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Eu sou Jack, o Estripador - James Carnac

15 de julho de 2016

Título: Eu sou Jack, o Estripador
Autor: James Carnac
Editora: Seoman
Gênero: Suspense/Mistério
Ano: 2016
Páginas: 312
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Em Whitechapel, em 1888, pelo menos cinco mulheres foram brutalmente assassinadas e mutiladas. O assassino tornou-se conhecido como Jack, o Estripador. Houve muitos suspeitos, porém ninguém foi preso pelos crimes. Este livro apresenta um novo suspeito a partir de um manuscrito redigido nos anos 1920 por James Willoughby Carnac. O texto abrange desde a sua infância até a sua morte, e contém informações que nunca foram divulgadas. Além disso, os acontecimentos da época e a geografia de Whitechapel, em 1888, são descritos com total precisão, tornando James um convincente Jack, o Estripador. Para completar, o motivo oferecido por ele, para ter se tornado um assassino, nos faz crer que seu relato é puramente genuíno. Seria este livro a verdadeira confissão de Jack, o Estripador, ou um extraordinário romance muito bem escrito?

Resenha: Jack, o Estripador foi um serial-killer que ficou conhecido pelos assassinatos brutais que cometeu em Whitechapel, em 1888. Tudo isso teve uma enorme repercussão fazendo com que o assassino se tornasse o mais famoso da história, sendo real ou não, e Jack se tornou inclusive uma lenda urbana. Sua verdadeira identidade nunca foi revelada e ele nunca foi capturado.
No início, o leitor se depara com uma introdução que alega que o livro seja a autobiografia do assassino cuja autoria pertence a um homem desconhecido, e que pode nem mesmo ter existido já que não há registros sobre sua pessoa (e nem mesmo de parentes), JamesWilloughby Carnac, o autor. Logo, fica a dúvida se a obra se trata de um relato verídico sobre sua vida, ou se não passa de uma obra de ficção com as memórias que o suposto assassino deixou pouco antes de sua morte, com informações e detalhes elaborados o bastante para ser capaz de levantar tal questionamento no leitor, ou não...

A narrativa é feita em primeira pessoa e Carnac retorna à infância a fim de registrar como seu fascínio por sangue surgiu antes mesmo de se dar conta sobre a disfuncionalidade da própria família até quando começou a planejar friamente cada estripamento de forma minuciosa, o que acaba causando as mais diversas sensações no leitor, seja curiosidade ou verdadeira repulsa.
A diagramação do livro é ótima, pois é como se o autor tivesse utilizado uma máquina de escrever para registrar sua história. Podemos conferir um mapa de Whitechapel com a marcação dos lugares onde os assassinatos ocorreram, ilustrações de lugares, fotos de vítimas, cópias do manuscrito (em inglês) o que, de certa forma, dá uma credibilidade sobre a autenticidade do relato.

Pra quem gosta do tema e sente curiosidade para ter um pouco mais de informações sob uma perspectiva diferente, mas não tão nova quanto pensei, acerca Jack, o Estripador, é uma leitura indicada, sim, mas confesso que a obra não me convenceu no que se refere a autobiografia. O livro me soou mais como uma pesquisa exaustiva e cuidadosa sobre o serial-killer e uma tentativa de instigar o leitor a dar ao autor o benefício da dúvida com relação a sua verdadeira identidade, mas diante de um tom de escrita que beira a perfeição, pra mim não houve dúvidas de que o livro só pode ter sido escrito por alguém usando de um pseudônimo e que possui experiência ou conhecimentos de escrita profissionais o suficiente para ter me feito desacreditar que tais relatos possam ter vindo de uma mente psicopata e tão cruel. Não faz sentido pra mim ter acesso a relatos e lembranças de uma pessoa que, mesmo tendo escapado de pagar pelos seus crimes e até mesmo após a morte, continua se escondendo atrás de pseudônimos e ainda fazendo com que os casos tenham permanecido insolúveis...


Schulz & Peanuts - David Michaelis

23 de janeiro de 2016

Título: Schulz & Peanuts - A biografia do criador do Snoopy
Autor: David Michaelis
Editora: Seoman
Gênero: Biografia
Ano: 2015
Páginas: 592
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino
Sinopse: Charles M. Schulz, o cartunista mais publicado e amado de todos os tempos, é também uma das figuras menos compreendidas da cultura americana. Agora, o aclamado biógrafo David Michaelis nos dá a primeira biografia completa desse artista complexo, generoso, humilde, mas fervorosamente sério, apresentando um homem tão digno de admiração quanto francamente humano. Baseado em anos de pesquisas, incluindo entrevistas exclusivas com os familiares, amigos e colegas de Schulz, acesso aos arquivos do estúdio do cartunista e cartas pessoais e desenhos até então desconhecidos, 'Schulz & Peanuts' é a biografia épica definitiva de um ícone americano e dos inesquecíveis personagens que criou.

Resenha: Schulz & Peanuts começou a ser escrito por David Michaelis alguns meses depois da morte de Charles M. Schulz, em 2000. A biografia foi originalmente publicada em 2007 nos Estados Unidos mas somente em 2015 foi lançada no Brasil pelo selo Seoman, do Grupo Editorial Pensamento.
Charlie Brown, Snoopy, Woodstock e todo o resto da turma dos Peanuts (ou A Turma do Charlie Brown, como ficou conhecido no Brasil), falam uma língua universal sendo um dos quadrinhos mais populares e notáveis do mundo. Todo mundo gosta, e se alguém ainda não conhece, basta um único contato para passar a admirar, é fato. Esta biografia de Charles M. Schulz, o criador desses personagens únicos e tão amados no mundo todo, revela suas influências pessoais desde sua infância, a época utilizada para servir de inspiração ao criar suas tirinhas, até quando perdeu a luta contra o câncer e morreu pouco antes de sua última tirinha ser publicada.


Schulz (ou Sparky, como era chamado), era um jovem tímido, reservado e bastante humilde. Ele carregava em torno de si um ar de mistério quando se tratava das outras pessoas, mas colocou no papel suas inseguranças, suas alegrias e seus sonhos, e todos os acontecimentos marcantes de sua vida, assim como pessoas que fizeram parte dela, serviram de exemplo para criar suas histórias.
Além do livro ser biográfico, o autor, após tanta pesquisa sobre a vida de Schulz, também faz sua próprias críticas sobre a vida desse homem que se tornou um verdadeiro ícone. A ideia de usar algumas tirinhas para evidenciar e realçar os acontecimentos da vida do cartunista, onde ele expressava sentimentos e pensamentos próprios a fim de canalizá-los nos quadrinhos, faz do livro uma obra bastante intrigante e até mesmo revolucionária.
O livro é dividido em seis partes com momentos que se iniciam na infância do artista, bem como o ambiente social no qual ele cresceu, a morte da mãe, a ausência do pai devido ao trabalho, o cachorro que era o mascote da família e afins, e talvez devido aos vários anos de pesquisa para que esta biografia fosse escrita e finalizada, é possível perceber que, por tantos detalhes, a leitura se torna bastante carregada e exaustiva em algumas partes, mas ainda assim muito rica em detalhes e bastante reveladora.


Acredito que a análise do autor acerca de cada personagem foi um dos melhores pontos da obra pois é possível perceber que o desenho, apesar de gracioso e cômico, tem uma enorme carga de melancolia embutida em expressões e diálogos, e tal aspecto pessimista, e até bastante depressivo, ilustra fatores que podem ser compreendidos ao sabermos sobre a vida de seu criador. Depois de tudo o que viu e viveu, é possível enxergarmos que Schulz era um homem complexo, com feridas profundas o bastante para não serem totalmente apagadas e nem omitidas de suas criações.
Embora Schulz tenha sido um pouco apagado como sujeito biográfico, Michaelis fez um trabalho respeitoso e de excelência ao capturar as fases da vida dele, assim como as motivações que o impulsionaram em sua trajetória.
"Minha aparência comum foi um disfarce perfeito." - Charles M. Schulz
- Pag. 65



O projeto gráfico do livro é muito caprichado. A casinha do próprio Snoopy, que na capa ainda tem detalhes em alto relevo, dá todo um significado à obra. As páginas são amarelas e a diagramação é super caprichada pois, além de tirinhas e ilustrações de Peanuts, há também fotografias pessoais de Schulz num papel diferenciado com uma textura mais lisa que lembra aqueles encontrados em revistas.

Talvez não seja incorreto afirmar que a biografia escrita por David Michaelis não tenha sido a primeira sobre a vida de Schulz, pois ele próprio afirmava que para conhecê-lo bem, bastava que suas tirinhas fossem lidas... E ao analisar o comportamento de seus personagens tão peculiares, é possível enxergar um pouco do cartunista em cada um deles, sem sombra de dúvidas...