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A Vida Secreta das Abelhas - Sue Monk Kidd

11 de setembro de 2014

Lido em: Agosto de 2014
Título: A Vida Secreta das Abelhas
Autora: Sue Monk Kidd
Editora: Paralela
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2014
Páginas: 256
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Nova edição de um dos livros de maior sucesso dos últimos anos, um clássico instantâneo que já foi adaptado para o cinema. Tendo como pano de fundo os anos 1960, A vida secreta das abelhasé uma história marcante sobre o poder feminino e o poder do amor. A adolescência de Lily Owens tem sido complicada. Ela não se lembra da morte da mãe, há mais de dez anos, e sua relação com o pai é mais que difícil. Em 1964, quando completa catorze anos, ela decide fugir junto com sua babá Rosaleen. Lily sai a caminho de Tiburon, a cidade que parece esconder alguma resposta sobre a vida de sua mãe. Chegando lá, ela e Rosaleen são acolhidas por três irmãs. Aos poucos, Lily descobre um mundo mágico de abelhas, mel e da Madona Negra. Com a ajuda das irmãs Boatwright —August, May e June —, Lily tenta desvendar sua história. Será que ela conseguirá enfrentar os demônios de seu passado e se tornar uma jovem independente?

Resenha: A Vida Secreta das Abelhas
conta a história de Lily, uma garota de 14 anos criada pelo pai e uma babá negra, e que sonha reencontrar a mãe. A garota já teve uma dose de sofrimento por toda a vida, e atualmente seu pai, T. Ray., não dá o carinho necessário para ela. Junto com Rosaleen, sua babá, Lily parte para uma aventura fora do seu mundo, para um lugar repleto de amor, força e descobertas.

Meu primeiro contato com uma obra de Sue Monk Kidd foi em A Invenção das Asas, livro lançado recentemente pela editora Paralela. A abordagem do racismo e a luta do negro pela liberdade me chamaram a atenção na história. Com A Vida Secreta das Abelhas não foi diferente. Após ler o enredo, pensei: "Acho que vou gostar desse livro!"

O diferencial já começa pelo tema: abelhas. Cada capítulo é iniciado com uma curiosidade sobre esses insetos. Por exemplo: só existe uma abelha rainha na colmeia, e se outra nascer elas precisam brigar até a morte para ver quem assume esse lugar. Esse tipo de informação foi um ponto interessante e sempre ao terminar um eu pulava para o próximo, ávido pela próxima descoberta. Mas é claro, não são só abelhas que Sue nos apresenta. Rosaleen e Lily partem para uma jornada desconhecida, sem rumo, e acabam encontrando um lar de algumas negras que produzem mel, muito famoso por sinal, e vendem pela região.

Nessa nova etapa começam as descobertas e o crescimento gradual. Assim como em A Invenção das Asas, A Vida Secreta das Abelhas tem um quê de autoconhecimento por todos os personagens. Lily, uma branca no meio de vários negros, se sente deslocada e os pensamentos passados para o leitor, narrados em terceira pessoa, são muito convincentes. A garota tem um preconceito com negros e não nega isso, pelo menos no início. Ela deixa isso de lado pouco a pouco dando lugar a um amor pelo garoto que vive na casa. Sue Monk Kidd deixou de uma forma natural exemplificado como o preconceito pode estar enraizado em alguém, mesmo que haja uma negação interna.
A personagem Rosaleen é admirável. O negro por si só já tem uma imagem mais forte, e através dela Sue deu vida a essa força. O livro é recheado de sofrimento quando se trata empregada, mas mesmo assim há uma esperança de um dia melhor. Apesar de na época em que se passava a história a escravidão já ter sido abolida, Rosaleen sofreu muito com os brancos. Lily, uma companheira inseparável, jamais deixou sua segunda mãe de lado e as situações, muitas das vezes tristes, me comoveram bastante.

O foco da história é mesmo a busca de Lily por sua mãe, que a garota acredita estar desaparecida. Há um mistério que ronda esse desaparecimento e a narrativa se torna bem tensa em certos momentos, principalmente nos flashbacks.
O desfecho da trama é satisfatório, e o que gostei em Sue nessas duas obras lidas por mim foi que ela aproxima tudo do real. Os personagens tem desfechos bem críveis e não tão trágicos, como nós sempre esperamos de histórias que são permeadas por tristezas. Recomendo os dois títulos já publicados pela Paralela. São histórias bonitas que trazem questões importantes e reflexivas.

A Invenção das Asas - Sue Monk Kidd

7 de abril de 2014

Lido em: Março de 2014
Título: A Invenção das Asas
Autora: Sue Monk Kidd
Editora: Paralela
Gênero: Ficção americana/Drama
Ano: 2014
Páginas: 320
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Em sua terceira obra, Sue Monk Kidd, cujo primeiro livro ficou por mais de cem semanas na lista de mais vendidos do New York Times, conta a história de duas mulheres do século XIX que enfrentam preconceitos da sociedade em busca da liberdade. Sue Monk Kidd apresenta uma obra-prima de esperança, ousadia e busca pela liberdade. Inspirado pela figura histórica de Sarah Grimke, o romance começa no 11º aniversário da menina, quando é presenteada com uma escrava: Hetty “Encrenca” Grimke, que tem apenas dez anos. Acompanhamos a jornada das duas ao longo dos 35 anos seguintes. Ambas desejam uma vida própria e juntas questionam as regras da sociedade em que vivem.

Resenha: Sarah é uma garota branca que sonha em acabar com a escravidão. Encrenca é uma escrava de oito anos que é dada a Sarah no seu décimo primeiro aniversário. Entre sonhos impossíveis e desejo de liberdade no início do século XIX, Sue Monk Kidd leva o leitor a refletir sobre questões morais e, acima de tudo, se emocionar com a trajetória de duas mulheres tão diferentes.

Não tem como ler A Invenção das Asas e não ter vários sentimentos dentro de si ao mesmo tempo. A história de Sarah e Encrenca é incrível e o tema escravidão foi abordado com suas verdades nuas e cruas na medida certa.

De um lado temos Sarah, uma personagem cheia de personalidade. A garota desde os seus 11 anos já tinha convicção do que queria ser: advogada. Com tantas restrições feitas pela família ela acabou murchando pouco a pouco até se tornar uma pessoa reclusa e fechada. Encrenca, a criança escrava, cria um elo inusitado com Sarah. A situação das duas era muito semelhante: ambas buscavam a liberdade. Uma queria ter voz, ser dona de si mesma; a outra queria liberdade e não ser propriedade de ninguém. Esse sentimento de independência que Sue colocou nas duas garotas, que logo se tornaram mulheres ao decorrer da história, foi muito bonito e gratificante. Infelizmente, o que já se pode presumir antes mesmo de ler A Invenção das Asas é que essa liberdade será quase impossível de alcançar.

A narrativa veio cheia de expressões que deram certo humor. Em um trecho a mãe de Encrenca diz que ia dar um tapa tão forte nela que a mandaria para o dia anterior. A própria Encrenca tinha pensamentos e dizia coisas otimistas e divertidas nas piores situações possíveis.
O universo feminino e seu papel pouco relevante na sociedade foi bem explorado pela autora. Em toda a história, Sue Monk Kidd mostrou como a figura da mulher é inferiorizada e menosprezada pelo homem. Sarah queria ser advogada, dar fim a escravidão, se casar com o homem que desejasse, mas nada disso pôde ocorrer. A personagem passa por provações do começo ao fim de sua, nunca tendo o poder de tomar alguma decisões próprias.

A Invenção das Asas é um drama que retrata a trajetória de duas mulheres fortes e que correram atrás de sua independência. A mensagem por trás da história é interessante e traz questionamentos interessantes sobre a sociedade atual. A autora deixou uma nota no final do livro falando um pouco sobre sua pesquisa incansável para compor a história. O resultado, claro, foi excelente. Leiam A Invenção das Asas e lembrem-se que a liberdade é o maior bem o que o ser humano pode ter.