Caixa de Correio #41 - Julho

31 de julho de 2015

 Oi, pessoas!
Bora dar uma espiada no que recebi em Julho?
Teve cortesia ♥, teve surpresas ♥, teve livro que ganhei em promoção ♥, teve comprinha (pouca, mas teve) ♥ ...

Super Novidade de Agosto - Maurício Gomyde e Surpreendente!

30 de julho de 2015

A Editora Intrínseca publicará no final de agosto o romance do autor nacional Maurício Gomyde, Surpreendente! Confira capa e sinopse abaixo:

Pedro Diniz tem um desafio e um problema pela frente.
O desafio: filmar um roteiro magnífico capaz de surpreender o público e conquistar o prêmio Cacau de Ouro. O problema: não ter ideia de como fazer isso.
Aos 25 anos, recém-formado, Pedro está convencido de que é um sujeito muito especial, que tem a missão de usar o cinema como instrumento para melhorar o mundo. Diagnosticado na adolescência com uma doença degenerativa que o condenaria à cegueira, ele contraria a lógica da medicina quando a perda de sua visão estaciona de forma inexplicável. Enquanto comanda o último cineclube de São Paulo e trabalha em uma videolocadora da periferia, Pedro planeja seu próximo filme, a obra que vai consagrá-lo. E, para animar as coisas, conhece a intrigante Cristal, uma ruivinha decidida, garçonete e estudante de física nuclear, que mexe com seu coração.
A perspectiva idealista de Pedro, porém, sofre sérios abalos. Atormentado por um segredo, ele parte com os amigos Fit, Mayla e Cristal numa longa viagem até Pirenópolis, em Goiás, a bordo de um Opala envenenado. Com câmeras nas mãos e espírito de aventura, a equipe técnica improvisada está disposta a usar toda a sua criatividade na filmagem feita na estrada ao sabor de encontros inesperados e de sentimentos imprevisíveis. E o jovem cineasta descobre que, quando o destino foge do script, nada supera o apoio de grandes amigos. 

Ana K - Sergio Napp

29 de julho de 2015

Lido em: Julho de 2015
Título: Ana K
Autor: Sergio Napp
Editora: BesouroBox
Gênero: Juvenil/Nacional
Ano: 2012
Páginas: 152
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva
Sinopse: A história de Ana K poderia ser apenas uma história comum de uma menina que cresce sem a mãe, morta no parto, e é criada por um pai, atrapalhado e imaturo. Ou a história de um pai e de uma filha que vão aprendendo a ser pai e filha.
A história de Ana K, porém, é mais interessante. Mais profunda. Mais intensa.
É a história de uma menina que quer entender tudo, quer compreender seus sentimentos; quer buscar as razões e encontrar os significados para tudo que faz parte da sua vida: a falta da mãe, o amor confuso e possessivo pelo pai, a descoberta do amor verdadeiro.
Ana K precisa dar significado à sua existência. Precisa conhecer sua história desde o amor dos pais. Precisa aceitar a morte da mãe. E deseja um pai que seja mais que um irmão mais velho. Ela tem que aprender a amar sem as dores e as culpas que sempre a acompanharam.
Essa é a história de Ana K, que consegue, por fim, juntar as peças da sua breve vida, reconstruindo-se para ser capaz de amar e ser amada.

Resenha: Ana K é um romance juvenil escrito pelo autor Sergio Napp que conta a história de Ana, uma adolescente de dezesseis anos que é criada pelo pai, Marcos, devido a mãe ter morrido durante seu parto. Por Marcos ser jovem, acaba se comportando como um irmão mais velho que faz companhia à Ana e acaba não fazendo o papel de pai que deveria. Ana tenta compreender seus sentimentos enquanto procura por significados em cada situação ou atitude que tem, mas as coisas mudam quando seu pai conhece Gabriela e eles se casam. Ela não aceita que o pai tenha um relacionamento, não quer dividi-lo com ninguém, e, sem saber lidar com isso, se envolve com Cauê, um garoto da escola. Com ele, Ana aprende um novo tipo de amor, mas também aprende que a responsabilidade, às vezes, bate a porta cedo demais quando se toma atitudes levadas por impulso...

A história é narrada em terceira pessoa de uma forma muito simples e fácil, e a leitura é bem rápida. O estilo de escrita pode causar estranhez por não trazer muitas descrições ou detalhes seja sobre o cenário ou sobre as características dos personagens e ainda apresentar com frequência mudanças atemporais sem que saibamos o tempo exato que se passou, mas acho que pelo fato de a história ser uma novela juvenil, o autor preferiu contá-la de uma forma mais enxuta e direta para não se tornar cansativa ao público ao qual se destina.

São poucos personagens mas todos tem suas particularidades e colaboram para o desenvolvimento da história de forma bastante agradável. Ana é uma garota confusa por não ter tido uma referência materna e mesmo com o pai presente também não tem uma referência paterna já que Marcos é bastante imaturo e parece não saber lidar com essa "coisa de pai".
Cauê é o típico adolescente que muda a vida de Ana quando eles se envolvem. Ele lhe dá atenção e carinho e parece entendê-la como ninguém, então, Ana se apega a ele por considerá-lo um refúgio para os problemas e conflitos internos que tem.
Gabriela, a nova esposa de Marcos, é odiada por Ana pois a menina acredita que ela está lhe roubando tudo o que lhe restou, ou ainda que esteja tentando roubar o lugar de sua mãe. Acho que a forma como Ana lida com a madrasta foi bastante realista já que é bastante comum os novos companheiros dos pais nem sempre serem bem aceitos pelos enteados.
Acho que a forma como o "problema" da história foi resolvido soou bastante fácil e até um pouco fantasioso e o desfecho, apesar de fugir do clichê e ser bastante satisfatório, deixa uma brecha para que o leitor imagine onde a história pode chegar.

Gostei bastante do trabalho gráfico do livro. Entre alguns capítulos há a mesma imagem da capa com algumas edições a fim de ilustrar a situação em que Ana se encontra. As páginas são brancas, a diagramação é bem caprichada e não há erros no texto.

O livro como um todo funciona bem, até mesmo porque é uma história que muita gente pode se identificar. Eu mesma me identifiquei em vários pontos já odiava meu padrasto e também por ter sido mãe na adolescência, e claro, nada foi fácil. Acho que é um livro mais indicado para jovens na faixa de 13 a 16 anos, desses que são passados até como leitura na escola, seja como forma de entreter ou dar uma visão bacana sobre uma garota com conflitos e que ainda não conseguiu se encontrar. Uma lição legal que o livro deixa é que o que se faz com intenção de atingir alguém, por medo, raiva ou o que seja, pode acabar atingindo a nós mesmos, e ainda que nossos sonhos sejam interrompidos, é possível passar por cima do orgulho e aceitar que o que a vida nos tira ou nos dá de presente não é mera obra do acaso.

Em Busca de Abrigo - Jojo Moyes

28 de julho de 2015

Lido em: Julho de 2015
Título: Em Busca de Abrigo
Autora: Jojo Moyes
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 434
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Na noite da Coroação da Rainha Elizabeth II, em 1953, a comunidade de expatriados de Hong Kong se reúne para celebrar o evento com uma festa. Enquanto os convidados tentam ouvir a cerimônia em um rádio antigo, Joy, uma jovem de 21 anos, se apaixona. Menos de vinte e quatro horas depois da festa, ela já está prometida em noivado ao rapaz, mas só tornará a se encontrar com o noivo um ano depois. Em 1980, um ato de rebeldia faz Kate, aos 18 anos, fugir do Condado de Wexford, na Irlanda, com sua filha ilegítima. Quinze anos mais tarde, Sabine deixa Hackney, o elegante bairro onde mora, em Londres, para visitar os avós que jamais conheceu e descobre que Wexford parece ter parado no tempo. Quando Sabine, sua mãe e sua avó voltam a se encontrar, um segredo de família cuidadosamente guardado é descoberto, bem como algumas verdades importantíssimas: o conflito entre o amor e o dever, as escolhas que as mulheres são obrigadas a fazer e o relacionamento entre mães e filhas.

Resenha: Em Busca de Abrigo foi o romance de estreia da autora Jojo Moyes. O livro já havia sido lançado pela Bertrand em 2004 mas agora foi relançado com novo projeto gráfico que tornou a obra mais atrativa visualmente aos leitores.

A historia se inicia em 1953, na noite de coroação da Rainha Elizabeth II. A jovem Joy Leonard conhece o oficial da Marina Edward Ballantyne e o que sentiram um pelo outro foi intenso o bastante para que ficassem noivos. Ao pedir a benção dos pais dela, a mãe de Joy não aprovou a ideia do noivado pois ela própria estando presa a um casamento infeliz, deixara de acreditar no amor. Edward, sendo um marinheiro, precisaria zarpar em breve e só voltaria em no mínimo 9 meses, e este seria o tempo em que Joy deveria esperar para que pudessem, enfim, se casar.

Em seguida a história já nos leva para Londres em 1997. Kate estava se separando do companheiro mais recente e por mais que Sabine já não se importasse mais com essa situação por já ter se acostumado, sua mãe decide enviá-la para a casa dos avós, no interior da Irlanda. Edward ficara doente e o momento poderia ser ideal para que todos pudessem se encontrar. Assim a garota de dezesseis anos não teria que presenciar o inconveniente do divórcio e nem "sofreria" com outra separação da mãe. Mas saindo de Hackney e ao chegar na casa da avó que ela jamais havia conhecido, Sabine é obrigada a se adaptar a uma rotina que parece não ter saído dos anos 50. Viver numa fazenda de cavalos de forma regrada - e ainda sem a praticidade da tecnologia - era completamente o oposto da vida que levava com a mãe e as coisas seriam mais difíceis do que pensou. Mas quando Sabine, Kate e Joy, se encontram um segredo de família acaba vindo a tona assim como algumas verdades há muito tempo escondidas e sentimentos reprimidos também.

O livro é narrado em terceira pessoa e podemos acompanhar a história através dos pontos de vista de Joy, Kate e Sabine com foco principal na garota. Dessa forma temos uma visão mais ampla do que se passa mas também mais longa, e isso pode tornar a leitura um pouco monótona em alguns pontos já que o ritmo é bem lento.
As personagens foram muito bem caracterizadas e bem construídas e tiveram a história bem desenvolvida até certo ponto. Kate fugiu da Irlanda quando era jovem para escapar das tensões de casa mas é notável que os problemas de relacionamento se repetem com Sabine. Ela não tem sorte quando o assunto é amor e Sabine está cansada da sucessão de relacionamentos falidos da mãe que acabam lhe trazem uma figura paterna que logo estará fora de sua vida.
Sabine odeia a Irlanda, odeia a fazenda e não consegue lidar com a avó muito bem. A comunicação com o avô é difícil, ela é afetada pela saudade que tem dos amigos que ficaram em Londres e ainda nutre um sentimento de amargura contra sua mãe.

Mas a medida que a história se desenrola e acompanhamos e aprendemos um pouco mais sobre essas três gerações de mulheres, podemos compreender que a fragilidade da relação que elas possuem parecem se conectar, mesmo que pra que isso acontecer seja necessário reconstruir pontes e relevar segredos que até permitiam um julgamento infundado entre elas. Isso, de alguma forma, me fez ver que até o nosso próprio julgamento com os outros nem sempre é correto pois nem sempre sabemos o outro lado da história ou o que motiva alguém a tomar determinadas atitudes.
A história não se prende apenas ao relacionamento das três. Os personagens secundários que cercam a propriedade dos Ballantyne tem papéis fundamentais que contribuem para enriquecer o enredo com suas histórias que acabam se entrelaçando com a principal por terem alguma influência sobre as personagens principais.
Pelo foco maior estar em Sabine, quando as revelações sobre Joy e Kate começaram a aparecer eu não estava tão empolgada. Por mais que elas tenham sido importantes e fundamentais na história. senti que a real protagonista era Sabine e me apeguei mais a ela e a seus problemas.

Em Busca de Abrigo retrata a história de uma família com as estruturas abaladas, cuja realidade é contraditória e afetada por muitos segredos. O leitor é transportado para o mundo de cada uma delas, as descrições detalhadas do ambiente, das situações e dos sentimentos soam muito verdadeiras e intensas e é possível até mesmo visualizar o que se passa. A autora aborda questões que podem prejudicar e até destruir uma família, mas sobretudo evidencia a segunda chance como algo importante e necessário, mesmo que pra isso seja necessário engolir o orgulho e ceder para ouvir o que o próximo tem a dizer, afinal, errar é humano e não custa nada tentar entender o que levou alguém a fazer uma escolha errada... Pode não ter sido com a pior das intenções...
Comecei o livro com uma perspectiva das personagens mas a medida que a história avança, elas vão sendo moldadas a partir das revelações que são feitas ou fatos que ocorreram no passado que acabam interferindo e refletindo no presente. Me irritei, tive pena, tive compaixão, e esse misto de sensações cruas que a leitura me proporcionou me fez enxergar que as mudanças surgem de acordo com a experiência, mesmo que o final não seja cor-de-rosa, afinal, a vida não para e sempre vai existir desafios e obstáculos, grandes ou pequenos, a serem enfrentados.

A capa, como eu mencionei no início, está bastante atrativa e combina com os outros sucessos da autora publicados pela Intrínseca. Encarei isso como uma enorme consideração pelos leitores e fãs da autora que gostam de manter a coleção toda combinando ♥ Bertrand, sua linda! O diferencial é que o título é em alto relevo e tem aplicação em verniz. As páginas são amarelas, a diagramação é simples e a revisão está impecável.

Posso afirmar que por ter sido o primeiro livro da autora, é perceptível que os mais recentes são mais bem escritos e mais envolventes, mas isso não desmerece esta obra. Fiquei satisfeita em saber que a autora evoluiu pra melhor e que suas histórias conseguem ser marcantes e inesquecíveis.
Para quem procura por um bom drama familiar vivenciado por personagens reais e narrado sob um estilo de escrita sutil mas ainda assim bastante memorável, recomendo.