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F*ck Love - Tarryn Fisher

21 de setembro de 2017

Título: F*ck Love
Autora: Tarryn Fisher
Editora: Faro Editorial
Gênero: Romance/New Adult
Ano: 2017
Páginas: 288
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Helena Conway se apaixonou.
Contra sua vontade. Perdidamente. Mas não sem motivo.
Kit Isley é o oposto dela - desencanado, espontâneo, alguém diferente de todos os homens que conheceu.
Ele parece o seu complemento. Poderia ser tão perfeito... se Kit não fosse o namorado da sua melhor amiga.
Helena deve desafiar seu coração, fazer a coisa certa e pensar nos outros. Mas ela não o faz...

Resenha: Um sonho maluco foi tudo o que a jovem estudante de artes, Helena Marie Conway, precisou ter para sair de sua zona de conforto e decidir mudar o rumo de sua vida.
No sonho, Helena e Kit eram um casal que vivia feliz. Ok, tudo pode acontecer num sonho, mesmo que o provável marido seja o namorado da melhor amiga dela na vida real, mas quando Helena acorda, ela começa a idealizar que Kit realmente pode ser seu par, e assim ela começa a desafiar o próprio coração e pensar em si mesma e no que ela deseja antes de pensar nos outros.

Narrativas em primeira pessoa não costumam me desagradar, já que entramos no íntimo daquele personagem e compreendemos suas decisões. Helena sofre o dilema de estar apaixonada pelo namorado da melhor amiga, mas, por ele ser importante para o desenrolar dos fatos, senti falta de maiores explicações sobre comportamento e escolhas tomadas pelo rapaz. Talvez alguns capítulos destinados a Kit resolvesse essa questão, mas talvez a ideia da autora tenha sido realmente fazer com que o leitor só soubesse dos sentimentos da própria Helena, já que na vida real nem sempre temos como saber o que se passa na cabeça dos outros...

Helena é uma personagem engraçada e adorei ela ser fã de Harry Potter, mas ela é imatura, bipolar e não tive aquela sensação de que ela é alguém a quem se admirar, mesmo que tenha tocado o foda-se e focado em si e no que ela queria pra sua vida. Há algumas controvérsias, pois ao mesmo tempo que ela não queria saber de nada e que se dane o amor, ela não podia ver Kit que se derretia. Geralmente o que vemos são personagens que sempre pensam nos outros antes de fazer qualquer coisa, e isso é o que costuma acontecer muito fora da ficção (comigo mesma, por exemplo), e com Helena a coisa é ao contrário. Foi uma transformação interessante de se acompanhar, e ela não ter medo de assumir o que sente foi algo super positivo e motivador, mas mesmo que tenha gostado dela, achei Helena meio sem sal, como se a personalidade dela não combinasse muito bem com quem ela queria se tornar e o que queria com relação ao amor.

Por mais que Kit seja um gato super hot, não consegui desenvolver um interesse por ele. Por muitas vezes pensei que ele fez algumas escolhas e tomou atitudes que me soaram um tanto covardes, egoístas e ridículas, e a construção dele como um todo foi fraca, pois nada do que ele fez foi digno de surpresa.

A forma como a trama foi apresentada me deu a impressão de que houve uma ideia inicial boa, mas não muito bem desenvolvida, tornando as coisas forçadas, arrastadas, repetitivas e até mal explicadas, e por isso talvez muita gente não vá entender nada tamanha a confusão.
É como se eu fosse lendo, quisesse saber que fim a história ia levar, mas não me senti ligada o suficiente pra que os acontecimentos prendessem minha atenção, o que me fez até demorar pra finalizar a leitura levando em consideração a quantidade de páginas do livro. Por mais que eu tenha entendido que o amor é uma coisa louca que transforma as pessoas e que as leva a fazer algumas loucuras que elas jamais imaginariam, emocionalmente falando, não me senti cativada pela história. E o final me deixou com a cara na poeira, pelamor.

O projeto gráfico é um arraso. A capa (fiel à original) é super apropriada, bonita e com uma tipografia bem descolada. A diagramação é caprichada, tem detalhes de flores e galhos ilustrando os inícios dos capítulos, que têm alguma hashtag como título, as páginas são amarelas e de uma gramatura superior e o tamanho da fonte é ideal.

Enfim, F*uck Love talvez seja um livro pra ser livro de acordo com o astral ou até mesmo com a situação em que nos encontramos no momento, não sei. Não me surpreendeu como pensei que surpreenderia, mas ainda assim acho que devo recomendar pois, com certeza, várias pessoas irão se identificar com a situação e os sentimentos dessa personagem tão maluca a ponto de enxergarem na história algo completamente inspirador.

O Ar que Ele Respira - Brittainy C. Cherry

1 de setembro de 2016

Título: O Ar que Ele Respira - Elementos #1
Autora: Brittainy C. Cherry
Editora: Record
Gênero: NA
Ano: 2016
Páginas: 308
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Como superar a dor de uma perda irreparável? Elizabeth está tentando seguir em frente. Depois da morte do marido e de ter passado um ano na casa da mãe, ela decide voltar a seu antigo lar e enfrentar as lembranças de seu casamento feliz com Steven. Porém, ao retornar à pequena Meadows Creek, ela se depara com um novo vizinho, Tristan Cole. Grosseiro, solitário, o olhar sempre agressivo e triste, ele parece fugir do passado. Mas Elizabeth logo descobre que, por trás do ser intratável, há um homem devastado pela morte das pessoas que mais amava. Elizabeth tenta se aproximar dele, mas Tristan tenta de todas as formas impedir que ela entre em sua vida. Em seu coração despedaçado parece não haver espaço para um novo começo. Ou talvez sim.
Resenha: Elizabeth e sua filha, Emma, estão passando por uma situação delicada após a perda do marido num acidente de carro. Ela decide ficar um tempo na casa de sua mãe, Hanna, numa tentativa de superação, mas depois de se cansar dos incontáveis namorados que sua mãe arranja, um ano depois ela volta para casa, na cidadezinha de Meadows Creek, para enfrentar a ausência de Steven. O que ela não esperava era se deparar com Tristan, seu novo vizinho. Ele é solitário e reservado, e, embora seu olhar transpareça um misto de agressividade com tristeza, é bastante rude e petulante, sempre afasta as pessoas a sua volta e não parece querer amizade com ninguém. E mesmo sendo mal visto e mal falado, e tentando evitar maiores aproximações, Elizabeth, muito insistente, se aproxima dele e descobre que seu passado trágico é o que faz com que ele se comporte dessa forma. Juntos eles passarão por momentos intensos a fim de suprir as próprias necessidades, mas também por momentos carregados de emoção onde terão um ao outro a quem se apoiar nos momentos mais difíceis. O que eles não esperavam era em meio a resistências e tentativas de amenizar a dor de seus corações em pedaços, eles estariam caminhando em direção a um novo começo.

Narrado em primeira pessoa com capítulos que se alternam entre Liz e Tristan, o livro prende tanto pela fluidez da leitura quanto pelo enredo. Os diálogos são dinâmicos e divertidos, os personagens são carismáticos e bem construídos e é impossível não se apegar a ele, rir deles e com eles.

Não é fácil perder alguém que se ama, que faz parte da vida e nos completa, mas diante de uma situação tão triste assim, só é possível seguir em frente, se agarrando ao que restou. Elizabeth dá tudo de si e faz o seu melhor para continuar, por mais difícil e doloroso que seja. Ela parece frágil mas por Emma resolveu lutar para não desmoronar, e podemos ver como ela é forte e batalhadora. Liz coloca a filha em primeiro lugar e resolve buscar a felicidade para ambas poderem seguir em frente, e mesmo que, às vezes, fraqueje, ela tenta não se abater ou se deixar abalar, e nem duvidar de que pode ser feliz, se isso for o que ela mais quiser.

Tristan demonstra ser um completo idiota no início e ser ignorante com os outros foi a forma que ele passou a usar para lidar com a perda da sua família, mas Liz não desiste de tentar se aproximar dele por mais que ele resista e tente afastá-la. Ambos ainda estão arrasados mas juntos, e se aproveitando de muito sexo casual depois de tanto tempo sozinhos, eles percebem que se completam. O que liga esses dois, além dessa atração, é a perda que sofreram, mas embora isso jamais possa ser esquecido, talvez possa ser superado.

O único ponto em que o livro pecou foi no excesso de sexo entre Tristan e Liz, que ganhou muito mais espaço do que deveria e senti que em determinado ponto a história se perdeu um pouco em meio ao calor do momento e da empolgação dos dois em terem se descoberto em meio a essas relações.
Talvez alguns possam até estranhar que Tristan mudou de ogro para príncipe, mas pra mim foi completamente compreensível que depois de ficar um tempo considerável remoendo e guardando toda aquela dor pra si, ele, enfim, tivesse encontrado alguém que pudesse resgatá-lo desse abismo em que ele se encontrava e levar um pouco de cor pra sua vida.

Os demais personagens são ótimos, desde Faye, amiga desvairada e sem papas na língua de Liz responsável por várias das minhas risadas; a Emma, uma criança fantástica com gostos peculiares e que conquista qualquer um com seu jeitinho incrível de ser.

Sobre a parte gráfica, só tenho elogios. A capa é muito bonita (gente, homem de barba é o que há), a diagramação é simples e os capítulos levam o nome do protagonista da vez com indicações de tempo. O livro é bem grossinho, mas não pela quantidade de páginas, mas pelo papel ser mais grosso do que o normal (papel off-white).

Em suma, O Ar que Ele Respira é uma história New Adult de amor, amizade, cura, perseverança e esperança que emociona o leitor ao abordar a perda de uma forma muito realista e comovente, que mostra que as aparências enganam principalmente quando há tentativas de se esconder algum trauma sofrido, e que, talvez, uma postura hostil pode ser apenas um artifício usado de forma errônea para afastar os outros e se isolar ainda mais em sua própria escuridão.

Ansiosa pelo segundo volume, "The Fire Between High & Lo".