendo à fome e à agonia dos ferimentos mais terríveis, a fim de concluir seu objetivo.
Inspirado em fatos reais e escrito em uma prosa arrebatadora, O Regresso é uma notável história de obsessão, um romance sobre um homem cuja vida foi ao mesmo tempo salva e condenada pela sede de vingança.

Trumbo - Bruce Cook
A Vida do Roteirista Ganhador do Oscar Que Derrubou a Lista Negra de Hollywood
Em 1947, o jornal The Hollywood Reporter divulgou uma série de nomes de vários profissionais do cinema americano supostamente envolvidos com o comunismo. Todos os olhares do Congresso dos Estados Unidos se voltaram para a possibilidade de comunistas e simpatizantes estarem sutilmente instilando sua propaganda nos filmes de Hollywood. Dez pessoas foram intimadas a depor no Comitê de Atividades Antiamericanas – um grupo depois conhecido como os “Dez de Hollywood” –, e o roteirista Dalton Trumbo era seu principal nome.
Radical à própria maneira, franco e irônico, membro do Partido Comunista, Trumbo recusou-se a entregar qualquer informação. Foi julgado, declarado culpado por desacato ao Congresso e preso, em 1950. Começara a caça às bruxas da era McCarthy, e depois de cumprir pena Trumbo estava na lista negra de centenas de profissionais banidos de trabalhar para os grandes estúdios. Atuando por trás das câmeras, por quase uma década viveu de produzir roteiros clandestinamente, a preços medíocres, até que dois Oscars depois, e com o esvaziamento do macarthismo, Trumbo se tornou o primeiro integrante da lista a ser novamente creditado em uma produção, abrindo caminho para o fim definitivo da caça às bruxas em Hollywood.
Trumbo é uma biografia franca de uma figura exuberante, que esteve no epicentro de um dos períodos mais tumultuados da história americana recente. Apesar da notoriedade como escritor e do apogeu como o mais bem pago roteirista de sua época, criador de épicos como A princesa e o plebeu, Exodus, Spartacus e Papillon, nenhuma das criações de Dalton Trumbo é capaz de rivalizar com sua própria história.

A Arte do Descaso - Cristina Tardáguila
Em pleno Carnaval, quatro homens invadiram o Museu da Chácara do Céu, no bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro, e roubaram cinco obras de arte: um Dalí, um Matisse, um Monet e dois Picassos, cujo valor estimado, na época, ultrapassava 10 milhões de dólares. Naquela tarde de 24 de fevereiro de 2006, os ladrões, de posse de uma granada, renderam os três seguranças, desligaram o sistema de câmeras de vigilância e fizeram nove reféns. Um dos invasores subiu em um móvel histórico para, com uma faca, cortar os fios de náilon que seguravam um dos quadros. Meia hora depois, saíram pela mata para nunca mais serem vistos. Até hoje se trata do maior roubo de arte do Brasil e do oitavo do mundo.
Decidida a desvendar o mistério, a jornalista Cristina Tardáguila chegou a se colocar em situações de risco a fim de encontrar respostas. Em sua jornada, ela viajou para a Europa e mergulhou no mundo obscuro dos crimes de arte. A partir de meticulosa apuração dos eventos, muito maior do que a da própria polícia conseguiu levantar, a autora produziu uma narrativa vibrante, cheia de reviravoltas dignas de um thriller, construída apenas com fatos.



Novidade de Janeiro - Paralela

16 de janeiro de 2016

58 Listas (33 úteis e 25 nem tão úteis assim) - Manu Barem
“A gente nasce, cresce, lava louça a vida inteira e morre.” É por essas e outras que Manuela Barem se tornou não exatamente a voz, mas o conjunto de caracteres que definiu uma geração na internet.
Mais que as 33 listas úteis e as 25 não tão úteis assim do título, temos em mãos um registro de como se vive nestes anos 2010: do saudosismo analítico dos pagodes do início da adolescência à constatação irrefutável de que ficou ainda mais difícil terminar relacionamentos na era das redes sociais.
Este é um livro para a geração Y e para quem quer entender o que se passa na cabeça dessa gente que se aventura — mesmo que titubeante — nesta etapa da vida adulta absoluta, cheia de trabalho, amor, festas infantis, fakes no Twitter e chatices no Facebook.
Entre uma louça suja e outra, porém, dá para apreciar uma ciranda da música brasileira que prova aquilo que todos desconfiávamos, mas achávamos que pudesse ser só reflexo do excesso de Faustão na nossa cabeça: todos os artistas da MPB estão interligados. (Duvida? Veja na página 98.)
É a chance também de conhecer as leis mais absurdas do Brasil, 31 cidades brasileiras com nomes terminados em “lândia” e os motivos pelos quais os verões dos anos 1990, os últimos verões da história da humanidade totalmente desconectados, deixaram saudade.
E, honestamente, também dá para se reconhecer nas pequenas mentiras do WhatsApp, nas incontáveis dúvidas amorosas e, quem sabe, até no caça-palavras do Charlie Brown Jr.

Novidades de Janeiro - Seguinte

15 de janeiro de 2016

Steve Jobs: Insanamente Genial - Jessie Hartland
Com uma narrativa ágil e divertida, esta biografia em quadrinhos apresenta a figura rebelde e carismática de Steve Jobs para uma nova geração de leitores, além de cativar os fãs que vivem e respiram toda a tecnologia criada por ele: a Apple, a Pixar, os Macs, os iPods, os iPhones e muito mais.
 Jessie Hartland mostra como Jobs foi um visionário, sem deixar de lado os demônios que o acompanhavam. Destaca os sucessos meteóricos, os retrocessos devastadores e as inúmeras contradições que resultaram numa vida extraordinária e no legado de um homem insanamente genial.


A Sereia - Kiera Cass
Anos atrás, Kahlen foi salva de um naufrágio pela própria Água. Para pagar sua dívida, a garota se tornou uma sereia e, durante cem anos, precisa usar sua voz para atrair as pessoas para se afogarem no mar. Kahlen está decidida a cumprir sua sentença à risca, até que ela conhece Akinli. Lindo, carinhoso e gentil, o garoto é tudo o que Kahlen sempre sonhou. Apesar de não poderem conversar - pois a voz da sereia é fatal -, logo surge uma conexão intensa entre os dois. É contra as regras se apaixonar por um humano, e se a Água descobrir, Kahlen será obrigada a abandonar Akinli para sempre. Mas pela primeira vez em muitos anos de obediência, ela está determinada a seguir seu coração.

Coroa Cruel: Um conto da série A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard
Duas mulheres - uma vermelha e uma prateada - contam sua história e revelam seus segredos. Em “Canção da rainha”, você terá acesso ao diário da nobre prateada Coriane Jacos, que se torna a primeira esposa do rei Tiberias VI e dá à luz o príncipe herdeiro, Cal - tudo isso enquanto luta para sobreviver em meio às intrigas da corte. Já em “Cicatrizes de aço”, você terá uma visão de dentro da Guarda Escarlate a partir da perspectiva de Diana Farley, uma das líderes da rebelião vermelha, que tenta expandir o movimento para Norta - e acaba encontrando Mare Barrow pelo caminho.
O livro traz, ainda, um mapa de Norta e um trecho exclusivo de Espada de vidro, o segundo volume da série A Rainha Vermelha.


Novidades de Janeiro - Companhia das Letras

14 de janeiro de 2016

Uma História de Solidão - John Boyne
Odran Yates era um garoto tímido nascido na Irlanda dos anos 1950. O país tinha uma longa tradição católica, e as leis da Igreja moldavam a sociedade com rigor claustrofóbico. Filho de um pai alcoólatra, que morreu com a certeza de que era um grande ator, e de uma mãe que abandonara a carreira de aeromoça para cuidar da família, Odran abraçou o caminho eclesiástico como único destino possível.
Primogênito de um lar disfuncional, que se tornou sufocante após uma tragédia familiar, Odran obedece à mãe e vai estudar em um seminário, onde conhece Tom Cardle, de quem se torna amigo. Ao contrário de Odran, tímido, inocente e reservado, Tom era irritadiço e rebelde. Não fossem os maus-tratos constantes do pai, ele nunca teria nem sequer passado em frente a uma igreja. Já Odran concluiria mais tarde que o sacerdócio era realmente adequado à sua personalidade.
Antes de se formar e ainda muito jovem, Odran fora designado para uma missão no Vaticano: caberia a ele servir pontualmente o café da manhã e o leite noturno do sumo pontífice - durante um ano, sete dias por semana -, incumbência que cumpriu com o rigor e o silêncio de “um fantasma”, como descreveria.
Da ingenuidade dos primeiros anos de colégio à descoberta dos segredos mais bem guardados da Igreja, o padre Odran Yates descreve uma Irlanda repleta de contradições e ódio por trás de um projeto social baseado nos bons costumes. Vive a decadência de seu ofício, que, diante de tantas denúncias de abuso sexual, passa a ser visto com desconfiança.
Mais do que lidar com a vida sofrida daqueles que ama e as implicações políticas de seu trabalho, o padre Yates tenta fazer um acerto de contas com a própria consciência, depois de ter sido convencido de que era inocente demais para entender o que ocorria ao seu redor.

Kaos Total - Jorge Mautner
Para celebrar os 75 anos de Jorge Mautner, João Paulo Reys e Maria Borba selecionaram uma amostra de seu acervo inédito e uniram ao material à totalidade de suas letras, parte mais cultuada de sua obra. O volume abre com um explosivo caderno de imagens: as pinturas de Mautner, nunca publicadas em livro, de estética aparentemente naïf, mas que quando apreciadas com cuidado comprovam rigor na combinação das cores e formas. Em seguida, a compilação de letras. Pérolas como “Maracatu atômico”, “Lágrimas negras” e “Vampiro”, dispostas em ordem cronológica e por álbum, revelam a fecundidade do cancioneiro de Mautner, que desde os anos 1960 enriquece nossa cultura com sua inventividade. Algumas músicas, como “O rouxinol”, flertam com o universo infantil, enquanto outras exigem alto grau de abstração, como "Tempo sem tempo". Encerram o bloco canções inéditas. Os poemas trazem mais uma face pouco familiar do artista múltiplo. O que vemos é um jorro aparentemente incontido de sentimentos e palavras, orientado por rimas e ritmo. Ou então a concisão de um poema de um só verso: “E agora sobrou o nada”. Na seção de prosa poética, deparamos com alguma ficção, poemas narrativos e em verso livre, reflexões que passeiam com naturalidade por objetos tão variados quanto Freud, Bob Dylan e Schöenberg, além do programa do Partido Revolucionário do Kaos.
Os fragmentos finais trazem a radicalidade da criação mautneriana, mesclando ícones próprios como flechas de Oxóssi e claves de sol com os símbolos de nosso alfabeto. As múltiplas exclamações, que aparecem ao longo do livro, são ainda mais frequentes nos fragmentos: marcas da hipérbole que caracteriza o pensamento de Jorge.
O rastro do “filho do Holocausto” está em versos que tematizam a barbárie das guerras, da fome, da bomba atômica. Por outro lado, o amor singelo e o humor brincalhão trazem leveza a estas páginas. A riqueza não tem fim.
Como diriam os curadores, “sua obra é sua vida. O Kaos total, Jorge Mautner, nunca se encerra, está sempre vivo e em movimento”.

Como Curar Um Fanático - Amós Oz
O romancista Amós Oz cresceu na Jerusalém dividida pela guerra, testemunhando em primeira mão as consequências perniciosas do fanatismo. Em dois ensaios concisos e poderosos, o autor oferece uma visão única sobre a natureza do extremismo e propõe uma aproximação respeitosa e ponderada para solucionar o conflito entre Israel e Palestina. Ao final do livro há ainda uma contextualização ampla envolvendo a retirada de Israel da Faixa de Gaza, a morte de Yasser Arafat e a Guerra do Iraque.
A brilhante clareza desses ensaios, ao lado do senso de humor único do autor para iluminar questões graves, confere novo fôlego a esse antigo debate. Oz argumenta que o conflito entre Israel e Palestina não é uma guerra entre religiões, culturas ou mesmo tradições, mas, acima de tudo, uma disputa por território - e ela não será resolvida com maior compreensão, apenas com um doloroso compromisso.
Não se trata, argumenta Oz, de uma luta maniqueísta entre certo e errado, mas de uma tragédia no sentido mais antigo e preciso do termo: uma batalha entre o certo e o certo.
Sem temer a polêmica, o livro apresenta argumentos precisos favoráveis a uma solução que acomoda dois estados nacionais diferentes e também realiza um diagnóstico sutil sobre a natureza do fanatismo, calcada na predominância dos sentimentos sobre a reflexão.
Esclarecedor e inspirado, Como curar um fanático é uma voz de sanidade em meio à cacofonia das relações entre Israel e Palestina - voz que ninguém pode se dar ao luxo de ignorar.

Ponto de Fuga - Ana Maria Machado
Ponto de fuga, fruto da participação de Ana Maria Machado em eventos literários, reúne treze ensaios que mostram por que a escritora se tornou uma referência na literatura brasileira. Com mais de cem livros publicados nos últimos quarenta anos, ela não se limitou apenas ao ofício de escrever, mas dedicou boa parte de sua carreira a uma reflexão profunda e generosa a respeito dos leitores e da literatura, muitas vezes rompendo paradigmas sobre temas que pareciam consolidados. Sua obra já vendeu mais de 20 milhões de exemplares, ajudando a reposicionar o status da literatura infantil no país, e seus ensaios apontam um olhar para questões mais amplas, como as nuances do mercado editorial, o papel dos professores nas escolas, a literatura infantojuvenil e o despreparo dos professores nas redes de ensino. Engana-se, porém, quem acredita que sua crítica é desesperançosa ou pessimista. Como leitora apaixonada, Ana Maria prova, entre erros e acertos, que houve avanços importantes e que, mais do que abundância de recursos, o que está em jogo é a dificuldade de extinguir o espírito burocrático na formação do leitor.

Novidades de Janeiro - Leya

13 de janeiro de 2016

O Trono do Sol: A Magia da Aurora - O Ciclo Nessântico #3 - S. L. Farrell
Quinze anos após os acontecimentos de A magia do anoitecer, Nessântico está prestes a viver seu momento mais sombrio. A atual ocupante do Trono do Sol, a kraljica Allesandra se vê obrigada a engolir o orgulho e ceder o poder para o filho expatriado Jan - o hïrzg de Firenzcia e seu rival político - agora que a cidade está outra vez sob a ameaça dos tehuantinos, o mesmo inimigo que deixou um rastro de destruição sem precedentes pelo reino, há mais de uma década. Allesandra precisa das tropas de Jan, mas talvez a salvação da cidade também dependa da revolucionária experimentação científica realizada por Varina, agora líder dos numetodos, os hereges que provocaram um cisma na Fé de Concénzia. No encerramento de O Ciclo Nessântico, S. L. Farrell amarra as tramas iniciadas em A magia da alvorada e dá destino aos vários personagens que elaborou tão bem em três volumes marcados por uma rica construção de mundo, grandes batalhas mágicas e intrigas palacianas maquiavélicas, que arrebataram os fãs de literatura de fantástica.

A Vida Louca da MPB - Ismael Caneppele
Entre muitos comentários e olhares sobre a música popular brasileira, poucos atentam para a loucura de suas histórias. Buscando os detalhes pouco conhecidos das vidas conturbadas de artistas como Noel Rosa, Cazuza, Maysa e Vinicius de Moraes, este livro abre as portas para o lado obscuro, excêntrico e por vezes engraçado das vidas de dezessete figuras que não contemplaram qualquer barreira entre a música e o vício, que mergulharam de cabeça na vida e perpetuaram um testemunho tatuado em cifras que ainda não desapareceram de nossos ouvidos, mesmo depois de mortos.


A Torre - Danny O´Malley
“Querida você, o corpo que está usando costumava ser meu...” Assim começa a carta que acabou de encontrar no bolso do casaco. Encharcada pela tempestade que cai sobre o parque, ela ainda não sabe por que está cercada de cadáveres. Muito menos por que todos usam luvas de látex. Sem escolha, ela decide seguir as orientações deixadas nessa carta e encontra outras duas. Uma carta leva a outra e mais outra, e assim ela descobre seu nome: Myfanwy Thomas. E ainda que é uma Torre – uma agente secreta de alto escalão que trabalha para uma organização do Império Britânico responsável por combater eventos sobrenaturais. Mas há um traidor nessa organização. Um traidor que a quer ver morta. E que logo perceberá que Myfanwy ainda está viva. E sem memória. Enquanto luta para salvar sua vida, Myfanwy conhece pessoas misteriosas: um homem com quatro corpos, uma aristocrata que pode entrar em seus sonhos, crianças que se transformam em guerreiros mortais e uma conspiração que vai muito além do que poderia imaginar. Com personagens fascinantes e uma narrativa repleta de ação e rica em detalhes, este livro é um suspense fantástico que marca a estreia de Daniel O’Malley como autor.

Radical - Maajid Nawaz
Na língua inglesa, a palavra radical é usada quando se quer falar de algo extremo. Nas línguas latinas, pode, também, significar raiz, origem.  Em Radical, lançamento da LeYa, Maajid Nawaz faz uso dos dois significados, para descrever quem ele foi e quem ele agora é: ex-líder de uma organização islâmica fundamentalista, Nawaz agora está na linha de frente de uma missão pessoal para desvincular o Islamismo da severa ideologia politizada que ele outrora seguiu fielmente.
Nova York para amantes de cinema, de Barbara Boespflug e Beatrice Billon
Ao longo da história do cinema, cineastas renomados usaram a cosmopolita cidade de Nova York como pano de fundo para suas histórias. Muitas vezes, as locações escolhidas foram tão essenciais aos filmes que os lugares ficaram famosos no mundo todo. Quem não gostaria de visitar o Hotel Edison, palco de reviravoltas em O poderoso chefão? Ou de saborear um brunch no Bubby’s, onde Anne Hathaway comemora seu novo emprego no filme O diabo veste Prada? Ou de pedir o mesmo prato de Meg Ryan no Katz’s Delicatessen em Harry e Sally: feitos um para o outro? Nova York para amantes de cinema: um guia de endereços que inspiraram grandes filmes, lançamento da Casa da Palavra, é um roteiro não só para os fãs da sétima arte, como também para quem quer conhecer a cidade e seus cenários que embalaram grandes clássicos.


Capitolina - O Poder das Garotas - Várias Autoras

12 de janeiro de 2016

Título: Capitolina - O Poder das Garotas #1
Editora: Seguinte
Gênero: Juvenil/Nacional
Ano: 2015
Páginas: 192
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Textos escritos e ilustrados por garotas que buscam representar todas as jovens, inclusive as que não se encaixam nos moldes tradicionais da adolescência A revista on-line Capitolina surgiu em 2014 como uma alternativa à mídia tradicional voltada ao público feminino adolescente. Sua proposta é criar um conteúdo colaborativo, inclusivo e livre de preconceitos, abordando temas como relacionamentos, feminismo, cinema, moda, games, viagens e muito mais. Esta edição reúne os melhores textos publicados em um ano de revista, além de vários artigos inéditos e atividades interativas, para que cada leitora também ajude a construir o livro. As jovens vão encontrar conselhos, dicas, reflexões, muito apoio e, principalmente, a sensação de que não estão sozinhas. 

Resenha: Capitolina é uma revista online que se mantém de forma independente e é voltada para o público feminino adolescente.
Muitas garotas se sentem excluídas pelos moldes tradicionais da adolescência e a revista apresenta textos e matérias que abordam assuntos realmente relevantes, que fogem das questões da beleza, da conquista, do consumismo e das demais futilidades, mostrando que todas essas garotas têm espaço para crescerem da forma como são, e não da forma como a sociedade idealiza.
Depois de mais de um ano de publicações online, o projeto se transformou em um livro publicado pela Seguinte, e os melhores textos e ilustrações foram cedidos para compô-lo, além de alguns artigos inéditos e atividades interativas que convidam a leitora a participar da construção da obra.
Sob uma visão feminista, as autoras apresentam textos leves, esclarecedores e acolhedores que ajudam as garotas a refletirem sobre os assuntos ao mesmo tempo em que as fazem se identificar com o que é dito.


Os artigos e a forma como são escritos tem profundidade, soam verdadeiros e mais próximos à realidade. As autoras dos textos falam o que sabem e o que sentem à sua maneira, de acordo com as próprias experiências, e isso faz com que a minoria que se sente deslocada seja representada e tenha voz, afinal, são garotas escrevendo para garotas de modo sincero, mostrando como o autoconhecimento é importante para aceitação daquelas que devido a conflitos pessoais e internos se sentiam deslocadas e sozinhas.

Enquanto mulheres, devemos nos apoiar, superando obstáculos, quebrando preconceitos e mostrando que nós temos poder, sim!
Relacionamentos abusivos, questões raciais, preconceito, sexualidade, depressão, religião são alguns dos temas abordados de forma descontruída, fluída e cativante, mostrando que embora tenhamos particularidades e preferências, seja por opção ou porque nascemos assim, deve haver respeito acima de qualquer coisa.

Ao final de cada texto é possível interagir com o livro de acordo com o assunto abordado, desenhando, colorindo, escrevendo e até seguindo receitas culinárias. As atividades propostas são ótimas para uma melhor compreensão do propósito da revista. Também nos deparamos com dicas de filmes, séries, músicas e livros que, de alguma forma, tem relação com os temas abordados e que podem servir de exemplo para várias situações em que as garotas se encaixam.
"Pense na chance que você terá de recomeçar do zero, sem amarras, ser a pessoa que você quiser, fazer o que quiser, sair com quem quiser (e se quiser)"
- Pág. 42

A diagramação é uma graça. O formato do livro é quadrado, a capa tem um textura diferente, e internamente parece com o layout de uma revista, com títulos coloridos, trechos em destaque, glossários laterais, ilustrações maravilhosas e muito capricho!
Mesmo que eu já tenha passado da adolescência há alguns anos, posso afirmar que minha experiência com Capitolina foi maravilhosa. Recomendo fortemente a leitura dele como forma de incentivo, inclusão e reflexão. Tenho certeza que se eu tivesse lido algo do tipo enquanto adolescente teria outro tipo de visão na época sobre os assuntos levantados. Por isso, cá estou eu levando o livro pra minha filha de treze anos ler em 3.... 2... 1...




Capitolina é uma revista/livro que mostra que, independente da realidade em que a garota se encontra, é necessário apoio no que diz respeito às próprias escolhas ou a quem essa pessoa é, principalmente quando se trata da minoria. Cada um é cada um e o respeito deve vir acima de qualquer coisa. Seguir em frente e assumirmos quem somos e o que sonhamos quando temos alguém com quem contar, que respeita a individualidade alheia, compartilha dos nossos interesses e nos entende como ninguém - já que são pessoas como nós - nos dá impulso e força para nos aceitarmos melhor, termos amor próprio e levarmos a vida de forma plena e feliz, do jeitinho que deve ser.