Novidade de Janeiro/20 - Paralela

13 de janeiro de 2020

Ser Como o Rio que Flui - Paulo Coelho
Em Ser como o rio que flui, Paulo reuniu pensamentos e histórias que escreveu durante dez anos e mostra como a vida tem lições para nos dar nas mais simples, extravagantes e inesperadas experiências. Os textos são recheados de significado e escritos no estilo inimitável do autor. Um compilado sensacional de contos "reflexões que fiz enquanto percorria determinada etapa do rio de minha vida", como o próprio autor descreveria.
Espiritualidade, vida, ética e sua filosofia de vida são alguns dos temas abordados. O leitor é convidado a fazer uma emocionante jornada, captando nos detalhes do dia a dia valores essenciais para uma vivência mais feliz.

Novidade de Janeiro/20 - Penguin Companhia

Mulherzinhas - Louisa May Alcott
Mulherzinhas é considerado um dos livros mais influentes de todos os tempos. Ultrapassando a barreira das idades, esse romance é lido com a mesma paixão por adultos e jovens. A história das irmãs March se tornou um clássico feminista que reflete sobre a tensão entre obrigação social e liberdade pessoal e artística para as mulheres.
Cada leitor terá sua irmã favorita: a independente Jo, a delicada Beth, a bela Meg ou a artista Amy. Essas quatro mulheres e sua mãe, Marmee, enfrentam com diligência e honra as privações da Guerra Civil americana, e se tornaram um sucesso instantâneo já em 1868.

Novidades de Janeiro/20 - Companhia das Letras

As Pequenas Virtrudes - Natalia Ginzburg
Sem idealizações nem sentimentalismos, As pequenas virtudes é fruto de uma prosa límpida, aliada ao vigor típico dos escritores que, ao falar de coisas simples, revelam as questões humanas mais profundas. Nestes onze textos, a escritora italiana Natalia Ginzburg não faz delimitações entre as dimensões social e histórica, construindo uma obra singular e de raro afeto.
O livro é dividido em duas partes. A primeira se atém a deslocamentos – como o período em que a autora morou em Londres – e a retratos de duas figuras centrais em sua vida: o poeta Cesare Pavese, de quem ela foi amiga, e Gabriele Baldini, seu segundo marido. Na segunda, figuram ensaios poderosos, como "O filho do homem", uma avaliação das sequelas da guerra recém-terminada; "O meu ofício", em que Ginzburg explora as relações entre escrita e verdade íntima; e o texto que dá título a este volume, um elogio extraordinário às verdadeiras grandezas humanas.
Breve e imenso, simples e original, As pequenas virtudes é um livro inesquecível. Ao retratar uma vida marcada por perdas, desterros e humildes alegrias, Natalia Ginzburg constrói uma obra luminosa, cheia de carinho e de genuíno amor às pessoas e às palavras.

A Menininha do Hotel Metropol - Minha infância na Rússia comunista - Liudmila Petruchévskaia
Liudmila Petruchévskaia nasceu no Hotel Metropol, na mesma rua do Kremlin, sede do governo russo, em uma família de intelectuais bolcheviques que perderam grande parte de seu status social depois de 1917. Neste livro, a autora narra sua infância extremamente difícil: a constante falta de comida e aquecimento, os períodos passados na rua e as adversidades crescentes enfrentadas pela família.
À medida que ela desvenda sua criação itinerante, vemos, tanto em sua notável falta de autopiedade quanto nas fotografias ao longo do texto, seu instinto feroz e sua habilidade em dar voz a uma nação de sobreviventes. Um livro excepcional que fornece um vislumbre do dia a dia do regime comunista russo.

Corpo - Um guia para usuários - Bill Bryson
Em seu novo livro, Bill Bryson mais uma vez se mostra um companheiro incomparável ao nos guiar em um tour pelo corpo humano – como ele funciona, sua notável capacidade de se regenerar e (infelizmente) as várias maneiras pelas quais ele pode falhar.
Cheio de fatos extraordinários e anedotas irresistíveis, Corpo leva os leitores a um entendimento mais profundo do milagre da vida em geral, e de cada um de nós em particular. Como Bryson escreve, "A cada segundo, todos os dias, nosso corpo executa uma quantidade literalmente incalculável de tarefas – um quadrilhão, um nonilhão, um quindecilhão, um vigintilhão (porque essas quantidades existem); enfim, um número que vai muito além da nossa imaginação – sem exigir um instante da sua atenção." Este livro vai curar essa desatenção com doses generosas de assombro e informação.

A Barata - Ian McEwan
A frase de abertura de A barata, o novo livro de Ian McEwan, é um evidente tributo à mais famosa obra de Franz Kafka, A metamorfose: "Naquela manhã, Jim Sams, inteligente mas de forma alguma profundo, acordou de um sonho inquieto e se viu transformado numa criatura gigantesca".
Por meio dessa divertida inversão, McEwan cria a trama desta deliciosa sátira política. Nela, Jim Sams é um inseto que, do dia para a noite, assume a forma humana de primeiro-ministro da Grã-Bretanha.
Sua missão é realizar a vontade do povo, expressa na aprovação da Lei do Reversalismo, que pretende remodelar o funcionamento da economia: as pessoas pagarão para trabalhar e ganharão dinheiro por consumir. Além de radical, a medida criaria uma enorme complicação na relação do Reino Unido com os demais países. Trata-se, é claro, de uma engenhosa metáfora para o Brexit.
Mas nada poderá deter o primeiro-ministro: nem a oposição, nem os dissidentes de seu próprio partido, nem mesmo as regras da democracia parlamentar.

Tormenta - O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos - Thaís Oyama
De uma das eleições presidenciais mais polarizadas da história republicana, sai vitorioso Jair Messias Bolsonaro, ex-capitão do Exército que chegou a defender publicamente a tortura, autor de não mais que dois projetos de lei aprovados ao longo de 27 anos de mandato como deputado e merecedor de apenas três dos 512 votos de seus pares na última vez que tentou se eleger presidente da Casa, em 2017.
A partir de um rigoroso trabalho de reportagem, Tormenta revela como opera o governo do 38o presidente da República, que forças se digladiam entre as paredes do Palácio do Planalto e de que forma as crenças e os temores – reais e imaginários – de Bolsonaro e de seus filhos influenciam os rumos do país. O livro traz detalhes surpreendentes sobre a crise interna de seu mandato, revelando segredos dos generais que o cercam no Palácio, intrigas que corroem o primeiro escalão do poder e bastidores que não chegaram aos jornais.
Mais do que mostrar as peculiaridades e a dinâmica do governo de Jair Bolsonaro – e de nos situar no calendário dos atribulados primeiros 365 dias de sua gestão –, a narrativa de Thaís Oyama ajuda o leitor a compreender o ano que passou e a vislumbrar o que nos aguarda.

IT - Stephen King

10 de janeiro de 2020

Título: IT
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Gênero: Terror/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 1104
Nota:★★★★★
Sinopse: Durante as férias de 1958, em uma pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança... e do medo. O mais profundo e tenebroso medo.
Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permaneceu em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry.
O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. Neste clássico de Stephen King, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.

Resenha: Derry é uma cidadezinha no Maine e a cada 27 anos a Coisa, uma criatura maligna e sanguinária, aparece. No verão de 1958, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly, as crianças que formam o Clube dos Otários, tentam impedir novos ataques depois de George, o irmão mais novo de Bill, ser morto brutalmente. Quase trinta anos depois, a Coisa retorna, e Mike, que continua em Derry, entra em contato com seus amigos a fim de reuni-los para que impeçam a Coisa de atacar novamente.

Vou ter que ser sincera em dizer que é meio impossível que um calhamaço de mais de mil páginas não tenha detalhes, trechos ou diálogos expositivos e desnecessários que parecem estar ali só pra engrossar o livro, afinal, quem mais além de Stephen King gastaria sei lá quantas páginas só para descrever um barquinho de papel? Mas a história em si, mesmo tendo sido escrita há mais de trinta anos, ainda é atual por abordar temas delicados que são pertinentes até hoje, e se desenrola de uma forma tão envolvente, conhecemos os personagens tão a fundo, que é impossível não ficarmos fascinados com a leitura e com esse universo envolto por puro horror, cenas de revirar o estômago e outros gatilhos bastante pesados.

A narrativa em si, no mínimo, curiosa, pois embora seja feita em terceira pessoa, é um "autor/personagem" quem está contando a história que transita entre a infância e a fase adulta dos personagens. Diferente dos filmes, que foram divididos entre as fases da vida dos personagens, o livro foi dividido em cinco partes, no início dá o contexto da história com a morte de George, se aprofunda na vida dos personagens já adultos e seguindo suas vidas nos anos 80, e depois retorna aos momentos da infância no final dos anos 50, intercalando a narrativa, mostrando flashbacks ou avançando no tempo, e tudo isso sem ser confuso
"O terror, que só terminaria 28 anos depois (se terminasse), começou, até onde sei ou consigo saber, com um barco feito de uma folha de jornal flutuando por uma sarjeta cheia de água da chuva."
- Pág. 13
King, como de costume, não deixa nenhuma vírgula de fora e descreve os mínimos detalhes a fim de não só construir cada personagem da história, assim como a ambientação para que o leitor possa visualizar tudo o que acontece.
A personificação do medo representado pela entidade mais apavorante da literatura (e do cinema) que aparece em forma de palhaço e outras coisas terríveis mais, é tenebroso e causa, no mínimo, alguns pesadelos na gente.

Como são muitos personagens não vou me alongar muito falando sobre cada um pra não deixar a resenha muito extensa, mas posso resumir a amizade deles como algo bastante crível. É construída aos poucos e se torna bonita e verdadeira. O terror acaba sendo responsável por unir e fortalecer o que eles têm juntos. Eles tem virtudes e defeitos como qualquer um, com o diferencial de algum ponto na personalidade que os destaca mais em relação ao outro.

Não me agradou muito a forma como Beverly foi construída pois ela acabou sendo sexualizada demais, mesmo criança, mesmo sendo abusada, mesmo sofrendo nas mãos do próprio pai. A gente fica esperando alguma coisa de feliz na vida dessa coitada, mas em vão. Não sei se isso era algo comum de ser retratado na época, mas achei desnecessário alguns detalhes sobre ela ser linda e chamar atenção de meninos e homens, além de uma cena ridícula em específico envolvendo elae  os garotos no esgoto que deve estar no livro depois de uma viagem nas drogas muito louca do autor, não tem condições.

Embora a Coisa seja uma criatura assustadora, são as cenas e as descrições de violência e abusos que me deixaram mais abismada. Não vou entrar em detalhes a fim de evitar spoilers, mas o que Henry em companhia de seus comparsas faz com os garotos do Clube dos Otários, ou mesmo com animais indefesos, ou o que Beverly passa com o pai (quando criança) e com o namorado (já adulta) é horrível, de embrulhar o estômago, de dar vontade de chorar e sair gritando. A maioria das cenas envolvendo Henry conseguem ser piores do que as da Coisa, e isso talvez mostre que ele é um tipo de antagonista que consegue ser tão perturbado e causar tanta desgraça na vida alheia que é um adversário à altura do sobrenatural de King quando o assunto é horror.

Derry é uma cidade construída de uma forma tão intensa que pode ser considerada um personagem junto com os demais. O comportamento da maioria dos habitantes é tão horroroso e tão carregado de todo tipo de preconceitos que a pior cidade mal assombrada do mundo parece um parquinho perto daquilo.

Sobre a parte impressa, a edição que li possui a jacket do capítulo dois do filme, mas a capa interna permanece a original. Letras miúdas também não poderiam faltar, mas o trabalho de diagramação em si é ótimo.

Enfim, depois de mais de mil páginas é difícil simplesmente não gostar. O livro tem algumas falhas, sim, mas é um livro de terror clássico e deveria ser leitura obrigatória para os fãs do gênero e do autor. Além das cenas terríveis, a história no geral fala de amizade, dos infortúnios da vida e sobre a batalha travada contra os piores medos das pessoas.

Wishlist #82 - Funko Pop - The Witcher

7 de janeiro de 2020

Agora que empolguei com a série e com os livros, nem preciso falar que esses popinhos baseados no game de The Witcher já entraram pra wishlist, né non? Minha única tristeza é que, por serem antigos, a maioria anda custando os olhos da própria cara, a Yennefer quem o diga #cry, então mesmo querendo, já tô desanimada desde já pra começar esse set... Deus que me proteja, me dê sabedoria e me oriente... Amém.


O Último Desejo - Andrzej Sapkowski

6 de janeiro de 2020

Título: O Último Desejo - The Witcher/A Saga do Bruxo Geralt de Rívia #1
Autor: Andrzej Sapkowski
Editora: Martins Fontes
Gênero: Fantasia
Ano: 2011
Páginas: 320
Nota:★★★★★
Sinopse: Geralt de Rívia é um bruxo. Um feiticeiro cheio de astúcia. Um matador impiedoso. Um assassino de sangue-frio treinado, desde a infância, para caçar e eliminar monstros. Seu único objetivo: destruir as criaturas do mal que assolam o mundo. Um mundo fantástico criado por Sapkowski com claras influências da mitologia eslava. Um mundo em que nem todos os que parecem monstros são maus nem todos os que parecem anjos são bons.

Resenha: O Último Desejo é o primeiro livro da saga do bruxo Geralt de Rívia, ou como ficou mais conhecida, The Witcher, escrito pelo autor polonês Andrzej Sapkowski. Os livros tem uma temática medieval e fantástica, e começaram a ser escritos na década de 80 mas são bastante atuais. Fizeram o maior sucesso como game, e agora estouraram de vez com a adaptação da Netflix.

Narrado em terceira pessoa e em forma de seis pequenos contos e sete interlúdios intitulados como "A Voz da Razão", o autor usa de elementos da mitologia eslava, faz referências - bastante sombrias e distorcidas - recontando alguns contos de fadas clássicos e ainda coloca bastante bom humor em meio a situações inusitadas ou perigosas. Mesmo que sejam pra se tratar de algo sério, muitos diálogos e descrições são muito engraçados devido aos termos que são usados e é impossível não rir. Assim, vamos acompanhando a saga do bruxo Geralt de Rívia, que, na companhia de sua égua Plotka, viaja por várias cidades procurando algum trabalho que envolva dar cabo em monstros apavorantes em troca de algumas moedas como recompensa para seu sustento. Os contos parecem ser relatos sobre o passado do bruxo, e cada aventura, embora se complemente afim de moldar esse universo fantástico, é independente da outra.

Geralt passou um treinamento extensivo enquanto ainda era criança, além de uma mutação que o transformou em bruxo, por isso ele tem características típicas dessa "raça". Olhos amarelos que enxergam no escuro, cabelos brancos, corpo musculoso, mais agilidade, resistência a venenos e doenças e exímias habilidades de combate. De batalhas travadas com estirpes, vampiros, quiquimoras e até uma caçada ao diabo, Geralt não é herói e nem vilão, ele tenta ser justo, agindo de acordo com o código dos bruxos, mas seguindo seus princípios do que é certo e errado, mesmo que isso lhe renda ser chamado de vagabundo e um total de zero recompensas. Logo, não espere que ele mate um monstro quando o mesmo é uma vítima injustiçada ou incompreendida. Como ele também sofre preconceito por ser bruxo, ele procura entender os dois lados da moeda.
Embora ele pareça ser um "fodão" por ser um bruxo, ele tem algumas falhas que demonstram que ainda existe alguma humanidade por alí. Ele bate mas também apanha, se preocupa com o bem estar dos outros, xinga, debocha e é "gente como a gente".

Mesmo que de forma mais resumida, afinal, são contos, o autor consegue estabelecer o funcionamento da sociedade, da política e até da religião, mostrando que a maioria dos humanos tem preconceito com outras raças e criaturas, nos dando um vislumbre de algo bem maior do que pode ter acontecido no passado mas que ainda não foi totalmente aprofundado, talvez devido a história estar sendo apresentada em contos como forma de introdução, assim o leitor pode se familiarizar com os personagens e com o cenário.

Embora o autor não tenha costume de fazer apresentações prévias antes de mencionar um personagem secundário para sabermos quem é, de onde veio ou o que faz, no desenrolar do conto ele apresenta características ou comentários que nos situam para que possamos saber, pelo menos, o mínimo. Assim, conhecemos Jarkier, o bardo, que se torna companheiro de viagem de Geralt e é um alívio cômico com seu jeito sem noção e desbocado; a arquissacerdotisa Nenneke com suas orientações "infalíveis"; a rainha Calanthe que é tão corajosa quanto protetora; e até a feiticeira Yennefer, que parece ter uma história bem complexa mas que só foi apresentada como uma mulher poderosa, destemida e que vai mexer com os sentimentos que Geralt acreditava não ter. Já virei fã dessa mulher.

Ao que tudo indica, somente os dois primeiros livros da série são narrados em forma de contos, e os demais seguem a cronologia dos acontecimentos. Nem preciso dizer que já estou aqui, ansiosa pra continuar acompanhando essa jornada incrível desse bruxão que já me conquistou.
Pra quem se interessou pela série e quer saber das origens da história, gosta de fantasias medievais maravilhosamente bem escritas, fluídas, empolgantes e tão bem humoradas quanto reflexivas, é livro muito recomendado.