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Almanova - Jodi Meadows

25 de fevereiro de 2014

Lido em: Fevereiro de 2014
Título: Almanova - Incarnate #1
Autora: Jodi Meadows
Editora: Valentina
Gênero: Romance/Ficção/Reencarnação/Jovem adulto
Ano: 2013
Páginas: 288
Nota: ★☆☆☆☆
Sinopse: Ana é nova. Por milhares de anos, no Range, milhões de almas vêm reencarnando, num ciclo infinito, para preservar memórias e experiências de vidas passadas. Entretanto, quando Ana nasceu, outra alma simplesmente desapareceu... e ninguém sabe por quê.
A própria mãe de Ana pensa que a filha é uma sem-alma, um aviso de que o pior está a caminho, por isso decidiu afastá-la da sociedade. Para fugir deste terrível isolamento e descobrir se ela mesma reencarnará, Ana viaja para a cidade de Heart, mas os cidadãos de lá temem sua presença. Então, quando dragões e sílfides resolvem atacar a cidade, a culpa deverá recair sobre...
Sam acredita que a alma nova de Ana é boa e valiosa. Ele, então, decide defendê-la, e um sentimento parece que vai explodir. Mas será que poderá amar alguém que viverá apenas uma vez? E será também que os inimigos – humanos ou nem tanto - de Ana os deixarão viver essa paixão em paz? Ana precisa desvendar grandes segredos: O que provocou tal erro? Por que ela recebeu a alma de outra pessoa? Poderá essa busca abalar a paz em Heart e acabar por destruir a certeza da reencarnação para todos?

Resenha: Almanova é o primeiro livro da trilogia Incarnate, escrita por Jodi Meadows e lançada no Brasil pela Editora Valentina.

Num mundo onde através do ciclo da reencarnação, com propósito de preservarem memórias, sentimentos, experiências e tudo mais o que fosse vivido - independente do tempo que isso levasse -, a alma sempre volta em outro corpo de forma que todos esperam aquele retorno, todos se conhecem e vários tem ligações uns com os outros. Porém, numa certa noite, algo misterioso acontece no Templo e depois uma "alma" chamada Ciana morre. Cinco anos se passaram desde então, e quando todos acreditavam que Ciana estava voltando através do nascimento de uma garotinha, não é isso o que acontece. Quem nasce é Ana, que substitui Ciana, cujo paradeiro é um mistério. Ana, então, se torna a primeira Almanova. Acreditando que isso não poderia ser um bom sinal e até por vergonha, Li, a mãe de Ana, resolve ir embora de Heart, a cidade onde vivem, e por dezoito anos mantém a garota longe do convívio social, a submetendo a diversos abusos como castigo por ter nascido "diferente" do restante das almas. Então, em seu 18º aniversário, Ana resolve voltar a Heart para descobrir o motivo de ter nascido, e nessa volta, depois de passar por apuros envolvendo criaturas perigosas como dragões e sílfides soltando fogo, conhece Sam, um garoto cuja alma já tem uns mil anos, mas a paixão que parece nascer entre os dois poderá ser mais significativa do que a busca de Ana por respostas...

Como não se interessar por um livro com uma capa tão linda e cheia de efeitos cuja premissa da história é uma sociedade de indivíduos que vivem na base da reencarnação, indo e vindo num ciclo sem fim? Porém, minhas expectativas não foram superadas como imaginei no decorrer da leitura... Ana passa a impressão de alguém que se acostumou a viver sendo odiada pela mãe, e que devido a isso, será odiada pelo resto do povo, e mesmo que os outros tentem explicar que ela está enganada, que ela só é diferente e que deve haver um motivo para ter nascido assim, ela insiste que é odiada mas que deveria ser amada de um jeito que irrita a todos, inclusive a mim. E juntando isso com a narrativa que, pra mim, foi completamente arrastada e muitas vezes confusa, me vi num enorme dilema entre terminar de ler na marra, talvez esperando que algo incrível acontecesse e me fizesse mudar de ideia, ou abandonar a leitura logo de vez e desistir. Optei por continuar a leitura, claro. Não digo que me arrependi, mas afirmo que não me surpreendi e me entediei várias vezes pois a história parece ter fugido do foco. Não parei de pensar na frase "nunca julgue um livro pela capa".

Uma coisa que me incomodou foi a ideia de almas morrerem e depois nascerem sem critérios ou leis no sentido de que numa vida podem ser um homem, na vida seguinte uma mulher, e caso se encontrem como almas gêmeas, terem que engolir o fato da diferença de idade, de serem do mesmo sexo, ou até mesmo de serem parentes, a ponto de cansados de esperar até morrerem pra poderem ficar juntos novamente, resolverem se matar pra acabar com tal condição desfavorável e voltarem até que tudo esteja nos conformes. Oi?

Mas pra mim, pior do que isso, foi o romance. Isso porque Sam meio que se torna um "guardião" de Ana, mas vive deixando perguntas no ar que nunca são respondidas (o que me deixou boiando em vários momentos), vive saindo a noite sem dar satisfações, vive fugindo quando o clima esquenta, mas ao mesmo tempo vive salvando Ana de perigos para dar aquele clima de tensão e expectativa no leitor de forma proposital, mas pra mim, super falha, ainda mais quando dragões começam a atacar a cidade de repente. Eles também vivem conversando sem parar, mas não dizem nada com nada, o que torna todos os diálogos desses dois algo que não dá pra engolir nem entender... E levando esse "romance" sem sal e sem sentido por toda a história, senti que o motivo de Ana ter saído de casa pra descobrir por que ela existe e porque Ciana não voltou foi esquecido! Uma sociedade que parece levar uma vida mais espiritual do que tudo, tirando elementos fantásticos, não poderia ser mais parecida do que a nossa. Achei que vários elementos não se encaixaram na história, vários personagens se contradizem e no final das contas a história, que achei que seria profunda e cheia de significado, foi enrolada, vaga e rasa.

Acho que Almanova, considerando a ideia principal, poderia ter sido um livro muito bom. Talvez tenha sido uma introdução para algo maior que está por vir, quem sabe... Talvez se a ideia da reencarnação fosse trabalhada de outra forma que não desse brecha para relacionamentos doentios e tivesse uma outra natureza mais "pura", talvez se a missão de Ana não tivesse caído no esquecimento pra dar lugar a um romance sem sentido, e talvez se houvesse uma mensagem sensata e crível sobre o que podemos aprender através de tantas idas e vindas por milênios e milênios, o livro teria dado certo pra mim, mas não foi assim...