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O Dueto Sombrio - Victoria Schwab

17 de outubro de 2018

Título: O Dueto Sombrio - Monstros da Violência #2
Autora: Victoria Schwab
Editora: Seguinte
Gênero: Urban Fantasy/Jovem Adulto
Ano: 2018
Páginas: 448
Nota:★★★★☆
Sinopse: Na sequência final de A Melodia Feroz, Kate Harker precisa voltar para Veracidade e se unir ao sunai August Flynn para enfrentar um ser que se alimenta do caos.
Kate Harker não tem medo do escuro. Ela é uma caçadora de monstros - e muito boa nisso. August Flynn é um monstro que tinha medo de nunca se tornar humano, mas agora sabe que não pode escapar do seu destino. Como um sunai, ele tem uma missão - e vai cumprir seu papel, não importam as consequências.
Quase seis meses depois de Kate e August se conhecerem, a guerra entre monstros e humanos continua - e os monstros estão ganhando. Em Veracidade, August transformou-se no líder que nunca quis ser; em Prosperidade, Kate se tornou uma assassina de monstros implacável. Quando uma nova criatura surge - uma que força suas vítimas a cometer atos violentos -, Kate precisa voltar para sua antiga casa, e lá encontra um cenário pior do que esperava. Agora, ela vai ter de encarar um monstro que acreditava estar morto, um garoto que costumava conhecer muito bem, e o demônio que vive dentro de si mesma.

Resenha: Seis meses depois do que aconteceu no livro anterior, Kate está em Prosperidade trabalhando como assassina de monstros, enquanto August está em Veracidade liderando um grupo que visa eliminar quantos monstros puderem. A trégua não existe mais e a guerra entre humanos e monstros parece muito longe de chegar ao fim. Tudo piora ainda mais quando Kate descobre a existência de um monstro com poderes bem diferentes daqueles que já existem: ele força as pessoas a matarem outras, e o caos que esses atos de violência extrema desencadeia, é o que o alimenta. Assim, com receio do que pode acontecer, ela decide voltar para veracidade a fim de combater essa terrível ameaça.

Mantendo o padrão do primeiro volume, o livro é narrado em terceira pessoa trazendo o ponto de vista de Kate e August, com capítulos curtos, e continua tão envolvente e fluído quanto. A diferença é que este apresenta uma sequência muita mais sombria, com mais perigos e outras questões pessoais enfrentadas pelos personagens, que acabam os transformando com relação ao seus desenvolvimentos. É praticamente impossível viver num lugar quando o medo toma conta, não se tem comida, não se pode dormir, e nunca se sabe quando um mostro pode atacar.

August e Kate possuem uma química muito boa. No primeiro volume torcíamos para que eles ficassem juntos, mesmo que fosse algo impossível em meio a todo aquele caos plantado no mundo, e agora torcemos por um reencontro e ficamos felizes por eles se entenderem e fazerem bem um pro outro de uma forma bem natural.

August já está numa posição um pouco mais delicada e ele é um personagem bastante complexo. Se antes, como monstro, ele queria se comportar como um humano sendo gentil e doce, agora, como líder de um grupo de caçadores, não teve outra escolha a não ser abraçar a escuridão, e isso o atormenta muito. A humanidade que ele tanto buscou ainda não foi perdida, porém está escondida, sem que ele saiba quando poderá retornar.
Kate não tem medo do escuro. Ela é corajosa, luta pelo que é certo, fala o que lhe vem a cabeça e é bastante impulsiva. Seu retorno acaba fazendo com que August deixe sua humanidade vir à tona.

Embora eu tenha achado que alguns elementos tenham sido jogados de forma bem aleatória na trama e sem maiores explicações ou continuidade, eu gostei do desfecho, mesmo tendo esperado um pouco mais. Foi trágico/triste, mas ao meu ver, necessário e de acordo com o contexto.
Mesmo que eu tenha aproveitado a leitura, não pude deixar de pensar que toda a metáfora relacionada à violência parece não ter ganhado a devida importância. Aquela vontade dos protagonistas de mudar o mundo para que todos possam viver felizes e longe de tanto caos, parece ter se perdido em algum ponto da história.

A duologia Monstros da Violência não tem nada de feliz e, através de uma crítica sutil acerca do que gera a violência e quais as consequências para isso, acaba sendo um belo de um tapa na nossa cara por ser tão semelhante à nossa própria realidade, principalmente nesses tempo sombrios onde vemos tanta violência partindo de pessoas ignorantes e que usam outras pessoas como desculpa para promoverem ódio e cometerem atrocidades por aí...

A Melodia Feroz - Victoria Schwab

26 de novembro de 2017

Título: A Melodia Feroz - Monstros da Violência #1
Autora: Victoria Schwab
Editora: Seguinte
Gênero: Distopia/Fantasia/Young Adult
Ano: 2017
Páginas: 384
Nota:★★★★★
Sinopse: Kate Harker e August Flynn vivem em lados opostos de uma cidade dividida entre Norte e Sul, onde a violência começou a gerar monstros de verdade. Eles são filhos dos líderes desses territórios inimigos e seus objetivos não poderiam ser mais diferentes. Kate sonha em ser tão cruel e impiedosa quanto o pai, que deixa os monstros livres e vende proteção aos humanos. August também quer ser como seu pai: um homem bondoso que defende os inocentes. O problema é que ele é um dos monstros, capaz de roubar a alma das vítimas com apenas uma nota musical. Quando Kate volta à cidade depois de um longo período, August recebe a missão de ficar de olho nela, disfarçado de um garoto comum. Não vai ser fácil para ele esconder sua verdadeira identidade, ainda mais quando uma revolução entre os monstros está prestes a eclodir, obrigando os dois a se unir para conseguir sobreviver.

Resenha: Veracidade, ou Cidade V, é um lugar em trégua, dividido entre norte e sul, entre a família Harker e os Flynn, e onde cada ato de violência praticado por alguém gera um monstro... Os Malchais se alimentam de sangue, os Corsais de carne e osso, e o Sunais, que se alimentam da alma das pessoas e são capazes de roubá-las com uma simples nota musical...
O norte de Veracidade - a ordem -, está no controle de Callum Harker. Ele controla Malchais e Corsais, que se escondem na escuridão, e dá a ilusão de segurança para aqueles que pagam por ela, caso contrário, morrem pelas mãos daquelas criaturas que tanto temem.
Henry Flynn, ao sul - o caos -, protege as pessoas junto com os três Sunais que ele cria como filhos, e August é um deles. Ele é contra a violência, e não só quer proteger os inocentes, como também quer a paz.
Quando a trégua entre as família é ameaçada, August se disfarça de humano e é enviado ao norte numa missão de vigiar de perto a filha de Callum, Kate. Ela ficou fora de casa por anos e sempre tentava voltar aprontando alguma coisa de errado. Sua última tentativa foi incendiar a capela do colégio onde estudava e isso fez com que ela voltasse.
Quando Kate e August se conhecem, há uma ligação forte e diferente entre eles. Kate logo suspeita de que ele esconde algo pela forma como ele se comporta e sempre tenta se esquivar do que poderia entregar sua verdadeira identidade, mas após um evento em particular, percebe que August pode ser um grande aliado. E nesse cenário, onde violência gera violência, literalmente, e onde uma guerra está prestes a eclodir, eles embarcam juntos numa jornada cheia de perigos.

Narrado em terceira pessoa com pontos de vista alternados entre os protagonistas, a história é dividida em quatro partes, e vamos acompanhando uma trama onde a mitologia criada pela autora é algo bastante inovador e impressionante. O início tem um ritmo um pouco lento e cansativo, mas quando as coisas começam a acontecer é impossível largar o livro.
A história por trás da criação de cada monstro, assim como seus aspectos físicos, é super interessante. Cada tipo de monstro nasce de um tipo diferente de violência, desde as que não envolvem mortes, como é o caso dos Corsais, até aqueles que envolvem atentados terríveis que deixam várias vítimas, como é o caso dos Sunais. E estes, apesar de raros, são considerados os piores monstros já que nasciam da pior dor e sofrimento que alguém poderia sentir.
Embora seja um Sunai disfarçado de humano, August não gosta e nem aceita que ele seja um monstro de natureza tão sombria, e ele não quer o mal de ninguém, muito pelo contrário. Ele parece querer ser uma versão melhor de si mesmo, lutando contra suas crises existenciais. Ao lutar pelo que acredita com dedicação, ele mostra que é um dos maiores exemplos de força e lealdade, mesmo que em alguns momentos aparente ser frágil. Só aparente....
Kate é o oposto. O sonho de sua vida é ser tão cruel quanto seu pai e inicialmente ela demonstra ser não só imatura, como também muito cheia de vontades. Porém, essa implicância que tive com ela se perdeu quando maiores detalhes sobre ela foram sendo revelados, mostrando que, seus atos surgiam da vontade de ser reconhecida pelo pai, que fora sempre muito ausente. Ela tem um desenvolvimento muito significativo quando se depara com uma realidade que desconhecia e quando enfrenta o passado que lhe atormentava. Quando ela começa a agir pensando em si e não em agradar o pai, é possível sentir empatia por ela e por mais que alguns dos seus atos sejam condenáveis, é possível compreendê-los.

Mesmo que o enredo siga por um caminho já conhecido, aquele em que duas pessoas que estão de lados opostos se unem em prol de um bem maior, a narrativa faz o diferencial de tornar as coisas únicas e excluindo um possível romance que poderia tornar tudo muito clichê. A ideia de materializar a violência em forma de monstros que assombram os humanos é algo fantástico, mesmo que cruel, e tem impacto o bastante para fazer com que as pessoas reflitam sobre seus próprios atos.

Em A Melodia Feroz, a violência em pessoa cobra o preço por existir, e através de um cenário onde o caos parece superar a paz, fica a reflexão sobre os reais objetivos das pessoas e no que elas se transformam, conscientemente ou não, ao longo do tempo quando seus atos inconsequentes e a ambição falam mais alto...
Na expectativa pelo próximo volume da duologia.