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Nossa Música - Dani Atkins

9 de fevereiro de 2018

Título: Nossa Música
Autora: Dani Atkins
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance
Ano: 2017
Páginas: 368
Nota:★★★★☆
Sinopse: Ally e Charlotte poderiam ter sido grandes amigas se David nunca tivesse entrado em suas vidas. Mas ele entrou e, depois de ser o primeiro grande amor (e também a primeira grande desilusão) de Ally, casou-se com Charlotte.
Oito anos depois do último encontro, o que Ally menos deseja é rever o ex e sua bela esposa. Porém, o destino tem planos diferentes e, ao longo de uma noite decisiva, as duas mulheres se reencontram na sala de espera de um hospital, temendo pela vida de seus maridos. Diante de incertezas que achavam ter vencido, elas precisarão repensar antigas decisões e superar o passado para salvar aqueles que amam.

Resenha: No passado, Ally e Charlotte poderiam ter sido muito amigas se não fosse por David. Ele foi o primeiro amor de Ally, mas tudo terminou numa grande desilusão para Ally quando ele não só escolheu ficar com Charlotte, como também se casou com ela.
Anos se passaram desde então, e Charlotte se casou com Joe, mas nem ela e nem Ally esperavam enfrentar mais uma peça do destino: Ally recebe a notícia de que Joe se afogou num lago numa tentativa de salvar um garotinho, e Charlotte também recebe a notícia de que David sofreu um ataque do coração. Agora, apreensivas, as duas se reencontram na sala de espera no hospital, onde seus maridos estão internados e lutando pela vida. E frente a frente, elas se deparam com incertezas e mágoas do passado que ainda não foram totalmente superadas, e terão de repensar as decisões tomadas a fim de salvarem aqueles que elas mais amam.

Narrado em primeira pessoa através dos pontos de vista de Ally e Charlotte, o leitor acompanha uma história que se desenrola mostrando tanto o presente, quanto flashbacks de várias situações de anos atrás das protagonistas a fim de que tudo possa ser explicado. Como se conheceram e que papel fizeram na vida uma da outra, assim como seus maridos e a relação inicial de todos. Senti que em alguns pontos a história se tornou um pouco confusa e com trechos que trouxeram uma carga emocional super intensa, como se tivesse sido inserida alí pra fazer qualquer um desabar em lágrimas, e realmente, é um livro pra nos fazer chorar como se não houvesse amanhã. Com o progresso da leitura, embora o leitor fique próximo dos dilemas das duas mulheres ao relembrarem o passado de uma forma tão vívida, e ainda possa não concordar com o fato de que a amargura e a complacência podem andar de mãos dadas, as coisas vão ficando mais claras.

A construção dos personagens também foi muito boa. Há aqueles que vamos nos simpatizar e nos identificarmos mais do que outros. Alguns são bem cativantes e é impossível não torcemos pela felicidade deles, enquanto outros tem personalidades e comportamentos que podem desagradar, principalmente se nos colocarmos na pele dos envolvidos ou se já tivermos vivido algo parecido.

Charlotte é apresentada como uma mulher determinada, mas pra mim tudo o que ela fez foi pensando em si. Não me agrada nada acompanhar uma mulher que se intromete e interfere na vida de um casal, ou se aproveita da fragilidade do relacionamento para se aproximar daquele que lhe interessa. Tanto homem no mundo, pra que insistir numa aproximação de um que é comprometido?
E é aí que entra David, pois sendo tão gentil e atencioso, ele "não percebeu" que ter permitido a aproximação de Charlotte fez com que seu relacionamento com Ally fosse afetado de forma negativa, até que eles se separaram e a outra bonita pudesse investir livremente. É de fazer qualquer um ficar indignado, convenhamos. E não importa que haja justificativas, não é algo que eu admire seja na realidade ou na ficção...
Mas, arrasada e com o coração em frangalhos por ter perdido aquele que ela considerava o amor de sua vida, eis que surge o maravilhoso Joe. Ele não tinha nada a ver com a história anterior, mas mostrou que é um homem com H maiúsculo quando deu conforto e mostrou interesse por Ally através de pequenos grandes gestos. A paixão foi recíproca e o relacionamento engatou, mas Ally jamais esqueceria David...

A autora conseguiu construir uma trama realista, e que mostra que nem tudo na vida é um conto de fadas onde todos saem felizes e saltitantes depois de enfrentarem situações difíceis, principalmente aquelas que reviram e tocam numa ferida do passado que parece não ter cicatrizado.
Muito do que a autora conta na história fica subentendido, nas entrelinhas, e acho isso um ponto super positivo visto que existem coisas que não requerem explicações minuciosas.

Este é um livro que fala sobre as escolhas da vida, boas ou más, e o quanto isso pode ser um fator determinante futuramente. Às vezes pensamos que algo ficou pra trás, quando na verdade aquilo sempre esteve ali. Às vezes não paramos pra pensar que a lei do retorno existe, e mais cedo ou mais tarde alguém vai ser cobrado e terá que pagar pelo que fez e pelo que causou em outrem. Tais fatores nos fazem pensar no "e se": Será que a vida seria diferente SE outra escolha tivesse sido feita?

Amor, perdão, mágoa, amizade, família... Tudo isso, inevitavelmente, faz parte da vida, e depois da leitura de Nossa Música, fica evidente que o final feliz não é algo que devemos esperar de braços cruzados. A felicidade é construída aos poucos, mesmo que seja necessário abrir mão de certas coisas para que outras possam chegar e preencher o espaço vazio que ficou.

A História de Nós Dois - Dani Atkins

6 de dezembro de 2016

Título: A História de Nós Dois
Autora: Dani Atkins
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2016
Páginas: 352
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Emma tem 27 anos, é linda e inteligente e vive cercada de pessoas que ama. Prestes a se casar com Richard, seu namorado desde a época de escola, ela não poderia estar mais empolgada.
Mas o que deveria ser o momento mais feliz de sua vida de repente vira uma tragédia. Emma sofre um acidente e é salva por um estranho minutos antes que o carro em que ela viajava explodisse.
Abalada, ela decide adiar o casamento. E nesse meio-tempo descobre segredos que a fazem questionar as pessoas nas quais sempre confiara a ponto de duvidar se deve se casar afinal.
Para complicar, ela se sente cada vez mais ligada a Jack, o homem que a salvou e que não sai da sua cabeça. Jack é lindo, gentil e divertido, de um jeito diferente de todos que ela já conheceu. Por outro lado, é Richard quem ela sempre amou...
Uma mulher, dois homens, tantos destinos possíveis. Como essa história vai terminar?

Resenha: A História de Nós Dois, romance escrito pela autora inglesa Dani Atkins e publicado no Brasil pela Editora Arqueiro, conta a história de Emma, uma jovem de vinte e sete anos que está prestes a se casar. Emma, junto com suas melhores amigas de infância, Caroline e Amy, comemoravam sua despedida de solteira, mas, na volta, elas sofrem um grave acidente de carro causado por um cervo na estrada. Sozinha e presa sob o banco do motorista, Emma é resgatada por Jack, um americano desconhecido que a salva pouco antes do carro explodir. Abalada com a tragédia e com as consequências que o acidente causou às suas amigas, Emma resolve adiar o casamento, e, nesse meio tempo, alguns segredos inesperados começam a vir à tona abalando suas relações. E como se a situação já não fosse delicada o bastante, sua aproximação com Jack começa a ficar mais forte evidenciando seus pontos em comum, e Emma fica entre Richard, o homem que ela sempre amou e entre Jack, que além de ser um verdadeiro cavalheiro, diferente de todos os outros que ela conheceu, ainda salvou sua vida... O que ela quer, a partir de suas novas experiências, começa a entrar em conflito com o que ela planejou...

O livro é narrado em primeira pessoa através de uma escrita com detalhes e descrições em excesso e que não acrescentam em nada, o que acaba tornando a história mais extensa do que o necessário, logo, apesar de ser envolvente e me manter curiosa pelo que viria a seguir, não foi uma leitura que eu tenha considerado fluída. A autora parece não ter a mínima pressa em ir direto ao ponto, então se dedicar a descrever um cabelo voando ao vento, por exemplo, parece ser mais interessante do que contar logo a história. Talvez o livro poderia ser reduzido em 50% ou mais sem que nada fosse perdido.

Uma coisa que me deixou irritada com relação ao dito "triângulo amoroso" é que em momento algum eu senti que era Emma quem estava entre dois homens, pois ela não fica indo e voltando como se fosse incapaz de se decidir. Desde o começo fica claro que a protagonista é uma mulher de opinião e que tem plena consciência do que faz ou deixa de fazer, assim como lidar com os próprios sentimentos. O que me pareceu é que a autora coloca o próprio leitor entre os dois caras, pois no início ela apresenta Jack como um homem maduro, sensível e irresistível (a ponto de Emma ter ficado baçançada por ele) e Richard como um completo idiota e egoísta. Então o leitor toma antipatia de Richard logo no início e torce por Jack, e com o desenrolar da história, as coisas mudam de um jeito mais do que conveniente e o resultado final não poderia ter sido mais artificial, pois a impressão é de que a autora manipulou personalidades e comportamentos masculinos de forma proposital para escolher não só por Emma, mas por mim como leitora também.

Talvez pelo fato do enredo não focar exclusivamente no romance e no triângulo amoroso que surge entre os personagens, mas também em questões como a perda, o luto, as escolhas de vida e as dificuldades de se lidar com um familiar próximo que sofre de Alzheimer, A História de Nós Dois acabou sendo um livro que me surpreendeu de forma positiva e a leitura foi satisfatória até certo ponto, mesmo que eu tenha relutado e adiado a leitura desse livro o máximo que pude depois de ter ouvido vários comentários negativos a seu respeito.

A capa é bem bonitinha, a diagramação é simples e as páginas amarelas. Acho que a revisão do livro deixou um pouco a desejar não só por alguns erros que encontrei, mas pelo uso excessivo de verbos no pretérito mais que perfeito, como se isso fosse um fator crucial pra situar o leitor ainda mais numa situação passada, mas ao meu ver, foi feito por floreio.

Confesso que a história acaba sendo previsível, e não digo isso pelo fato de passado de misturar com presente pra história de Emma ser contada. A autora soube combinar os fatos sem que houvesse spoilers, mas isso não foi suficiente para que eu não adivinhasse o que iria acontecer.
De forma geral, o livro é uma leitura válida, pois trata de assuntos delicados e que fazem parte da vida e dos problemas dos quais estamos sujeitos a passar, mas mostra que independente do que aconteça, devemos seguir em frente em busca de felicidade ou até de recomeços.

Uma Curva no Tempo - Dani Atkins

28 de agosto de 2016

Título: Uma Curva no Tempo
Autora: Dani Atkins
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2015
Páginas: 236
Nota:★★☆☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A noite do acidente mudou tudo... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel está desmoronando. Ela mora sozinha em Londres, num apartamento minúsculo, tem um emprego sem nenhuma perspectiva e vive culpada pela morte de seu melhor amigo. Ela daria tudo para voltar no tempo. Mas a vida não funciona assim... Ou funciona?
A noite do acidente foi uma grande sorte... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel é perfeita. Ela tem um noivo maravilhoso, pai e amigos adoráveis e a carreira com que sempre sonhou. Mas por que será que ela não consegue afastar as lembranças de uma vida muito diferente?

Resenha: Duas histórias, uma mesma pessoa. Uma Curva no Tempo, de Dani Atkins, conta a vida de Rachel. Após um acidente num restaurante com seus amigos, a garota de dezoito anos adquire uma cicatriz, suporta a morte do seu melhor amigo, Jimmy, e se separa do seu namorado, Matt. Depois disso, ela decide se mudar e recomeçar. Cinco anos após o acontecimento trágico, Rachel é convidada por sua amiga, Sarah, para ir a seu casamento. Agora, a moça se vê mais uma vez numa situação de perigo e sua vida se transforma em algo inimaginável.

Uma Curva no Tempo pode ser considerado um dos livros mais peculiares que já li: uma garota que passa por um trauma, perde a memória e uma nova chance de recomeço é lhe dada, numa nova perspectiva de vida que ela não sabia que existia. Rachel acaba, depois de cinco anos do acidente, caindo numa realidade que não era dela. Para a moça, existem certas lembranças, mas para o resto das pessoas nada daquilo existiu. Aquele passado triste ficou para trás, dando lugar a uma vida normal e feliz. Um enredo bem arriscado para ser desenvolvido. A autora colocou uma protagonista que, em sua cabeça, acha que teve um hiato de cinco anos na sua memória. Quem está a sua volta acha que ela está com amnésia (ou é louca). É muito difícil entender o objetivo do livro. Conforme o desenvolvimento, esperei que a trama avançasse para algo mais interessante, mas isso não ocorreu. Assim como os personagens que não acreditavam no que Rachel dizia, eu não acreditei na veracidade dessa história.

A narrativa é feita em primeira pessoa em apenas treze capítulos, um dos motivos para todo o arrastar da trama. Alguns deles são muito longos e se mostram totalmente irrelevantes em sua extensão, tornando tudo muito lento. Esperei encontrar mais dinamismo, mas ao final de cada um, muito pouco era revelado. Acredito que, devido ao tema abordado, a perda de memória e um quebra-cabeça de fatos esquecidos pela protagonista,  Dani Atkins devia ter dado pistas e deixado o leitor com aquela sede de descobrir mais sobre o que aconteceu com Rachel. Fiquei esperando o ápice de acontecimento, alguma coisa que realmente me levasse ao choque pela surpresa, mas não ocorreu. Se a ideia era só um romance, ela podia ter explorado outro tipo de enredo.

Existe uma espécie de triângulo amoroso que não é muito convincente. O primeiro agravante do amor entre Matt e Rachel, seu primeiro namorado no colégio, é a falta de memória dela, ou seja, esse sentimento ficou inconsistente. Foi impossível enxergar alguma verdade ali. O mesmo acontece com Jimmy, que era seu melhor amigo. O que a autora quis retratar? Romance? Suspense retratado através da perda de memória? Drama? Numa tentativa de abranger tudo, esse "tudo" se tornou raso e não me atraiu. As questões que deviam ser um motivo atraente na história, envolvendo os três, não fazem diferença nenhuma, pois nenhum dos dois homens foram mostrados profundamente; foi impossível conhecê-los. Uma nova perspectiva poderia ser dada se houvessem alguns capítulos que retratassem o envolvimento da protagonista com eles no passado. Sem isso, ficou a dúvida de onde surgiram tais sentimentos.

Uma Curva no Tempo retrata dois tempos, duas vidas e uma mesma pessoa. Essa ideia foi boa, mas o desenvolvimento foi falho. É o tipo de história que fica aquela nuvem de pontos de interrogação pairando sobre a cabeça, e que no fim se mostra totalmente inconclusivo. Num capítulo final de apenas oito páginas, Dani Atkins tentou dar sentido a toda uma trama que não teve nada conciso desde o início. A explicação para todo o acontecimento "sobrenatural" na vida de Rachel e a divisão de duas realidades em sua cabeça é cientificamente impossível.  Não há sequer uma nota da autora para explicar de onde surgiu a ideia para criar a trama, que necessitava de um respaldo na realidade para tornar tudo mais crível.