Ele - Elle Kennedy e Sarina Bowen

20 de junho de 2018

Título: Ele - Him #1
Autoras: Elle Kennedy e Sarina Bowen
Editora: Paralela
Gênero: Romance/Erótico
Ano: 2018
Páginas: 256
Nota:★★★★★
Sinopse: James Canning nunca descobriu como perdeu seu melhor e mais próximo amigo.
Quatro anos atrás, seu tatuado, destemido e impulsivo companheiro desde a infância simplesmente cortou contato.
O maior arrependimento de Ryan Wesley é ter convencido seu amigo extremamente hétero a participar de uma aposta que testou os limites da amizade deles.
Agora, prestes a se enfrentarem nos times de hóquei da faculdade, ele finalmente terá a oportunidade de se desculpar. Mas, só de olhar para o seu antigo crush, Wes percebe que ainda não conseguiu superar sua paixão adolescente.
Jamie esperou bastante tempo pelas respostas sobre o que aconteceu com seu relacionamento com Wes, mas, ao se reencontrarem, surgem ainda mais dúvidas.
Uma noite de sexo pode estragar uma amizade? Essa e outras questões sobre si mesmos vão ter que ser respondidas quando Wesley e Jamie se veem como treinadores no mesmo acampamento de hóquei.

Resenha: Há quatro anos, Ryan Wesley (ou Wes) e James Canning (ou Jamie), ambos jogadores de hóquei, eram muito próximos um do outro, mas acabaram perdendo contato após uma "brincadeira" muito infeliz feita por Ryan... Jamie nunca descobriu e nunca entendeu porque o amigo se afastou sem maiores explicações. Agora, eles irão se reencontrar pois os times de hóquei dos quais eles fazem parte irão se enfrentar. Enfim, Wes, que é gay, terá a oportunidade de se desculpar, mas o reencontro mostrará que a antiga paixão adolescente que ele nutria por James, hétero assumido, sempre esteve alí. Mesmo após esses anos, a amizade entre eles continua sólida, e, após alguns eventos, eles acabam dividindo um quarto num acampamento de hóquei. Entre momentos descontraídos e sentimentos mantidos em segredo, Jamie e Ryan vão se reaproximando e fortalecendo a amizade, e isso acaba despertando sensações impossíveis de serem ignoradas por ambos.

O livro é narrado em primeira pessoa e os capítulos se alternam entre Wes e  Jamie, o que permite o leitor ter uma visão mais ampla sobre os dois lados da história. A escrita das autoras também é bastante fluída e envolve desde as primeiras páginas, mas senti em alguns momentos que, talvez por serem mulheres escrevendo, as personalidades masculinas soaram um pouco irreais, sendo gays ou não. Não imagino homens pensando ou falando determinadas coisas que apareceram alí, e nem por questões de estereótipo, mas porque a cabeça do homem funciona de forma diferente da cabeça da mulher. A linguagem é descolada, os diálogos são dinâmicos, e mesmo que seja recheado de palavreados, muitos deles remetendo a sexo e que reforçam o estereótipo de "homem falando/pensando", é uma narrativa gostosa de se acompanhar.

Wes é bem resolvido com sua orientação sexual, ele é discreto e não sai gritando aos quatro ventos que é gay, e nem se importa que os outros saibam disso. O mais interessante é que no meio desse esporte, que costuma ser brutal, onde os caras sempre são metidos a machões e costumam ser preconceituosos com os homossexuais, ninguém condena Wes ou o trata diferente por ele ser gay. Ele é um excelente jogador é reconhecido e respeitado pelas suas habilidades como qualquer outro, inclusive é famoso por ser tão bom. Com a proximidade com o amigo, vamos acompanhando Wes e seus desejos mais íntimos que envolvem Jamie, mas sempre se controlando para não estragar a amizade mais uma vez. Embora Wes sempre seja visto como alguém confiante e bem resolvido, no fundo ele tem suas inseguranças e alguns conflitos devido a situação com Jamie ser bem delicada.

Jamie inicialmente é apresentado como alguém mulherengo e sem aquele apego. Ele fica com as mulheres curtindo o momento e sem o menor compromisso, mas ao mesmo tempo não é desrespeitoso. Ele e Wes são o oposto um do outro.
Por mais que Jamie conheça o amigo e o tempo que se passou enquanto eles ficaram distantes pareceu nunca ter existido, tudo o que ele começou a sentir e vivenciar ao lado de Wes era novidade e o que lhe restou foi aproveitar ao máximo aquelas experiências.

Por se tratar de um romance erótico, obviamente, iremos nos deparar com muitas cenas intimidade e sexo, assim como evidências sobre o quão intenso, mesmo que simples, é o relacionamento dos protagonistas, mas o ponto alto pra mim foi mesmo o envolvimento que pude ter com os personagens, a forma como eles agem um com o outro, a personalidade forte de cada um e o quanto são simpáticos e divertidos, e a intensidade da ligação que eles tem um com o outro. Achei muito tocante o fato da experiência que eles vivenciam ser sincera, e mesmo que Wes não consiga colocar seus sentimentos em palavras, ele se expressa como ninguém.

Ele é uma história bonita, intensa, cheia de momentos bem humorados, outros totalmente fumegantes, e que aquece o coração. Os protagonistas são cativantes e, independente da experiência que tiveram e da orientação de cada um, eles nos fazem suspirar. Leia sem preconceitos, esqueça seus gêneros e afins, e procure enxergar os sentimentos verdadeiros entre duas pessoas que se gostam e que se deixaram levar pelo momento.

Interferências - Connie Willis

19 de junho de 2018

Título: Interferências
Autora: Connie Willis
Editora: Suma de Letras
Gênero: Sci-Fi/Romance
Ano: 2018
Páginas: 464
Nota:★★★★☆
Sinopse: Em um futuro não muito distante, um simples procedimento cirúrgico é capaz de aumentar a empatia entre os casais, e ele está cada vez mais na moda. Por isso, Briddey Flannigan fica contente quando seu namorado, Trent, sugere que eles façam a cirurgia antes de se casarem — a ideia é que eles desfrutem de uma conexão emocional ainda maior, e que o relacionamento fique ainda mais completo. Bem, essa é a ideia. Mas as coisas acabam não acontecendo como o planejado: Briddey acaba se conectando com outra pessoa, totalmente inesperada. Conforme a situação vai saindo do controle, Briddey percebe que nem sempre muita informação é o melhor, e que o amor — e a comunicação — são bem mais complicados do que ela esperava. Mais complicado do que ela esperava.

Resenha: No embalo dos temas que envolvem o avanço tecnológico nas formas de interação e comunicação com os outros, a autora construiu uma história que aborda uma evolução a nível hard: num futuro não tão distante, a sociedade chegou num ponto onde é possível conectar casais através de uma cirurgia cerebral não invasiva para aumentar a empatia e para que se sintam mais próximos um do outro, podendo compartilhar seus sentimentos. Eles, literalmente, são capazes de sentir o que o outro está sentindo. E como toda novidade vira moda, todos os casais agora querem entrar na onda e se conectarem com seus parceiros para mostrarem como o amor é lindo e suas ligações são intensas.
Assim, Briddey acaba cedendo quando Trent, seu namorado, sugere que eles façam a cirurgia antes de se casarem para potencializarem ainda mais a conexão emocional que possuem. O que ninguém esperava era que ela, sem querer, se conectasse a outra pessoa e, a partir daí, começasse a perceber que nem sempre o excesso do uso dessas modernidades é algo simples de lidar ou até mesmo benéfico para a vida, principalmente quando fica evidente que é impossível abrir mão desses recursos... A situação, claro, vai sair do controle e resta acompanhá-la para descobrir o que vai acontecer...

Narrado em terceira pessoa, o livro tem aquela pegada bem envolvente e descontraída ao mostrar um relacionamento comum, porém com o diferencial da tecnologia como fator chave para o desenvolvimento tanto da história como dos próprios personagens, ao mesmo tempo que acaba fazendo uma crítica social e inteligente sobre os malefícios da exposição e excesso do uso dos meios de comunicação. É impossível não nos colocarmos do lugar da protagonista, ou pelo menos não se lembrar de alguém que conhecemos, que passa pelos mesmos mau bocados absurdos e exagerados que ela. A cobrança e a impaciência pela espera de uma resposta que não chega, a dependência e a necessidade de se trocar mensagens com outra pessoa como se a vida dependesse daquilo.

A família de Briddey é um completo Deus nos acuda. Por prezarem pelo tradicionalismo, ai da filha que não seguir os passos que a mãe acha ser o melhor pra ela, inclusive se casar com um bom partido para garantir uma vida confortável, mesmo que aquilo não seja o que a fará feliz ou o que ela quer. Pior que sabemos que famílias tão intrometidas e invasivas como a de Briddey, que acham que podem tomar decisões pelos outros ou que suas opiniões são a verdade absoluta, existem a solta por aí em todo lugar do mundo. Eles não respeitam o espaço nem a privacidade da coitada/ e precisam saber de cada passo dado por todos. Isso, somado aos estilos engraçados e cativantes dos diversos personagens, rende alguns momentos de bom humor na trama, mas não deixa de ser incômodo, principalmente por ser algo que foge da ficção. O que acaba agravando a situação toda é que a protagonista não parece ter voz e aceita tudo o que lhe é imposto de forma muito fácil, ignorando o que ela mesma quer, e até o romance se torna algo surreal, forçado, clichê, e acaba não convencendo.

De forma geral, a premissa é interessante e aborda um tema relevante nos dias de hoje que é digno de reflexão, mas o desenvolvimento da história em si, as soluções que a autora encontra para resolver as coisas, as várias situações repetitivas, as reviravoltas que deixam várias pontas soltas, e o excesso de descrições e informações que parecem só estarem ali para aumentar a quantidade de páginas do livro e estendendo a história além do necessário, acabaram não me fazendo gostar tanto dele como eu imaginei que fosse. Não é um livro ruim, longe disso, mas uma enxugada no que estava sobrando seria algo bem-vindo.

Interferências é uma comédia romântica com toques de ficção científica que mostra como a era digital acaba por interferir - e substituir - o contato pessoal. A experiência com a leitura é válida e mesmo tendo seus pontos negativos é recomendada.


Wishlist #41 - Funko Pop - Lost

17 de junho de 2018

Lost foi uma das séries que mais desgraçou a minha cabeça. A trama é mirabolante e cheia de elementos que fizeram o pessoal bolar milhões de teorias. Eu confesso que desisti da série na sexta e última temporada por achar que as coisas começaram a tomar um rumo estrambólico demais e fiquei órfã do final dela, mas rever desde o início pra saber que fim teve essa história é algo que está nos meus planos não tão distantes. E os pops, claro, não poderiam faltar...


Wishlist #40 - Funko Pop - Westworld

10 de junho de 2018

Faz um tempo que eu assisti Westworld mas achei a ideia da série super original. Trata-se de um cenário do velho oeste construído por uma empresa que proporciona aos clientes uma experiência única de exploração e interação com os personagens dotados de inteligência artificial. Mas claro que muitas coisas começam a acontecer e o mistério ao redor disso é o que nos deixam viciados querendo saber o que mais virá pela frente.
E os pops da série são super bonitinhos: