Caixa de Correio #119 - Janeiro

31 de janeiro de 2022

Não é possível que esse ano também vai passar voando. Nem acredito que Janeiro já acabou. Esse mês até que foi bem tranquilo e não me desesperei com pendências. Então não fiquei na correria, não me senti desanimada e ainda me surpreendi com as leituras que fiz por minha conta.
Esse mês não teve deck, mas teve pop. Depois de meses e meses sem comprar um popinho, voltei com os de HP que não tem fim.
Comprei dois livros da Meg Cabot que fecham suas respectivas séries, que li há uns 500 anos, e eu nem sabia que tinham sido lançados, então assim que vi, já corri pra comprar e estou terminando de ler o último volume da série Desaparecidos. Precisava ler algo mais leve depois de É Assim que Acaba ter acabado com minha pessoa e me deixado com aquela ressaca horripilante.

Espiem o que teve nessa caixinha:

The Sims 4 - Desafio das Décadas - 1970

30 de janeiro de 2022



Seguindo o padrão coloridão dos anos 60, chegamos na década de 70 com o acréscimo das calças boca de sino da moda, e barrigas a mostra. As casas continuam coloridas, porém mais modernas e estilosas.

A casa:


Resolvi não alterar a estrutura da casa, só as cores das paredes e de alguns móveis. A casa continua com 3 quartos e 2 banheiros e isso é suficiente pra dar conta das duas famílias. até então.

A vida e a saga da família:

A peleja continua com Soraya criando o filho sozinha depois da morte de Ken e ainda ajudando Selena na criação dos filhos dela. Selena conseguiu voltar pra universidade depois da suspensão por causa das notas baixas, e a rotina de estudos, a frequência às aulas e ainda o seu trabalho como babá, a deixaram sem tempo nenhum, e se não fosse a ajuda da irmã, ela estaria lascada. Daniel também anda trabalhando muito e fazendo hora extra, o que o deixa ausente de casa durante o dia inteiro. Ele até perdeu a festa de aniversário dos filhos pra se ter noção.



Porém, quando todos foram pras suas camas dormirem, Ellie ainda não tinha ido embora, e foi quando Daniel chegou. Eles ficaram várias horas conversando e ela acabou confessando sua atração por ele. Daniel ficou surpreso, mas acabou mandando Ellie embora pra não ter problemas com Selena. Faz anos que eles se conhecem e estão juntos, não faz sentido se deixar levar por uma mera atração.

Forest é muito estudioso, ajuda os primos com as tarefas. Ele está aprendendo a jogar xadrez com a mãe e suas habilidades lógicas já estão bem avançadas.





Ao final da primavera, depois de Ellie continuar frequentando a casa das primas e ligando pra Daniel sem parar, ele acabou marcando de encontrá-la na cidade, mas no final das contas não resistiu aos encantos dela... Agora ele não sabe se continua enganando Selena e investe num relacionamento novo e escondido nessa altura do campeonato, ou se esquece tudo isso e continua vivendo sua vida de marido e pai de família como se nada tivesse acontecido...



Mas e se ele resolver acabar com tudo e Ellie começar a chantageá-lo? Daniel precisa de um plano B... Será que se ele confessar tudo pra Selena ela vai perdoá-lo?

O verão chegou, Forest cresceu e agora é adolescente. Soraya desistiu de vez de ir pra universidade e decidiu que vai ficar em casa se dedicando às crianças e à estufa, e quando sobrar um tempinho, ela faz seus exerícios pra manter o corpo em forma.



Como Forest é muito inteligente, ele acabou ficando responsável por ajudar os primos com os trabalhos da escola, e Soraya, como uma boa tia coruja, sempre está ajudando também.



Ellie achou que seria uma boa ideia aparecer na casa das primas, e Daniel decidiu que ter qualquer relacionamento com ela seria algo impossível. Ele não poderia destruir sua família por um caso que nem deveria ter começado, e pra não correr o risco de Ellie tomar qualquer atitude que pudesse colocá-lo numa situação ainda pior, ele mesmo decidiu terminar tudo e contar o que aconteceu para Selena. Foi terrível, Ellie chorou, Selena chorou e Daniel ficou muito arrependido. Selena não sabe ainda o que vai fazer depois se descobrir que foi traída dessa forma tão sacana...
Não sei se é alguma maldição ou o que, mas toda vez que Selena ajuda Soraya na cozinha, acontece um incêndio.



Daniel ficou idoso e anda triste por Selena o estar evitando. Ele tenta se desculpar a todo momento, mas a decepção com ele e com a própria prima é uma coisa que parece que vai durar pra sempre. O problema é que quando ela decidiu preparar um jantar pra conversar com o marido e pedir o divórcio pra acabar com essa história, ela descobriu estar grávida...



Selena se formou em Belas Artes e agora pode largar seu emprego de babá pra conseguir algo em sua área, ou talvez comece a pintar quadros para vendê-los por uma quantia considerável de simoleons. Depois que ela se formou, o bebê nasceu, Richard é o nome do pequeno.



O verão estava chegando ao fim e Richard se tornou um bebê muito espertinho. Adorava ouvir histórias e aprender coisas novas. No começo no outono, Daniel morreu de velhice. Selena ficou chateada, mas ao mesmo tempo ficou aliviada de ter, enfim, ficado livre. Ela vai sentir falta do marido, afinal, eles construiram uma vida juntos, mas ela não estava feliz nesse casamento e, lá no fundo, Selena nunca conseguiu perdoar a traição dele, e nunca vai perdoar Ellie por isso.



Lá em Monte Komorebi, Ellie ficou sabendo da notícia que Daniel tinha morrido e ficou desolada. Como se isso já não fosse doloroso o bastante, ela ainda recebeu duas ligações com outras duas más notícias: Sarah e Samantha, as outras irmãs de Selena e Soraya, também faleceram. Ela saiu pra espairecer num parque próximo de sua casa, e lá conheceu Osmar Sterle. Como ele demonstrou ser um cara legal, ela não perdeu tempo e já foi logo se atirando pra cima dele. Ela só queria preencher aquele vazio que Daniel deixou.



Não demorou pra que Ellie descobrisse estar grávida de Osmar, então eles decidiram se casar pra criar o bebê e o relacionamento ia sendo melhorado com o tempo. Osmar foi morar com Ellie em sua casa, dividindo o teto com os irmãos dela, Edith e Edward. Pouco tempo depois Emerson nasceu. Edith achou um absurdo que Ellie se casasse tão rápido com um cara praticamente desconhecido, mas Ellie não quis saber.



Emerson mal acabou de nascer e Ellie já estava grávida pela segunda vez. Ela estava torcendo para que nascesse uma menina pra poder ter um casalzinho. Emerson cresceu e Ellie começou a achar as responsabilidades da maternidade bem puxadas, ainda mais porque Osmar começou a passar muito tempo fora de casa com a justificativa que estava trabalhando muito para poder comprar uma casa e se mudarem pra um canto só deles. Então Ellie confiou no marido, mesmo que não soubesse com o que diabos ele trabalhava, ela nunca pensou nisso quando se envolveu e fez tudo tão rápido...



Quando Ellie entrou em trabalho de parto, Osmar não estava em casa, então quem a acompanhou até o hospital foi Edith. Edith já estava cheia de amores com Emerson e esperando ansiosa por um segundo sobrinho. Como ela não se casou e não teve filhos, ela acabou se apegando muito a Emerson e já estava sofrendo por antecipação só de imaginar que Ellie iria sair de casa e levar as crianças pra longe dela. Lá no hospital, Ellie teve Charles, outro menino. Ela ficou um pouco decepcionada já que queria uma menina, então decidiu que tentaria mais uma vez quando se mudasse.



De volta a Windenburg, Selena mal envelheceu e assim que se tornou idosa, ela morreu. As crianças estão desoladas pois o pai faleceu faz pouco tempo, as tias, e agora sua mãe também. Soraya está arrasada, mas vai precisar ter forças agora que os sobrinhos ficaram sob sua tutela, e pra isso vai contar com a ajude de Forest. River e Candy, que resolveu se tornar vegetariana, se tornaram adolescentes.



Ao finalzinho do Outono, Soraya envelheceu e ficou idosa, Forest se tornou jovem adulto e Richard virou criança. Forest conseguiu entrar na carreira de detetive, iniciando como cadete. Ele sempre foi inteligente e todas as partidas de xadreez que jogou com sua mãe ajudaram para que ele melhorasse sua habilidade de lógica, então trabalhar com investigação vai ser algo que ele vai gostar muito. O inverno chegou, e enquanto Soraya ia pra cozinha preparar o café da manhã pra família, ela teve um treco e caiu dura no chão. Tantas perdas num período tão curto de tempo foi demais pras crianças.



Forest está decidido a ser um detetive brilhante, e largar o emprego nesse momento não é uma opção, então todos vão ter que colaborar e passar pelo luto juntos. River e Richard se tornaram escoteiros e estão em busca dos distintivos que mostram o quanto são dedicados e exemplares. Eles vão às reuniões dos escoteiros, pescam, pintam, são educados com as pessoas e isso vai melhorando seus atributos.



Candy começou a contruir esculturas na antiga mesa de carpintaria da família, a mesma que pertenceu ao seu tata(...)tataravó Giancarlo. Suas habilidades de lógica e mecânica estão aumentando e ela está se destacando por não ficar fazendo "coisas de mulher". Ela pensa em seguir carreira de engenheira ou coisa do tipo.



A década chegou ao fim, Forest ainda é jovem adulto e está se dando bem na carreira, os gêmeos são adolescentes e estão indo bem na escola (River está indo melhor do que Candy) e Richard ainda é criança. Ele é bastante dependendo do primo e não para de andar atrás dele quando estão em casa.
O saldo da família é de pouco mais de 50mil, e vamos ver o que a famigerada década de 80 tem pra reservar pra eles.

Fazendo a tour rápida pelo mundo, em Newcrest, Sérgio (filho de Jacob Gallo) encontrou sua alma gêmea e assumiu de vez o namoro com Carlos. Eles estão fazendo planos para juntarem as escovas de dentes e adotar um gato.

Em Winderburg, os filhos de Sarah, Andrew, Mark e Megan, continuam morando na casa. Eles não tem contato com os primos mais. Do outro lado do bairro, todos os filhos de Diana morreram de velhice e nenhum se casou ou teve filhos pra dar continuidade a família.

Em Del Soy Valley, David Moss é o herdeiro da mansão deixada pelo pai depois que sua mãe, Samantha, morreu. Ele descobriu que seu pai teve outros três filhos fora do casamento quando pesquisou pela árvore genealógica e acabou não ficando surpreso já que o pai era uma celebridade, mas ele jamais irá dividir sua herança milionária e vai fazer de tudo para esconder esse escândalo. David já é adulto e ainda não se casou e também perdeu contato com os primos.

Em Monte Komorebi, Edith morreu de velhice e Edward continuou morando na casa com a Ellie e sua família. Talvez seja melhor que Edward vá viver a vida numa casa menor e deixe a irmã. Finalmente, depois de ter tido três meninos, Ellie teve uma menina, a Viviane. Ela suspeita que o marido esteja trabalhando com alguma coisa ilegal, mas ainda não descobriu o que é...

Se nenhuma outra família apareceu na tour, é porque já não estão mais entre nós... E é isso, bora pros anos 80.

É Assim que Acaba - Colleen Hoover

17 de janeiro de 2022

Título:
É Assim que Acaba - It Ends with Us #1
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2018
Páginas: 368
Nota:★★★★★
Sinopse: Lily é uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela. Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja?

Resenha: Lily Bloom é uma jovem de vinte e três anos, apaixonada por plantas, que saiu de uma cidadezinha no Maine e se mudou para Boston há dois anos e mora com sua colega de apartyamento, Lucy. Lily é fã de Ellen DeGeneres desde criança, e, até seus dezesseis anos, escrevia cartas pessoais em forma de diário (o que ela chamava de Diários de Ellen) onde contava os acontecimentos de sua vida sem a menor intenção de enviá-las. No diário ela escrevia como se estivesse conversando com a própria Ellen, contando sobre seu cotidiano, sobre os episódios envolvendo seu pai e sua mãe, sobre ideias que ela tinha para o programa, e sobre Atlas, um garoto sem teto que invadiu uma casa abandonada da vizinhaça a quem ela resolveu ajudar. Formada em marketing, agora ela quer abrir a própria floricultura numa tentativa de ter uma vida estável fazendo o que gosta. Quando o pai de Lily morre, sua mãe lhe pede para que ela faça um discurso fúnebre para falar de cinco coisas boas que ele fez em vida, mas Lily acaba não sendo capaz de se lembrar de nada realmente bom que seu pai tenha feito... Ela sai do velório e vai até o terraço de um prédio para espairecer, e talvez chorar um pouco. E é lá que ela conhece Ryle Kincaid, um jovem neurocirurgião rico, muito bonito e bem sucedido que parece ter aversão a relacionamentos e tem como principal objetivo de vida ser brilhante em sua carreira.

A atração é inevitável, eles parecem ser perfeitos um para o outro, mas cada um segue seu caminho a partir dalí sem que nada acontecesse entre eles. Seis meses depois, Lily saiu do emprego e está lidando com os preparativos para, finalmente, abrir sua floricultura, e é onde ela conhece Allysa, que se oferece para trabalhar pra ela. Elas logo se tornam melhores amigas enquanto conversavam e davam uma geral no lugar. Mas Lily sofre um pequeno acidente e Allysa liga para seu marido e seu irmão, que estavam juntos num bar próximo, pra virem ajudar, e para surpresa de Lily, o irmão de Allysa era ninguém menos do que Ryle. Teria sido o destino? Talvez, mas essa reaproximação acabou fazendo com que Ryle se rendesse aos encantos de Lily, passando a ter sentimentos por ela dos quais ele nunca sentiu por mais ninguém, e não demora muito até que eles comecem um relacionamento mais sério. Mas da mesma forma que Lily traz traumas de um passado conturbado em família enquanto protege suas lembranças de Atlas como seu primeiro amor, Ryle também carrega traumas de um passado que ele esconde e tenta esquecer, mas que ainda reflete em quem ele se tornou...

Sabe quando a gente termina uma leitura e fica baqueada pelo impacto que ela tem, ou fica sem encontrar as palavras certas para falar sobre? Pois é... Pra ler os livros da Collen Hoover é preciso ter a mão um kit emergencial pra recomposição, pois as lágrimas e os soluços são inevitáveis (quando li Um Caso Perdido eu quase morri). Demorei séculos pra tomar coragem, mas resolvi ler sem procurar saber do que se tratava, e sequer li a sinopse, logo, foi quase como levar um soco no estômago acompanhar essa jornada de Lily.

A escrita de Colleen é um negócio surreal. Ela é capaz de transportar o leitor pra dentro da história, de fazer com que a gente sinta na pele o que os personagens sentem e vivem, tornando a experiência de leitura marcante e indelével. A narrativa é feita em primeira pessoa e se alterna entre presente, com o desenvolvimento do relacionamento entre Lily e Ryle; e passado, onde ela relembra as situações envolvendo seu pai, sua mãe, e Atlas. E quando, no presente, Atlas reaparece, as coisas começam a tomar um rumo bastante inesperado. A  existência de Atlas já é o suficiente para afetar Ryle de uma forma assombrosa e, consequentemente, o relacionamento dele com Lily.

O tema central do livro é a violência doméstica e a forma como a vítima fica totalmente dividida entre o amor que ela sente, a ideia da primeira agressão ter sido um caso isolado, e o pensamento de que a ferida aberta é algo irreversível. A nota da autora inclusive fala sobre sua própria e emocionante experiência (o que torna este o seu livro mais pessoal), e sobre o livro ser instrutivo, pra mostrar um pouco da realidade de quem vive essas agressões, de como a pessoa vive num tipo de prisão, criando milhares de desculpas pra justificar o comportamento do agressor, e como isso além de afetar a mulher em todos os aspectos, a mantém num círculo sem fim quando ela se recusa a enxergar a realidade, o que foi o caso de Jenny, a mãe de Lily.

Embora haja o lado romântico entre Lily e Ryle, esse romance é apenas um elemento que serve pra mostrar como ele se instala devagarinho, até começar a revelar seu lado mais obscuro e perturbador. Mesmo que o tema seja pesadíssimo, ele foi escrito de uma forma leve e muito delicada, mas não com intuito de amenizar a dor ou a gravidade que é esse tipo de violência, e sim como forma de mostrar que é com simpatia e leveza que o agressor conquista a mulher até qualquer coisa servir de gatilho para mostrar seu eu verdadeiro e do que ele é capaz. Existe amor, mas se esse amor é demonstrado da pior forma possível, as decepções e o sentimento de impotência se sobrepõe a todo o resto, e ninguém merece ou deve ser destruída por esse sentimento. Não adianta acreditar que as coisas irão mudar se elas sempre se repetem, independente de quantos pedidos de desculpas e demonstrações de arrependimento comoventes intercalem as agressões... Amor e abusos juntos resultam num relacionamento tóxico, a confusão de sentimentos e pensamentos que surgem disso muitas vezes vão impedir que a vítima raciocine com clareza, e é para esses fatos que a autora chama a nossa atenção.
"No futuro, se por algum milagre você achar que é capaz de se apaixonar de novo, se apaixone por mim."
Lily é uma personagem muito cativante, engraçada, altruísta, inteligente, determinada, compreensiva e amorosa, e é impossível não gostar e não sentir empatia por ela. Ela sempre tenta agir com a razão, mesmo que o coração às vezes atrapalhe seus pensamentos. Talvez seja uma das melhores e mais marcantes personagens que já acompanhei nessa minha vida de leitora.

Ryle também é apaixonante, e isso é um enorme problema quando ele começa a ter seus surtos, pois da mesma forma que Lily acredita que ele jamais seria capaz de machucá-la por ele ama-la, eu também acreditei nele, e fiquei na expectativa de que ele mudasse ou tivesse seu momento de redenção, presa na ideia de que não é possível esse tipo de atitude abominável partir de um cara tão legal e que faz tudo pela pessoa que ele ama. Lá vem Colleen estapeando nossas caras mostrando como as mulheres, por mais firmes e esclarecidas que sejam, podem se deixar levar e cair nesse tipo de cilada. E só quem vive sabe como é e como é difícil sair.

Atlas é outro personagem incrível digno de admiração. Ele também teve seus traumas no passado que o quebraram em mil pedaços, mas ele conseguiu superar, mesmo que jamais tenha esquecido o que viveu com Lily. Ele é forte, batalhador, gentil e acaba se tornando o porto seguro dela. É muito bonito ver como ele lhe estende a mão, como ele se preocupa, e como ele só quer que ela fique bem e seja feliz.

Os personagens secundários também são maravilhosos e muito bem construídos. Allysa, por mais endinheirada que seja, é totalmente desprendida das coisas. Ela se mostrou uma amiga maravilhosa, que não só apoia Lily, como também lhe dá conselhos e alertas inteligentes e importantes. Ela inclusive trabalha pra Lily ~de graça~ só pra ocupar seu tempo, ter algo pra fazer e com quem conversar, e não cair na depressão.

Enfim, o livro vai trazer uma reflexão sobre a coragem necessária pra se quebrar esse padrão, sobre se ter empatia com quem está numa situação dessas, e sobre tentar compreender que, embora as pessoas lidem com seus traumas das mais diversas maneiras, nada justifica a violência e que alguma coisa tem que ser feita pra isso chegar ao fim.

É Assim que Acaba é um drama poderoso, inspirador e emocionante, já entrou na lista de melhores livros que já li na minha vida, que vai tocar os leitores de uma forma indescritível, mostrando que é preciso tirar forças do além pra se fazer a escolha certa quando se está nas situações mais complicadas.

Sol e Tormenta - Leigh Bardugo

14 de janeiro de 2022

Título:
Sol e Tormenta - Grishaverso #2
Autora: Leigh Bardugo
Editora: Planeta/Minotauro
Gênero: Fantasia/Jovem adulto
Ano: 2021
Páginas: 352
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: O boi sente o jugo, mas será que o pássaro sente o peso de suas asas? Na aguardada continuação de Sombra e Ossos, Alina e Maly precisam fugir das garras do Darkling após o terrível confronto na Dobra das Sombras. Apesar de finalmente ter se reunido com a pessoa mais importante de sua vida e de se ver livre do controle de Darkling e das pressões da corte, Alina está atormentada pela culpa depois dos acontecimentos na Dobra. Mas não há tempo para reflexões quando o seu principal objetivo é sobreviver. Nessa fuga frenética, em que precisa correr por sua vida e pelo destino de seu país, a Conjuradora do Sol acaba encontrando aliados – e inimigos – em figuras que nunca imaginou, como no corsário misterioso que é muito mais do que aparenta ser. Por sua vez, o Darkling está mais poderoso e determinado do que nunca. Com um novo poder assustador e extremamente perigoso, ele não irá poupar esforços para encontrar Alina e conquistar o trono de Ravka. O cerco está se fechando.

Resenha: Sol e Tormenta é o segundo volume da trilogia Grisha, escrita pela autora Leigh Bardugo, e dá sequência aos acontecimentos finais de Sombra e Ossos. Por esse motivo, a resenha pode ter spoilers do livro anterior!

O livro parte do ponto onde o anterior parou, com Alina e Maly fugindo do Darkling. Por estar sendo caçada por ele, ela esconde seu amplificador para que ninguém veja, e os dois vão tentando ao máximo possível passar despercebidos em meio as pessoas. Como Alina pára de usar seus poderes a fim de não chamar atenção de ninguém, ela começa a ficar pálida e fraca, então Maly continua fazendo papel de protetor, sempre cuidadoso e preocupado. Mas isso não foi o suficiente, e o Darkling não demora a encontrá-los. Com a ajuda do corsário Steamhold e sua tripulação, eles cruzam o Mar Real,  e nessa viagem ela encontra tanto inimigos quanto aliados, e a busca por um segundo amplificador começa... E quando ele é encontrado, tudo muda, e Alina decide, com ajuda de Nikolai, o segundo filho do rei, partir pra Osalta numa tentativa de tomar o comando do segundo exército para reunir forças contra as ameaças do Darkling. Porém, devido ao conflito que aconteceu da Dobra das Sombras, muitas pessoas acreditaram que Alina não tinha sobrevivido, então, quando ela chega ao Palácio, ela vai precisar lidar com a desconfiança do rei, que não sabe se ela é capaz de comandar um exército inteiro de Grishas (que também desconfiam dela) e quais são suas reais intenções (já que em sua fuga ela deixou o povo pra trás), e começa a tratá-la como se ela fosse uma pessoa qualquer. Alina, então, vai precisar conquistar a confiança de todos para provar que é capaz de derrotar o Darkling se tiver a ajuda necessária. 
Nesse meio tempo, ela acaba tendo acesso ao livro "A Vida dos Santos", e Alina faz uma associação do conteúdo desse livro com a posição em que ela se encontra, um tipo de "santa" da qual as pessoas tem fé e acreditam ser a salvação. Ela acredita que as informações do livro são pistas do que ela deve fazer e seguir, e a partir dalí ela vai em busca desses itens para se fortalecer, numa tentativa de vencer essa guerra.

Narrado em primeira pessoa, vamos acompanhando o ponto de vista de Alina nessa saga contra o Darkling. Ela ganhou um novo poder e começou a refletir sobre tudo, se questionando sobre o que é certo e errado, lidando com o sentimento de solidão constante mesmo que esteja cercada de gente, se sentindo culpada por tudo o que aconteceu e pelo "novo" comportamento de Maly, principalmente quando Nikolai sugere uma aliança com Alina que, embora aparentemente pudesse ajudar nessa jornada, tiraria Maly do sério. Mesmo que ela tome algumas decisões questionáveis e fique num vai e vem de evolução/retrocesso, ela é esperta, pega muitos detalhes úteis no ar, e está aprendendo cada vez mais a se impor quando pensa no quão importante é seu papel nessa guerra terrível, logo ela não poderia se dar ao luxo de se preocupar com as birras (sim, birras ridículas) que Maly faz. O abençoado está mais egoísta, inseguro e infantil do que nunca, acha que namorar com Alina lhe dá o direito de controlá-la ou tomar decisões por ela, não consegue aceitar e lidar com a ideia de que ela se tornou uma pessoa poderosa desde que descobriu ser uma Grisha, fica se lamentando porque sente falta da Alina sem poderes de antes, e fica se fazendo de vítima, se colocando numa posição inferior para que ela se sinta culpada por ele estar infeliz e por ela não colocá-lo em primeiro lugar em sua vida, mesmo que uma fucking guerra gigante esteja pondo a vida de toda a Ravka em risco. Ele parece um peso morto que ela precisa carregar sem motivo nenhum. A criatura não parece entender que a realidade agora é outra, que os poderes dela talvez sejam a única chance que eles tem, e que se apegar no passado ou no que poderia ter sido se fosse diferente não serve de nada. E como Alina ama esse completo imbecil, sua dependência emocional fica evidente, ela realmente se culpa em vez de mandá-lo pastar, e esse "romance" irritante e sem um pingo de química acaba tirando boa parte da graça da história. No começo cheguei a considerar que o problema com Maly pudesse estar na narrativa que traz exclusivamente o ponto de vista de Alina, e quem sabe ela estivesse o interpretando errado, não é mesmo? Penso que se a autora tivesse escrito um mísero capítulo com o ponto de vista de Maly, talvez fosse possível compreender esse comportamento detestável, mas não. Quanto mais páginas se passam, mais birra o dito cujo faz, a ponto dele achar que ir lutar com os Grishas, como se ele fosse um galo de briga querendo mostrar que é dono de si e sabe se virar sozinho, fosse uma boa ideia. É vergonhoso. E a coisa toda fica pior pro lado dele quando Nikolai entra em cena, porque, por mais que ele seja sarcástico e "liso", ele não só incentiva, mas mostra e ensina pra Alina o que é ser uma verdadeira líder, e em companhia dele, ela literalmente brilha e fica cheia de atitude.

Dito isso sobre esse romance miserável que ganhou muito mais espaço do que deveria, basicamente são os personagens secundários que carregam o livro nas costas, principalmente Nikolai que chega roubando todo o protagonismo da história sem pedir licença. A coisa toda fica pior pro lado de Maly quando ele entra em cena, porque por mais que Nikolai seja sarcástico e impossível, ele não só incentiva e apoia, mas mostra e ensina pra Alina o que é ser uma verdadeira líder, e em companhia dele, ela literalmente brilha, pra desgosto e ofuscamento eterno do mala do Maly. Nikolai é super inteligente e carismático, e quando há um diálogo divertido e afiado, pode ter certeza que a fala partiu dele.

O Darkling também tem uma presença marcante nas poucas vezes em que aparece, e ele continua sagaz, implacável, manipulador, e mais cruel do que nunca, seja pelo grande poder que tem, ou pelas estratégias que ele vai colocando em prática acima de tudo e todos pra conquistar seus objetivos sombrios. O fato de Alina ter várias "visões" com ele trazem momentos de bastante tensão pro desenrolar da trama.

No mais, Sol e Tormenta amplia esse universo dos Grisha mostrando todo o potencial que a história tem e ainda pode ter, mas é um volume que, por mais reviravoltas que tenha, se arrasta em muitos pontos sem que nada aconteça, com dramas descartáveis e com esse romance deplorável demais pra se aturar. Não acho que o livro tenha sido atingido com a "maldição do segundo volume", é uma boa continuação, com acontecimentos importantes e necessários para dar prosseguimento à saga, mas se a autora não tivesse gastado tantas páginas tentado enfiar esse romance falido goela abaixo dos leitores, a experiência teria sido muito melhor.
Agora fico aqui, iludida e shippando Alina com Nikolai, e desejando que Maly seja desintegrado e vire pó... Seria pedir muito?

The Sims 4 - Cenários - Ano Novo, Atividade Nova

12 de janeiro de 2022


Descrição: Nunca é tarde demais para começar uma atividade extra. Depois de fazer uma resolução de Ano Novo para se concentrar na criação de habilidades lucrativas, será que um Sim é capaz de potencializar esse ímpeto e continuar fazendo grandes mudanças a fim de obter um futuro mais próximo?

Temas: Fortuna, Habilidades, Carreira

Requisitos:
- 1 Sim Jovem Adulto ou mais velho

Resultados Possíveis:
- Tem §25.000 e atinge o nível 5 em qualquer habilidade.
- Atinge o nível 3 de qualquer carreira.

O novo desafio limitado de Cenários já chegou e eu nunca vi desafio mais fácil nessa vida.
O objetivo é chegar ao nível 3 de qualquer carreira OU juntar §25.000 e chegar no nível 5 de qualquer habilidade.

Então, lá vamos nós. Essa é a Calíope Avocado. Ela quer seguir carreira na área da Educação, então conseguiu um emprego de Professora Substituta. O emprego não paga muito bem, vida de professor não é fácil, então depois de ter construído a casa e não ter sobrado dinheiro nenhum, o jeito de conseguir mais dinheiros foi colhendo flores pela vizinhança, ou cavando buracos pra ver se encontrava algo útil sempre que necessário.



Calíope começou a praticar debates em frente ao espelho para aumentar sua habilidade em Pesquisa e Debate, pois é uma habilidade necessária pra começar a ser promovida nessa carreira. Ela também tinha que corrigir tarefas dos alunos, fazer algumas pesquisas num computador (e como eu não tinha dinheiro pra comprar um, ela tinha que ir na biblioteca fazer isso), ou ainda convencer os outros a doarem tempo pra educação.



A única dificuldade aqui foi com relação ao humor dela. Ela tem o traço "Exigente", e isso faz ela ficar nervosa por qualquer coisa. Como se isso já não fosse chato, a carreira de professora já deix a pobi esgotada, então a energia parece que baixa 2x mais rápido. Então Calíope acabava perdendo um tempo que poderia gastar melhorando a habilidade, dormindo pra recuperar as energias.



Eu marquei pra aspiração dela ser aleatória, e o que saiu foi "Local - Perfeitamente Impecável", logo ela vivia limpando a casa, lavando pratos, limpando o banheiro. Aloka da limpeza. Como ela já começou a melhorar a habilidade de Pesquisa e Debate desde o início, ela já tinha chegado ao nível 4, o que deu e sobrou pra chegar ao nível 3 da carreira. Então rapidinho ela foi promovida pra Professora Assistente, e dois dias depois já foi promovida de novo pra Professora, atingindo o nível 3 da carreira e concluindo o cenário. Deu nem tempo de cumprir o outro resultado. Talvez com carreiras que exigem um nível de habilidade maior seja possível juntar o dinheiro e melhorar a habilidade primeiro, mas essa de Educação é super de boas ser promovida.
Resumindo: Teve nem graça. Depois vou tentar com outra profissão, ou em vez de focar na habilidade pra ser promovida, talvez seja mais legal melhorar outra que não tem nada a ver pra ela não ser promovida, e ter até uma dificuldade maior pra juntar a grana necessária.



Vou continuar jogando com a Calíope, já tô cheia das ideias aqui.

The Sims 4 - Desafio das Décadas - 1960

9 de janeiro de 2022



A casa:


Com os 22mil na poupança, resolvi diminuir a casa (inclusive a altura das paredes) e, apesar de ter mantido alguns cômodos, acabei refazendo uns 80% da estrutura. Por fora tentei deixar a casa mais básica, mas por dentro investi em cores bem vivas e alegres, então acabei vendendo a maioria dos móveis e no final das contas fiquei com mais de 60mil pra poder fazer qualquer coisa. Depois de ter reformado e comprado o que eu precisava, sobrou uns 26mil.

A vida e a saga da família:

Já imaginei que nos anos 60 o povo devia ser bem zen, bem paz e amor, todo mundo de boas, então já inventei de colocar dois mods no jogo pra dar um realismo extra: um onde eles desenvolvem alguns problemas de saúde e precisam se tratar indo num consultório médico, e outro que ferra com a saúde onde eles podem fumar, beber e usar drogas. É errado? Talvez... mas as emoções vão ficando cada vez mais fortes com esse tipo de coisa. Soraya inclusive virou fumante, arrumou uma tosse terrível e agora tem que controlar a hipertensão recém descoberta tomando remédios, coitada.



Seu "namoro" com Ken não anda muito bom, porque o cara parece que não quer saber de compromisso, às vezes surta do nada e acaba enfraquecendo a amizade. Melhorar esse relacionamento tá sendo uma luta e não sei se Soraya vai ter paciência... Numa tentativa de conquistar o boy, ela resolveu passar uns momentos mais íntimos com ele, mas sabe-se lá o que se passa na cabeça dessa criatura. Eles se beijam e se xingam a cada minuto que estão juntos e penso que o motivo é que Ken ainda fica amargurando a cena onde Soraya tentou suborná-lo na inspeção, ou talvez ele esteja detestando o bafo dela de cigarro (e com razão, eu também odiaria). Se esse cretino continuar se fazendo de difícil, a Soraya vai acabar com tudo e ele que vá arrumar outra pessoa pra infernizar.



Lá em Britechester, Selena continuou se dedicando aos estudos pra se formar, mas começou a ficar desconfortável no alojamento já que tinha que dividir um apartamento SEM COZINHA com um monte de gente. Os outros estudantes começaram a aprontar dentro dos quartos, e deu até polícia do lugar. Um furdúncio danado. Faltavam dois períodos pra ela sair da universidade, mas ela ficou doente, teve que gastar todo seu dinheiro com consultas e remédios, e não tinha de onde tirar pra pagar o aluguel. Seu trabalho de meio período como babá com aquele salário miserável não pagava as contas e ainda tava deixando a coitada um caco, de tão cansada. Ela surtou, não aguentou mais e teve que voltar pra casa em meados do verão.



Quando Soraya resolveu usar a bolsa de estudos que tinha ganhado pra entrar na faculdade, ela descobriu que estava grávida, então, pra evitar escândalos entre os parentes, ela tinha que dar um jeito de casar logo com Ken. Foi difícil, não vou negar, mas ele acabou cedendo quando soube que seria pai e quando viu a pança gigantesca.



O casamento foi rápido e ele veio morar junto com Soraya. Ao se mudar ele acabou perdendo o emprego como Inspetor Ecológico, mas entrou na carreira de escritor.
No dia seguinte a pobi entrou em trabalho de parto, foi correndo pro hospital e lá nasceu Forest, que é a cara do pai. Forest adora que alguém leia livros pra ele.



Depois de ter ganhado bebê, Soraya começou a fazer ginástica em casa pa perder um pouco de peso. Ela andava super cansada e desanimada, e ao fazer uma consulta ela descobriu que sua hipertensão havia melhorado, mas o aviso de sobrepeso foi dado. Ela também parou de fumar.



Não sei o que aconteceu com a Selena. A coitada fazia todas as tarefas da faculdade, ia as aulas, fazia os trabalhos, estudava igual uma condenada, mas foi suspensa por não ter atingido as notas necessárias e fiou arrasada (???). Não entendi nada. Não sei se ela vai conseguir voltar a estudar, mas pra afogar as mágoas ela começou a se encontrar com o namorado todos os dias, chorava muito, e, no final, esses encontros renderam um noivado, e em seguida um bendito casamento. Agora Daniel foi morar na casa e na lua de mel ela ficou grávida.



O Outono está chegando ao fim, Ken fez aniversário e se tornou idoso, e Forest virou criança. Poucos dias depois Selena pôde voltar pra universidade e começou a estudar pra não perder mais tempo, mas logo ela entrou em trabalho de parto, correu pro hospital e teve gêmeos: River e Candy. Daniel quase caiu duro quando conheceu os dois filhos. Tendo que estudar e cuidar de duas crianças, os estudos ficariam super complicados, mas ela não desistiu. Soraya cuidava dos bebês enquanto Selena fazia as tarefas e ia pras aulas, e tudo estava indo bem apesar do cansaço.



Forest sempre foi incentivado pelos pais a ser muito estudioso, então ele fazia todas as tarefas da escola, os trabalhos, fazia tarefas extras, e Kn e Soaya estavam sempre o ajudando. Ele já estava com ótimas notas. Além de ser muito estudioso, seus pais também passaram a lhe ensinar boas maneiras pra ele ser uma criança muito bem educada, e tudo estava indo muito bem, obrigada.



River e Candy se tornaram bebês, Selena já estava caindo aos pedaços de tão esgotada, mas nada está tão ruim que não possa piorar: de repente, Ken caiu duro no chão, morto. Foi uma tragédia. Forest viu o pai caído, Soraya entrou em prantos, Selena ficou com o coração na mão, e nem a pequena Candy ficou livre de ver o presunto, mas quando a hora chega, não há nada que se possa fazer...



Enquanto isso, Daniel, que era super amigo de Ken, ficou muito amigo de Soraya, sempre a consolava e tentava anima-la pra que ela não ficasse tão arrasada, mas a partida de Ken foi muito repentina, ele mal passou uma estação como idoso e já bateu as botas.
A morte de Ken acabou com a virada da década e qualquer tipo de comemoração, mas a família vai ter que seguir firme. A sorte é que como só há crianças na casa, ninguém vai ser convocado pra guerra do Vietnã...

Um resumão da vizinhança:

Preferi não entrar nas casas das outras famílias nessa década pra poder focar somente na família principal, então, na virada da década eu dei uma passada rápida em casa casa pra ver o que tinha acontecido e fazer um apanhadinho geral.

Em Willow Creek, Regina Wind já ´adulta e continua morando sozinha depois que sua mãe morreu.
Catrina morreu e Vítor herdou a casa. Ele já é adulto e continua solteiro.
Eliana e Tiago, já adultos, continuam solteiros e vivendo na casa dos pais, os falecidos Giovane e Dalila. Eliana não virou a década idosa por questão de um único dia.

Em Oasis Springs, Natasha Martin, irmã de Daniel, herdou a casa dos pais após a morte deles. Ela já é jovem adulta e ainda está solteira. Ela sempre fez questão de manter contato com o irmão, mas ainda não conheceu seus sobrinhos, os gêmeos River e Candy.

Em Newcrest, Ana e Josué já estão idosos, e o filho deles, Tomás, já é jovem adulto.
Sidney e Sabina também são idosos, mas não tiveram filhos.
Depois que Jacob se casou com Fran lá na década de 40, ela ficou grávida bem rápido, mas como ele já era idoso, ele não viveu muito pra conhecer o filho. Fran criou Sérgio sozinha, mas morreu de velhice assim que ele se tornou adolescente, e agora o filho deles, que já é jovem adulto, herdou a casa e mora sozinho. Sérgio tem bastante intimidade com um amigo que conheceu na cidade, o Carlos, e talvez algo mais pode surgir daí...
Leonardo tinha se casado com Diva, e ela o ajudava a cuidar dos seus irmãos mais novos, mas depois que Leonardo morreu, Diva se sentiu muito sozinha e acabou se envolvendo com um homem da cidade, o que lhe rendeu uma gravidez nada planejada. Ela teve uma filha, a Cláudia. Como o homem era casado, ele não assumiu a criança, e ela ganhou o sobrenome que a mãe herdou quando se casou com Leonardo, e Cláudia se tornou uma Gallo. Acho que só ela e o Sérgio possuem esse sobrenome agora. Depois da morte de Diva, Paulo e Artur foram os próximos a morrerem de velhice, então Cláudia ficou com a casa.

Em Magnolia Promenade, Alicia e Albert já tinham morrido há muito tempo. Alexei também morreu de velhice. Os outros filhos continuaram na casa vivendo juntos. Hanzel já é idoso. Harry e Mercy são adultos. Todos os três são solteiros.

Em Windenburg, Sarah continua casada com Ryan, que já é idoso, e eles estão criando os três filhos. Andrew, Mark e Megan (os gêmeos) são todos adolescentes. Os três não estão tendo muito destaque na escola, pelo que parece...
Diana morreu de velhice, e seus seis filhos, Gregório e Gretha, Gustavo e Cecília, e Grace e Sandra continuam morando na casa, solteiros. Todos eles já são adultos e o casal de gêmeos mais velhos estão quase virando idosos.

Em Brindlenton Bay, Viviane está idosa mas por incrível que pareça, continua viva depois do que pareceu ser um sséculo, e cuidando da casa do falecido marido, Leon.
Fabrício morreu e Cristina, já idosa, ficou com a casa.

Em Del Sol Valey, Samantha vive uma vida de rainha ao lado do marido, celebridade mundial do mundo da música, Peter Moss, que já é idoso. Seu filho, David, já é adolescente, mas infelizmente a cachorrinha Mildred morreu de velhice. A governanta da família também bateu as botas. Peter, muito rico e cheio de influência, decidiu apimentar as coisas na cidade e mandou construir um clube acreditando que o povo precisa de uma diversão diferenciada por alí. Inclusive foi nesse clube que Sérgio conheceu Carlos...



Lá em Monte Komorebi, Lisbeth e Elias morreram de velhice, e deixaram os três filhos na casa. Edith e Ellie já são adultas, e Edward é jovem adulto. Eles ainda são solteiros. Edith e Ellie são as únicas de todos os parentes que visitam as primas na casa principal várias vezes por semana e são amigas de todo mundo alí. O que ninguém sabe é que Ellie tem uma queda secreta por Daniel, e ninguém sabe o que isso pode virar...


Wishlist #101 - Funko Pop - Encanto

5 de janeiro de 2022

Já faz um tempinho que não faço post de wishlist de popinhos porque cheguei num ponto onde não consigo mais acompanhar os lançamentos, e nem tô tendo dinheiro pra continuar aumentando essa coleção. Continuo tendo interesse e gostando muito, só não é mais prioridade. Maaaas, mesmo assim, tem alguns popinhos que não consigo deixar de fora da lista. E o set de Encanto é um deles. Senti falta dos outros membros da família Madrigal, e sei lá se vão ser anunciados futuramente como exclusivos caso eles forem existir mesmo, mas já quero os que tem, isso que importa.



Lula - Volume 1: Biografia - Fernando Morais

4 de janeiro de 2022

Título:
Lula - Volume 1: Biografia
Autor: Fernando Morais
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Biografia/Não Ficção/Política
Ano: 2021
Páginas: 416
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: Para além de juízos ou paixões, Lula está entre as maiores figuras políticas da história brasileira. Único presidente do país com origens operárias, e campo magnético de um partido profundamente original em suas raízes, exerceu o poder carismático e a influência de modo mais duradouro que qualquer outro homem público no período republicano, salvo talvez Getúlio Vargas – com quem também compartilha a virulência dos adversários.
Desde 2011, Fernando Morais ganhou acesso direto, franco e frequente a Lula. A essas dezenas de horas de depoimentos, somou o faro de repórter e a prosa cativante para compor projeto biográfico que traz um painel do personagem em toda sua grandeza e complexidade.
Em narrativa que faz uso de recuos e avanços cronológicos para manter um ritmo eletrizante, neste primeiro volume Morais vai da infância de Lula até o anulamento de suas condenações, em 2021 ― passando pelo novo sindicalismo, as greves do ABC, a fundação do PT e a primeira campanha eleitoral. 

Resenha: Quem leu a resenha que fiz do livro "Política é Para Todos", da Gabriela Prioli, viu o motivo de eu começar a me interessar por política nessa altura do campeonato. Sendo assim, quando tenho oportunidade de ler algo que considero que vá acrescentar, que vá dismitificar conceitos, que vá ampliar meu conhecimento, que vá trazer informações úteis, ou mesmo que ainda vá defender o indefensável, eu leio pra poder formar minha opinião (além de tentar entender como funciona a cabeça dos fanáticos independente de que lado estejam).

Então, ler o primeiro volume de Lula - Biografia, escrito pelo jornalista Fernando Morais, me acrescentou informações que vieram a calhar nesse momento, porém com algumas ressalvas. Não vou entrar em questões acerca do meu posicionamento político aqui (até mesmo porque estou desacreditada e com esperanças zero de que as coisas por aqui melhorem), pois a leitura que fiz foi a título de conhecimento e informação. Nada tem a ver com querer que Lula volte ou não, se ele é ladrão ou não, enfim... Independente da opinião pública, as pessoas gostando dele ou não, Lula foi presidente desse país, vai fazer parte da História do Brasil pra sempre, logo ter acesso a uma leitura que expõe fatos é algo praticamente obrigatório pra quem quer entender o que aconteceu e ter o mínimo de propriedade pra falar sobre o assunto (inclusive fiquei curiosa pra ler o livro "Lava Jato", de Vladimir Netto pra ter um outro ponto de vista).

Por mais que o autor discorra sobre a prisão de Lula até sua soltura, a impressão é de que o texto em si é, sim, parcial. O autor relata como Sérgio Moro ultrapassou os limites da ética e agiu com imparcialidade na famigerada Operação Lava Jato para não só enfiar e manter o ex presidente na cadeia para que ficasse fora de cena, como também fazer com que ele se tornasse inelegível nas próximas eleições. O autor também vai intercalando o texto com alguns acontecimentos, lembranças ou frases ditas por pessoas relevantes no cenário político e artístico. A narrativa foi montada de forma que o leitor fique indignado por tamanha injustiça, e pendendo pro lado de Lula, que é retratado como alguém cuja história de vida e de luta é admirável, dotado de coragem e garra, e que é amado e idolatrado pelo povo, praticamente um salvador da pátria. Eu admito que a história de vida de Lula é realmente impressionante, não duvido que a intenção dele seja ajudar o povo porque ele demonstra ter uma humanidade e uma consideração que a maioria dos políticos não tem (não duvido, mas também não boto minha mão no fogo por ele), e nas palavras do autor essa história ganha um tom dramático e cheio de emoção, digna de ser transformada em filme inclusive, mas eu esperava uma imparcialidade clara pra que pessoas curiosas por política (ou por quem faz a política), assim como eu, pudessem formar a própria opinião sem que sejam influenciadas por narrativas calorosas onde a opinião do autor ganha evidência.

O livro não segue a cronologia dos fatos. Com várias fotos para ilustrar os eventos citados, ele começa exatamente dois dias antes da sentença de prisão, em 5 de abril de 2018, onde, em seus seis primeiros capítulos, o autor discorre sobre o tempo em que Lula se abriga no Sindicato até decidir o que fazer, assim como as dificuldades que ele enfrentou pra sair de lá e se entregar à polícia. Milhares de pessoas tomaram as ruas em volta do sindicato e obstruíram a passagem numa enorme manifestação em sua defesa. Todo o caos foi televisionado. Durante os 581 dias em que ficou preso, Lula nunca ficou sozinho, seus apoiadores sempre estavam alí, se fazendo ouvir e revezando numa vigília pra mostrarem que a luta não tinha acabado, afinal, ele foi preso baseado em acusações quando nada que pudesse incriminá-lo foi encontrado, o que mostra que houve muitas falhas nesse processo.

Nesse meio tempo também acompanhamos os fatos que levaram Donald Trump à presidência, e que a estratégia baseada em fake news usada por ele pra vencer as eleições contra Hillary Clinton nos EUA foi a mesma que Bolsonaro usou aqui no Brasil ("kit gay", "mamadeira de piroca", e até a suposta facada no bucho viraram meme). Temos também como foi feita a escolha de Haddad pra sucedê-lo e como se deu a ação do hacker que vazou uma infinidade de documentos que, não só inocentou e libertou o ex presidente em 8 de novembro de 2019, como ainda o tornou elegível para o desgosto da direita.

Após todos os eventos relacionados a prisão de Lula, o autor corta pra década de 80, onde apresenta o cenário político brasileiro em meio as tragédias pessoais de quem seria o futuro presidente do país. Eventos como sua primeira prisão em 1980 que leva o leitor a compreender como ele veio a se tornar uma pessoa pública, como ele e os irmãos saíram do sertão de Permambuco rumo a São Paulo, o surgimento do sindicalismo e o Sindicato dos Metalúrgicos, a criação do PT, a perseguição e as prisões ilegais na época da Ditadura Militar, enfim... São várias informações muito bem detalhadas, como se o autor fizesse um grande raio-x do Brasil, que fazem com que o leitor entenda que os fatos do passado são essenciais para se compreender o presente, e o que virá pela frente.

Sabemos que Lula é o tipo de homem que divide opiniões, opiniões na maioria das vezes muito extremas pro meu gosto, é tão amado quanto odiado, mas seu poder de liderança é inegável. Li a Biografia em dois dias, pois a fluidez e os acontecimentos prendem - e muito - a atenção. Fico no aguardo do segundo volume dessa biografia onde acredito que o autor vai abordar o mandato de Lula quando presidiu o país, assim como seus erros e acertos.

Procura-se um Namorado - Alexis Hall

3 de janeiro de 2022

Título: Procura-se um Namorado - London Calling #1
Autora:  Alexis Hall
Editora: Paralela
Gênero: Romance
Ano: 2021
Páginas: 424
Nota:★★★★☆
Sinopse: Luc O’Donnell, infelizmente, é um cara famoso. Quer dizer, mais ou menos. Sendo filho de duas estrelas do rock, ele é uma das subcelebridades preferidas dos tabloides. E agora que seu pai está voltando aos holofotes, ele se tornou o centro das atenções, o que significa que uma foto comprometedora pode ― e vai ― estragar tudo.
Mas Luc tem um plano: para limpar sua imagem, ele só precisa de um namorado normal e bonzinho, e Oliver Blackwood é as duas coisas, além de advogado, vegetariano e basicamente alérgico a qualquer tipo de escândalo. O único problema é que, tirando o fato de ambos serem gays e solteiros e precisarem de acompanhantes para um evento, Luc e Oliver não têm nada em comum.
É por isso que eles estabelecem um namoro falso, até quando for necessário. Mas o perigo de namorar de mentira é que se parece muito com namorar de verdade. E, quando sentimentos verdadeiros começam a surgir, eles precisam descobrir como fazer dar certo ― não para as câmeras, mas para si mesmos. 
Resenha: Procura-se um Namorado é o primeiro volume da trilogia London Calling, da autora britânica Alexis Hall e publicado no Brasil pela Paralela

Luc O'Donnell é filho de celebridades do universo do Rock & Roll, e isso acabou o tornando uma subcelebridade perseguida pelos tablóides. Depois de duas décadas tendo problemas com vícios, indo e voltando da reabilitação, o pai de Luc está voltando ao cenário musical, e qualquer deslize desse retorno pode virar motivo de perseguições, manchetes e fofocas. Obviamente uma foto comprometedora vem à tona, a reputação de Luc agora está por um fio, seu emprego está ameaçado e ele precisa de um namorado perfeito para poder limpar essa mancha em sua imagem. E é aí que entra Oliver Blackwood, um advogado que é exemplo de ser humano, vegetariano, da paz, super bonzinho... Eles não têm nada em comum, mas um namoro falso poderia ser a salvação de Luc. O problema é que, pra forjar algo que não existe, os envolvidos precisam estar juntos, fazer coisas de casal e afins, e talvez essa aproximação e essas atitudes possam acabar fazendo com que sentimentos verdadeiros surjam dessa farsa...

A premissa de Procura-se um Namorado é clichê e nada original, eu sei. Essas histórias que envolvem esse tipo de farsa em prol de algum "benefício" parecem todas iguais mas, nesse caso, a forma como a história foi contada e a escrita envolvente da autora foi um conjunto que combinou, deu certo, e me fisgou de um jeito que fiquei muito surpresa. A autora tem aquele humor britânico hilário e cheio de sarcasmo que é capaz de arrancar risadas altas na gente, e ao mesmo tempo a gente percebe que existem sentimentos intensos por de trás de toda essa graça independente da cena.
Vou ser sincera em dizer que não há nenhum acontecimento grandioso na trama que causa AQUELE impacto na leitura, é como se não houvesse motivação plausível o suficiente sobre o problema pra sustentar a trama até o final. É como se fossemos lendo sobre essa ideia mirabolante com a certeza que não vai prestar, e ao longo da história só confirmamos isso, mas os personagens são legais, mesmo quando são insuportáveis, possuem tantas camadas e são tão interessantes que, pra mim, foi impossível não gostar. Eu só queria acompanhar as confusões de todos eles pra continuar rindo e fugir da realidade que põe a gente pra baixo dia e noite (e acho que esse é um ponto super positivo pra se considerar a leitura desse livro).

O que pra mim foi bem interessante é que achei que os personagens não caem tanto em estereótipos como eu imaginei que seria, porque a bagagem que vem com eles antes de embarcarem nessa furada (ou talvez não seja uma furada dependendo do ponto de vista) mostra que eles têm um algo a mais, que são muito humanos, muitos reais, e têm questões delicadas pra lidar enquanto estão forjando esse bendito namoro. Por mais engraçado que o livro seja, fazendo piada com tudo que a gente possa imaginar, ainda tem os temas mais delicados, como a homofobia, o narcisismo dos pais, o abandono afetivo, e são problemas que, por piores que sejam, ainda existem e há quem conviva e sofra com isso. Logo há essa carga dramática que consegue se equilibrar bem com o tom de comédia da história sem destoar, sem estragar a experiência e ainda levantando o questionamento sobre as opiniões alheias acerca da orientação sexual, da autoaceitação, sobre se assumir, sobre o preconceito (velado ou não), e sobre como as pessoas lidam com isso.

E o melhor é que, desde o início, a gente sabe como essa história vai terminar, mas ainda assim continua lendo, seja pra rir, pra passar raiva com os pais deles, pra passar raiva com a enrolação deles, pra suspirar quando as coisas começam a se encaixar, pra falar "eu sabia" quando tudo começar a dar errado, enfim, mas é tudo no melhor sentido da coisa.

Luc é um personagem um tanto complicado, pois ele é super negativo devido as experiências que já teve sob influência dos pais desajustados. Suas feridas acabaram o tornando alguém autodepreciativo, dramático ao extremo, atormentado, e talvez ele tenha ficado pessimista e miserável desse jeito de tanto ver que é isso que os tablóides expõe pro público. É muito satisfatório acompanhar a jornada dele, lidando com os obstáculos e aprendendo a confiar nos outros.
Oliver é o oposto. O homem é um gentleman, atencioso, respeitoso, educado, e leva uma vida meticulosamente organizada. Ele se revela meio rebelde em meio a esse "namoro", mas o que importa é que ele se esforça e no final a gente só tem a certeza de que ele é adorável.
Os personagens secundários também são ótimos, suas participações e influências na vida do casal são importantes e a gente vai percebendo como cada um deles tem suas peculiaridades, como são caricatos pra ajudar no tom de humor, como são esquisitos com suas manias absurdas, como lhes falta bom senso mesmo quando são bem intencionados, como seus hábitos irritantes e teimosia fazem com que a gente queira lhes dar um murro, ou como são importantes para dar aquele empurrão que o outro precisa.

No mais, Procura-se um Namorado é um livro super engraçado, ótimo pra espairecer e que não vai falar apenas das confusões que um namoro falso podem desencadear. Aqui a gente consegue perceber nas entrelinhas que não podemos ser orgulhosos e ignorar ajuda dos outros quando essa ajuda é necessária, mas que o caminho a ser trilhado para se dar jeito nos problemas deve ser percorrido pelo maior interessado em resolvê-los.

O Livro dos Pequenos Nãos - Heloisa Seixas

2 de janeiro de 2022

Título:
O Livro dos Pequenos Nãos
Autora: Heloisa Seixas
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Romance/Literatura Nacional
Ano: 2021
Páginas: 144
Nota:★★★☆☆
Compre: Amazon
Sinopse: Em O livro dos pequenos nãos, Heloisa Seixas explora o poder das escolhas, da sorte e do acaso. O livro acompanha a história de Lia ao longo de uma noite ― enquanto ela revive as lembranças de seu relacionamento conturbado com Tito ― e abre janelas para anos pregressos, apresentando outros personagens que, cada um à sua maneira, tiveram suas histórias reescritas.
Com uma prosa que seduz e prende o leitor até a última página e com a habilidade de quem transita pelos mais diversos gêneros da ficção, a autora entrelaça passado e presente e tece uma narrativa sensível sobre o impacto das decisões ― conscientes ou não ― que acabam não apenas por definir nosso destino, mas também por nos tornar quem somos. 

Resenha: Quando Lia se encontra com a amiga Ana num bar para tomarem um chope e terem um momento de diversão, a conversa descontraída começa a tomar um rumo mais reflexivo: Ana começa a falar sobre a morte trágica de um grande poeta; sobre as mudanças que ocorrem com tal tragédia e o que se é perdido além da vida; e no famigerado "e se", explorando o poder das escolhas, da sorte e do acaso...
"- Esse vazio estranho que se cria a partir de bifurcações, do momento em que se escolhe ir para um lado e não para o outro e que..."
- Pág. 10
Ao longo da noite, relembrando as conturbações de seu relacionamento e como se sente em relação a isso enquanto volta pra casa, Lia segue numa divagação profunda e intensa, uma viagem cheia de experiências (que inclusive são um risco pra ela mesma) onde aborda o poder imensurável de se tomar uma decisão, seja ela consciente ou inconsciente, e como ela não apenas define o destino, como molda as pessoas a serem quem elas são.

O livro é narrado em terceira pessoa, com descrições bem trabalhadas e poéticas sobre os elementos da trama, algumas se extendem demais nas descrições e nos "floreios" narrativos, mas é o que dá uma intensidade maior aos sentimentos e às sensações dos personagens. Os capítulos são curtos e entre os destinados à Lia há histórias de outros personagens, de outras épocas, que tem ligações familiares uns com os outros e dão continuidade aos "causos", e que também remetem às consequências de determinadas decisões. A primeira história se passa em 1897, onde acompanhamos João Alexandre, um médico do exército que viveu de perto e sobreviveu à Guerra de Canudos, no interior da Bahia. E a partir daí, os demais capítulos com os outros personagens vão ganhando elementos do que fez parte da história do Brasil, alguns com toques sobrenaturais que lembram muito aqueles contos do interior, passando por assombranção até Lampião. E o mais incrível é o desfecho que liga a autora diretamente aos personagens, mostrando que as decisões tomadas vão, inclusive, impactar na vida de seus descendentes, afinal, não estaríamos aqui se nossos avós, se nossos pais não tivessem se conhecido e tido um relacionamento.

E toda a trajetória desses personagens leva o leitor a refletir sobre questões como "minha vida seria diferente SE eu tivesse feito outras escolhas?", "Hoje eu estaria onde estou SE eu tivesse seguido por outro caminho?" São perguntas cujas respostas não possuímos. Ao fazermos uma decisão, acabamos escolhendo uma coisa e abrindo mão de outra, e como não é possível voltar atrás, não temos como saber o que seria, e nem por isso devemos nos prender ao que poderia ter sido, mas sim viver o presente enquanto lidamos com nossas decisões e suas consequências, sejam elas boas ou não, sem "culpar" o destino. E independente do evento, da ocasião, da situação, são as escolhas que definem o desfecho, e às vezes uma escolha simples (mesmo que não seja um caminho simples pra se tomar) nos liberta do que nos aprisiona.

Resumo do Mês - Dezembro (2021, vai com Deus, meu chapa!)

1 de janeiro de 2022


Eu achei que não fosse dar conta. E admito que deixei muita coisa atrasada e pra última hora. E nem foi só pela falta de ânimo e tempo, mas também procrastinei até não poder mais ao longo do ano. Mas o que importa é que entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Acho que tudo o que deixei de fazer durante o ano eu fiz em Dezembro, mas pra me dedicar às pendências do blog, eu acabei tendo que deixar de fazer algumas coisas que eu devia ou queria ter feito, incluindo enrolar séculos pra arrumar a casa, e até dei uma pausa do Desafio das Décadas senão não ia dar conta de terminar as leituras pra resenhar. Teve livro que comecei a ler no meio do ano mas só fui terminar agora (oie, Destruidor de Mundos!), então dá pra ter noção. Dia 24, por exemplo, tava eu lá na cozinha sofrendo pra fazer as comidas tudo sozinha de um lado, e de outro lado, com o kindle na mão. Um olho no livro e outro nas panelas.

Também fiquei aqui dando graças por minha vó ter ficado uns dias aqui em casa me dando um help, dei conta de tanta coisa que me senti lá no início do blog, quando eu lia de 15 a 20 livros no mês bem tranquila e serelepe, mas depois que a penca foi nascendo e me pondo louca, eu nunca mais pude fazer isso.

Queria poder manter esse ritmo, mas nem vou criar expectativas pra não morrer de frustração.
O Desafio Literário da Seguinte eu só não completei por causa de 1 único livro, que foi o livro que comprei há mais de 2 anos. Poderia ter pegado um livro fininho esquecido na estante e ler rapidão pra contar como feito? Poderia, mas não fiz. Mas já foi um avanço ter chegado até aqui levando em consideração que o Desafio que fiz ano passado eu não cheguei nem perto da metade.

Enfim, pra ano que vem ainda tenho 3 pendências pra poder entregar, com prazo curtíssimo que eu nunca tinha visto na minha vida, então já tô aqui pensando que tô escrevendo demais enquanto o tempo que deveria estar aproveitando pra ler, passa.
E por falar em tempo, até que enfim esse ano acabou, ninguém aguenta mais. Vamo ver se em 2022 a gente pode ter esperança de que as coisas vão melhorar, porque tá difícil...