Review - Unicorn Fever

17 de setembro de 2022

Título: Santorini
Editora/Fabricante: Galápagos
Criadores: Lorenzo Silva e Lorenzo Tucci Sorrentino
Idade recomendada: 12+
Jogadores: 2-6
Nota:★★★★☆
Descrição: O que os seres não mágicos não sabem é que, sempre que aparece um arco-Íris, todos os unicórnios das redondezas param tudo o que estão fazendo e começam a correr ao longo dele, incapazes de resistir à vontade de mergulhar no pote de ouro que existe no fim do caminho. Milhares de anos atrás, algumas das mentes mais inescrupulosas e moralmente questionáveis do Reino Mágico perceberam que isso seria uma ótima chance de ganhar uma enorme quantia em ouro às custas desses seres puros e inocentes...
Em Unicorn Fever, os participantes assumem o papel de riquissimos apostadores que, buscando virar o jogo a seu favor, devem assinar contratos escusos e usar magia para manipular a corrida. Cuidado com seu ouro! É preciso usá-lo com sabedoria para não acabar devendo para a Máfia Élfica. Ao final da partida, o jogador que acumular mais glória será o vencedor!

Jogo de corrida onde apostamos todo o nosso ouro em unicórnios gorduchos de olhos esbugalhados em busca de glória? É a proposta de Unicorn Fever. O jogo me conquistou pelo visual, por ser todo colorido e cheio de detalhes, por ficar lindo demais na mesa, e comprei imaginando que ia ser a maior festa aqui em casa. E não me enganei, é realmente muito divertido e engraçado.

Basicamente o jogador começa sendo dono de um dos unicórnios, mas isso não o obriga a apostar somente no seu. Ser dono de um unicórnio vencedor apenas vai garantir uma recompensa extra, independente da aposta. Em seguida o jogador escolhe um dos seis unicórnios de corrida para apostar, podendo se basear nas suas chances de vitória ou não; escolhe o tipo de vitória que ele poderá ter, já que é possível escolher a vitória ou a classificação entre os três primeiros lugares, onde a premiação da primeira é maior do que outra; escolhe algumas fichas de vantagens que podem render cartas mágicas, contratos com seres mágicos ou ouro, onde algumas você consegue sem custo, e outras é preciso pagar; e de acordo com as chances previamente sorteadas que cada unicórnio tem, eles vão avançando a partir do número de casas que constam nas cartas de movimento, e ainda ganham um boost com a rolagem de dados para avançarem um pouco mais.



A medida que vamos virando as cartas de movimento para que os unicórnios avancem, começa o próprio Deus nos acuda, porque alguns vão ficando pra trás, outros vão voando como se não houvesse amanhã, e o uso das cartas mágicas é a única forma estratégica de se interferir nessa corrida, fazendo com que alguns unicórnios ganhem movimentos extras ou fiquem empacados. Também é possível obter algumas vantagens extras através de contratos firmados com seres mágicos, como fadas, bruxas, gnomos e afins. Não é obrigatório firmar contratos, mas não nego que pode fazer toda a diferença ao se somar os pontos no final. Uma coisa legal é que o unicórnio com menos chances de vencer fica em estado de frenesí (basta virar a carta do unicórnio pra indicar esse estado), o que garante um pouco de equilíbrio na corrida pra que ele não fique tão atrás dos outros.

A corrida segue por quatro rodadas, sendo possível que o jogador fique sem ouro para novas apostas caso aposte alto e perca, e precise recorrer a emprestímos com juros junto a máfia élfica. Ao final, o dinheiro acumulado durante as quatro rodadas é trocado por fichas de glória, e quem tiver mais glória é o vencedor dessa corrida maluca pelo arco-íris.



Como o jogo tem muitos componentes, montar o tabuleiro colocando tudo no lugar é um processo um pouco demorado, assim como ler o manual enorme quando vamos jogar pela primeira vez. São muitos detalhes, muitos itens pra se organizar, e a primeira jogada leva um tempo considerável pra gente aprender todas as dezenas de regras e se familiarizar com o jogo pra saber como começar. Confesso que a primeira vez que joguei eu não curti muito pois muitas coisas nas regras soam confusas e fiz várias coisas erradas, mas depois que peguei o jeito e entendi como se joga, a coisa fluiu muito melhor e foi infinitamente mais divertido, tanto pra mim quanto pras crianças.

As fichas e as cartas possuem uma textura agradável e são de uma qualidade muito boa, mas achei que o acabamento dos unicórnios deixou a desejar. Pelo menos na minha edição, eles vieram com várias falhas e alguns buracos ficaram evidentes dando a impressão de estarem com suas metades mal coladas e rachados ao meio, coitados, logo achei isso um ponto bem negativo levando em consideração o preço bem salgado que o jogo tem. A base colorida que eles usam pra ficarem em pé na corrida é removível (os unicórnios não cabem em seus devidos espaços na caixa se estiverem com a base), então dá pra usar qualquer cor em qualquer unicórnio. Talvez um dia eu crie coragem pra pintar todos eles e deixá-los como aparecem nas cartinhas.



Como em todo jogo de azar que envolve dinheiro e apostas, em Unicorn Fever a vitória depende muito mais da sorte do jogador do que de outra coisa, e isso pode ser um pouco frustrante, ainda mais jogando com crianças mais novinhas. Quando o jogador é desprovido de sorte e perde todas, o jogo acaba perdendo a graça, pelo menos pra ele.

No mais, o jogo rende muitas risadas, muitos xingos (eu xingando o unicórnio que não saía do lugar de corno foi o auge), muita empolgação e muita gritaria em nome da torcida. Como tudo depende de sorte, nem sempre aquele unicórnio que parece ser o campeão é quem vai mesmo vencer. Já vou providenciar bandeirinhas pra usar na torcida.

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