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O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida - Kate Eberlen

5 de dezembro de 2016

Título: O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida
Autora: Kate Eberlen
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance
Ano: 2016
Páginas: 432
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Tess e Gus foram feitos um para o outro. Só que eles não se encontraram ainda.
E pode ser que nunca se encontrem... Tess sonha em ir para a universidade. Gus mal pode esperar para fugir do controle da família e descobrir sozinho o que realmente quer ser. Por um dia, nas férias, os caminhos desses dois jovens de 18 anos se cruzam antes que os dois retornem para casa e vejam que a vida nem sempre acontece como o planejado.
Ao longo dos dezesseis anos seguintes, traçando rumos diferentes, cada um vai descobrir os prazeres da juventude, enfrentar problemas familiares e encarar as dificuldades da vida adulta. Separados pela distância e pelo destino, tudo indica que é impossível que um dia eles se conheçam de verdade... ou será que não?
O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida narra duas trajetórias que se entrelaçam sem de fato se tocarem, fazendo o leitor se divertir, se emocionar e torcer o tempo todo por um encontro que pode nunca acontecer.

Resenha: Em 1997, antes de ingressarem na faculdade, Tess e Gus, que ainda não se conhecem, viajaram em férias para a Itália. Tess foi com a amiga, Doll, e Gus com os pais. De forma breve, eles se esbarram, trocam olharem e poucas palavras, mas nada além disso acontece. Ambos continuam sendo meros estranhos, mas a sensação de que possuem alguma ligação mais forte, algo quase espiritual, permaneceu.
A vida dos dois seguiu em frente, tiveram relacionamentos com outras pessoas, tanto bons quanto ruins, e mesmo que as coisas nem sempre tenham saído como o esperado, eles procuraram aproveitar cada qual a sua maneira. Mas será que um dia o destino unirá Tess e Gus outra vez?

Narrado em primeira pessoa com capítulos que se alternam entre os protagonistas, vamos acompanhando a trajetória de Tess e Gus ao longo de dezesseis anos. Eles se tornam adultos, e com isso vem as responsabilidades da vida, as dificuldades, os problemas inevitáveis mas também suas conquistas, mas as coisas nunca saem como planejado e a sensação é de que estão incompletos, como se eles devessem esperar por algo além do que vivem.
A narrativa não é tão empolgante assim, daquele tipo que queremos devorar cada capítulo como se não houvesse amanhã, e unindo isso ao fato de que o livro é extenso, a leitura se arrasta e demora a engrenar e parece não render, principalmente porque são as escolhas que eles fazem que determinam o próximo passo que vão dar e pelo que vivem tudo indica que eles estão se afastando ainda mais do que o leitor espera: o bendito encontro. Porém, tudo que acontece parece conspirar contra esse encontro já que o caminho dos dois se cruzam por diversas vezes, seja através de algum colega em comum, de algum local em que estão ao mesmo tempo e afins, mas o encontro propriamente dito nunca ocorre, de fato, e isso me fez questionar sobre o destino, sobre almas gêmeas e se existe alguma força maior que impede que eles fiquem estagnados em suas vidas pacatas em vez de se unirem de uma vez por todas e essa agonia do leitor chegar ao fim.

Tess vem de uma família humilde. Ela sempre teve muitos planos, mesmo que só tivesse apoio da mãe já que o pai queria que ela trabalhasse em vez de ir pra faculdade, mas acabou tendo que abrir mão de tudo o que havia conseguido por causa de um problema familiar muito delicado. Ela é bondosa e tem a capacidade de superar obstáculos como ninguém, e é um verdadeiro exemplo a quem se inspirar.
Gus era inseguro e vivia à sombra do irmao mais velho. Mas com a morte dele, achou que o melhor a fazer era abrir mão do que gosta para satisfazer os desejos do pai, mesmo que ele sentisse que não era o filho preferido, que aquilo não o faria realmente feliz e que as comparações com o irmão nunca iriam cessar. Ele é um cara confuso e que parece nunca saber extaamente o que quer da vida, preferindo se acomodar nela.
Os personagens possuem histórias interessantes, e, de certa forma, elas contribuem para o desenrolar dos fatos, para as escolhas que fazem e para o que vem como consequência disso.

A capa não é a mesma da original mas é bem bonita e acredito que condiz muito mais com a história ao mostrar os protagonistas em direção oposta. A diagramação é simples e os capítulos trazem o ano em que a situação da vez se passa junto com o nome do personagem em questão.

Em suma, o livro traz uma história boa, com personagens interessantes e carregada de sentimentalismo, mas, no final das contas, não me me arrancou suspiros por apresentar mais problemas do que soluções ou momentos realmente satisfatórios. Acho que a vida pode ser assim mesmo, e o livro encara tais problemas com realidade, com mais dramas do que fins felizes. O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida é um livro que não trata apenas das variáveis do amor, mas traz a história de jovens que estão vivendo suas vidas, aprendem com os erros e com as experiências (por mais duras que sejam), aprendem a se encontrar e a descobrir quem são, trazendo reflexões sobre a busca pela felicidade, percorrendo por caminhos que os tiram de suas zonas de conforto, o quê, de certa forma, faz com que o leitor também pense nas escolhas que faz pra si mesmo, basta ter coragem e se arriscar ao experimentar o novo.