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Uma Pequena Mentira - K.A. Tucker

28 de março de 2017

Título: Uma Pequena Mentira - Ten Tiny Breaths #2
Autora: K.A. Tucker
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: New Adult
Ano: 2017
Páginas: 352
Nota:★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas | Amazon
Sinopse: Livie, a mais centrada das irmãs Cleary, segurou as pontas após a morte dos pais num acidente em que Kacey, a mais velha, foi a única sobrevivente, e cuidou da irmã quando ela caiu em depressão. Aos poucos, Kacey superou seus traumas e encontrou a felicidade, enquanto Livie se dedicava aos estudos. Agora, no segundo do livro da série de sucesso Ten Tiny Breaths, K. A. Tucker joga o foco de sua envolvente narrativa sobre a caçula. Livie acaba de ingressar na tradicional Universidade de Princeton e está pronta para viver as emoções típicas de uma caloura, o que inclui frequentar as festas no campus, fazer novos amigos e encontrar um namorado bacana com quem possa tecer planos para o futuro. Ela só não esperava se envolver justamente com um cara como Ashton Henley, o capitão do time de remo com fama de garanhão. Com medo de ser apenas mais uma na lista de conquistas de Ashton, Livie tenta agir com a razão, como sempre fez. Mas até que ponto vale a pena dominar seus sentimentos por medo de se machucar?

Resenha: Uma Pequena Mentira é o segundo volume da série Ten Tiny Breaths da autora K.A. Tucker.
Cada livro da série é destinado a um personagem distinto e sua experiência de acordo com a situação, logo é possível ler de forma independente sem que se perca muita coisa. O primeiro, Respire, trouxe Kacey como protagonista abordando seus problemas emocionais e a forma de lidar com eles após a perda dos pais, melhor amiga e namorado, e desta vez o foco fica sobre Livie, a irmã dela, que mesmo tendo passado pelo mesmo trauma de perder os pais de forma tão trágica, se manteve mais centrada sobre o ocorrido, focando nos estudos e lidando de forma totalmente diferente com essa perda, mesmo que Kacey acredite que Livie guarde sentimentos relacionados à tragedia que podem explodir a qualquer momento.

Livie, então, vai pra Universidade de Princeton. Ela é uma jovem inexperiente e acaba seguindo os conselhos de seu terapeuta e tendo ajuda da irmã para se "comportar de acordo com os moldes da vida universitária". Obviamente experimentar álcool, ter envolvimentos amorosos e outras experiências do tipo faz parte, e, mesmo estranhando o que é novo, ela decide se soltar... Numa festa, Livie conhece Ashton, capitão da equipe de remo. Um cara gato e sarado com fama de pegador que desperta seu interesse (e o de todas as outras garotas, claro), mas que, no fundo, ela sabe que ele não é o tipo de cara pra se envolver de um jeito mais romântico e duradouro. E em meio a relutância de Livie, ela conhece Connor, um rapaz super fofo e educado que a deixa encantada, mas logo descobre que ele e Ashton dividem a mesma casa, são amigos e integram o time de remo da universidade.
E em meio a tudo isso, resta a Livie decidir o que fazer com a forte atração que sente por Ashton, mesmo que ele insista que não é o cara certo pra ela, ou investir em um relacionamento com Connor, que parece ser o cara ideal.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Livie e, embora também tenha seus momentos clichês, se desenvolve de forma fluida e gradual, mesmo que tenha alguns problemas estruturais, além daquilo que me mata de tanto desgosto: os "benditos" triângulos amorosos nada originais e mais do que desnecessários para que "reviravoltas" ou maiores dramas aconteçam. E o que mais me incomoda e irrita nesse tipo de romance é que não há como negar o óbvio. Desde o início o leitor já sabe quem vai ficar junto com quem e a questão é apenas como isso seria feito. Logo a participação de um segundo pretendente é pura bobagem.

Foi impossível pra mim não fazer uma comparação entre a Livie centrada e madura pra idade de antes e a Livie universitária de agora. Ela foi apresentada como uma menina inteligente e bem tímida, e algumas das suas atitudes eram sempre tomadas em nome do agrado alheio. E dessa vez, por estar num ambiente diferente, com pessoas novas com outros propósitos e interesses, ela também precisou acompanhar tais mudanças de forma a se desprender do que era antes passando a se focar no que a fazia feliz, e não no que era totalmente certo. Agora ela é determinada e está disposta a arriscar, mesmo que isso não lhe traga bons frutos. Não que ela esteja errada. Mudanças, quando pra melhor, são bem vindas e é mais do que normal as pessoas mudarem com o passar do tempo, mas a forma como isso foi feito aqui não me convenceu 100% e em vários pontos achei Livie muito irritante.

Os demais personagens tiveram seus destaques, tanto os antigos quanto os novos, e todos colaboram para a construção da trama. Até mesmo a participação de Kacey e Trent para matar a saudade, mas, claro, preciso dar um destaque maior para Ashton já que, devido ao gênero, era de se esperar que a mocinha se envolveria com alguém misterioso cujo passado também estaria marcado por algum tipo de trauma horrível que o deixasse quebrado internamente e que servisse de motivo para que ele evitasse relacionamentos a qualquer custo como mecanismo de defesa. Durante um tempo fiquei pensando no que poderia ser, mas acabei sendo surpreendida e no final das contas fiquei muito mal pois não foi nada agradável... De qualquer forma Ashton foi um personagem que me agradou bastante e foi um dos melhores, se não o melhor e mais bem construido, da história.

Enfim, Uma Pequena Mentira fala sobre as mudanças necessárias pelas quais as pessoas tem que passar para amadurecerem e continuarem levando a vida de forma plena e como é importante ter apoio de alguém para ajudar na superação daquilo que mais nos atormenta.

Respire - K.A. Tucker

25 de março de 2017

Título: Respire - Ten Tiny Breaths #1
Autora: K.A. Tucker
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: New Adult
Ano: 2016
Páginas: 320
Nota:★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas | Amazon
Sinopse: Kacey Cleary não chora, não suporta o toque das pessoas e canaliza sua energia para treinos intensos de kickboxing. Tudo isso depois de um ano de reabilitação física e de mergulhar num mundo de drogas e álcool para tentar lidar com a perda dos pais, da melhor amiga e do namorado, num acidente de carro do qual ela foi a única sobrevivente. Kacey chegou ao fundo do poço, mas resolve lutar para sair de lá por Livie, a irmã caçula. Depois de irem morar com uma tia religiosa fanática e seu marido alcoólatra, as duas fogem para Miami para tentar recomeçar, e Kacey terá que enfrentar seus fantasmas para derrubar o muro que ergueu ao seu redor. Às vezes, respirar torna-se uma missão quase impossível, mas K.A. Tucker mostra que é preciso neste romance sobre perdas, amizade, amor e superação.

Resenha: Respire é o primeiro volume da série Ten Tiny Breaths, da autora K.A. Tucker publicado no Brasil pelo selo Fábrica 231 da Editora Rocco.

Há quatro anos Kacey perdeu os pais, a melhor amiga e o namorado num trágico acidente de carro em que ela foi a única sobrevivente, e desde então, sua forma de lidar com essa perda dolorosa foi mergulhar num mundo regado a vários vícios destrutivos até encontrar no kickboxing uma forma de canalizar seu trauma. Seu único motivo pra não desistir de viver e ter forças pra sair do buraco em que se enfiou é Livie, sua irmã mais nova. As duas vão morar com os tios mas depois de vários problemas sérios, como a tia que é uma fanática religiosa que condena severamente o comportamento de Kacey sem sequer tentar entendê-la, e o marido dela que é um alcóolatra sem a menor noção, elas decidem que aquilo jamais poderia dar certo, o que as leva a fugir pra Miami e recomeçarem suas vidas. As irmãs encontram um novo lar num complexo de apartamentos e lá conhecem algumas pessoas bastante interessantes. O problema é que Kacey se recusa a falar do passado, e construiu uma muralha ao seu redor não permitindo que ninguém se aproxime, mas seu vizinho, Trent, talvez mude isso quando começa a mexer com suas emoções e a atração entre ambos é algo que se torna inevitável. Mas e se nessa história Kacey não for a única a guardar segredos, que podem, inclusive, botar tudo a perder?

O livro é dividido em fases que retraram uma linha de acontecimentos que estão ligados ao vício e que conseguem captar bem a situação da protagonista naquele momento em específico.
Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Kacey, o leitor vai acompanhar como o lado emocional da protagonista foi abalado e como ela irá superar seus traumas através da aproximação com o bad boy encantador e tão destruído psicologicamente quanto.
É praticamente inquestionável que exista uma fórmula para o gênero new adult, tanto com relação aos problemas dos personagens quanto a ambientação típica, fora os clichês, e o problema não é a fórmula ou a previsibilidade da trama em si, mas a forma como ela se desenvolve ou apresenta certos tipos de elementos. Não curti a forma como o romance começou de forma instantânea (e até meio doentia) e foi sendo levado com um ar de mistério cujo intuito é surpreender (mas que pra mim foi bastante previsível), mas posso dizer que gostei da ideia de esse relacionamento não ser o motivo principal para Kacey superar o trauma que tanto lhe afeta. A aproximação com Trent ajuda, mas o que realmente faz a diferença são as amizades verdadeiras que ela cultiva e, claro, a terapia, que é abordada de forma natural, descontruindo estereótipos ou preconceitos sobre quem procura esse tipo de ajuda.

Eu tive impressões sobre a protagonista que variavam a cada capítulo e não acho que isso seja um ponto favorável à ela. Por mais que eu entenda que cada um tem sua forma de encarar uma situação traumática, é meio difícil engolir uma pessoa que não tem uma personalidade constante e que a cada momento age de uma forma. Em alguns momentos ela parece uma maluca, outros parece uma criança de cinco anos de idade cheia de mimimis, outros uma adolescente rebelde sem causa, e em outros age como uma adulta super madura e resolvida. Não entendi o motivo dessa variação, principalmente se levarmos em consideração que Livie, que é mais nova e também teve a mesma perda trágica, encara as coisas com muito mais maturidade do que Kacey.

Apesar de algumas falhas, o livro tráz uma história bem bacana sobre perda, luto, medo e inseguranças, mas também fala sobre a amizade sincera, o amor, o perdão, a superação e a esperança de que, embora a vida nos pregue peças que nos deixam em ruínas, grandes reviravoltas podem acontecer onde os envolvidos, enfim, podem encontrar a paz que tanto buscavam e retomarem o controle de suas vidas.