Caixa de Correio #43 - Setembro

30 de setembro de 2015

 Olá, povo!
Ainda que este mês tenha acontecido a Bienal do RJ e eu ter dado um pulo lá, não aproveitei muitas promoções e o "saldo" de lá foi bem pequeno. Mas isso não quer dizer que eu não tenha aproveitado outras promoções, pra variar.... E nem recebido nossas tão queridas cortesias ♥
Bora espiar tudo que recebi em Setembro?

Ardente | Em Chamas - Sylvia Day

29 de setembro de 2015

Título: Ardente - Em Chamas
Autor: Sylvia Day
Editora: Paralela
Gênero: Romance/Hot
Ano: 2015
Páginas: 217
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Nunca misture trabalho com prazer. Nunca fale de política dentro do quarto. De certa forma, no momento em que me tornei amante de Jackson Rutledge, fiz exatamente essas duas coisas. E não posso dizer que foi por falta de aviso. Dois anos depois, ele voltou. Mas eu não era mais a garotinha que ele havia conhecido, enquanto ele não mudara nada. Ao contrário da última vez em que nos esbarramos, eu sabia exatamente com quem estava lidando… e quão viciante seu toque poderia ser. Só que desta vez eu conhecia as regras do jogo. No ambiente competitivo e impiedoso do mundo dos negócios, há uma regra que vale para todo mundo: mantenha seus inimigos por perto, e seus ex amantes mais perto ainda.

Resenha: Antes de começar a falar sobre a história propriamente dita, gostaria de explicar uma coisa que me deixou bem encucada quando vi o livro. Por que raios esse título estranho "Ardente | Em Chamas"??? A duologia "After" chegou a ser lançada lá fora como 2 livros separados, mas aqui no Brasil a editora optou por seguir o modelo dos 2 livros em 1 único volume, o que achei ótimo, porque mesmo junto ficou do tamanho de um livro "normal".

  +    =  

Agora sim podemos continuar. Apesar de eu ter alguns livros da Sylvia, só tinha lido mesmo Somente Sua. E nessa única experiência com sua escrita gostei bastante. Vá lá que eu digo que estou cansada do padrão "cara rico + mocinha submissa", mas sempre dá pra abrir exceções quando a história é boa.

Os protagonistas, igualmente fortes e complexos, diferenciam-se em sua história de vida. Enquanto Jackson cresceu aprendendo a astúcia do mundo dos negócios e age tranquilamente sem piedade, Giann aprendeu a valorizar o amor e o esforço da família, na qual todos lutavam juntos para que o negócio desse certo.

Depois de um algumas semanas de envolvimento, Jax some, deixando claro que o relacionamento acabou. Gia se reconstrói emocional e profissionalmente e dá a volta por cima. Só que ela não contava que num dos momentos mais importantes de sua carreira Jax fosse reaparecer e colocar seu mundo de novo de ponta-cabeça. Mas agora não vai ser igual a antes. Gianna está com mais cautela e, mesmo rendida aos encantos sexuais de Jax, não deixa de ter um pé atrás com ele. Que segredos ela irá descobrir?

Sylvia seguiu a receita de Crossfire e garantiu o repeteco do sucesso. Sim, estou saturada desse modelo, mas o mercado ainda aceita e as mulheres compram, então a mulher continua escrevendo, né? E em time que tá ganhando não se mexe! E falando nesse sucesso da autora (não li todos, mas sei, rapá!), há uma personagem já conhecida da galera que aparece de novo nessa duologia: Deanna Johnson, a jornalista que todos amam. SQN!

Mesmo sendo um livro hot, há questões além disso sendo trabalhadas, como família e poder. A narrativa em primeira pessoa prende, não nos possibilita acesso aos pensamentos e atitudes de Jax, mas também nos aproxima de Gia - especialmente suas sensações nos momentos quentes.

A Paralela fez um bom trabalho de revisão e diagramação e, como já adiantei, acertou ao trazer o volume único. A capa também é legal porque, apesar do nome sugestivo, não deixa transparecer o conteúdo pela imagem, alívio pras mulheres que não gostam de se expôr em público.

É mais do mesmo? Até que é. Mas dá pra se divertir e ter quenturinhas, afinal estamos tratando de Sylvia Day, né? Pequeno, 2 em 1... vale a pena dar uma chance se você gosta do gênero.

A Sala dos Répteis - Lemony Snicket

28 de setembro de 2015

Título: A Sala dos Répteis - Desventuras em Série #2
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2001
Páginas: 184
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Lemony Snicket é um autor que não pode ser acusado de falta de franqueza. Sabe que nem todo mundo suporta as tristezas que ele conta e por isso - para que depois ninguém reclame - faz questão de avisar: "Se você esperava encontrar uma história tranqüila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado. A história pode parecer animadora no início, quando os meninos Baudelaire passam o tempo em companhia de alguns répteis interessantes e de um tio alto-astral, mas não se deixem enganar...". Os Baudelaire têm mesmo uma incrível má sorte, mas pode-se afirmar que a vida deles seria bem mais fácil se não tivessem de enfrentar o tempo todo as armadilhas de seu arquiinimigo: o conde Olaf, um homem revoltante, gosmento e pérfido. Em Mau Começo ele deu uma pequena amostra do que é capaz de fazer para infernizar a vida de Violet, Klaus e Sunny Baudelaire - e aqui as coisas só pioram.

Resenha: Os personagens e o plot já foram apresentados na resenha de Mau Começo, então essa e as próximas vai acabar sendo um pouco menor. Mas vamos lá... Em A Sala dos Répteis, Lemony também "repele" o leitor logo no prefácio, afirmando que "se você esperava encontrar uma história tranquila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado. [...] Nada impede que você coloque este livro de volta na estante e procure algo mais leve". Com uma introdução assim, dá vontade de desistir, né? SQN!

Dessa vez os irmãos Baudelaire têm um tantinho de alegria no começo, quando vão morar com o tio Monty. Finalmente Violet, Klaus e Sunny têm a liberdade de fazer o que mais gostam: inventar, ler e morder, respectivamente. Mas, como diz o ditado, alegria de pobre dura pouco, e logo e as desgraças começam.
Esperar é uma das coisas difíceis da vida.
Um velho conhecido nosso dá as caras, pra infelicidade dos órfãos. Novamente, em tão pouco tempo, eles precisam lidar com morte, trapaças, conspirações e mais um monte de coisas "de gente grande". O toque especial fica por conta dos répteis (alguém diz pro Lemony que sapo não é réptil, pelamor! meu corassaum doeu). Pra quem tem medo ou aversão a cobras, lagartos e sapos (!), o livro dá uma certa agonia.

O padrão de escrita, ilustrações e outras coisas que me conquistaram no primeiro volume foi mantido neste (e pelo visto nos próximos também). O humor irônico continua presente, as sacadas inteligentes, a tentativa de tradução das "falas" de Sunny... E as tais explicações, que ao mesmo tempo que me fazem rir ajudam a mostrar quão óbvias as coisas são, mas acabamos ignorando por não pararmos pra analisar.

Nesse livro fiquei ainda mais apaixonada pelas crianças, tão espertas e cativantes. E, numa geração tão tecnológica, ter personagens que adoram ler e usam a inteligência para inventar coisas é uma linha fora da curva, um ótimo exemplo pras crianças. Ainda bem que tenho mais 10 livros na companhia deles. ♥

Mau Começo - Lemony Snicket

27 de setembro de 2015

Título: Mau Começo - Desventuras em Série #1
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2001
Páginas: 152
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Mau Começo é o primeiro volume de uma série em que Lemony Snicket conta as desventuras dos irmãos Baudelaire. Violet, Klaus e Sunny são encantadores e inteligentes, mas ocupam o primeiro lugar na classificação das pessoas mais infelizes do mundo. De fato, a infelicidade segue os seus passos desde a primeira página, quando eles estão na praia e recebem uma trágica notícia. Esses ímãs que atraem desgraças terão de enfrentar, por exemplo, roupas que pinicam o corpo, um gosmento vilão dominado pela cobiça, um incêndio calamitoso e mingau frio no café da manhã. É por isso que, logo na quarta capa, Snicket avisa ao leitor: "Não há nada que o impeça de fechar o livro imediatamente e sair para uma outra leitura sobre coisas felizes, se é isso que você prefere".

Resenha: Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel Handler) é um autor do qual já ouço falar há tempos, mas só recentemente pude ler algo dele. E, por mais que as capas da série Só Perguntas Erradas encham os meus olhos, queria entender o fascínio de tantos leitores com as Desventuras em Série.

Se você, como eu, também achava o título um tanto pessimista, é porque ainda não abriu o livro pra ler. Aliás, o próprio autor escreveu no prefácio que “não há nada que o impeça de largar o livro imediatamente e sair para outra leitura sobre coisas alegres”. Só aí você já imagina o que vai encontrar, né?
E como primeiro livro é uma introdução, vou apresentá-los aos nossos protagonistas.
VIOLET BAUDELAIRE tem catorze anos e é uma das maiores inventoras do seu tempo. As engrenagens e alavancas de seu cérebro funcionam a todo vapor.
KLAUS BAUDELAIRE, o irmão do meio, usa óculos, o que pode dar a impressão de que seja amante dos livros. Impressão absolutamente correta. Ele emprega todo o seu conhecimento em decifrar os planos do pérfido conde Olaf.
SUNNY BAUDELAIRE, a mais nova dos três, é ainda um bebê. Seus quatro afiados dentes entram em ação na primeira oportunidade.
E este é o arqui-inimigo dos irmãos Baudelaire: o CONDE OLAF. Homem revoltante, gosmento, pérfido, sobre ele é melhor dizer o menos possível.
Agora devidamente apresentados, vamos à história. Como a sinopse adianta, logo no começo as três crianças recebem a triste notícia de se tornaram órfãs. O incêndio não apenas levou seus pais como também destruiu toda a propriedade que eles consideravam um lar. Por isso, foram obrigados a se mudarem, viverem de favor e se submeterem às mais terríveis condições.
Até que aparece o Conde Olaf, parente distante que se dispôs a ficar com as crianças, mas na verdade está interessado na herança. E ele faz jus ao ditado “nada está tão ruim que não possa piorar”. Quando achamos que as coisas estão caminhando pra uma solução, vem uma reviravolta (e outra, e mais outra) que nos faz perceber que desgraça pouca é bobagem.
A primeira opinião que você tem sobre qualquer coisa pode mudar com o tempo. Eu gostaria de poder dizer para vocês que os Baudelaire estavam enganados nas primeiras impressões que tiveram sobre o conde Olaf e sua casa, como muitas vezes acontece. Mas aquelas impressões de que o conde Olaf era uma pessoa horrível e de que sua casa era um chiqueiro deprimente estavam absolutamente corretas.
A leitura é voltada para o público infantojuvenil, mas conquista leitores de todas as idades muito facilmente. Grande parte disso se deve à interação do texto com o leitor, chamando-o para a narrativa. Pra quem gosta, tem ilustrações em cada início de capítulo, adiantando o que está por vir.
Mas o ponto alto pra mim foram as explicações sobre humor, ironia ou palavras/situações não muito comuns, de modo a facilitar a compreensão da criança que está começando a se aventurar no mundo da leitura. E pra nós, que já estamos acostumados, chega a ser engraçado ler coisas tão óbvias explicadas nos mínimos detalhes.
É muito útil quando se é jovem saber a diferença entre "literal" e "figurado". Se alguma coisa acontece no sentido literal, acontece de verdade; se acontece no sentido figurado, dá a impressão de estar acontecendo. Se você está literalmente pulando de alegria, por exemplo, quer dizer que você está dando saltos no ar porque se sente muito feliz. Se você está pulando de alegria figuradamente, o que isso quer dizer é que você se sente tão feliz que poderia pular de alegria, mas está poupando sua energia para outros fins.
Nem sei o que esperar dos próximos 12 livros, se as crianças vão crescendo (tipo Harry Potter), se é tudo realmente em série, sem muito tempo pra respirar, se mantenho a esperança de que lá no final tudo ficará bem... O importante é preparar o coração e encarar tanta desventura pra 3 pitocos de gente.

Persépolis - Marjane Satrapi

26 de setembro de 2015

Título: Persépolis
Autora: Marjane Satrapi
Editora: Companhia das Letras
Gênero: HQ/Biografia
Ano: 2007
Páginas: 352
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares. Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

Resenha: Aqui no LC venho tentando sair da minha zona de conforto, e com Persépolis não foi diferente. Não costumo ler biografia, não entendo muito de HQ, costumo não me interessar por assuntos políticos... Mas depois de ler algumas resenhas positivas sobre esse livro, a curiosidade bateu e ficou.
Confesso que minha primeira impressão foi totalmente desconstruída. Quando vi a capa, sem ler a sinopse, juro que enxerguei algo como uma Batgirl. shame on me Mas o conteúdo se revelou algo muito mais profundo.
Uma mulher, já formada, politicamente engajada, visita o seu passado e nos mostra como é viver a infância no Irã, se mudar na adolescência para a Europa e retornar para o país de origem já como adulta. Tratar de choque cultural, repressão e liberdade seria bem mais complicado se ela não soubesse incluir o humor com maestria em sua narrativa.


Contar a história em forma de quadrinhos foi uma ótima estratégia para nos aproximar da realidade de Marjane. O que inicialmente era algo tão complexo e forte foi abordado com leveza, levantando reflexões sobre política, identidade, família, cultura, religião. Foi totalmente diferente de quando vejo notícias pela internet ou televisão, imagens tão distantes que parecem ser apenas ficção ou algo do tipo “é longe demais pra me afetar”. Fui absorvida pelo choque de realidade, um tapa na minha cara.
Creio que se a autora optasse por narrar sua história como texto corrido, muitos leitores que pensam como eu - um certo "preconceito" com biografias - sequer teriam se interessado na leitura, mas a proposta lúdica atraiu, distraiu e conquistou.

Não sou referência pra falar de HQ, mas gostei das ilustrações. São todas em preto e branco, com traços simples, mas significativos. O livro é grossinho, mas dá pra ser lido bem rápido não só por ser em quadrinhos, mas porque envolve o leitor.
Se você é daqueles que prefere a telona, que tal conferir a adaptação? O longa de animação é de 2007 e, assim como o livro, é todo em preto e branco. Chegou a concorrer ao Oscar de Melhor Animação (perdeu pra Ratatouille), então já sabe que é legal.

Valeu muito a pena ter saído da caixinha e me arriscado nesse livro. Leitura recomendada pra qualquer tipo de leitor pela mensagem linda de igualdade e coragem que traz.

Belas Mentiras - M. Leighton

25 de setembro de 2015

Título: Belas Mentiras - Pretty Lies #1
Autora: M. Leighton
Editora: Record
Gênero: NA
Ano: 2015
Páginas: 280
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Inocente, pura e doce, Sloane sempre foi superprotegida pela família, mas ela jurou a si mesma que, ao completar 21 anos, tudo seria diferente. E, quando o relógio bate meia-noite, Sloane está pronta para sair do casulo e quebrar algumas regras. O jovem Hemi tem vários talentos, mas manter o controle, infelizmente, não é um deles. Acostumado a fazer o que sempre quis, nunca precisou se importar muito com as consequências de seus atos. Até que uma tragédia mudou para sempre sua vida. Agora ele tem apenas uma missão, e nada é capaz de afastá-lo de seu objetivo... Até conhecer Sloane. Mas nada que Sloane e Hemi viveram até hoje foi capaz de prepará-los para o que está por vir. Quando essas duas almas problemáticas se encontram, a conexão é imediata, e eles não têm outra escolha a não ser mergulhar em um mundo de loucura, paixão e devassidão. Porém, os dois têm algo a esconder, e logo vão descobrir que a tentação está nos pequenos detalhes. E é nos pequenos detalhes também que se encontram as mais belas mentiras.

Resenha: Belas Mentiras é o primeiro volume da série Pretty Lies escrita pela autora M. Leighton e publicado no Brasil pela Editora Record.
Sloane sempre foi protegida pela família e criada com todo o cuidado do mundo. A família, composta pelo pais e três irmãos policiais, a enxerga como alguém delicada, inocente e que deve ser tratada como uma princesa que estivesse em perigo. Dessa forma ela nunca teve liberdade para fazer nada que tivesse vontade, nunca pôde sequer falar palavrão sem ser punida e nunca pôde se aproximar de garotos pois seus irmãos afastavam e apavoravam qualquer um. Assim, quando completou seus vinte e um anos, Sloane decidiu que estava pronta para quebrar essa redoma que sua família construiu sobre ela, mostrar que poderia andar com as próprias pernas e ter alguma independência, e sua primeira atitude "ousada" foi procurar um estúdio de tatuagens, o Ink Stain. E foi assim que ela conheceu Hemi, o tatuador. A atração é inevitável, ela não conseguia tirar os olhos dele e ela não imaginou que eles teriam uma ligação instantânea e muito intensa... Mas Hemi, pois mais que tenha percebido os olhares da garota, parece esconder segredos que envolvem seu passado e, ainda que isso o torne ainda mais sedutor aos olhos de Sloane, se envolver com a jovem não parece ser uma boa ideia. Ele inclusive não quer se envolver com ninguém para que isso não atrapalhe seus objetivos. A família dela, como era de se esperar, não aprova o rapaz. Mas quando a família começa a sofrer ameaças e a correr perigo, e Hemi parece ter algum envolvimento com isso, as coisas fogem do controle. Os objetivos dois dois passam a ter interferências e nenhuma mentira é capaz de mascarar um passado cheio de problemas.

Devido a sua criação rígida, Sloane é certinha e ingênua demais e é exatamente o tipo de garota que Hemi quer evitar a todo custo. Ele sempre preferiu mulheres mais experientes, aquelas que sabem o que querem e das quais ele não precisa ensinar nada, que o deixem sem que ele precise mandá-las embora. Mas a medida que as sessões da tatuagem de Sloane vão tomando prosseguimento, os dois vão se conhecendo melhor e descobrem que possuem interesses em comum.
Ainda que inocente, Sloane com essa ideia de se soltar das amarras é bastante corajosa, mas é cheia de dilemas envolvendo a família, a perda da mãe, a super proteção do pai e dos irmãos e pela questão de ainda ser virgem. E tudo isso acaba fazendo com que sua vontade de provar que já é adulta e que pode ser dona do próprio nariz seja, muitas vezes, um fracasso, já que nem sempre ela optava por tomar uma atitude inteligente.
Os demais personagens, ainda que insuportáveis ou nada simpáticos, foram muito bem construídos mas como a história é focada em Sloane e Hemi, eles acabam ficando em segundo plano.

O livro é narrado em primeira pessoa alternando entre Sloane e Hemi e é muito bem escrito. A leitura é envolvente, fluída e conquista logo de cara mas talvez por ser um New Adult e já ter elementos conhecidos, como a mocinha virgem que decide radicalizar a vida fazendo coisas que ninguém esperava e se envolvendo intensamente com um bad boy com passado negro e cheio de segredos, a impressão que fica é a de deja vú. Por mais que a ideia de ler sobre pensamentos sórdidos envolvendo assuntos sexuais vindos de alguém tão sexy e provocante seja tentadora, não há muita inovação. Tudo acaba sendo previsível e recheado de clichês mas curti a ideia da autora em unir duas pessoas, que são completamente o oposto uma da outra, pela paixão que eles possuem por arte.
Senti que o drama criado por trás de todo aquele desenvolvimento gradual do envolvimento dos protagonistas não foi forte o bastante pra tornar a história inesquecível e ainda se concluiu muito rápido. Foi algo que funcionou mais como um pano de fundo de uma história sobre um casal que tem química mas precisa enfrentar obstáculos e abrirem mão de coisas que não tinham intenção inicialmente para ficarem juntos. Mas só pela escrita da autora e a forma como me mantive presa à leitura já valeu a pena.
Não decidi ainda se gostei do final do livro. A autora decidiu encerrar a história para que os próximos volumes possam tratar dos dilemas de outros personagens e ao que tudo indica o outro vai trazer o irmão de Hemi.

A capa é bem bonita e ainda dá um ar de mistério e sensualidade ao mesmo tempo. A páginas são amarelas, a diagramação é simples, os capítulos são bem curtos com o nome do personagem da vez no começo e não encontrei erros.

Pra quem gosta do gênero, recomendo muito, mas acho válido ressaltar que outros romances do tipo devem ser "desconsiderados" para que a leitura seja melhor aproveitada a fim de evitar comparações.

Becky Bloom em Hollywood - Sophie Kinsella

24 de setembro de 2015

Título: Becky Bloom em Hollywood - Becky Bloom #7
Autora: Sophie Kinsella
Editora: Record
Gênero: Chick lit
Ano: 2015
Páginas: 560
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Americanas | Submarino | Saraiva
Sinopse: Los Angeles, reduto das celebridades mais famosas do mundo, de estilo de vida enlouquecedor e perdulário, cenário perfeito para que Rebecca Brandon (ex-Bloom) possa realizar suas fantasias mais glamorosas. E é para lá que ela e a família vão quando seu marido Luke é contratado para cuidar da carreira da famosa atriz Sage Seymour - e para Becky isso é um sinal de que ela está destinada a ser produtora de moda da badaladíssima celebridade e, quem sabe, também das maiores estrelas de Hollywood. Mas, assim que chega a LA, Becky descobre que sua rotina não será apenas de luxo e glamour. Alicia, uma rival do passado, também está na cidade. E o pior, é a queridinha das mães da concorridíssima pré-escola de Minnie. E o sonho de cuidar do look de Sage parece mais difícil do que ela imaginava. Até porque Luke vive adiando apresentar as duas. Então, por uma manobra do destino, Becky tem a chance de produzir a arqui-inimiga da atriz, e isso pode trazer alguns probleminhas. Pré-estreias, vestidos de gala, muitos paparazzi à sua volta, aulas de ioga e infinitas compras na Rodeo Drive. Claro que isso não acontecerá sem muitas encrencas e confusões. Será que Becky está mesmo perto de conseguir tudo o que sempre sonhou?

Resenha: Becky Bloom em Hollywood é o sétimo volume da série Becky Bloom escrita pela autora Sophie Kinsella e publicado no Brasil pela Editora Record.
Ainda que o livro faça parte de uma série, não é obrigatório ler todos os livros na ordem certinha para entender o que se passa. Obviamente quem optar por ler fora de ordem irá se deparar com alguns spoilers, mas nada que realmente estrague a surpresa, pelo menos não na minha opinião. Eu não li alguns volumes e não achei que isso tenha mudado minha opinião sobre a série e sobre a protagonista mais maluca e divertida da literatura estrangeira.
Becky, a pessoa mais viciada em compras do mundo, está de volta com seu carisma, falta de noção e muito estilo. Luke Brandon, seu marido, foi contratado para ser assessor da famosa atriz Sage Seymour e a ideia de se mudar para Hollywood faz Becky acreditar que seu destino é se tornar produtora de moda não só da nova cliente do marido, como de várias celebridades, vivendo no meio do luxo e do glamour. Mas assim que ela chega na cidade, percebe que as coisas seriam bem diferentes do que ela imaginou... Situações inesperadas e muita confusão é o que aguarda Becky nesse volume da série.

O livro é narrado em primeira pessoa de forma bastante fluída e com muitos toques de bom humor. Acompanhamos Becky tentando viver um sonho em que ela acredita que tudo o que ela sempre desejou está, enfim, diante de seus olhos, como se tudo fosse fácil e acessível. Ela sente necessidade de fazer parte desse mundo de celebridades mas acaba não tendo muita noção das coisas, não enxerga que sua vida pessoal e profissional poderão ser alvo de confusões e intrigas pois, por ser muito sonhadora, ela age no impulso e de forma impensada, acreditando que o que ela quer vai acontecer do dia pra noite como mágica.

Becky é completamente surtada e não admite seu problema com compulsão em comprar. Talvez isso seja alguma válvula de escape para compensar outras frustrações, mas vendo a protagonista investindo em coisas fúteis e inúteis o tempo todo faz com que o leitor perca a paciência e queira estapeá-la. Devido a esse jeito maluco dela é que a história se desenrola, pois uma pessoa desprovida de senso como ela só pode se meter nas piores confusões... Quando há um objetivo em vista ela parece usar um tipo de viseira que a impede de avaliar a situação e as consequências daquilo de acordo com suas escolhas, e isso chega a ser bem irritante.
Luke é um amor de pessoa. Ele é objetivo, realista e não deixa se influenciar por nada. Sua vida não gira em torno de dinheiro e quando ele quer algo ele luta pra conseguir em vez de esperar que as coisas aconteçam.

A participação de Alicia na história, inicialmente, me fez imaginar que tudo o que estava ruim se tornaria ainda pior, mas ela não teve tanto destaque na história.
Os demais personagens são hilários, bem construídos e com personalidades distintas. Todos encantam com suas particularidades, principalmente Suze, a melhor amiga de Becky.
Eu gostei da leitura ainda que não tenha considerado o melhor volume da série. Achei que a questão do segredo envolvendo o pai de Becky foi bem apresentada ainda que não tenha sido esclarecida e talvez a falta de um final é que me fez ficar com um pé atras. Geralmente os livros de Becky possuem pontos que ficam em aberto e são resolvidos ao longo da trama, mas a impressão que tive aqui é que houve uma inserção de coisas novas que ficaram sem resposta e quem quiser saber vai ter que esperar o próximo livro, e essa "obrigação" é algo que me soa forçado e não aprovo muito pois prefiro enredos fechados.

A capa e a lombada seguem o mesmo estilo de cores e fontes dos livros anteriores, mas a ilustração propriamente dita foge um pouco do padrão. É uma graça, confesso, e adorei os detalhe de estrelinhas prateadas.
A diagramação é simples, as páginas são brancas e a fonte é grande. Durante a leitura nos deparamos com cartas, relatórios e até notas fiscais das compras exageradas de Becky.

Becky Bloom em Hollywood foi uma leitura super agradável e bastante rápida. Pra quem procura por uma série do gênero Chick lit que apresenta uma personagem completamente desvairada mas que mesmo não sendo perfeita é super divertida, recomendo.

Rotina & Rabisco - Bruna Vettori

23 de setembro de 2015

Título: Rotina & Rabisco
Autora: Bruna Vettori
Editora: Agir Now
Gênero: Inspiração/Amor/Autoajuda
Ano: 2015
Páginas: 180
Nota: ★★★★★
Sinopse: Este não é um livro qualquer.
É um espaço de memórias e sonhos, um mundo de possibilidades. Aqui você vai se encontrar em páginas repletas de histórias, ilustradas por mim e feitas para você. Este é um livro sobre todos nós e sobre o jeitinho com que levamos a nossa rotina. O Rotina & Rabisco é um livro para inspirar, sonhar, fazer acontecer. Feito para gente sensível, que ri sem motivo e gosta de ver o lado bom das coisas. Estamos felizes de te ver por aqui! Então entra e fica à vontade, que a vida é toda nossa. ♥

Resenha: Falar ou pensar num livro cute não é suficiente para tentar passar a ideia de Rotina & Rabisco, projeto da autora e ilustradora (e fofa) Bruna Vettori publicado pela Agir Now.


Rotina & Rabisco é um livro pequenininho na questão de tamanho, mas na questão do conteúdo, além de adorável, é grandioso. Ele é feito com mensagens que nos fazem refletir sobre o que importa nessa vida, com frases inspiradoras apresentadas numa tipografia descolada e várias ilustrações fofas que são capazes de colocar um sorriso nos nossos lábios, dar sentido aos nossos pensamentos, fazer nosso dia se tornar mais leve e lembrar que, mesmo que a vida não possa ser feita de sonhos, acreditar no melhor é algo totalmente possível e que deve ser feito com frequência.


Algumas páginas são interativas, podemos listar várias coisas, desde o que nos faz bem, o que nos inspira, o que nos motiva e até o que temos de bom, fazendo com que o livro se torne parte do nosso dia-a-dia.
Qualquer atitude que sirva para trazer um pouco de alegria às nossas vidas, seja em forma de pequenos gestos ou até mesmo em forma de palavras que formam pequenos versinhos inspiradores e que enchem nossos corações, é mais do que bem vinda, e se acreditarmos que a vida pode ser mais bonita e colorida, ela vai ser... Um pensamento positivo é capaz de mudar tudo!


Um livro pra ler e reler, dar de presente, pra ficar na memória, pra ser levado na bolsa e consultado diariamente, mesmo que seja aos poucos, com propósito de diversão, incentivo, dar um suspiro ou um sorriso, e saber que a felicidade está nas pequenas e mais simples coisas da vida, e muitas vezes diante de nossos olhos.

A Escolha Perfeita do Coração - Bianca Briones

22 de setembro de 2015

Título: A Escolha Perfeita do Coração - Batidas Perdidas #1,5
Autora: Bianca Briones
Editora: Verus
Gênero: Romance/New Adult
Ano: 2015
Páginas: 154
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Viviane e Rafael enfrentaram uma montanha-russa de emoções em As batidas perdidas do coração, antes de finalmente se entenderem e conseguirem o que tanto queriam: ficar juntos para sempre. Agora, dois anos depois, esse recomeço está longe de ser tranquilo. Os fantasmas de Rafael o assombram, e Viviane, mais uma vez, precisa lutar para mostrar que ele mesmo é seu único inimigo. O que fazer quando a pessoa que você ama é uma força autodestrutiva? Como redimir alguém que não acredita ser digno de redenção? É possível amar a pessoa que mais te magoou? Até onde vale a pena lutar por um amor? Esta é a chance de Rafael e Viviane aprenderem que a mesma pessoa que pode partir seu coração em mil pedaços é capaz de juntar os estilhaços e fazer você se sentir inteiro outra vez.

Resenha: A Escolha Perfeita do Coração, escrito pela autora nacional Bianca Briones e publicado pela Verus, dá continuidade à história do primeiro livro da série Batidas Perdidas, As Batidas Perdidas do Coração (resenhado pelo Lucas aqui no blog). Diferente do segundo livro, O Descompasso Infinito do Coração que engloba outros personagens, é recomendado que este seja lido após a leitura do primeiro, pois pra quem gostou do casal Viviane e Rafael e ficou com vontade de saber um pouco do que aconteceu depois de tudo o que eles passaram juntos até se reencontrarem, agora vai ter essa oportunidade, pois enfim eles terão a chance de se acertarem em busca da felicidade.

A narrativa do livro segue o padrão dos demais da série, em primeira pessoa e alternando entre os pontos de vista dos protagonistas e, além das referências musicais de pop e rock que encontramos ao longo da história, cada início de capítulo traz um trecho de alguma música que, de certa forma, tem a ver com a situação em que os personagens se encontram. A escrita da autora continua perfeita, cativante, poética, cheia de frases de impacto e carregada de sentimentos intensos e que mexem com nossas emoções, e posso dizer que foram exatamente esses detalhes que me fizeram gostar do livro. Acredito que a volta de Vivi e Rafa serviram mais como forma de matar a saudade ou a curiosidade dos leitores, já que no livro anterior o final é bem fechado e não deixa gancho algum para uma continuação. Confesso nem ter suspirado tanto pelo livro devido a história propriamente dita pois pra mim não houve nada de realmente novo, mas sim em como Bianca Briones consegue dar uma verdadeira aula do que é, ou pelo menos o que deveria ser, esse sentimento que é o amor. Acho inclusive que muitos que ficam se lamentando ou sofrendo pelos cantos deveriam ler o que a autora escreve, pois quem sabe assim tenham um pouco de senso e tomem um choque de realidade para mudarem de atitude e de vida em vez de esperarem a felicidade bater a porta...

Os personagens estão mais maduros, mais conscientes de seus atos e isso faz com que queiram fazer tudo diferente para que as coisas possam dar certo no final. Todos somos humanos e estamos passíveis de erros. Às vezes, só aprendemos com as dificuldades que a vida nos impõe, mas isso não significa fraqueza ou fracasso... Toda experiência é uma forma de nos deixar mais fortes e mais sábios, e cabe a nós mesmos fazermos as melhores escolhas sempre seguindo as batidas do nosso coração...

Confiram alguns quotes que separei abaixo. As palavras dizem por si só o que quero expressar...

"O amor é uma contradição. A mesma pessoa que pode partir seu coração em mil pedaços é capaz de juntar os estilhaços e fazer você se sentir inteira outra vez."
- Pág. 7
"Ser um sobrevivente não é passar por uma situação difícil e seguir em frente. É resistir quando o fantasma do seu passado retorna e quer te arrastar para a escuridão que você viveu um dia."
- Pág. 21
"O amor e a dor caminham juntos. Não dá pra ter um sem o outro. Porque amar implica saber perder o que amamos, e, por mais que esse ainda seja meu maior medo, é inevitável."
- Pág. 146


O Primeiro Marido - Laura Dave

21 de setembro de 2015

Título: O Primeiro Marido
Autora: Laura Dave
Editora: Bertrand
Gênero: Romance/Chick lit
Ano: 2015
Páginas: 308
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Annie Adams acredita ter tudo. Ela atravessa o mundo escrevendo sua coluna de viagens e acredita que seu relacionamento de cinco anos com o cineasta Nick é perfeito... Até ele resolver deixá-la. Pouco depois, Annie conhece Griffin, um charmoso e atencioso chef de cozinha, diferente de Nick em quase todos os sentidos. Ela rapidamente se casa com ele e os dois se mudam para uma pequena cidade rural no Massachusetts.
Uma vez lá, no entanto, ela percebe o quão pouco conhece Griffin e acaba se perguntando se o relacionamento é pra valer ou se o casamento às pressas foi pura e simplesmente um equívoco. Quando Nick retorna, pedindo uma segunda chance, Annie fica dividida entre o marido e o homem com quem tivera a intenção de casar-se e é forçada a escolher entre um deles.

Resenha: O Primeiro Marido, escrito pela autora laura Dave e publicado no Brasil pela Bertrand conta a história de Annie Adams, uma jornalista de trinta e dois anos que escreve a coluna "Fechando a Conta", onde ela fala sobre viagens em geral dando várias dicas aos leitores, e que, por isso, trabalha viajando pelo mundo. Seu emprego é uma maravilha e sua vida é invejável. Ela tem uma superstição baseada no filme "A Princesa e o Plebeu" e acredita que sempre que assiste ao dito filme, nem que seja parte dele, alguma tragédia lhe acontece. Seus pais já se separaram, ela já perdeu um emprego, já perdeu móveis num incêndio e tudo isso acontece sempre depois que ela assiste ao filme.
Ela namora Nick há cinco anos e tudo parece estar perfeito... Até que ela assiste o bendito filme e na manhã seguinte Nick, que na noite anterior havia lhe feito juras eternas de amor, decide terminar o namoro por causa de outra pessoa...

Coincidência ou não, Annie fica arrasada pois não esperava ser trocada dessa forma. O momento é tão difícil que sua alternativa é recorrer a Jordan, sua melhor amiga, e também irmã de Nick...
Depois de esfriar a cabeça, ela decide sair e conhece Griffin, um chef de cozinha super charmoso e bastante atencioso que é o completo oposto de Nick. Eles engatam num romance rápido e sério, e, ainda que mal se conheçam por tudo ser muito recente, acabam se casando!
Ao se mudarem para uma cidadezinha do interior, onde Annie não conhece nada nem ninguém, vários problemas começam a acontecer deixando sua vida de pernas pro ar e ela fica entre a cruz e a espada, principalmente porque Nick retorna e resolve pedir uma nova chance.
Agora Annie deve escolher entre Nick, seu antigo amor com quem planejava construir uma vida, e Griffin, seu marido que ela mal conhece e que a faz pensar se o casamento as pressas não passou de um grande erro.
"Quando tudo se torna confuso, difícil e complicado, a verdade é a primeira a ser sacrificada, não é mesmo? Todos tentam ocultá-la, modifica-la ou consertá-la. Como se consertar os fatos pudesse tornar a situação menos confusa, difícil e complicada, não piorá-la."
- Pag. 9
O livro é narrado em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Annie, então ficamos limitados ao que se passa em sua cabeça, quais são os seus sentimentos e sua forma de percepção das coisas.
Com toques bem humorados, cheio de cenas de confusão total em que a protagonista de mete e com bastante ironia, a história, ainda que não seja tão original assim, cumpre com o papel de entreter.
Em diversos momentos me peguei torcendo por Annie fazer as melhores escolhas para que ela pudesse sair da furada em que se meteu, usando tudo o que viveu como exemplo para não se deixar levar para uma situação em que fosse se ferrar. Gosto quando há um personagem por quem eu deseje tudo de bom, e Annie foi exatamente alguém que eu queria que de desse bem por achar que ela não merecia passar por poucas e boas apenas por uma decisão impensada e sem segundas intenções.
O livro é curto e de leitura rápida. A escrita da autora é bastante fácil mas alguns trechos da história parecem ter sido construídos às pressas e faltou um pouco mais de explicações ou até diálogos que pudessem facilitar o desenrolar das coisas.

Uma coisa que não me agradou muito foi o fato do que posso chamar de "submissão" de Annie, pois ao se casar ela abre mão de tudo o que havia conquistado quando resolve apostar no desconhecido, e ainda que, às vezes, seja bom dar um passo assim na vida para mudá-la radicalmente quando as coisas não vão tão bem como queremos, não acredito que tais escolhas devam ser feitas de forma tão impensada assim, afinal, um casamento não é uma brincadeira de casinha e temos que, no mínimo, conhecer bem a pessoa que escolhemos para dividir a vida, dessa forma não somos pegas de surpresa quando o passado, por ironia do destino, resolve bater a nossa porta...
Livros que tratam de relacionamentos, principalmente os conturbados, na maioria das vezes fazem com que as leitoras se identifiquem com a protagonista e seus problemas, e essa sensação "familiar" acaba tornando a história bastante real aos olhos de quem lê, e acho que este livro é um exemplo ótimo disso.

Falando da parte gráfica, a capa é simples mas com detalhes que a deixam a coisa mais linda. A claquete, que faz referência aos filmes, tem tudo a ver com a história e os corações ao fundo possuem aplicação em verniz fazendo com que fiquem brilhantes, tendo destaque sobre a capa fosca. O título é em alto-relevo e também de destaca sobre o objeto. As páginas são amarelas e a diagramação é simples. A fonte é grande e o espaçamento entre as linhas e das margens externas também são  muito bons.

Esse é o tipo de livro em que é possível absorver a ideia de que devemos sempre investir em quem somos, sem pensar em mudar nosso jeito ou abrir mão dos nossos sonhos em prol de alguém, refletindo sobre as coisas que queremos só por acreditarmos ser algo bom, mesmo que não seja... Assim, acho que O Primeiro Marido é um livro que mostra que erros e acertos fazem parte da vida e que só podemos ter certeza do que queremos e se aquilo tudo vale a pena se partimos para a descoberta através da própria experiência... Pode ser que dê tudo errado, mas... e se der certo?

Uma Pitada de Amor - Katie Fforde

20 de setembro de 2015

Título: Uma Pitada de Amor
Autora: Katie Fforde
Editora: Record
Gênero: Romance/Chick lit
Ano: 2015
Páginas: 400
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva
Sinopse: Uma aspirante a cozinheira em um programa de TV. Um jurado muito atraente. Um amor proibido.
Quando Zoe Harper conquista uma cobiçada vaga em um reality show de culinária, ela mal pode esperar para pôr suas habilidades à prova. Sua principal motivação é o prêmio em dinheiro: um valor que certamente a ajudaria a abrir sua tão sonhada delicatéssen.
No entanto, ela logo percebe que a competição vai muito além da cozinha. Cher, outra concorrente, está disposta a tudo para ganhar, incluindo jogar seu charme para cima dos jurados. E as coisas se complicam ainda mais quando Zoe percebe que está se apaixonando por um deles: o incrivelmente sexy Gideon Irving. Com tudo o que está em risco, os dois têm muito a perder caso se envolvam, algo que parece cada vez mais inevitável.
De repente, Zoe percebe que há mais em jogo do que apenas canapés, cupcakes e técnicas de corte. Uma pitada de amor é um livro engraçado e doce na medida certa.

Resenha: Uma Pitada de Amor, escrito pela autora Katie Fforde e publicado no Brasil pela Editora Record conta a história de Zoe Harper, uma aspirante a cozinheira que consegue uma vaga para participar de um reality show de culinária. O que a motiva para participar do programa é o dinheiro que poderia ganhar, pois assim poderia realizar seu sonho de abrir sua própria delicatéssen, mas a competição não é nada daquilo que ela imaginou, principalmente quando ela percebe que uma das participantes é uma completa bitch, e um dos jurados exerce um incrível poder de atração sobre ela... Gideon Irving, um crítico gastronômico muito famoso nesse meio, e muito sexy também.
Quando Zoe chega a Somerby, a propriedade onde a equipe da produção faria as filmagens ela é recebida por Fenella. Ela e o marido Rupert são os donos da casa que mais parece um palácio e mal sabem o que fazer com ela. Alugar seria uma boa pois o dinheiro seria bem vindo então resolveram entrar nessa. Muito inquieta com o novo ambiente e com a ideia de participar do programa, Zoe resolve dar um passeio e esbarra em Gideon, e é aí que tudo começa...

Narrado em terceira pessoa com foco na protagonista Zoe, acompanhamos uma comédia romântica despretensiosa e bastante original sob uma escrita fluída, direta e super convidativa. A história leva o leitor aos bastidores de uma competição culinária e a autora consegue descrever com maestria a tensão dessa competição passando com bastante realidade o funcionamento de um programa do tipo.
O romance desabrocha lenta e gradualmente do decorrer do concurso e tudo mantém um ritmo certo para manter o leitor preso à história. Os personagens são bastante bem construídos, cheios de carisma (exceto Cher, claro), com personalidades e objetivos distintos.
Zoe é atenciosa e altruísta e está sempre pronta a ajudar os outros ainda que ela se meta em situações complicadas e de risco. Só achei ela muito passiva em aceitar todas as sacanagens vindas de Cher.
Mas isso não a torna boba, muito pelo contrário. Zoe ajuda os outros por ser generosa e ter um coração bom e, justamente por ela ser uma boa pessoa, ela cativa e faz com que o leitor torça por ela e anseie por seu final feliz.

Gideon está na competição como jurado, com o objetivo de ser imparcial, mas uma série de coisas faz com que ele e Zoe de aproximem. Talvez pela narrativa não focar muito em seu personagem acabamos não tendo muita noção de suas intenções, mas seu bom caráter fica evidente e ele desperta a nossa simpatia, tanto pelo poder e influência que exerce no meio culinário quanto por sua sinceridade.

Cher... O que dizer dessa cretina? A impressão é que ela é o tipo de personagem insuportável que é criada com um único propósito: atrapalhar e infernizar. E a autora conseguiu atingir o objetivo com ela. É a personagem odiável que leva os demais personagens ao extremo e a vontade é de sacudi-la feito um boneco até ela virar do avesso. E ela ser colega de quarto de Zoe só fez com que o desejo de matá-la aumentasse.
Acho válido destacar a personagem Fenella e seu barrigão de grávida, pois o desenvolvimento da amizade dela com Zoe é algo que deu um toque agradável e completou a história de uma forma super bacana. Ela e Rupert são os personagens mais adoráveis da história pois, além de hospitaleiros, são engraçados e muito queridos por todos.

Vou assumir que o que me fez optar pela leitura desse livro foi a capa. A ilustração é uma graça e tem tudo a ver com a história. A especialidade de Zoe são as sobremesas então ao longo do livro nos deparamos com bolos e outros tipos de doces que só me fizeram ficar com água na boca, principalmente porque sou uma completa formiga ambulante e não vivo sem um docinho.
Talvez pelo fato de realitys shows que envolvem o meio culinário estarem em alta no momento, o livro pode até ser considerado como algo que está dentro da "moda", mas ainda assim recomendo ir nessa onda e investir na leitura pois Uma Pitada de Amor é um chick lit adorável e bem humorado, que inova ao mesclar a culinária ao romance num cenário campestre aconchegante e super convidativo.

A Casa das Marés - Jojo Moyes

19 de setembro de 2015

Título: A Casa das Marés
Autora: Jojo Moyes
Editora: Bertrand
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2015
Páginas: 476
Nota: ★★☆☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Na década de 1950, uma cidade litorânea chamada Merham é dominada por uma série de austeras regras socias. Lottie Swift, acolhida durante a guerra e criada pela respeitável família Holden, ama viver ali naquela cidade, mas Célia, a filha legítima do casal, não vê a hora de ultrapassar os limites da cidade.
Quando um excêntrico grupo de artistas se muda para Arcádia, a velha mansão art decó construída de frente para o mar, as meninas não resistem à tentação de se aproximarem deles. Mas o choque para os moradores de Merham é inevitável e acaba por desencadear uma série de acontecimentos que terão consequências trágicas e duradouras para todos.
Quase cinquenta anos depois, no início do século 21, Arcádia começa a ser restaurada, voltando à vida e, mais uma vez, trazendo à tona intensas emoções. E a magia que permeia a mansão faz com que os personagens confrontem suas lembranças e se perguntem: É possível deixar nosso passado para trás?

Resenha: A Casa das Marés foi o segundo livro escrito pela autora inglesa Jojo Moyes. O livro havia sido publicado no Brasil em 2007 pela Bertrand e agora foi relançado com novo projeto gráfico a fim de manter o padrão das capas que trazem vetores de silhuetas num cenário bem minimalista.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Lottie havia sido acolhida e adotada como filha pela tradicional família Holden. Célia, a filha do casal, sempre considerou Lottie como amiga e irmã e elas sempre compartilhavam segredos, mantinham uma amizade sincera e viviam várias aventuras na cidade litorânea de Merham por mais problemas que elas pudessem ter. Lottie gosta da cidade como ela é, diferente de Célia, que tem muita curiosidade para ultrapassar os seus limites.

Mas tudo muda quando novos moradores chegam a cidade. O grupo de artistas composto por pessoas bastante excêntricas se muda para uma velha mansão conhecida por Arcádia na cidade, e as meninas logo ficam curiosas e se aproximam, afinal, é quase inacreditável que, numa cidade onde os moradores são conservadores e seguem as rígidas regras sociais a risca, apareça pessoas despreocupadas e liberais que iria surpreender a todos alí. A proximidade que as meninas criam com os recém chegados é o suficiente para causar um choque nos moradores, o que desencadeia uma série de eventos em suas vidas e na vida de todos.
Cinquenta anos mais tarde, Daisy, uma mulher que foi abandonada pelo marido, é contratada para restaurar a mansão Arcádia, que foi vendida e estava prestes a ser transformada num hotel. Voltando ao cenário inicial da história, nos deparamos com uma cidade que parece ter ficado estagnada com relação aos costumes, além dos personagens cujas lembranças trazem à tona sentimentos que há muito tempo estavam guardados...

O livro é narrado em terceira pessoa e começa de forma muito lenta, alternando a visão dos fatos de forma que cada personagem ganhe foco, logo o leitor tem uma visão ampla e geral sobre os acontecimentos e os sentimentos envolvidos mas sem se prender a um único pensamento em particular.
Ainda que Casa das Marés tenha sido seu segundo livro, a autora já demonstrava ter uma habilidade muito boa ao fazer descrições, tanto dos cenários quanto das emoções e sentimentos dos personagens, então é perfeitamente possível imaginar e visualizar a dita cena como se fosse algo real, mas acho que a autora pecou pelo excesso nesse livro...
A primeira parte da história se passa nos anos 50 e é praticamente destinada a apresentar os personagens pois a atmosfera da época propriamente dita não é muito explorada.
Lottie ama a vida que tem, é grata à família que lhe acolheu e presa por sua amizade com Célia.
Célia é o tipo de personagem que quer ir além e não se contenta em viver numa cidadezinha sem perspectivas. A família Holden, assim como os demais moradores da cidade, são zelosos e vivem da forma mais convencional possível.

De forma geral, a história é boa, ou pelo menos a ideia dela, mas na minha opinião houve muita enrolação pra ser contada. Se uma história pode ser contada em 100 páginas, não vejo motivo para se gastar 400, Acho que quando detalhes que não fazem diferença no desenrolar da trama são inseridos, a sensação que fica é a de perda de tempo, principalmente quando a história é regada de clichês que não fazem muito sentido. Em diversos momentos me peguei questionando os motivos que levaram a personagem a nutrir um sentimento tão intenso por alguém que ela mal conhece, qual a intenção de se forçar um tipo de triângulo amoroso sem respaldos para ser crível, por que a história remete a uma novela mexicana onde os personagens fazem um escarcéu aumentando um pequeno problema fazendo com que pareça o fim do mundo ou por que motivo existem personagens que parecem não ter um propósito ou relevância e ainda assim estarem alí com o livro chegando no fim. E nem a jogada de mesclar passado com presente foi suficiente para me fazer vibrar ou me manter tão interessada nos problemas que viriam a ser desencadeados e como seriam resolvidos.
A ideia parece ser mostrar um sentimento que sobrevive ao tempo e a distância, mas muitas coisas são descartadas e esquecidas, inclusive personagens que pareciam ter alguma relevância, e o leitor fica sem saber o que aconteceu. Há uma insistência muito grande em descrições, mas pouco aproveitamento no desenvolvimento, então o que devia importar acaba não convencendo.

O novo projeto gráfico foi uma aposta excelente da editora, pois dessa forma as capas mantém um padrão criando uma "identidade" para os livros da autora. As páginas são amarelas, a diagramação é simples e a revisão é perfeita.

Confesso que não foi um livro que me pegou, fiquei com aquela sensação de ter algo incompleto e acredito que pode ser um pouco problemático criarmos expectativas quando lemos os livros de Jojo de forma desordenada. Talvez eu tivesse gostado mais da história e da leitura em si de A Casa das Marés se não tivesse tido experiência com seus livros posteriores primeiro, assim, talvez, poderia apostar no talento da autora e acompanhar gradualmente seu desenvolvimento e melhoria em criar histórias, que começam como um meio de entretenimento um tanto quanto entediantes, enrolados e até vazios, e partem rumo aos exemplos de vida que tocam o leitor a ponto de fazê-los se debulhar em lágrimas...

Starling - Lesley Livingston

18 de setembro de 2015

Título: Starling - Starling #1
Autora: Lesley Livingston
Editora: Jangada
Gênero: YA/Fantasia
Ano: 2014
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Mason Starling é campeã de esgrima da equipe da Academia Gosforth, mas nunca teve de lutar por sua vida. Não até a noite em que uma violenta tempestade sobrenatural assola Manhattan, aprisionando Mason e seus colegas de equipe dentro da escola. Mason é atacada por criaturas horrendas, com forma vagamente humana, mais aterrorizantes que os trovões e raios, enquanto a tormenta traz para a vida dela um perigoso desconhecido: um jovem que não se recorda de nada além de seu nome - Fennrys, o Lobo. A chegada desse garoto misterioso faz em pedaços o mundo de Mason, ao mesmo tempo que uma atração inegável surge entre eles. Juntos, eles tentam desvendar os segredos da identidade de Fenn, enquanto forças estranhas e sobrenaturais se adensam à volta deles. Quando descobrem que a família de Mason, com sua obscura ligação com antigos deuses nórdicos, é a chave de todo o mistério, Fennrys e Mason subitamente se veem diante de um futuro catastrófico: o Ragnarök - ou o fim do mundo, como o conhecemos.

Resenha: Starling é o primeiro volume da trilogia homônima escrita pela autora Lesley Livingston e publicado no Brasil pelo selo Jangada do Grupo Pensamento.
Mason Starling, ou Mase, é uma jovem vinda de uma família rica e poderosa, mas a riqueza da família nunca foi algo com que ela se importasse. Sua paixão é o esgrima, ela é campeã da equipe da Academia Gosforth e sua maior vontade era entrar na equipe nacional. Durante um treinamento rotineiro, uma tempestade anormal e assombrosa atingiu Manhattan e todos ficaram trancados na academia, mas o que eles não imaginavam era que essa tempestade seria responsável por trazer criaturas sobrenaturais e horrendas que atacariam Mase e o grupo. Criaturas que claramente não pareciam pertencer a este mundo. A vida de Mason, Calum, Rory, Heather e Toby nunca mais seria a mesma após a confusão que se seguiu. A tormenta não trouxe apenas criaturas terríveis: Fennrys veio do nada e ajudou o grupo a se defender das criaturas. Durante o ataque, Calum foi ferido e Fenn usa magia para curá-lo, mas não sabe como conseguiu fazer tal feito. Resta ao grupo tentar desvendar quem é esse misterioso rapaz pois ele não se lembra quem é, de onde veio e porque sabe de coisas que quase ninguém sabe. Uma coisa é certa: atração entre Mason e Fenn é evidente e recíproca. Mas essa atração que eles têm um pelo outro não é nada se comparado ao que vem por aí... A família Starling não representa somente status e fortuna na sociedade... Uma antiga e terrível profecia sobre o Ragnarök foi feita e a família está diretamente envolvida. Nem tudo o que Mase acreditou até agora pode ser mesmo verdade, e nem todas as pessoas que ela acredita conhecer é quem ela pensa ser... O fim do mundo se aproxima e resta a Mase e Fenn fazerem de tudo para impedir essa catástrofe.

Antes de mais nada, por mais que a sinopse não revele, o subtítulo "O Despertar dos Filhos de Odin" já demonstra de forma bastante clara que o leitor irá se deparar com uma fantasia urbana cuja mitologia nórdica, grega e até a egípcia são elementos que se fazem presentes.
A narrativa é feita em terceira pessoa e podemos ter uma visão dos acontecimentos a partir do que acontece com cada personagem envolvido na trama. Claro que os secundários são mais esporádicos e senti falta de um aprofundamento maior, mas se tratando do primeiro livro, gosto de pensar que é algo introdutório e que os demais livros trarão mais informações.

Ainda que o enredo e o envolvimento dos personagens sugira um triângulo amoroso, Starling é um livro onde o tema central não é movido pelo romance, e isso me agrada bastante pois, sempre que a história se passa num cenário onde há risco de mortes e fim do mundo, me pego pensando se a situação é favorável o bastante para que os personagens descubram, fiquem de namorinho ou vivam um grande amor. Não acho que o romance possa ser definido como um triângulo porque mesmo que Mason tenha uma quedinha por Calum, fica difícil compartilhar um interesse quando alguém lindo, misterioso e habilidoso aparece fazendo qualquer coisa por você...
A atração de Mason e Fenn é algo real, é fato que o interesse amoroso exista e é algo recíproco, mas não me pareceu muito convincente que, às vezes, Mason suspeitasse da verdadeira índole de Fenn, sem saber se ele realmente era confiável ou se representava algum risco, mas ainda assim ficar sozinha com ele em vários momentos ou se comportasse como se ele fosse seu único e verdadeiro amor.
Fenn é aquele personagem forte e corajoso, tem seus medos e inseguranças, está tentando se lembrar de sua história ao mesmo tempo em que corre contra a profecia, e ainda se preocupa em proteger Mase ou simplesmente lhe fazer sorrir. Chega a ser fofo.
Gostei da construção de Mase em partes, pois ainda que ela tenha crescido sem saber desse mundo cheio de criaturas que ela desconhecia, ela não se comporta como a mocinha indefesa que espera que os homens partam pra salvar o mundo enquanto as mulheres se escondem em casa. Ela é inteligente e costuma usar a lógica nessas questões de conflito extremo, e em vez de se esconder quando as coisas ficam feias, ela é corajosa o bastante para colocar suas habilidades em prática. Mas é uma pena que o relacionamento com Fenn, pelo menos se for baseado em algumas impressões que ela tem dele, tenha sido algo um pouco contraditório pra mim. Eu pelo menos jamais ficaria sozinha ou acreditaria que um cara misterioso de quem não sei nada e ainda desconfio que possa ser um perigo pra mim é minha alma gêmea... Mesmo que esse cara tenha toda uma pose de protetor macho e feroz...
Os demais personagens tem as devidas importâncias. Alguns vão irritar, outros vão despertar nossa simpatia quando menos esperamos e o conjunto de todos eles de forma geral foi satisfatório no contexto da história.

A profecia é bem construída e bastante apavorante e Mase parece não ter a menor noção do real perigo em que está se metendo... Pelo menos não ainda...
Enfim... O desenvolvimento da trama é um pouco enrolado e confuso, e algumas vezes repetitivo, e, devido aos interesses dos personagens diante do legado do deus Odin, não é possível saber o lado que cada um está. Ficamos sempre na dúvida sobre as suas intenções e objetivos, então ainda há bastante coisa pra se explorar e desenvolver...
Os momentos de lutas, assim como aqueles em que os personagens descobrem alguma coisa importante, foram ótimos, pois os conflitos vão sendo apresentados aos poucos (talvez a amnésia de Fenn tenha sido bastante conveniente nesse ponto, claro) e amarrados de acordo com o que vai acontecendo mas as cenas que trazem romance não são as melhores e pra mim foram bem monótonas. O problema maior é ter expectativas com relação a ação se nos basearmos no ataque inicial que já é apresentado logo no início do livro. Há reviravoltas, há ação, há surpresas e revelações inacreditáveis, mas fiquei com a sensação de que as coisas iam esfriando a medida que a história se desenrolava.

Com relação a parte impressa, a capa é bem chamativa e bonita mesmo que não tenha detalhes que a destaque, como relevo ou verniz. A diagramação é simples, os capítulos são numerados com números romanos e iniciados com letra capitular, as páginas são amarelas e não percebi erros na revisão.

Em suma, Starling tem uma ótima premissa e a ideia de uma história sobrenatural baseada em mitologia é incrível e bastante atraente para quem gosta de fantasia. En garde!

Garota Imperfeita - Simmone Howell

17 de setembro de 2015

Título: Garota Imperfeita
Autora: Simmone Howell
Editora: V&R
Gênero: YA
Ano: 2015
Páginas: 320
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva
Sinopse: Essa é a história de Sky e sobre como ela vai encontrar seu lugar no mundo. Um lugar onde não existem garotas perfeitas e onde tudo possui a trilha sonora certa. Sky não é mais uma menina, mas os outros personagens dessa história não estão prestando atenção nesse fato.
Sua mãe foi embora, seu irmão demanda toda a atenção e seu pai permanece imerso na loja de vinis e no passado. Em meio a tantos acontecimentos, o leitor é guiado pelo olhar de Sky pelas descobertas da vida, seus conflitos e problemas, nem sempre muito fáceis de se resolver.
Ela nos mostra como a vida real pode ser complexa, como os arranjos de uma música, cheia de altos e baixos, mas nunca sem a beleza de todos os acordes reunidos em seu ritmo próprio.

Resenha: Skylark, ou Sky, não é uma garota perfeita e muito menos tem uma vida perfeita. Com uma família disfuncional - onde sua mãe não é nada mais do que uma voz ao telefone, seu pai, mesmo que esteja envolvido com sua loja de discos, tem problemas com bebidas e está imerso no passado, e um irmãozinho que precisa de toda atenção -, a garota parece ainda não ter entendido seu papel no mundo. Ela está crescendo, amadurecendo e se tornando mais do que uma simples garotinha, mas isso parece ser um fator do qual ninguém está prestando a mínima atenção.
E esta é a história sobre como ela vai se descobrir e se encontrar, onde conhecemos um pouquinho mais sobre Sky e o que podemos aprender com ela...

Garota Imperfeita é um YA contemporâneo narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Sky. A escrita é bastante fácil e fluída e até poética em alguns trechos. A história é ambientada em Saint Kilda, um subúrbio de Melbourne, Flórida, cuja área é uma das mais coloridas da cidade. Acredito que a escolha de tal ambiente foi algo intencional por parte da autora visto que, antigamente, devido à depressão, o lugar era um verdadeiro reduto de prostitutas, oportunistas e pessoas miseráveis, mas desde os anos 90 teve seu espaço modificado de forma que o que era periferia se tornasse um espaço nobre, a chamada gentrificação. Tal informação acerca do cenário poderia até ser irrelevante, mas a definição de Saint Kilda acaba adquirindo um caráter distinto dentro da história parecendo ser um reflexo do que a família de Sky representa além de uma verdadeira dicotomia, pois alguns pontos refletem o passado decadente e precário do subúrbio enquanto de outro lado podemos ver a parte nobre, cheia de elegância cujas propriedades valem milhões. Tal contraste, que ainda caracteriza a área, é retratado pela autora com bastante fidelidade, que aborda temas delicados e polêmicos como a exploração sexual, o abuso de drogas e até a falta de moradia. Mesmo que parte do subúrbio tenha sofrido uma mudança econômica, ainda existe essa disparidade onde alguns possuem privilégio sobre os que estão em desvantagem e isso é bastante perceptível dentro do ambiente onde a história se passa. É como se o cenário fosse um personagem que seguisse por toda a história sendo essencial para seu desenvolvimento. As discotecas, as ruas, os imóveis e todos os elementos compõe uma atmosfera incrível, e somando tudo à loja de discos de Bill, o pai de Sky, tudo parecia bastante real. A sensação é de nostalgia pois o que parece é que a história acaba fazendo uma grande homenagem às músicas de antigamente, que se tornaram clássicas e marcantes na época.
Outro ponto a ser destacado é o que se refere a parte musical. Há diversas referencias musicais presentes na história, até mesmo pela icônica loja de discos em seu centro, e o que parece é que a música é tecida através do livro como uma verdadeira extensão dos personagens e do próprio cenário fazendo com que a trilha sonora seja algo vivo e que não só acompanha, mas que integra a trama.

Sky é uma garota que se sente deslocada, não tem muitos amigos, gosta de usar roupas masculinas e é bastante inteligente e observadora. Ela parece estar travada entre quem está ao seu redor, ainda mais por manter uma admiração excessiva por sua amiga, Nancy, que é descolada e chega a ofuscar os outros com seu brilho e magnetismo. Em meio aos personagens com personalidades tão distintas, Sky parece não ter descoberto seu lugar no mundo pois mal tem certeza sobre onde se encaixa. Ela precisa lidar com a família desajustada onde seu pai fora preso no passado e hoje é alguém bastante desligado. O alcoolismo do pai é retratado e aceito pela filha como uma falha de caráter permanente. Gully, o irmão mais novo de Sky, sempre curioso e aspirante a detetive, nunca tira sua máscara de focinho de porco, um presente de sua mãe do qual ele se agarra e se recusa a tirar.

Os demais personagens são ótimos pois cada um deles possuem influência sobre a protagonista no que diz respeito as decisões que ela toma para si, no que descobre ao longo de sua jornada e no desenvolvimento do seu caráter, colaborando para que ela chegue ao seu propósito. Os personagens não são pessoas ruins, por mais que alguns pareçam ser. São humanos suscetíveis a qualquer erro.
A autora trata de assuntos delicados sem que a leitura se torne pesada. Não é fácil explorar temas como manipulação, alcoolismo, solidão e luxúria e ainda manter o nível da leitura fluído e leve, pois ainda que a história não parece ser daquele tipo pra se levar a sério, ela tem um conteúdo bastante substancial. Acredito que qualquer livro que aborde a vida como ela é, com todos os defeitos e falhas que podem haver, não pode ser só entretenimento. Alguma lição fica, algo com que possamos nos identificar e usar como exemplo para nós mesmos também.

Garota Imperfeita aborda relacionamentos. A família ganha destaque, ainda que alguns se vão e outros fiquem. A história nos lembra que existem pessoas, muitas vezes indefesas e inocentes, com quem devemos nos preocupar e proteger, que amizades são relacionamentos frágeis dos quais criamos expectativas de que permanecerão intactos por toda a vida. E sem deixar de considerar a música e a relação que mantemos com ela, principalmente quando funciona como uma válvula de escape pra nos desligarmos dos problemas que enfrentamos na vida. É um livro sobre mudanças e sobre o quão importantes essas mudanças são em nossas vidas, e posso afirmar que é um livro que todos deveriam ler.

Novidades de Setembro - Novo Século (Novos Talentos)

21 Dias nos Confins do Mundo - Henry Jenné
Mais do que um roteiro de viagem cruzando a Patagônia, “21 Dias nos Confins do Mundo”, lançado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira, do Grupo Editorial Novo Século, é um livro de ficção baseado em fatos reais vivenciados por Henry Jenné.  O escritor leva o leitor a acompanhá-lo por uma jornada fantástica, atravessando desertos e cruzando montanhas, lagos, glaciares, estreitos de mar e ilhas sem fim. Em várias paradas, é possível conhecer nos pequenos povoados da região os descendentes dos povos ancestrais da Terra do Fogo.
“Desde criança fui fascinado por mapas. Por volta dos 8 anos, passei a me interessar pelo extremo sul da América. Passava horas estudando um pequeno e velho mapa que ganhei do meu avô, olhando com atenção cada pedaço de terra naquela longa faixa de terra que apontava em direção ao Polo Sul”, escreve Henry Jenné em seu site.
Seu sonho acabou se realizando depois de 30 anos, quando Jenné resolveu abdicar da carreira de administrador para dedicar-se integralmente a um outro projeto almejado: ser escritor em tempo integral.
“21 Dias nos Confins do Mundo” é o primeiro fruto dessa nova fase. Com um belo arranjo entre realidade e ficção, o livro costura fatos históricos e curiosos, induzindo o leitor a se lançar na emocionante aventura que é se descobrir no mundo.

Entre Corações - Isadora Raes
Na obra de Isadora Raes, a leitora é levada a acompanhar a luta de Jonas para reerguer a fazenda da família. Com seu jeito ousado, o rapaz acabou conquistando bons amigos e alguns inimigos, entre eles Jack Monteiro, um poderoso fazendeiro que domina a região com mão de ferro. A história se complica de verdade quando Jonas esbarra na caçula da família Monteiro, a atrevida e sensual Mônica, que tem o poder de mexer com a cabeça dos homens. Os dois, orgulhosos, entram em conflitos que passam a permear a história, enquanto seus corações querem apenas paz e amor.

Separada & Dividida - Clélia Gorski
Alice, personagem central do livro “Separada & Dividida”, da jornalista Clélia Gorski, lançado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira, é uma assessora de imprensa que decide dar a volta por cima em sua vida logo após o término de seu casamento. Com a responsabilidade de cuidar de três filhos, um bebê de um mês e duas gêmeas de cinco anos, Alice começa a reavaliar seu papel no mundo atual, onde a mulher precisa se desdobrar em inúmeras funções, sem quebrar o salto e se descabelar no meio da jornada diária.
Com uma linguagem leve e divertida, a autora leva o leitor a perceber que poderia trocar o nome Alice por Beatriz, Ana ou Daniela sem a menor interferência para o enredo: “A história da personagem é também um pouco da minha, das amigas, das colegas de trabalho. Frente as mil tarefas diárias – mãe, motorista, enfermeira, profissional, gestora da casa – precisamos nos multiplicar para dar conta de tudo. E, mesmo assim, ainda ficamos com receio de não conseguir”, diz a jornalista Clélia Gorki.
Entretanto, cansada de tanta sobrecarga de tarefas, Alice acaba por perceber que está deixando de lado a sua feminilidade e começa a resgatar algumas características próprias do seu gênero: ser mais acolhedora, por exemplo. Ela não quer ser mais a supermulher moderna, poderosa e heroína. Alice que ser apenas uma nova mulher.

Déjà vu - Rafael Vital
Acordar cedo todos os dias e sair para enfrentar a maratona diária faz parte da rotina de Rafael Vital, de seu personagem Fabrício e de milhões de pessoas que moram em São Paulo, cidade que é uma das maiores metrópoles do mundo.
E foi nas ruas abarrotadas da cidade, trabalhando como taxista, que surgiu “Déjà vu”, o livro de estreia de Rafael Vital, lançado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira. Na obra, o personagem Fabrício vê sua rotina afetada quando descobre que os misteriosos sonhos que têm desde criança, com pessoas desconhecidas, na verdade, são visões que podem vir a acontecer.
A realidade parece querer fugir de seu controle quando Fabrício começa a sonhar que sua namorada Juliana é sequestrada. O rapaz, então, inicia uma luta desesperada para se antecipar ao futuro e salvar a namorada da tragédia. Porém, um grande problema se interpõe em seu caminho: como encontrar os cenários e as pessoas desconhecidas que, de uma maneira confusa, interagem em seus pesadelos aparentemente de forma desconexa?

São Thomé das letras: as visões de Eric Leriner - Gabriel Aragão
Com uma narrativa sólida, capaz de penetrar na cabeça do leitor e causar interesse da primeira à última página, o mineiro Jorge Lemos lança seu terceiro livro, “São Thomé das Letras: as visões de Eric Leriner”, pelo selo Talentos da Literatura Brasileira da Novo Século Editora.
A imaginação de Eric Leriner, aluno do terceiro ano de Física, adquirira, de forma espontânea, condições de libertar-se, atravessar a parede da realidade e de levá-lo a lugares inesperados, onde passou a interagir com seres e situações distantes de seu cotidiano.
Sua maior aventura aconteceu a partir do encontro com uma jovem incomum que o aguardava abrigando-se da chuva, rente à pedra da Bruxa em São Thomé das Letras. Uma história ora sagrada ora profana passada em lugares que mudam de paisagem e posição a todo instante.

Rebirth: os novos Titãs - Bianca Landim
A autora Bianca Landim deu vida aos personagens do livro em 2008, depois de uma viagem à Grécia. Ganharam retoques anos depois, quando foi a vez de o Egito ser visitado. A última etapa da jornada foi a Índia, onde viajou de trem por oito dias. O resultado está em “Rebirth: os novos titãs”, recém publicado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira, da Novo Século Editora.
No livro, quatro crianças foram postas nos caminhos imortais dos deuses do Olimpo e, delas, uma nova geração de titãs surgiu, mostrando-se incrivelmente mais poderosa que os primeiros – derrotados por Zeus e seus irmãos –, e até mesmo que os próprios deuses!
Missões lhes foram atribuídas e mundos imortais foram conhecidos, dando-lhes sabedoria, poderes e novos aliados. Acima de tudo isso, o amor único foi alcançado e suas origens, desvendadas, fazendo dos titãs uma nova ordem no Olimpo, com Zeus e os outros deuses, conhecidos como os Doze Olimpianos.

Theo: o primeiro nome da morte - Gabriel Aragão
Em seu primeiro livro “Theo: o primeiro nome da morte”, lançado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira da Novo Século Editora, o mineiro Gabriel Aragão narra a vida um jovem comum sob a ótica do protagonista e do narrador.
Na trama Theo descobre o amor, é cercado de amigos e enfrenta das maiores banalidades aos mais complexos conflitos e ritos da passagem para a vida adulta. Possui, porém, uma alma voraz, movida a ódio e sedenta por justiça. Essa sede o leva a ser policial. Ele conhece, então, a vida nua e crua, aprende a relativizar certo e errado e tem que confrontar seus valores.
Desiludido, deixou a vida levar-lhe ao Direito. Já advogado, em um meio corrupto e ardiloso, conviveu com todos os tipos de pressão, deixando seus ímpetos muito mais perigosos; o extremo da violência e da razão disputando uma só alma.

As nove peças - Ana Luiza Von
Em seu livro, Ana Luiza leva o leitor a acompanhar as aventuras de Catherina, adolescente de 15 anos que, apesar da pouca idade descobre que foi escolhida como guardiã de seu pequeno planeta, integrante de uma das inúmeras galáxias do Universo infinito.
A vida da jovem guardiã e de seus amigos corre perigo. Entretanto o grupo não tem outra saída a não ser enfrentar o ardiloso vilão que pretende dominar o espaço sideral. O poder de Catherina e de seus jovens companheiros  está na união, pois acreditam que, juntos, serão mais fortes que o mal e conseguirão salvar os nove mundos à beira da destruição. A cada passo, Catherina se encontrará em uma encruzilhada e só terá como arma sua inteligência para vencer o poderoso tirano. Como em um imenso jogo de xadrez, cada jogada tem de ser muito bem pensada pela guardiã. E cada descoberta poderá ser decisiva para o xeque-mate.

Tiac: a torre de Babel - Gabriel Ract
Neste eletrizante romance de ficção,  os anjos, criaturas celestes consideradas os verdadeiros guardiões da humanidade,  se revelam seres arrogantes e hostis depois de descobrirem que não havia um lugar para eles após a derradeira destruição da Terra.
Sem lugar para ficar, os anjos rebeldes resolvem investir em um milenar projeto humano: a construção de uma torre de Babel.
Depois de dez anos, com a edificação da torre avançando a passos largos, Dário, um escravo de 15 anos, não vê nada pela frente a não ser sofrimento, dor e morte. Irônico e extremamente  pessimista frente à falta de perspectiva da pequena parcela que sobrou de humanos escravizados, Dário se destaca entre seus pares por não acreditar em nenhum tipo de futuro promissor para ele ou para quem quer que seja.  Entretanto, o jovem escravo nem desconfiava o quanto poderia estar enganado.

Uma tragédia de solidão - Matheus Moori Batista
O romance retrata a luta Albert O’Brien para sobreviver no sistema prisional da Califórnia.
Em meio a gangues sangrentas, psicopatas como vizinhos, carcereiros tão brutais quanto os presos e as privações da mente em um mundo claustrofóbico –, sua família enfrentará uma ameaça ainda mais perturbadora.  Por que ele está aqui? Tem alguma coisa a ver com os monstros de seu passado? Conseguirá sobreviver, física e mentalmente, ao seu novo tormento?

Um vez você, uma vez eu - Diego Martello
Na trama, Marcos e Willian, pai e filho, tentam se reconciliar após anos de desentendimento. Em paralelo, Eva, mulher de Willian, quer a todo custo engravidar, o que frustra o casal. A partir da visão do interior de cada um, esses personagens terão de reconfigurar o modo de pensar para enfrentar os seus conflitos. Nessa fase tão conturbada para todos, reflexões acompanham cada segundo da trajetória deles.
Narrada de forma surpreendente, provocativa e crítica, esta obra não tem a pretensão de apresentar soluções para os problemas enfrentados, mas, sim, mostrar as armadilhas de nosso fluxo de consciência, para compreendermos que as soluções dos problemas dependem, muitas vezes, da forma como se lida com as ilusões, ou, ao contrário, como se enxerga verdadeiramente a realidade.

O poder de um grande amor - Matheus Soares da Silva
No livro, o leitor conhecerá Gisele, adolescente inteligente, meiga, que se muda da capital para uma cidade do interior. Ali começa a descobrir um novo mundo, novos conceitos, novos olhares. E um desses olhares é o de João Pedro, rapaz atencioso, dedicado, que está disposto a conquistar o coração da jovem que encantou os rapazes da cidade e despertou a inveja de algumas garotas.
Um amor que enfrentará a sociedade, a manipulação dos pais por status e interesses econômicos e a crueldade dos invejosos. A história mostra o quão importante é a construção diária do amor e da amizade, pois é neles que encontramos força e refúgio.

Nas proximidades do amor - Ligia Ortiz
Na trama, após ser traída pelo noivo, Nalu Alcântara Hanz, uma jovem e atraente publicitária, faz de tudo para preservar seus sentimentos. Passado o pior, vê em Caio uma ilha segura e mantém seu coração a salvo de ser quebrado novamente.
Tudo parece perfeito. Mas quando sua vida esbarra com Alec, uma bagunça deliciosa acontece, balançando suas estruturas e questionando suas regras. Alec está determinado a ficar com Nalu, que só recua de suas aproximações. Contudo, não se foge da verdade, ela sempre aparece.