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Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo - Benjamin Alire Sáenz

2 de dezembro de 2021

Título:
Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo - 
Aristóteles e Dante #2
Autor: Benjamin Alire Sáenz
Editora: Seguinte
Gênero: Romance/Juvenil
Ano: 2021
Páginas: 448
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: Na aguardada continuação de Aristóteles e Dante descobrem os segredos do Universo, Ari e Dante vão lutar com todas as forças para transformar o mundo em um lugar onde possam ser livres juntos e sem medo.
A vida de Aristóteles mudou completamente desde que conheceu Dante Quintana. Com Dante, Ari aprendeu a achar graça nas pequenas coisas da vida e descobriu o coração enorme que tem, capaz de amar muitas pessoas ― inclusive outro garoto.
Agora, os dois estão prestes a começar o último ano do ensino médio e, mesmo sabendo que em breve terão que fazer escolhas importantes para o futuro, estão se abrindo para novos amigos, novos lugares e para as próprias famílias ― até que Ari sofre uma perda terrível e, mais do que nunca, precisará do apoio de Dante.
Nesta continuação de Aristóteles e Dante descobrem os segredos do Universo, reencontramos nossos heróis no momento em que o primeiro romance termina, para seguir com eles pelas águas de um mundo novo, que pode ser perigoso e difícil, mas também vasto e cheio de possibilidades.

Resenha: Depois de sete longos anos de espera, eis que chegou a continuação de Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, escrito pelo autor Benjamin Alire Sáens e publicado pela Seguinte aqui no Brasil.
Eu lembro de ter lido o livro (daria 4 estrelas até), mas não resenhei porque a resenha já tinha sido feita pelo Lucas, que era colaborador aqui do blog na época. Porém, como 7 anos é um intervalo grande demais pra se manter a história fresca na cabeça, lá fui eu reler o primeiro livro pra poder lembrar da história, e depois ler esse segundo.

Então, pra resumir e recaptular, a história se passa na famigerada década de 80, em El Paso, Texas, e tráz Aristóteles "Ari" Mendoza, que apesar de ter crescido numa família amorosa, tem problemas com os pais por se sentir traído já que eles "apagaram" os vestígios de seu irmão mais velho, do qual ele nem se lembra. Ele sente que vive uma vida escrita por outra pessoa, não tem amigos e vive muito sozinho. Até ele conhecer Dante Quintana numa piscina, e ele se oferece pra ensinar Ari a nadar. Os dois estão igualmente perdidos, e surge alí uma relação de amizade e uma ligação muito forte que vai sendo construída ao longo de dois anos, dos quinze aos desessete anos dos dois, que vai desafiar as crenças de Ari sobre si mesmo e sobre sua capacidade de amar, até ele perceber que está apaixonado por Dante.
Agora em Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo, a história segue de onde parou, onde eles embarcam nesse relacionamento enquanto lidam com a crueldade do mundo.

Antes de tudo, acho que devido a polêmica envolvendo transfobia no livro anterior e o assédio que o autor cometeu com leitores trans, Sáenz parece ter tentado consertar a suposta caca que fez nesse segundo volume. Mesmo que o autor ainda fale sobre sentimentos capturando a voz adolescente como poucos fazem, senti que nesse volume teve uma leve diferença de estilo. Não sei se pelo fato do acréscimo de novos personagens ou por causa de boa parte do livro não ter a presença de Dante.

Um ponto que acho bem importante ressaltar, é sobre as questões envolvendo a sexualidade e o suposto preconceito de que muita gente fala que problematizou tanto a história. No MEU entendimento e na MINHA opinião, o autor, independente do que fez ou do que as pessoas acham dele, abordou as problemáticas ocorridas na década de 80, enfatizando como as pessoas pensavam e agiam diante de um público que sequer tinha siglas pra os representar, e sem romantizar as barbaridades que eles enfrentavam. É triste, é absurdo, é condenável, mas a gente sabe que a sociedade já foi muito pior do que é hoje, e ainda bem que está caminhando pra mudanças mulhores, mesmo que o caminho ainda seja longo pra alguns.

Enfim, o livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Ari com capítulos curtos, com foco nos diálogos e bem fluídos, e é impossível não se emocionar ou não se conectar com seus pensamentos. Ele tem ums enorme facilidade com palavras, e isso acaba sendo uma boa válcula de escape para seus dilemas e sentimentos. Apesar de Ari ter muito mais espaço nas páginas do que Dante, foi bem emocionante ver o desenvolvimento do relacionamento dos dois, principalmente porque era uma época complicada de se viver, a época que a AIDS começou a assolar comunidade, causando dor, sofrimento e mortes.
E foi muito satisfatório acompanhar o desenvolver desse relacionamento, a descoberta mútua sobre suas particularidades, sobre seus desejos, sobre seus próprios corpos, assim como a tensão pela descoberta dos pontos negativos de suas naturezas individuais e personalidades, afinal, ninguém é totalmente perfeito. Percebi que Ari parece ter regredido nessa "jornada", como se sua vida fosse resumida ao relacionamento dele com Dante, e como Dante "desaparece" enquanto Ari está no colégio, a jornada de amadurecimento e aprendizado fica focada principalmente em Ari. Mas, além disso, o autor também abordou as questões familiares bastante delicadas dos personagens de uma forma muito satisfatória. Finalmente vemos Ari numa tentativa de superar os obstáculos que o mantinha afastado de seu pai, ou ainda quando ele enfrenta o irmão. São atitudes muito corajosas no contexto em que ele vive, e mostra o quanto ele amadureceu, seja na questão dos seus objetivos de vida, sua auto-aceitação, ou pra tentar se adaptar, inclusive permitindo a aproximação de outras pessoas, onde ele vai se abrindo para amizades novas em vez de se fechar e se isolar em sua própria bolha como fazia antes. E é aí que entra Gina, Susie, Cassandra... Não sei se a presença das meninas acabou tirando Dante de campo em prol do amadurecimento e autoconhecimento de Ari, mas não posso negar que a amizade que eles passaram a ter é muito fofa, enche o coração e emociona.

O autor fala sobre solidão, sentimento de pertencimento, aceitação e melancolia nessa fase da adolescência com muita propriedade, e por mais que seja uma fase chata ou difícil de se passar, principalmente quando há questões de sexualidade envolvidas numa época tão complicada na história, . Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo conseguiu ser poético e muito comovente. Pra ser bem sincera o primeiro livro tinha terminado de uma forma satisfatória e não havia a menor necessidade de se ter uma continuação, mas já que teve, foi uma boa experiência e recomendo a leitura.

Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo - Benjamin Alire Sáenz

15 de julho de 2014

Lido em: Junho de 2014
Título: Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo
Autor: Benjamin Alire Sáenz
Editora: Seguinte
Gênero: Ficção juvenil
Ano: 2014
Páginas: 390
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Dante sabe nadar. Ari não. Dante é articulado e confiante. Ari tem dificuldade com as palavras e duvida de si mesmo. Dante é apaixonado por poesia e arte. Ari se perde em pensamentos sobre seu irmão mais velho, que está na prisão. Um garoto como Dante, com um jeito tão único de ver o mundo, deveria ser a última pessoa capaz de romper as barreiras que Ari construiu em volta de si. Mas quando os dois se conhecem, logo surge uma forte ligação. Eles compartilham livros, pensamentos, sonhos, risadas - e começam a redefinir seus próprios mundos. Assim, descobrem que o amor e a amizade talvez sejam a chave para desvendar os segredos do Universo.

Resenha:
Aristóteles é um jovem de 15 anos; retraído, isolado em seu próprio mundo. Isso muda, não drasticamente, quando ele conhece Dante. De amizade sincera , Dante e Ari vão fazer descobertas sobre o universo, e além desse infinito irão desvendar os mistérios que existem dentro dos próprios corações.

Se você, leitor, se depara com a proposta de dois livros para se ler, como decidiria? A primeira opção seria um em que dois homens se apaixonam, enfrentam dificuldades para viver isso e protagonizam uma trama cheia de intensidade e dificuldades. A segunda seria um romance entre dois garotos, regado a muito "fru fru" e sem essa pitada de realidade que a primeira tem.Qual você escolheria?

A história de Dante e Ari é sobre amizade e descobertas. A princípio é possível pensar: mas no que essa amizade vai dar? Pois bem... Se muitos já imaginavam, essa relação evolui para o amor entre os garotos. A partir desse ponto a história começa a se desenvolver e o enredo começa a tomar forma. No começo até me interessei para ver no que isso ia dar, mas o autor deslizou em vários pontos ao desenvolver a trama.

O tema homossexualidade é um leque para diversas discussões e, além disso, rende boas histórias. O Segredo de Brokekback Mountain, Queda Livre e outros filmes são exemplos de quão intensas podem ser a trajetória de um amor entre dois homens. Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo não chega a ter a mesma densidade que esses filmes, parecendo para mim até meio forçado e sem sentido.
O começo do livro não mostra o intuito dele, e fiquei surpreso pelo enredo se tornar o que eu menos esperava. Aristóteles, ou Ari, se mostrou bem inseguro, problemático e depressivo no inicio. O surgimento de Dante na vida do garoto transforma seu universo de preto e branco para algo mais vivo. Gostei de acompanhar a amizade dos dois, que se mostrou verdadeira. O jeito que ambos se cuidavam foi muito belo.

A narrativa empobreceu a história também. Por ser juvenil, até entendo esse tipo de narração mais simples e sem dificuldades, mas faltou certa profundidade. Junto com esse ponto negativo vi algumas situações que me deixaram perplexo. Diálogos sem sentido e situações tão embaraçosas que não consegui assimilar e transportar isso para a realidade de um casal gay.

Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo não é um livro ruim. Meu lado realista me diz que a história em si é fraca, enquanto o emocional grita para que eu entenda que às vezes é preciso ler livros assim para relaxar e enxergar a vida de outra maneira.