Junho - Audrey Carlan

23 de outubro de 2016

Título: Junho - A Garota do Calendário #6
Autora: Audrey Carlan
Editora: Verus
Gênero: Romance erótico
Ano: 2016
Páginas: 160
Nota: ★★★☆☆+18
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Ela precisava de dinheiro. E nem sabia que gostava tanto de sexo. O fenômeno editorial do ano e best-seller do New York Times, USA Today e Wall Street Journal
Mia Saunders precisa de dinheiro. Muito dinheiro. Ela tem um ano para pagar o agiota que está ameaçando a vida de seu pai por causa de uma dívida de jogo. Um milhão de dólares, para ser mais exato.
A missão de Mia é simples: trabalhar como acompanhante de luxo na empresa de sua tia e pagar mensalmente a dívida. Um mês em uma nova cidade com um homem rico, com quem ela não precisa transar se não quiser? Dinheiro fácil.
Parte do plano é manter o seu coração selado e os olhos na recompensa. Ao menos era assim que deveria ser...
Mia vai passar o mês de junho em Washington com Warren, um coroa rico que precisa de uma mulher a seu lado para tratar com políticos e investidores. O acordo entre eles não envolve sexo — já com Aaron, o filho de seu cliente, Mia não pode garantir.

Resenha: Em Junho, sexto livro da série A Garota do Calendário, Mia já está na metade de sua jornada que consiste em trabalhar na agência da tia para pagar a dívida astronômica que pai fez com um agiota. Agora ela parte para Washington depois de ser contratada para ser acompanhante de Warren, empresário rico, e que precisa da ajuda dela para fechar alguns negócios com políticos e investidores em uma causa filantrópica. Mas Warren é bem sério, já tem uma certa idade e o interesse dele em Mia é puramente profissional, não envolvendo sexo algum. Mas, não podemos dizer o mesmo de Aaron, o jovem senador filho de Warren...

Diferente dos livros anteriores, esse tem menos sexo e uma carga mais densa, deixando aquela comicidade e leveza de lado para entrar num assunto mais delicado, dando inclusive um choque de realidade em Mia (e nas leitoras também) sobre essa vida fácil e cheia de homens perfeitos com quem Mia topava.
A autora coloca algumas situações que causam algumas reflexões sobre o trabalho que Mia faz e o que as pessoas pensam logo de cara ao ouvirem falar dele, assim como a ideia de que os clientes sempre são homens perfeitos e acima de qualquer suspeita, principalmente quando o assunto é interesse, viver de aparências e falsidade, e Mia acaba aprendendo tais coisas com a própria experiencia.
É claro que a presença de Wes está garantida (mesmo que em forma de mensagens), fazendo com que Mia ainda fique criando esperanças, lutando contra a realidade de ambos e a fazendo pensar sobre as escolhas que faz. Ela ainda tem alguns meses pela frente e não vai jogar fora.

Penso que a autora coloca Mia em situações bem contraditórias na maioria das vezes quando o assunto é razão e emoção, mas com a ideia em mente de que doze meses correspondem a doze clientes, o jeito é engolir e aceitar, e esperar o que vem a seguir, mesmo que agora tenha ficado meio impossível já que a ideia do homem perfeito foi totalmente desconstruída aqui.

Enfim, no final das contas foi bem satisfatório acompanhar Mia tendo ajuda de amigos antigos e usando e abusando da sinceridade e do bom senso com os novos, causando um impacto positivo ao ajudar seu cliente em seus propósitos fazendo ele enxergar além do mundo de ilusões que ele pensa viver, mesmo que ela tenha vivido um perrengue e enfrentado um grande drama.

Sinceramente, não sei o que esperar a partir daqui, pois a impressão final que tive é que a autora nos tomou o doce quando ele estava chegando na melhor parte, mas ainda vou continuar lendo já que cheguei até aqui.

Maio - Audrey Carlan

22 de outubro de 2016

Título: Maio - A Garota do Calendário #5
Autora: Audrey Carlan
Editora: Verus
Gênero: Romance erótico
Ano: 2016
Páginas: 144
Nota: ★★★★☆+18
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Ela precisava de dinheiro. E nem sabia que gostava tanto de sexo. O fenômeno editorial do ano e best-seller do New York Times, USA Today e Wall Street Journal
Mia Saunders precisa de dinheiro. Muito dinheiro. Ela tem um ano para pagar o agiota que está ameaçando a vida de seu pai por causa de uma dívida de jogo. Um milhão de dólares, para ser mais exato.
A missão de Mia é simples: trabalhar como acompanhante de luxo na empresa de sua tia e pagar mensalmente a dívida. Um mês em uma nova cidade com um homem rico, com quem ela não precisa transar se não quiser? Dinheiro fácil.
Parte do plano é manter o seu coração selado e os olhos na recompensa. Ao menos era assim que deveria ser...
Em “Maio”, Mia vai trabalhar como modelo no Havaí, onde conhecerá Tai, um dos homens mais impressionantes que ela já viu. Com ele, Mia vai descobrir que o prazer não tem limites — e que ela deve aproveitar absolutamente tudo o que a vida tem a oferecer.
Resenha: Em Maio, quinto volume da série A Garota do Calendário, Mia está de volta.
Desta vez a acompanhante parte para o Havaí ao ser contratada como modelo para posar de biquine num catálogo de moda praia. Mesmo trabalhando somente alguns dias, ela logo se encanta por Tai, um modelo gigante, cheio de músculos e tatuagens, que faz parte da campanha e, sendo nativo, ainda a ajuda a conhecer melhor aquela ilha paradisíaca. E Mia não vai se deliciar apenas com a paisagem e a beleza do lugar, claro... Sem um contrato como acompanhante, ter um colega de trabalho maravilhoso e dominador que lhe oferece vários benefícios era algo que ela não poderia rejeitar... Mia adora sexo, minha gente!

O livro segue o mesmo padrão dos anteriores, narrado em primeira pessoa, capa combinando e etc, e pra quem sentiu falta de todo aquele sexo em Abril, neste livro a autora acaba compensando as leitoras com puro "fogo e selvageria" desde o início e ainda tendo o Havaí como pano de fundo. Tem coisa mais quente?

Mia ainda passa por dilemas envolvendo Wes e as notícias que vê dele, mas ela decide seguir adiante para fazer do resto do ano os melhores meses de sua vida, aproveitando cada momento como se fosse o último, e não estar presa a cliente algum, sendo seu único trabalho participar das sessões de fotos, as coisas ficam mais leves e com cara de que ela realmente está aproveitando a oportunidade que tem. A autora também aproveita desse tema para fazer uma crítica aos estereótipos da mídia do que é considerado esteticamente bonito quando o assunto é corpo, e por Mia estar alí representando um número maior, fica claro que, independente da mulher ter um corpo com mais curvas, não se deve ter preconceito ou vergonha alguma de ser como somos.

Pelo fato de o livro ser curtinho e direto, sem enrolação nenhuma, ele é super rápido de ser lido e não tem como discorrer demais sobre ele sem soltar spoilers. Só posso finalizar dizendo que a leitura continua leve e gostosa de se acompanhar, os personagens são trabalhados na medida certa para que o leitor possa conhecê-los de forma suficiente e criar simpatia por eles (ou não), sempre com toques divertidos e bem humorados, mas também cheios de erotismo e muito, mas muito calor.


O Herói Improvável da Sala 13B - Teresa Toten

21 de outubro de 2016

Título: O Herói Improvável da Sala 13B
Autora: Teresa Toten
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Romance/YA
Ano: 2016
Páginas: 320
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Americanas
Sinopse: Adam Spencer Ross, 14 anos, precisa lidar todos os dias com os problemas que resultam do divórcio dos pais e das necessidades de um meio-irmão amoroso, mas totalmente carente. Acrescente os desafios de seu TOC e é praticamente impossível imaginar que um dia ele se apaixonará. Mas, quando conhece Robyn Plummer no Grupo de Apoio a Jovens com TOC, ele fica perdida e desesperadamente atraído por ela. Robyn tem uma voz hipnótica, olhos azuis da cor do céu revolto e uma beleza estonteante que faz o corpo de Adam doer. Adam está determinado a ser o Batman para sua Robyn, mas será possível ter uma relação “normal” quando sua vida está longe de ser isso?

Resenha: Adam Ross é um adolescente de quatorze anos que não só precisa lidar com seu TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) como também com problemas familiares que envolvem a separação dos pais, o caos que sua casa se tornou, as cartas estranhas que sua mãe começou a receber, a nova rotina de ter duas casas e uma segunda família com um meio irmão carente e superdependente do qual ele parece ter pavor.

Para que Adam pudesse ter ajuda, ele começa a participar do Grupo de Apoio a Jovens com TOC, na sala 13B. Os adolescentes, ao compartilharem seus problemas, e com auxílio de Chuck, o psicólogo, buscam uma recuperação, um alívio para a ansiedade que os consomem e que os tornam tão compulsivos. Chuck tem uma ideia de fazer com que os jovens também cultivem a amizade entre si, e sugere que cada um deles escolha um super-herói como alter ego para incentivá-los e facilitar a aproximação.

Quando Robyn começa a fazer parte do grupo, Adam fica maluco pois ela é a garota mais bonita que ele já viu, e não demora muito até que ele comece a bolar planos para ficar com ela e a pensar que deve melhorar por ela e para ela. Ela escolhe ser Robin, e Adam não poderia escolher ninguém menos do que Batman. O Batman de Robin.
A medida que o tempo passa, Adam consegue ajudar Robyn abrindo mão do próprio tratamento, mas ele descobre que sua doença está se agravando cada vez mais devido aos seus problemas na família e que ele está desenvolvendo novos sintomas como consequência disso.

A narrativa é feita em terceira pessoa e o foco é o protagonista. Pensei que se a narrativa tivesse sido feita em primeira pessoa, a leitura seria mais difícil pois se lidar com alguém com TOC já é complicado, imagino estar dentro da cabeça bagunçada dessa pessoa. Talvez essa tenha sido uma estratégia a fim de dar uma leveza maior ao problema e tratá-lo com certa imparcialidade. Embora o tema seja delicado, a escrita da autora é fácil, leve e bem descontraída, e tudo isso colabora com o envolvimento na história que no final das contas é cheia de sensibilidade e carregada de emoções.

De forma geral eu gostei dos personagens e ao mesmo tempo fiquei em extrema aflição, imaginando como é difícil viver com limitações, muitas vezes sem o menor sentido, criadas por quem sofre desse mal e sendo obrigado a lidar com mais problemas que acabam fazendo até quem é normal entrar em parafuso. Ter duas casas, viver em constantes rituais de limpeza, ter problemas com agressividade, ser o porto seguro de um irmão que também tem indícios de TOC, viver numa casa cheia de objetos acumulados a ponto de ter medo de entrar e ainda ter forças pra lutar contra tudo isso pensando no bem estar dos outros em vez de si próprio. E isso é uma parte pequena do que Adam vive.

O Herói Improvável da Sala 13B mostra o TOC sob uma perspectiva diferente, trazendo um personagem que não apenas sofre com um transtorno mental que o corrói por dentro, mas que tem esperança e aprende a pedir ajuda, aprende a viver um dia de cada vez, independente de qualquer coisa. Há romance, sim, e bem fofo, mas o foco maior, é sobre amizade, superação e embora tenha sido árdua a tarefa de acompanhar Adam e suas compulsões, no final das contas torcemos por ele e pra que tudo fique bem e o livro se torna uma grande e emocionante lição.

Achados & Perdidos - Brooke Davis

20 de outubro de 2016

Título: Achados & Perdidos
Autora: Brooke Davis
Editora: Record
Gênero: Drama/Aventura
Ano: 2016
Páginas: 252
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Uma história comovente e irresistível, para rir, chorar, refletir e se apaixonar.
Millie Bird é uma garotinha de apenas 7 anos que já sabe muita coisa. Ela já descobriu que todos nós um dia vamos morrer. Em seu Livro das Coisas Mortas, ela registra tudo o que não existe mais. No número 28 ela escreveu “MEU PAI'. Millie descobriu também, da pior forma possível, que um dia as pessoas simplesmente vão embora, pois a mãe dela, abalada com a morte do marido, a abandona numa grande loja de departamentos.
Ela só não está triste porque conheceu Karl, o Digitador, um senhor de 87 anos que costumava digitar com os próprios dedos frases românticas na pele macia de sua mulher. Mas, agora que ela se foi, ele digita as palavras no ar enquanto fala. Ele foi colocado pelo filho em uma casa de repouso, porém, em um momento de clareza e êxtase, ele escapa, tornando-se então um fugitivo.
Agatha Pantha é uma senhora de 82 anos que mora na casa em frente à de Millie e que não sai mais, nem conversa com ninguém, há sete anos. Desde que o marido morreu, ela passou a viver num mundinho só dela. Agatha preenche o silêncio gritando, pela janela, com as pessoas que passam na rua, assistindo à estática na televisão e anotando em seu diário tudo o que faz. Mas, quando descobre que a mãe de Millie desapareceu, ela decide que vai ajudar a menina a encontrá-la.
Então, a adorável garotinha, o velhinho aventureiro e a senhorinha rabugenta partem em uma busca repleta de confusões e ensinamentos, que vai revelar muito mais do que eles imaginam encontrar.

Resenha: Millie Bird é uma garotinha de quase oito anos que já conhece muito mais sobre a morte do que qualquer criança da sua idade deveria. Ela tem um "Livro de Coisas Mortas" e um dos itens alí é o próprio pai. Como se isso não fosse doloroso demais para Millie, sua mãe não consegue lidar com tudo o que aconteceu e acaba abandonando a própria filha numa loja de departamentos sem intenção de voltar. Sem entender o que está acontecendo e sem imaginar que foi deixada alí, Millie continua esperando sua mãe voltar, e enquanto isso conhece Karl, o Digitador, um senhor de oitenta e sete anos que escapou de uma casa de repouso e que agora passou a cuidar da menina. Em frente a casa de Millie mora Agatha Pantha, uma senhora rabugenta de oitenta e dois anos que vive gritando pela janela, mas que por dentro é uma pessoa de ouro. Aparentemente, Millie, Karl e Agatha não tem nada em comum, exceto que os três já perderam um ente querido e seguem lutando a fim de superar a dor.
Até que o trio parte pela Autrália em busca da mãe de Millie, e esta viagem promete muitas confusões mas aprendizados importantes e momentos dos quais eles nem imaginariam passar

O livro é narrado em terceira pessoa e os diálogos em itálico são apresentados em meio ao texto como se o próprio narrador estivesse os descrevendo. Eu não gosto muito desse estilo de narrativa pois a sensação inicial que tenho é de que os personagens perdem a voz e até um pouco da própria identidade. Talvez por esse motivo eu não tenha me apegado a nenhum deles e os considerado bastante superficiais e exagerados, principalmente os idosos. Não que eu esperasse que fossem velhinhos fofinhos da cabeça branca, estereotipados e clichês, mas a caracterização que ganharam me pareceu muito forçada e nada sutil. Os dois parecem uns lunáticos e isso não é um elogio. Eles têm comportamentos e hábitos completamente sem noção e são bem excêntricos, mas se a ideia da autora era apresentar personagens peculiares e descolados para dar um tom cômico à história pra fugir do que é considerado tradicional para os idosos, pra mim, não funcionou muito bem. Por mais que possa ser importante considerar tudo o que eles aprenderam nessa busca pela mãe de Millie, se deparar com Karl pensando em peitos ou Agatha falando sobre o pinto murcho do falecido marido me fez revirar os olhos mil vezes pensando qual a real graça e a relevância desse tipo de informação nesse contexto...

Eu gostei de Millie em partes, talvez eu tenha ficado com pena por ela ser tão novinha e já ter que enfrentar tantas dificuldades em tão pouco tempo de vida, mas seu comportamento também não é muito convincente, nem condiz com sua idade e muitas vezes ela chega a ser tão irritante quando o de Karl e Agatha. Logo penso que os personagens poderiam ter sido desenvolvidos de uma maneira mais real e menos fantasiosa.
Esses pontos acabaram transformando uma história, que na teoria é bem bonita, em algo forçado e até arrastado, mas ainda assim foi possível tirar algum proveito dela. Embora nada convincentes com relação às atitudes, os personagens enfrentam problemas e passam por outros tipos de situações que qualquer um está sujeito a passar, sempre em busca de algo ou alguém e sempre tendo que lidar com alguma adversidade imposta pela vida, logo, os conflitos pessoais e as lutas internas de cada um deles acabam, sim, sendo exemplo para nós.

Em suma, Achados & Perdidos é uma história extravagante que explora a forma como as pessoas perdem ou descartam as coisas, independente das circunstâncias, e como lidam com essas perdas, mas ainda assim, é possível encontrar algo de bom em quem menos se espera quando tudo parece estar perdido.