Esse mês foi magrinho, mas o que recebi era tão desejado que valeu por uma caixa recheada. O volume 4 da serie Outlander, o box da primeira temporada de Game of Thrones, e o popineo exclusivo e maravilhoso do Sirius Black foram mais do que o suficiente pra me deixar super alegre e satisfeita.
Espia só:
A Rainha das Trevas - Anne Bishop
30 de janeiro de 2019
Título: A Rainha das Trevas - As Joias Negras #3
Autora: Anne Bishop
Editora: Arqueiro
Gênero: Dark Fantasy
Ano: 2017
Páginas: 512
Nota:★★★★★
Resenha: Vários anos se passaram desde o final do segundo livro, Jeanelle agora é a jovem Rainha de Ebon Askavi e protege as terras de Kaeleer contra as sacerdotisas de Terreille, Hekatah e Dorothea, que espalham crueldade e caos por onde passam. Jeanelle se encontra numa situação um tanto delicada, pois a guerra é iminente e o rastro de destruição e morte é praticamente inevitável.
Não dá pra falar muito da história sem soltar spoilers, então, pra não estragar a surpresa, preferi falar das minhas impressões gerais. O livro é dividido em duas partes e a narrativa parte dos pontos de vistas dos personagens secundários, onde a visão deles mostra detalhes sobre a protagonista. Isso limita o leitor a saber detalhes sobre Jaenelle que os outros sabem, mas achei esse formato bem interessante. Assim como os volumes anteriores, a história traz um enredo complexo acerca de uma sociedade comandada por uma corte de mulheres que têm escravos sexuais, o que rende algumas cenas bem bizarras, mas, ainda assim, dentro do contexto daquela sociedade, o que torna a prática compreensível.
A primeira parte fica destinada ao desenvolvimento dos personagens ao estarem reunidos a fim de combater o mal, e isso acaba sendo bastante interessante, principalmente porque Daemon retorna do Reino Distorcido e finalmente poderá reencontrar Saetan, seu pai, Lucivar, seu irmão, e claro, Jaenelle, sua amada. Ele também não vai medir esforços para se vingar de Dorothea.
Um ponto bacana pra ser comentado é sobre o romance entre Jaenelle e Daemon. Ele foi destinado a ser o amante dela desde o princípio, mas Jaenelle não se importa com nada relacionado a sexo depois do trauma que ela sofreu há vários anos e que a marcou ainda no primeiro livro. Mas como ele a ama, ele não vai desistir de lutar por ela, para que ela se interesse de verdade por algo que está reservado aos dois, e a forma como esse relacionamento foi construído e desenvolvido acaba sendo um ponto bem interessante de se acompanhar.
A segunda parte já vai abordar os detalhes da dita guerra, e como Jaenelle precisará tomar decisões que irão interferir diretamente nesse problema, e independente do caminho que ela seguir, nenhum deles ficará livre da necessidade de um grande sacrifício.
Os detalhes são feitos de uma forma bem minuciosa, e em alguns pontos penso que a autora pecou pelo excesso, mas o enredo acaba sendo tão envolvente e cheio de sensualidade, que é possível relevar, principalmente se levarmos em consideração que há um guia onde podemos consultar informações sobre as Joias e a hierarquia das personagens. Mesmo com tantas informações de fácil acesso, a leitura deste livro, e dos anteriores da trilogia, requer uma atenção a mais devido a complexidade e aos inúmeros detalhes, mas depois que a gente se acostuma com o estilo de narrativa da autora, é impossível não continuar preso a esse universo incrível.
A edição do livro é super caprichada, e a capa vazada dispensa comentários, de tão linda.
Pra quem procura por uma trilogia fantástica e bastante original, que fala sobre vingança, traições, lealdade, amor e muitas emoções, é leitura mais do que indicada.
Autora: Anne Bishop
Editora: Arqueiro
Gênero: Dark Fantasy
Ano: 2017
Páginas: 512
Nota:★★★★★
Sinopse: Incapazes de atingir Jaenelle, a jovem Rainha, os membros corruptos dos Sangue fazem um jogo perverso de diplomacia e mentira, procurando destruir aqueles que sempre deram tudo por ela, e revertem as culpas para o seu tutor, Saetan, que passa a ser visto como a maior das ameaças ao poder instituído. Com Jaenelle como Rainha, a chacina do povo e a profanação das terras irá terminar. Porém, onde se fechou uma porta poderá abrir-se uma janela, e mesmo que Jaenelle possa contar com os seus aliados, talvez não seja suficiente: só um terrível sacrifício poderá salvar o coração de Kaeleer.
Resenha: Vários anos se passaram desde o final do segundo livro, Jeanelle agora é a jovem Rainha de Ebon Askavi e protege as terras de Kaeleer contra as sacerdotisas de Terreille, Hekatah e Dorothea, que espalham crueldade e caos por onde passam. Jeanelle se encontra numa situação um tanto delicada, pois a guerra é iminente e o rastro de destruição e morte é praticamente inevitável.
Não dá pra falar muito da história sem soltar spoilers, então, pra não estragar a surpresa, preferi falar das minhas impressões gerais. O livro é dividido em duas partes e a narrativa parte dos pontos de vistas dos personagens secundários, onde a visão deles mostra detalhes sobre a protagonista. Isso limita o leitor a saber detalhes sobre Jaenelle que os outros sabem, mas achei esse formato bem interessante. Assim como os volumes anteriores, a história traz um enredo complexo acerca de uma sociedade comandada por uma corte de mulheres que têm escravos sexuais, o que rende algumas cenas bem bizarras, mas, ainda assim, dentro do contexto daquela sociedade, o que torna a prática compreensível.
A primeira parte fica destinada ao desenvolvimento dos personagens ao estarem reunidos a fim de combater o mal, e isso acaba sendo bastante interessante, principalmente porque Daemon retorna do Reino Distorcido e finalmente poderá reencontrar Saetan, seu pai, Lucivar, seu irmão, e claro, Jaenelle, sua amada. Ele também não vai medir esforços para se vingar de Dorothea.
Um ponto bacana pra ser comentado é sobre o romance entre Jaenelle e Daemon. Ele foi destinado a ser o amante dela desde o princípio, mas Jaenelle não se importa com nada relacionado a sexo depois do trauma que ela sofreu há vários anos e que a marcou ainda no primeiro livro. Mas como ele a ama, ele não vai desistir de lutar por ela, para que ela se interesse de verdade por algo que está reservado aos dois, e a forma como esse relacionamento foi construído e desenvolvido acaba sendo um ponto bem interessante de se acompanhar.
A segunda parte já vai abordar os detalhes da dita guerra, e como Jaenelle precisará tomar decisões que irão interferir diretamente nesse problema, e independente do caminho que ela seguir, nenhum deles ficará livre da necessidade de um grande sacrifício.
Os detalhes são feitos de uma forma bem minuciosa, e em alguns pontos penso que a autora pecou pelo excesso, mas o enredo acaba sendo tão envolvente e cheio de sensualidade, que é possível relevar, principalmente se levarmos em consideração que há um guia onde podemos consultar informações sobre as Joias e a hierarquia das personagens. Mesmo com tantas informações de fácil acesso, a leitura deste livro, e dos anteriores da trilogia, requer uma atenção a mais devido a complexidade e aos inúmeros detalhes, mas depois que a gente se acostuma com o estilo de narrativa da autora, é impossível não continuar preso a esse universo incrível.
A edição do livro é super caprichada, e a capa vazada dispensa comentários, de tão linda.
Pra quem procura por uma trilogia fantástica e bastante original, que fala sobre vingança, traições, lealdade, amor e muitas emoções, é leitura mais do que indicada.
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Resenha
Wishlist #63 - Funko Pop - Despicable Me
28 de janeiro de 2019
Embora não seja da Disney, Meu Malvado Favorito é uma animação muito bacana que trouxe personagens super cativantes e inesquecíveis. O vilão Gru acabou conquistando o coração da galera quando mostrou que pode ser bonzinho com o devido empurrãozinho, e nem preciso falar da caçulinha Agnes, que com seus ataques de fofura fez com que todo mundo quisesse apertá-la ou ter um unicórnio tão fofinho.
A Funko lançou alguns dos personagens das continuações da primeira animação, mas como o foco recaiu sobre os Minions, a wishlist dessa saga ficou bem reduzida, já que não sou muito fãs dos amarelinhos e achei os popinhos deles bem judiados. Só lamento por não ter saído os pops das irmãs da Agnes pra compor o trio da confusão, e lamento também que o preço deles já não ser tão camarada quanto gostaria...
A Funko lançou alguns dos personagens das continuações da primeira animação, mas como o foco recaiu sobre os Minions, a wishlist dessa saga ficou bem reduzida, já que não sou muito fãs dos amarelinhos e achei os popinhos deles bem judiados. Só lamento por não ter saído os pops das irmãs da Agnes pra compor o trio da confusão, e lamento também que o preço deles já não ser tão camarada quanto gostaria...
Na Telinha - As Memórias de Marnie
27 de janeiro de 2019
Título: A Viagem de Chihiro (Omoide no Marnie)
Produção: Studio Ghibli
Elenco: Kasumi Arimura, Nanako Matsushima, Susumu Terajima
Gênero: Animação/Drama
Ano: 2015
Duração: 1h 44min
Classificação: Livre
Nota:★★★★☆
Anna é uma garotinha de doze anos que foi criada por pais adotivos depois que perdeu os pais e a avó. Ela sofre de asma e tem muitos problemas de comunicação a ponto de se isolar, evitando se socializar com outras crianças.
Depois de sofrer um ataque asmático muito forte e ter a saúde abalada, ela é enviada para a casa dos tios no interior para ter um contato maior com a natureza e respirar os novos ares do campo. Até que Anna se depara com uma mansão dos sonhos, e lá ela conhece Marnie, uma garotinha que parece ser tão solitária quanto ela. Logo elas criam um laço muito forte de amizade e cumplicidade, mas há um mistério que paira em volta de Marnie e da mansão, e, aos poucos, Anna vai encontrar respostas.
Como eu adorei a Viagem de Chihiro, resolvi pesquisar sobre as demais animações do Studio Ghibli, e As Memórias de Marnie foi o que mais me chamou a atenção. Assim como o primeiro, este, embora não tenha elementos fantasiosos, vai mostrar a jornada de uma garotinha que está em busca de algo que vá preencher um enorme vazio dentro de si mesma.
A solidão, assim como o sentimento de exclusão, que Anna sente é algo bem triste, e através de seu comportamento percebemos o quanto a menina precisa de ajuda para não definhar. Ela passa os dias desenhando e observando outras crianças, mas se fechou numa bolha individual impedindo que outras pessoas se aproximem, porém ela ainda não se deu conta de que a falta de aproximação dos outros é pelo fato de ela mesma não dar nenhuma brecha para que isso aconteça. Mesmo que seus pais tenham morrido, ela os culpa pelo abandono e que por isso ela é tão diferente. Quando ela descobre que, por ser adotada, sua mãe recebe auxílio do governo para ajudar com seu sustento, aí é que ela se sente pior, como se ela fosse um enorme fardo que, além de dar despesas, só tivesse sido adotada para que a mãe recebesse esse benefício, coisa que não é verdade.
Porém, ao ir para o interior conviver com os tios, com a natureza, e principalmente ao conhecer Marnie, aos poucos, ela começa a se libertar de todas as amarras que estavam a sufocando. Sua saúde começa a melhorar e a amizade sincera com a garotinha começa a preencher todas as suas lacunas. Anna percebe que Marnie também é uma criança muito sozinha, seus pais estão sempre muito ocupados e nunca lhe dão atenção, mas embora ela também seja sozinha, Marnie tenta encarar tudo com otimismo, um grande sorriso no rosto e um brilho no olhar, e esse comportamento acaba contagiando Anna, fazendo com que ela se solte cada vez mais desencadeando inclusive um sentimento de apego, como se ela precisasse de Marnie para seguir em frente e ser ela mesma. Mas dúvidas sobre a existência de Marnie começam a surgir... Ela realmente existe, ou se trata de uma amiga imaginária que Anna criou para superar os próprios problemas e fugir da solidão?
O roteiro em si é bastante simples e a trama se desenvolve de forma muito lenta, o que pode tornar a animação um pouco cansativa de se acompanhar em alguns pontos, mas ainda assim encanta pelo cenário deslumbrante e pela delicadeza com que trata os dramas das meninas com a devida realidade. O final, pra mim, parecia ser previsível, mas seguiu por um caminho que além de explicar as origens de Anna, conseguiu surpreender de forma bastante satisfatória e emocionante.
As Memórias de Marnie é um filme cheio de sensibilidade que aborda temas delicados como abandono, culpa, solidão e outros traumas, mas mostra que a autodescoberta e a superação através do amor, mesmo que pareça ser clichê, além de passar uma mensagem muito bonita, consegue tocar nossos corações e fazer com que torçamos para que tudo fique bem.
Produção: Studio Ghibli
Elenco: Kasumi Arimura, Nanako Matsushima, Susumu Terajima
Gênero: Animação/Drama
Ano: 2015
Duração: 1h 44min
Classificação: Livre
Nota:★★★★☆
Sinopse: Anna é uma menina de 12 anos, filha de pais adotivos, sempre muito solitária e não exatamente feliz. Um belo dia, em um castelo numa ilha isolada, ela conhece Marnie. A menina loira de vestido branco se torna a grande e única amiga de Anna, mas ela descobrirá que Marnie não é exatamente quem parece ser.
Anna é uma garotinha de doze anos que foi criada por pais adotivos depois que perdeu os pais e a avó. Ela sofre de asma e tem muitos problemas de comunicação a ponto de se isolar, evitando se socializar com outras crianças.
Depois de sofrer um ataque asmático muito forte e ter a saúde abalada, ela é enviada para a casa dos tios no interior para ter um contato maior com a natureza e respirar os novos ares do campo. Até que Anna se depara com uma mansão dos sonhos, e lá ela conhece Marnie, uma garotinha que parece ser tão solitária quanto ela. Logo elas criam um laço muito forte de amizade e cumplicidade, mas há um mistério que paira em volta de Marnie e da mansão, e, aos poucos, Anna vai encontrar respostas.
Como eu adorei a Viagem de Chihiro, resolvi pesquisar sobre as demais animações do Studio Ghibli, e As Memórias de Marnie foi o que mais me chamou a atenção. Assim como o primeiro, este, embora não tenha elementos fantasiosos, vai mostrar a jornada de uma garotinha que está em busca de algo que vá preencher um enorme vazio dentro de si mesma.
A solidão, assim como o sentimento de exclusão, que Anna sente é algo bem triste, e através de seu comportamento percebemos o quanto a menina precisa de ajuda para não definhar. Ela passa os dias desenhando e observando outras crianças, mas se fechou numa bolha individual impedindo que outras pessoas se aproximem, porém ela ainda não se deu conta de que a falta de aproximação dos outros é pelo fato de ela mesma não dar nenhuma brecha para que isso aconteça. Mesmo que seus pais tenham morrido, ela os culpa pelo abandono e que por isso ela é tão diferente. Quando ela descobre que, por ser adotada, sua mãe recebe auxílio do governo para ajudar com seu sustento, aí é que ela se sente pior, como se ela fosse um enorme fardo que, além de dar despesas, só tivesse sido adotada para que a mãe recebesse esse benefício, coisa que não é verdade.
Porém, ao ir para o interior conviver com os tios, com a natureza, e principalmente ao conhecer Marnie, aos poucos, ela começa a se libertar de todas as amarras que estavam a sufocando. Sua saúde começa a melhorar e a amizade sincera com a garotinha começa a preencher todas as suas lacunas. Anna percebe que Marnie também é uma criança muito sozinha, seus pais estão sempre muito ocupados e nunca lhe dão atenção, mas embora ela também seja sozinha, Marnie tenta encarar tudo com otimismo, um grande sorriso no rosto e um brilho no olhar, e esse comportamento acaba contagiando Anna, fazendo com que ela se solte cada vez mais desencadeando inclusive um sentimento de apego, como se ela precisasse de Marnie para seguir em frente e ser ela mesma. Mas dúvidas sobre a existência de Marnie começam a surgir... Ela realmente existe, ou se trata de uma amiga imaginária que Anna criou para superar os próprios problemas e fugir da solidão?
O roteiro em si é bastante simples e a trama se desenvolve de forma muito lenta, o que pode tornar a animação um pouco cansativa de se acompanhar em alguns pontos, mas ainda assim encanta pelo cenário deslumbrante e pela delicadeza com que trata os dramas das meninas com a devida realidade. O final, pra mim, parecia ser previsível, mas seguiu por um caminho que além de explicar as origens de Anna, conseguiu surpreender de forma bastante satisfatória e emocionante.
As Memórias de Marnie é um filme cheio de sensibilidade que aborda temas delicados como abandono, culpa, solidão e outros traumas, mas mostra que a autodescoberta e a superação através do amor, mesmo que pareça ser clichê, além de passar uma mensagem muito bonita, consegue tocar nossos corações e fazer com que torçamos para que tudo fique bem.
Stalker - Tarryn Fisher
25 de janeiro de 2019
Título: Stalker
Autora: Tarryn Fisher
Editora: Faro Editorial
Gênero: Suspense/Mistério
Ano: 2018
Páginas: 256
Nota:★★★☆☆
Resenha: Depois de sofrer um aborto, Fig se tornou uma mulher extremamente perturbada que passou a acreditar que sua filha reencarnaria em alguma criança próxima. Assim, ela passa seu tempo em parques e praças observando crianças com intuito de encontrar sua filha em uma delas. Mercy, filha de Jolene, chama a atenção de Fig, que começa observando e tirando algumas fotos da menina, mas logo ela se muda para a casa ao lado da de Jolene para ficar mais próxima de sua família. A aproximação gera uma amizade, e não demora para que Fig copie tudo que Jolene faz na intenção de fazer melhor, pois segundo ela, Jolene é uma Mãe Desnaturada que não merece a vida e a família que tem. Jolene não enxerga o problema e acredita que o comportamento de Fig foi desencadeado pela perda da filha e pela solidão, e que ela só precisa ser compreendida. Até que Darius, psicólogo e marido apaixonado de Jolene, percebe que existe algo de errado: Fig está obcecada não só por sua esposa, mas pela vida que ela construiu.
O livro é dividido em três partes destinadas ao ponto de vista de cada personagem, Fig, Jolene e Darius. Num primeiro momento conhecemos Fig e como ela se tornou tão obsessiva, porém as descrições e seu desenvolvimento se estendem mais do que o necessário, tornando esta parte longa, arrastada e muito repetitiva em alguns pontos.
Jolene é uma mulher que, embora se esforce, é um tanto ingênua por preferir enxergar o lado que ela acredita ser bom nas pessoas. Por mais que ela seja alertada sobre o comportamento questionável e perigoso de Fig, ela sempre encontra justificativas, se nega a enxergar o problema e continua dando a mão para a nova "amiga" sempre que necessário.
Já o ponto de vista de Darius é o mais interessante e esclarecedor, talvez por ele ser psicólogo e ter conseguido identificar melhor as características doentias de Fig. Ela inclusive acredita que ele seja o homem e marido perfeito que Jolene não valoriza, mas pelos olhos de Darius percebemos que ele é um homem que também tem, seus defeitos.
A história foi baseada em acontecimentos reais da vida da própria autora, o que torna tudo ainda mais assustador. A trama em si é interessante e, mesmo que com vários problemas de construção e desenvolvimento, mostra um lado bastante perturbador do que é ser uma sociopata, assim como ser perseguida por uma stalker, porém existem muitos pontos confusos e sem as devidas explicações que só fazem milhões de pontos de interrogação pairar sobre nossas cabeças. Um deles é sobre o marido de Fig, que embora exista, é totalmente esquecido, aparecendo num pequeno momento por questão de conveniência.
A sensação que tive com essa leitura foi a de acompanhar fragmentos de uma situação problemática por três pontos de vista diferentes, como se a história estivesse sendo contada faltando pedaços e a obrigação do leitor é montar esse quebra-cabeças maluco. O final também é totalmente WTF, surreal, e a impressão é de estar ali só pra deixar aquela sensação de amargo na boca.
Enfim, este foi um livro ok, com mais falhas do que méritos, mas ainda assim vale a leitura pelo tema delicado. Stalker é uma história interessante, porém mal executada, sobre o desejo de se ter o que não deveria estar ao alcance, e que consegue mostrar um pouco da fraqueza humana, da sociopatia, da psicopatia, e que a mesma história pode ter a mesma versão, só depende do ponto de vista de quem vê.
Autora: Tarryn Fisher
Editora: Faro Editorial
Gênero: Suspense/Mistério
Ano: 2018
Páginas: 256
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Deprimida após sofrer um aborto espontâneo, Fig Coxbury passa seu tempo em praças observando as crianças que poderiam ser a sua filha. Até que uma menininha brincando com a mãe desperta uma obsessão. Logo, Fig se vê mudando de casa e de bairro não por necessidade, mas porque a casa vizinha oferece tudo o que ela mais deseja: a filha, o marido e a vida que pertence a outra pessoa.
Resenha: Depois de sofrer um aborto, Fig se tornou uma mulher extremamente perturbada que passou a acreditar que sua filha reencarnaria em alguma criança próxima. Assim, ela passa seu tempo em parques e praças observando crianças com intuito de encontrar sua filha em uma delas. Mercy, filha de Jolene, chama a atenção de Fig, que começa observando e tirando algumas fotos da menina, mas logo ela se muda para a casa ao lado da de Jolene para ficar mais próxima de sua família. A aproximação gera uma amizade, e não demora para que Fig copie tudo que Jolene faz na intenção de fazer melhor, pois segundo ela, Jolene é uma Mãe Desnaturada que não merece a vida e a família que tem. Jolene não enxerga o problema e acredita que o comportamento de Fig foi desencadeado pela perda da filha e pela solidão, e que ela só precisa ser compreendida. Até que Darius, psicólogo e marido apaixonado de Jolene, percebe que existe algo de errado: Fig está obcecada não só por sua esposa, mas pela vida que ela construiu.
O livro é dividido em três partes destinadas ao ponto de vista de cada personagem, Fig, Jolene e Darius. Num primeiro momento conhecemos Fig e como ela se tornou tão obsessiva, porém as descrições e seu desenvolvimento se estendem mais do que o necessário, tornando esta parte longa, arrastada e muito repetitiva em alguns pontos.
Jolene é uma mulher que, embora se esforce, é um tanto ingênua por preferir enxergar o lado que ela acredita ser bom nas pessoas. Por mais que ela seja alertada sobre o comportamento questionável e perigoso de Fig, ela sempre encontra justificativas, se nega a enxergar o problema e continua dando a mão para a nova "amiga" sempre que necessário.
Já o ponto de vista de Darius é o mais interessante e esclarecedor, talvez por ele ser psicólogo e ter conseguido identificar melhor as características doentias de Fig. Ela inclusive acredita que ele seja o homem e marido perfeito que Jolene não valoriza, mas pelos olhos de Darius percebemos que ele é um homem que também tem, seus defeitos.
A história foi baseada em acontecimentos reais da vida da própria autora, o que torna tudo ainda mais assustador. A trama em si é interessante e, mesmo que com vários problemas de construção e desenvolvimento, mostra um lado bastante perturbador do que é ser uma sociopata, assim como ser perseguida por uma stalker, porém existem muitos pontos confusos e sem as devidas explicações que só fazem milhões de pontos de interrogação pairar sobre nossas cabeças. Um deles é sobre o marido de Fig, que embora exista, é totalmente esquecido, aparecendo num pequeno momento por questão de conveniência.
A sensação que tive com essa leitura foi a de acompanhar fragmentos de uma situação problemática por três pontos de vista diferentes, como se a história estivesse sendo contada faltando pedaços e a obrigação do leitor é montar esse quebra-cabeças maluco. O final também é totalmente WTF, surreal, e a impressão é de estar ali só pra deixar aquela sensação de amargo na boca.
Enfim, este foi um livro ok, com mais falhas do que méritos, mas ainda assim vale a leitura pelo tema delicado. Stalker é uma história interessante, porém mal executada, sobre o desejo de se ter o que não deveria estar ao alcance, e que consegue mostrar um pouco da fraqueza humana, da sociopatia, da psicopatia, e que a mesma história pode ter a mesma versão, só depende do ponto de vista de quem vê.
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A Livraria dos Finais Felizes - Katarina Bivald
10 de janeiro de 2019
Título: A Livraria dos Finais Felizes
Autora: Katarina Bivald
Editora: Suma de Letras
Gênero: Romance
Ano: 2016
Páginas: 336
Nota:★★★★☆
Resenha: Embora nunca tenham se encontrado, Sara e Amy são grandes amigas. Elas foram unidas pelo amor à leitura, e além de cartas, também trocam livros pelo correio. Sara tem vinte e oito anos e nunca sequer se imaginou fora da Suécia, e suas aventuras se concentravam nas viagens feitas através das histórias que tanto gosta de ler. Amy é uma senhora que mora na cidadezinha de Broken Wheel, Iowa, nos EUA.
Sara decide viajar para os EUA para conhecer a amiga, mas ao chegar lá, se depara com a trágica notícia do falecimento de Amy. Sara, então, decide ficar na casa de Amy e abrir uma pequena livraria naquela cidadezinha isolada de uma rua só, e acaba descobrindo que é possível encontrar histórias emocionantes fora das páginas...
Assim, vamos acompanhando não só o impacto que a nova - e única - livraria vai causar em Broken Wheel, mas também o envolvimento de Sara com a cidade e seus moradores, que ela inclusive já conhecia através das cartas de Amy.
Não posso negar que a escrita da autora é um tanto arrastada e cansativa, mas a história em si é totalmente mágica, e é impossível ler sem um sorriso no canto da boca, principalmente com tantas referências literárias. Aos poucos Sara vai se enturmando com o pessoal da cidade, e ela mesma se surpreende consigo mesma, já que na Suécia ela nunca se sentia parte de alguma coisa. Os livros acabam lhe dando um novo sentido para viver, como se ela tivesse recebido uma nova chance para recomeçar.
Um ponto que achei super legal nessa história foi a própria Amy, que mesmo tendo morrido continua viva através das cartas que enviou para Sara, e através da enorme quantidades de livros que deixou pra trás, e não posso negar que ela foi uma senhora adorável e incrível. A lembrança dela jamais seria apagada.
Os demais personagens também são bacanas, eu só senti falta de um pouco mais de aprofundamento em alguns deles pois suas histórias são bem interessantes e fiquei com aquele gostinho de quero mais.
A Livraria dos Finais Felizes é um livro encantador que fala sobre o amor aos livros, desde os clássicos aos contemporâneos, e como a leitura não só proporciona diversão e momentos inesquecíveis, mas também engrandece a alma de quem lê e muda suas vidas para sempre.
Autora: Katarina Bivald
Editora: Suma de Letras
Gênero: Romance
Ano: 2016
Páginas: 336
Nota:★★★★☆
Sinopse: Sara tem 28 anos e nunca saiu da Suécia — a não ser através dos (vários) livros que lê. Quando sua amiga Amy, uma senhora com quem troca livros pelo correio há anos, a convida para visitá-la na cidade de Broken Wheel, Iowa, Sara decide se aventurar. Mas ao chegar lá, descobre que Amy faleceu. Sara se vê desacompanhada na casa da amiga, em uma cidade muito pequena, e começa a pensar que talvez esse não seja o tipo de férias que havia planejado. Com o tempo, Sara descobre que não está sozinha. Nessa cidade isolada e antiga, estão todas as pessoas que ela conheceu através das cartas da amiga: o pobre George, a destemida Grace, a certinha Caroline e Tom, o amado sobrinho de Amy. Logo Sara percebe que Broken Wheel precisa desesperadamente de alguma aventura, um pouquinho de autoajuda e talvez uma pitada de romance. Resumindo: a cidade precisa de uma livraria.
Resenha: Embora nunca tenham se encontrado, Sara e Amy são grandes amigas. Elas foram unidas pelo amor à leitura, e além de cartas, também trocam livros pelo correio. Sara tem vinte e oito anos e nunca sequer se imaginou fora da Suécia, e suas aventuras se concentravam nas viagens feitas através das histórias que tanto gosta de ler. Amy é uma senhora que mora na cidadezinha de Broken Wheel, Iowa, nos EUA.
Sara decide viajar para os EUA para conhecer a amiga, mas ao chegar lá, se depara com a trágica notícia do falecimento de Amy. Sara, então, decide ficar na casa de Amy e abrir uma pequena livraria naquela cidadezinha isolada de uma rua só, e acaba descobrindo que é possível encontrar histórias emocionantes fora das páginas...
Assim, vamos acompanhando não só o impacto que a nova - e única - livraria vai causar em Broken Wheel, mas também o envolvimento de Sara com a cidade e seus moradores, que ela inclusive já conhecia através das cartas de Amy.
Não posso negar que a escrita da autora é um tanto arrastada e cansativa, mas a história em si é totalmente mágica, e é impossível ler sem um sorriso no canto da boca, principalmente com tantas referências literárias. Aos poucos Sara vai se enturmando com o pessoal da cidade, e ela mesma se surpreende consigo mesma, já que na Suécia ela nunca se sentia parte de alguma coisa. Os livros acabam lhe dando um novo sentido para viver, como se ela tivesse recebido uma nova chance para recomeçar.
Um ponto que achei super legal nessa história foi a própria Amy, que mesmo tendo morrido continua viva através das cartas que enviou para Sara, e através da enorme quantidades de livros que deixou pra trás, e não posso negar que ela foi uma senhora adorável e incrível. A lembrança dela jamais seria apagada.
Os demais personagens também são bacanas, eu só senti falta de um pouco mais de aprofundamento em alguns deles pois suas histórias são bem interessantes e fiquei com aquele gostinho de quero mais.
A Livraria dos Finais Felizes é um livro encantador que fala sobre o amor aos livros, desde os clássicos aos contemporâneos, e como a leitura não só proporciona diversão e momentos inesquecíveis, mas também engrandece a alma de quem lê e muda suas vidas para sempre.
Sempre Vivemos no Castelo - Shirley Jackson
8 de janeiro de 2019
Título: Sempre Vivemos no Castelo
Autora: Shirley Jackson
Editora: Suma de Letras
Gênero: Mistério
Ano: 2017
Páginas: 200
Nota:★★★★☆
Resenha: Os Blackwood são uma família endinheirada e bem esquisita, e nunca foram bem vistos no vilarejo onde moram. Cochichos e fofocas sempre rodearam esta família peculiar, mas as coisas pioraram quando a filha mais velha, Constance, foi acusada de matar quase toda a família envenenada. Constance foi inocentada mais tarde, mas deixou de sair de casa, passou a sofrer de agorafobia, e quem ficou responsável por ir até a cidade para fazer compras da casa foi Merricat, a irmã de dezoito anos, já que Tio Julian não sai de casa por ser paraplégico e esclerosado. E toda semana, quando Merricat vai até a cidade para fazer compras ou visitar a biblioteca, ela ouve várias ofensas de todo tipo de gente maldosa que vive na cidade, e seu ódio é tanto que o mínimo que ela deseja para todos eles é a morte. Ela só quer viver feliz com seu gato, sua irmã e seu tio sem que nada nem ninguém atrapalhe.
Até que um dia, o primo Charles aparece na residência, quebrando aquele frágil equilíbrio que resistiu a tanta hostilidade, e ele logo começa a ditar ordens. Merricat, pressentindo o perigo e convencida de que ele está acabando com a alegria de todos, vai fazer qualquer coisa para defender a irmã.
A narrativa é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista fantasioso, imaturo e nem um pouco confiável de Merricat. Embora ela tenha dezoito anos, a impressão que fica é que se trata de uma criança de cinco anos de idade contando o que está acontecendo sem que tenha um pingo de credibilidade.
Merricat é cheia de manias absurdas e irritantes, vive sonhando acordada, e seu único intuito é o de manter a harmonia na casa a qualquer custo.
Parte da narrativa é feita por tio Julian, que vai contar o que aconteceu com a família, mas as lembranças dele são tão confiáveis quanto as da protagonista. Assim vamos acompanhando a rotina da família que precisa ser mantida a qualquer custo, o quanto Merricat odeia e amaldiçoa cada morador do vilarejo, o quanto se preocupa com a irmã, suas desconfianças com a presença do primo Charles, suas simpatias e rituais de proteção para cuidar da casa e da família e afastar as outras pessoas de suas vidas, e a dúvida que todos tem: Quem matou os Blackwood?
Há alguns pontos questionáveis, como por exemplo, a reação das pessoas diante de algo feito por Merricat quando anteriormente ela só estava pensando em fazer algo, ou a ideia dela passar um tempo na biblioteca mas nunca estar lendo nada, ou até elementos sobrenaturais que parecem estar alí sem um sentido maior. Já o mistério que cerca a história, e os dramas que as meninas vivem por causa da tragédia e também por serem consideradas diferentes é, sim, interessante. Por esse ponto vemos um pouco do lado de quem se sente rejeitado e excluído da sociedade, por mais maluca que essa pessoa seja.
Como o livro é fininho, não é possível contar muito mais sem que spoilers sejam dados, mas posso dizer que a autora soube, sim, inserir boas doses de terror na história com intenção de causar incômodo e perturbação, mas a ideia do amor entre irmãs estar alí, fazendo com que elas tirem forças sabe-se lá de onde para cuidarem uma da outra já que não podem contar com mais ninguém, é simplesmente adorável. Até onde alguém vai para proteger e manter próximo quem se ama?
O fato dos personagens terem comportamentos estranhos, dificilmente vão conquistar a simpatia dos leitores, mas talvez a boa ideia de Shirley Jackson tenha sido exatamente essa, fugir de estereótipos de mocinhos e vilões para trazer personagens irritantemente interessantes.
Pra quem gosta de narrativas poéticas e diferentes, com toques de terror, mistério e humor negro, é leitura mais do que indicada.
Autora: Shirley Jackson
Editora: Suma de Letras
Gênero: Mistério
Ano: 2017
Páginas: 200
Nota:★★★★☆
Sinopse: Merricat Blackwood vive com a irmã Constance e o tio Julian. Há algum tempo existiam sete membros na família Blackwood, até que uma dose fatal de arsênico colocada no pote de açúcar matou quase todos. Acusada e posteriormente inocentada pelas mortes, Constance volta para a casa da família, onde Merricat a protege da hostilidade dos habitantes da cidade. Os três vivem isolados e felizes, até que o primo Charles resolve fazer uma visita que quebra o frágil equilíbrio encontrado pelas irmãs Blakcwood. Merricat é a única que pressente o iminente perigo desse distúrbio, e fará o que for necessário para proteger Constance. Sempre vivemos no castelo leva o leitor a um labirinto sombrio de medo e suspense, um livro perturbador e perverso, onde o isolamento e a neurose são trabalhados com maestria por Shirley Jackson.
Resenha: Os Blackwood são uma família endinheirada e bem esquisita, e nunca foram bem vistos no vilarejo onde moram. Cochichos e fofocas sempre rodearam esta família peculiar, mas as coisas pioraram quando a filha mais velha, Constance, foi acusada de matar quase toda a família envenenada. Constance foi inocentada mais tarde, mas deixou de sair de casa, passou a sofrer de agorafobia, e quem ficou responsável por ir até a cidade para fazer compras da casa foi Merricat, a irmã de dezoito anos, já que Tio Julian não sai de casa por ser paraplégico e esclerosado. E toda semana, quando Merricat vai até a cidade para fazer compras ou visitar a biblioteca, ela ouve várias ofensas de todo tipo de gente maldosa que vive na cidade, e seu ódio é tanto que o mínimo que ela deseja para todos eles é a morte. Ela só quer viver feliz com seu gato, sua irmã e seu tio sem que nada nem ninguém atrapalhe.
Até que um dia, o primo Charles aparece na residência, quebrando aquele frágil equilíbrio que resistiu a tanta hostilidade, e ele logo começa a ditar ordens. Merricat, pressentindo o perigo e convencida de que ele está acabando com a alegria de todos, vai fazer qualquer coisa para defender a irmã.
A narrativa é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista fantasioso, imaturo e nem um pouco confiável de Merricat. Embora ela tenha dezoito anos, a impressão que fica é que se trata de uma criança de cinco anos de idade contando o que está acontecendo sem que tenha um pingo de credibilidade.
Merricat é cheia de manias absurdas e irritantes, vive sonhando acordada, e seu único intuito é o de manter a harmonia na casa a qualquer custo.
Parte da narrativa é feita por tio Julian, que vai contar o que aconteceu com a família, mas as lembranças dele são tão confiáveis quanto as da protagonista. Assim vamos acompanhando a rotina da família que precisa ser mantida a qualquer custo, o quanto Merricat odeia e amaldiçoa cada morador do vilarejo, o quanto se preocupa com a irmã, suas desconfianças com a presença do primo Charles, suas simpatias e rituais de proteção para cuidar da casa e da família e afastar as outras pessoas de suas vidas, e a dúvida que todos tem: Quem matou os Blackwood?
Há alguns pontos questionáveis, como por exemplo, a reação das pessoas diante de algo feito por Merricat quando anteriormente ela só estava pensando em fazer algo, ou a ideia dela passar um tempo na biblioteca mas nunca estar lendo nada, ou até elementos sobrenaturais que parecem estar alí sem um sentido maior. Já o mistério que cerca a história, e os dramas que as meninas vivem por causa da tragédia e também por serem consideradas diferentes é, sim, interessante. Por esse ponto vemos um pouco do lado de quem se sente rejeitado e excluído da sociedade, por mais maluca que essa pessoa seja.
Como o livro é fininho, não é possível contar muito mais sem que spoilers sejam dados, mas posso dizer que a autora soube, sim, inserir boas doses de terror na história com intenção de causar incômodo e perturbação, mas a ideia do amor entre irmãs estar alí, fazendo com que elas tirem forças sabe-se lá de onde para cuidarem uma da outra já que não podem contar com mais ninguém, é simplesmente adorável. Até onde alguém vai para proteger e manter próximo quem se ama?
O fato dos personagens terem comportamentos estranhos, dificilmente vão conquistar a simpatia dos leitores, mas talvez a boa ideia de Shirley Jackson tenha sido exatamente essa, fugir de estereótipos de mocinhos e vilões para trazer personagens irritantemente interessantes.
Pra quem gosta de narrativas poéticas e diferentes, com toques de terror, mistério e humor negro, é leitura mais do que indicada.
Na Telinha - Tully
7 de janeiro de 2019
Título: Tully (Tully)
Distribuidora: Diamond Films
Elenco: Charlize Theron, Mackenzie Davis, Ron Livingston
Gênero: Drama
Ano: 2018
Duração: 1h 36min
Classificação: +14
Nota:★★★★★♥
Marlo é uma mulher de quarenta anos, mãe de dois filhos e a espera do terceiro, não planejado. Esgotada pelo peso da maternidade e das tarefas domésticas, a exaustão está estampada em seu rosto como uma tatuagem. Marlo tem que lidar com os problemas escolares e o comportamento diferente do filho, lidar com os julgamentos alheios sobre suas escolhas, e ainda precisa contornar todas as situações de casa com muita paciência e jogo de cintura enquanto seu marido trabalha.
Depois do nascimento da bebê, a rotina difícil só piora e as noites passadas sem dormir deixam Marlo a beira do colapso. Ela não tem qualquer perspectiva de vida que não seja esta e se sente numa prisão. Até que seu irmão dá a ideia de presenteá-la com uma babá noturna, assim ela poderia ter um tempinho para si e dormir, enquanto a babá tomava conta de Mia durante a noite.
Inicialmente Marlo não gosta muito da ideia pois não poderia confiar a filha de poucos dias aos cuidados de uma estranha, mas, seu desespero chega num nível tão crítico, que ela acaba cedendo.
Quando Tully, a babá, chega, Marlo fica frente a frente com uma jovem feliz, divertida, sorridente, descolada e cheia de vida, que cuida da bebê - e da mãe também -, lhe tirando muito do peso que ela carregava nas costas sozinha. A partir daí, sua vida começa a mudar, pois Marlo acaba percebendo que elas tem muitas coisas em comum, mas também muitas diferenças, e vai redescobrindo um lado que ela tinha mas que havia esquecido, enquanto pensa em todas as escolhas que fez na vida para ter chegado onde chegou.
Não dá pra falar muito sobre o enredo e sobre a relação sincera que Marlo e Tully desenvolvem sem dar spoilers, mas posso dizer que Tully é aquele tipo de filme que mostra um lado tão real e cru da maternidade, com alguns toques de bom humor e ironia pra não deixá-lo tão pesado, que é impossível não se identificar, sentir empatia pela protagonista ou, como foi meu caso, chorar litros por ter me identificado com a situação dela. Logo nos primeiros minutos do filme eu já me enxerguei na pele de Marlo e soltei um "socorro, essa mulher sou eu!": exausta, deprimida, estressada, com uma olheira que bate no pescoço, desleixada, impaciente, acima do peso e sem vontade nenhuma de viver. Ela só está ali por que não tem outra escolha já que os filhos não só dependem dela, como a consomem totalmente, mas ninguém enxerga ou valoriza nada do que ela faz e do que abriu mão para ser mãe (a ponto de ter se transformado em outra pessoa), e nem se preocupa em estender a mão pra ajudar. Ela nem sabe o que é ter ajuda, já se acostumou a ficar com a carga pesada nas costas, por isso fica relutante com a ideia do irmão de aceitar a babá. Logo após o nascimento da terceira filha, ela já está num nível tão crítico de cansaço que ela não consegue sequer sentir felicidade pela chegada do novo bebê.
Uma curiosidade que descobri sobre o filme é que a atriz Charlize Theron engordou 23kg para interpretar a personagem, e posso dizer que foi um dos melhores papeis que ela já fez, tanto que está concorrendo ao Oscar. Ela mostra com fidelidade o quanto é desgastante lidar com tantas cobranças e com a rotina de ser mãe quando não se tem ajuda, assim como deixa evidente a sensação de estar sozinha mesmo cercada de gente.
Os diálogos são sensíveis e afiados, muitos dele sugerem bem o que o desfecho da história reserva, e muito do que é dito pode ser levado pra vida.
Distribuidora: Diamond Films
Elenco: Charlize Theron, Mackenzie Davis, Ron Livingston
Gênero: Drama
Ano: 2018
Duração: 1h 36min
Classificação: +14
Nota:★★★★★♥
Sinopse: Marlo (Charlize Theron), mãe de três filhos, sendo um deles um recém-nascido, vive uma vida muito atarefada, e, certo dia, ganha de presente de seu irmão: uma babá para cuidar das crianças durante a noite. Antes um pouco hesitante, Marlo acaba se surpreendendo com Tully (Mackenzie Davis).
Marlo é uma mulher de quarenta anos, mãe de dois filhos e a espera do terceiro, não planejado. Esgotada pelo peso da maternidade e das tarefas domésticas, a exaustão está estampada em seu rosto como uma tatuagem. Marlo tem que lidar com os problemas escolares e o comportamento diferente do filho, lidar com os julgamentos alheios sobre suas escolhas, e ainda precisa contornar todas as situações de casa com muita paciência e jogo de cintura enquanto seu marido trabalha.
Depois do nascimento da bebê, a rotina difícil só piora e as noites passadas sem dormir deixam Marlo a beira do colapso. Ela não tem qualquer perspectiva de vida que não seja esta e se sente numa prisão. Até que seu irmão dá a ideia de presenteá-la com uma babá noturna, assim ela poderia ter um tempinho para si e dormir, enquanto a babá tomava conta de Mia durante a noite.
Inicialmente Marlo não gosta muito da ideia pois não poderia confiar a filha de poucos dias aos cuidados de uma estranha, mas, seu desespero chega num nível tão crítico, que ela acaba cedendo.
Quando Tully, a babá, chega, Marlo fica frente a frente com uma jovem feliz, divertida, sorridente, descolada e cheia de vida, que cuida da bebê - e da mãe também -, lhe tirando muito do peso que ela carregava nas costas sozinha. A partir daí, sua vida começa a mudar, pois Marlo acaba percebendo que elas tem muitas coisas em comum, mas também muitas diferenças, e vai redescobrindo um lado que ela tinha mas que havia esquecido, enquanto pensa em todas as escolhas que fez na vida para ter chegado onde chegou.
Não dá pra falar muito sobre o enredo e sobre a relação sincera que Marlo e Tully desenvolvem sem dar spoilers, mas posso dizer que Tully é aquele tipo de filme que mostra um lado tão real e cru da maternidade, com alguns toques de bom humor e ironia pra não deixá-lo tão pesado, que é impossível não se identificar, sentir empatia pela protagonista ou, como foi meu caso, chorar litros por ter me identificado com a situação dela. Logo nos primeiros minutos do filme eu já me enxerguei na pele de Marlo e soltei um "socorro, essa mulher sou eu!": exausta, deprimida, estressada, com uma olheira que bate no pescoço, desleixada, impaciente, acima do peso e sem vontade nenhuma de viver. Ela só está ali por que não tem outra escolha já que os filhos não só dependem dela, como a consomem totalmente, mas ninguém enxerga ou valoriza nada do que ela faz e do que abriu mão para ser mãe (a ponto de ter se transformado em outra pessoa), e nem se preocupa em estender a mão pra ajudar. Ela nem sabe o que é ter ajuda, já se acostumou a ficar com a carga pesada nas costas, por isso fica relutante com a ideia do irmão de aceitar a babá. Logo após o nascimento da terceira filha, ela já está num nível tão crítico de cansaço que ela não consegue sequer sentir felicidade pela chegada do novo bebê.
- Bom, você me parece uma ótima mãe.O marido, Drew, no fundo, não é uma má pessoa, ele até acredita que está ajudando sendo "pai", mas em casa ele é desatento, sua única preocupação é jogar vídeo game e dormir tranquilo, não liga pra vida sexual inexistente que tem com a mulher, acha que ela não está fazendo nada além do que cumprir com seu papel de mãe e dona de casa, e ainda acha que ela,"aparentemente", está ótima. Ele olha pra ela todos os dias, mas não a vê realmente. Drew claramente representa a grande maioria dos maridos e pais por esse mundo: insensíveis, despreocupados, folgados e sem o menor senso.
- Ótimas mães organizam festas e noites de cassino. Fazem cupcakes que parecem Minions. Coisas que eu estou cansada demais para fazer. Sinceramente, até me vestir parece cansativo. Eu abro o armário e penso "Eu não acabei de fazer isso?"
Uma curiosidade que descobri sobre o filme é que a atriz Charlize Theron engordou 23kg para interpretar a personagem, e posso dizer que foi um dos melhores papeis que ela já fez, tanto que está concorrendo ao Oscar. Ela mostra com fidelidade o quanto é desgastante lidar com tantas cobranças e com a rotina de ser mãe quando não se tem ajuda, assim como deixa evidente a sensação de estar sozinha mesmo cercada de gente.
Os diálogos são sensíveis e afiados, muitos dele sugerem bem o que o desfecho da história reserva, e muito do que é dito pode ser levado pra vida.
- ...Garotas não se recuperam.Se você é mãe, assista. Se você é pai, assista. Se você acha que a vida de uma mãe é fácil, assista. O realismo acerca da pressão e os sacrifícios, tanto físicos quanto mentais, sofridos pela mãe é tanto, que é impossível não sentir empatia, não se comover, e não ficar com os olhos cheios de lágrimas.
- Se recuperam, sim.
- Não, não nos recuperamos. Podemos parecer que estamos melhores, mas se olhar de perto, estamos cobertas de corretivo.
- Porra.
Quer aprender como fazer um resenha crítica?
Fogo & Sangue - George R.R. Martin
6 de janeiro de 2019
Título: Fogo & Sangue - Fogo & Sangue #1
Autor: George R.R. Martin
Editora: Suma de Letras
Gênero: Alta Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 598
Nota:★★★★☆
Resenha: Pra quem acompanha, a história dos livros (e da série de televisão), são eventos que se passam trezentos anos depois dos acontecimentos de Fogo & Sangue, primeiro livro de uma duologia (?) que funciona como prequel de A Guerra dos Tronos, contando fatos históricos e relatos narrados por meistres, septões e outras testemunhas acerca dos governos dos reis dragões antigos, cada um com seu ponto de vista, se iniciando por Aegon, até Aegon III, seu sexto sucessor, que sentou-se no Trono de Ferro cento e trinta anos após Aegon e suas irmãs terem chegado em Westeros. Aegon, o Conquistador, foi o responsável por unir os Sete Reinos, mudando a história de Westeros para sempre.
Assim, por quase trezentos anos, a Casa Targaryen, tão amada quanto temida pelo povo, dominou os Sete Reinos e ocupou o tão famoso e cobiçado Trono de Ferro, e vamos acompanhar a história das guerras que foram travadas para que o primeiro rei dragão tomasse o trono. São histórias voltadas à Casa Targaryen e seus governantes, desde os mais cruéis até os mais loucos.
Narrado em terceira pessoa, a leitura me lembrou muito O Silmarillion, de Tolkien, pois é um livro com intuito de fornecer dados históricos ricamente detalhados para uma maior compreensão das origens dos personagens e da situação a que chegou Westeros em as Crônicas de Gelo e Fogo. Vários capítulos trazem informações contidas em outras obras desse universo, como O Mundo de Gelo e Fogo, Mulheres Perigosas, o Príncipe de Westeros e afins, então não é uma leitura inteiramente nova. Quem consome todas as obras desse universo, principalmente aqueles que bolam teorias mirabolantes, provavelmente vai ler já sabendo de muita coisa do que foi narrado aqui, e por outro lado, quem lê ocasionalmente, vai encontrar informações úteis, mas não com a mesma narrativa fluída da série principal. Vários pontos são um pouco cansativos, por mais interessante que a construção de mundo e os feitos bons ou ruins dos grandes personagens sejam, pois não há um enredo propriamente dito, mas sim a cronologia completa dos fatos e nomes estranhos de personagens, que costumam ser iguais preservando esses nomes através das gerações.
O projeto gráfico do livro é super caprichado. Embora as letras sejam pequenas e a margem um pouco espremida dando aquela impressão de blocos maciços de texto, o que já é algo comum em qualquer obra do autor devido ao tamanho, o livro é cheio de ilustrações lindas e super realistas, e isso torna a obra ainda mais rica.
Não posso negar que foi muito gratificante acompanhar a jornada do Rei Jaehaerys I. Ele subiu ao trono em seus quatorze anos e governou os Sete Reinos por cinquenta anos juntamente com Alysanne, sua amada esposa - e irmã. Sim, é costume que os Targaryen praticassem incesto para manter a linhagem pura, o que explica suas características físicas (Daenerys quem o diga). Não digo que não seja algo repugnante, mas deixando a leitura fluir e tendo noção de que as coisas eram assim naquela época por um determinado motivo, a gente acaba se acostumando. A história de amor deles também é muito bonita, principalmente quando eles chegam na Pedra do Dragão junto com seus dragões, e fica bem evidente que embora Aegon tenha conquistado as terras, foi o casal Jaehaerys e Alysanne que moldaram e tornaram os Sete Reinos mais civilizado.
Enfim, recomendo o livro para os fãs mais aficionados e que realmente gostem de acompanhar todos os detalhes que envolvem esse universo fantástico - e com dragões maravilhosos - criado pelo autor. É uma leitura pra todos aqueles que tem interesse em aprofundar seus conhecimentos acerca do mundo e da história, com ação, magia, intriga e vários relatos bem emocionantes.
Ah, e não posso deixar de falar que ler qualquer coisa escrita por George R.R. Martin é preciso desapego total de qualquer personagem que seja, não importa quem é, de onde veio, o que faz, pra onde vai, como vive... Preparem os corações.
Autor: George R.R. Martin
Editora: Suma de Letras
Gênero: Alta Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 598
Nota:★★★★☆
Sinopse: Séculos antes dos eventos de A guerra dos tronos, a Casa Targaryen – única família de senhores dos dragões a sobreviver à Destruição de Valíria – tomou residência em Pedra do Dragão. A história de Fogo e sangue começa com o lendário Aegon, o Conquistador, criador do Trono de Ferro, e segue narrando as gerações de Targaryen que lutaram para manter o assento, até a guerra civil que quase destruiu sua dinastia.
O que realmente aconteceu durante a Dança dos Dragões? Por que era tão perigoso visitar Valíria depois da Destruição? Qual é a origem dos três ovos de dragão que chegaram a Daenerys? Essas são algumas das questões respondidas neste livro essencial, relatadas por um sábio meistre da Cidadela.
Ricamente ilustrado com mais de oitenta imagens em preto e branco assinadas pelo artista Dough Wheatley, Fogo e sangue dará aos leitores uma nova e completa visão da fascinante história de Westeros – um livro imperdível para os fãs do autor.
Resenha: Pra quem acompanha, a história dos livros (e da série de televisão), são eventos que se passam trezentos anos depois dos acontecimentos de Fogo & Sangue, primeiro livro de uma duologia (?) que funciona como prequel de A Guerra dos Tronos, contando fatos históricos e relatos narrados por meistres, septões e outras testemunhas acerca dos governos dos reis dragões antigos, cada um com seu ponto de vista, se iniciando por Aegon, até Aegon III, seu sexto sucessor, que sentou-se no Trono de Ferro cento e trinta anos após Aegon e suas irmãs terem chegado em Westeros. Aegon, o Conquistador, foi o responsável por unir os Sete Reinos, mudando a história de Westeros para sempre.
Assim, por quase trezentos anos, a Casa Targaryen, tão amada quanto temida pelo povo, dominou os Sete Reinos e ocupou o tão famoso e cobiçado Trono de Ferro, e vamos acompanhar a história das guerras que foram travadas para que o primeiro rei dragão tomasse o trono. São histórias voltadas à Casa Targaryen e seus governantes, desde os mais cruéis até os mais loucos.
Narrado em terceira pessoa, a leitura me lembrou muito O Silmarillion, de Tolkien, pois é um livro com intuito de fornecer dados históricos ricamente detalhados para uma maior compreensão das origens dos personagens e da situação a que chegou Westeros em as Crônicas de Gelo e Fogo. Vários capítulos trazem informações contidas em outras obras desse universo, como O Mundo de Gelo e Fogo, Mulheres Perigosas, o Príncipe de Westeros e afins, então não é uma leitura inteiramente nova. Quem consome todas as obras desse universo, principalmente aqueles que bolam teorias mirabolantes, provavelmente vai ler já sabendo de muita coisa do que foi narrado aqui, e por outro lado, quem lê ocasionalmente, vai encontrar informações úteis, mas não com a mesma narrativa fluída da série principal. Vários pontos são um pouco cansativos, por mais interessante que a construção de mundo e os feitos bons ou ruins dos grandes personagens sejam, pois não há um enredo propriamente dito, mas sim a cronologia completa dos fatos e nomes estranhos de personagens, que costumam ser iguais preservando esses nomes através das gerações.
O projeto gráfico do livro é super caprichado. Embora as letras sejam pequenas e a margem um pouco espremida dando aquela impressão de blocos maciços de texto, o que já é algo comum em qualquer obra do autor devido ao tamanho, o livro é cheio de ilustrações lindas e super realistas, e isso torna a obra ainda mais rica.
Não posso negar que foi muito gratificante acompanhar a jornada do Rei Jaehaerys I. Ele subiu ao trono em seus quatorze anos e governou os Sete Reinos por cinquenta anos juntamente com Alysanne, sua amada esposa - e irmã. Sim, é costume que os Targaryen praticassem incesto para manter a linhagem pura, o que explica suas características físicas (Daenerys quem o diga). Não digo que não seja algo repugnante, mas deixando a leitura fluir e tendo noção de que as coisas eram assim naquela época por um determinado motivo, a gente acaba se acostumando. A história de amor deles também é muito bonita, principalmente quando eles chegam na Pedra do Dragão junto com seus dragões, e fica bem evidente que embora Aegon tenha conquistado as terras, foi o casal Jaehaerys e Alysanne que moldaram e tornaram os Sete Reinos mais civilizado.
Enfim, recomendo o livro para os fãs mais aficionados e que realmente gostem de acompanhar todos os detalhes que envolvem esse universo fantástico - e com dragões maravilhosos - criado pelo autor. É uma leitura pra todos aqueles que tem interesse em aprofundar seus conhecimentos acerca do mundo e da história, com ação, magia, intriga e vários relatos bem emocionantes.
Ah, e não posso deixar de falar que ler qualquer coisa escrita por George R.R. Martin é preciso desapego total de qualquer personagem que seja, não importa quem é, de onde veio, o que faz, pra onde vai, como vive... Preparem os corações.
Na Telinha - WiFi Ralph
5 de janeiro de 2019
Título: WiFi Ralph: Quebrando a Internet (Ralph Breaks the Internet)
Produção: Disney
Elenco: Sarah Silverman, John C. Reilly, Gal Gadot, Taraji P. Henson, Jack McBrayer, Jane Lynch
Gênero: Animação/Fantasia/Aventura
Ano: 2018
Duração: 1h 56min
Classificação: Livre
Nota:★★★☆☆
Seis anos depois do lançamento de Detona Ralph, a dupla imbatível, Ralph e Vanellope, está junta de novo para mais uma aventura que promete. Só não sei se cumpriu de forma muito satisfatória...
Cansada da mesmice e da falta de novos desafios no Corrida Doce, Vanellope von Schweetz não está muito feliz em seu jogo e seu descontentamento fica bem evidente para Ralph. E ele, como bom e - literalmente - grande amigo, não hesita em fazer qualquer coisa para deixa-la feliz.
Quando Ralph tem a ideia de construir uma nova pista de corrida para a amiga explorar, Vanellope, empolgada com o caminho desconhecido, segue por ela com seu carrinho de corrida, mas vai contra os comandos da jogadora do game. Quando a garota tenta forçar e retomar o controle do jogo, Vanellope não cede, insiste no caminho alternativo, e o volante da máquina é quebrado por acidente, o que impossibilita sua jogabilidade. Como a peça da máquina é antiga e rara, ela só pode ser encontrada na internet, mais especificamente no eBay, mas seu preço nada atrativo faz com que o Sr. Litwak, o dono do fliperama, considere a ideia de aposentar a máquina. Agora, o Corrida Doce corre o risco de ser desligado e seus jogadores "despejados", e para salva-lo, Ralph e Vanellope vão embarcar numa aventura dentro da rede para conseguirem a peça. E, como nada é de graça, eles vão passar por poucas e boas para conseguirem arranjar uma pequena fortuna para pagarem por ela, depois de darem um lance absurdo no eBay.
As referência à internet, assim como o que ela oferece de legal e o que tem de nocivo são abordadas com superficialidade, e a impressão é que as inúmeras referências e os famosos easter eggs estão ali com intuito de camuflar o roteiro fraco, pois, quando aparecem, conseguem arrancar mais satisfação do que as demais cenas, o que pra mim foi uma pena, pois Detona Ralph, seu antecessor, foi uma animação maravilhosa que entrou na minha lista de desenhos favoritos, e não só me divertiu horrores, mas, também, me deu aquela sensação imensa de nostalgia por causa dos games antigos e clássicos que fizeram parte da minha infância e adolescência.
O universo online é um mundo a parte, repleto de luzes, tecnologia e prédios que representam os aplicativos, as redes sociais e vários sites famosos como o Google, o Twitter, o Facebook, Youtube, eBay, Amazon, Snapchat e muito mais. Há também a ideia de que boa parte da internet é movida somente a vídeos de gatíneos fofos, tutoriais de maquiagem ou outra bobagem qualquer. As referências aos spams são bem boladas e tem um papel importante para o desenrolar da trama.
Boa parte da história acontece no BuzzzTube, uma plataforma de videos comandada pela personagem Yesss, que funciona como o Youtube. Lá as pessoas ganham dinheiro e fama se um vídeo postado se tornar viral, e é isso que a dupla vai usar para tentar levantar a grana que precisam para comprar a bendita peça para consertar a máquina, depois da tentativa de ganhar dinheiro fácil na internet falhar.
Achei que esse elemento seria mais bem trabalhado, principalmente com relação ao desespero por likes e seguidores que as pessoas tem, ou como são afetadas pelos comentários maldosos dos haters, mas foi outro ponto super vazio, até mesmo por que Ralph já está acostumado com a rejeição há anos e anos. Um ponto bem bacana é sobre os anúnciosirritantes na plataforma, pois em busca de mais visitas e likes/coraçõezinhos para os videos malucos de Ralph, Vanellope acaba indo parar no Oh My Disney, onde vemos as famosas cenas divulgadas em que ela encontra todas as princesas clássicas da Disney.
Ainda podemos contar com uma piadinha sobre a princesa Merida, que embora faça parte do time das princesas da Disney, não fala o mesmo idioma das demais e ninguém entende o que ela fala. A justificativa? Valente é uma animação da Pixar, e as animações das demais princesas, não. Mas ela marca presença lindamente com sua cabeleira ruiva, desgrenhada e maravilhosa. Merida = ♥. A participação delas é pequena, mas valeu a pena acompanhar.
O longa começa de uma forma e sugere um determinado caminho, mas da metade pra lá as coisas mudam totalmente de cenário, e é como se um desenho novo estivesse sendo oferecido ao espectador. A viagem para se conseguir a peça acaba ficando de lado e a aventura se transforma numa jornada de autoconhecimento, em que a vontade de Vanellope, de seguir o sonho de poder ter a chance de enfrentar desafios novos e reais, é constantemente boicotada por Ralph, que não quer perder a amiga de jeito nenhum e acha que mantê-la sempre por perto é o certo a se fazer. Ele tem um bom coração mas é um completo troglodita, e por isso não tem a menor consciência do mal que está fazendo à amiga quando tenta prendê-la. Isso acaba mostrando um pouco do que é uma amizade tóxica, mas foi abordado de uma forma tão rasa que passa longe de ser o auge da animação.
Os personagens carismáticos que apareceram no primeiro filme, como Felix Jr. e a Sargento Calhoun tem participações tão curtas que a presença deles não faz a menor diferença, e os novos personagens que foram inseridos, com exceção de Shank (dublada por Gal Gadot), são totalmente esquecíveis. Shank é um excelente modelo de personagem feminina e que consegue trazer novas camadas a franquia, tendo seu devido espaço se impondo como personalidade forte e única, e sem roubar a cena dos protagonistas. Ela também vem de um game de corrida, porém bem mais perigoso do que o Corrida Doce, e logo fica evidente sua afinidade com Vanellope.
No mais, WiFi Ralph não é uma total perda de tempo. O visual é super colorido e de encher os olhos e tem, sim, várias cenas divertidas e mensagens bacanas a serem passadas sobre seguir os sonhos, deixar quem se ama livre e tudo mais (e também tem cena pós créditos). As crianças com certeza vão amar as aventuras vividas pela dupla e o quanto são carismáticos e divertidos, mas pra mim foi a animação mais fraquinha que a Disney já lançou até hoje, e a sensação de decepção por ter esperado seis anos para algo que não superou as minhas expectativas é inegável.
Produção: Disney
Elenco: Sarah Silverman, John C. Reilly, Gal Gadot, Taraji P. Henson, Jack McBrayer, Jane Lynch
Gênero: Animação/Fantasia/Aventura
Ano: 2018
Duração: 1h 56min
Classificação: Livre
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Ralph, o mais famoso vilão dos videogames, e Vanellope, sua companheira atrapalhada, iniciam mais uma arriscada aventura. Após a gloriosa vitória no Fliperama Litwak, a dupla viaja para a world wide web, no universo expansivo e desconhecido da internet. Dessa vez, a missão é achar uma peça reserva para salvar o videogame Corrida Doce, de Vanellope. Para isso, eles contam com a ajuda dos "cidadãos da Internet" e de Yess, a alma por trás do "Buzzztube", um famoso website que dita tendências.
Seis anos depois do lançamento de Detona Ralph, a dupla imbatível, Ralph e Vanellope, está junta de novo para mais uma aventura que promete. Só não sei se cumpriu de forma muito satisfatória...
Cansada da mesmice e da falta de novos desafios no Corrida Doce, Vanellope von Schweetz não está muito feliz em seu jogo e seu descontentamento fica bem evidente para Ralph. E ele, como bom e - literalmente - grande amigo, não hesita em fazer qualquer coisa para deixa-la feliz.
Quando Ralph tem a ideia de construir uma nova pista de corrida para a amiga explorar, Vanellope, empolgada com o caminho desconhecido, segue por ela com seu carrinho de corrida, mas vai contra os comandos da jogadora do game. Quando a garota tenta forçar e retomar o controle do jogo, Vanellope não cede, insiste no caminho alternativo, e o volante da máquina é quebrado por acidente, o que impossibilita sua jogabilidade. Como a peça da máquina é antiga e rara, ela só pode ser encontrada na internet, mais especificamente no eBay, mas seu preço nada atrativo faz com que o Sr. Litwak, o dono do fliperama, considere a ideia de aposentar a máquina. Agora, o Corrida Doce corre o risco de ser desligado e seus jogadores "despejados", e para salva-lo, Ralph e Vanellope vão embarcar numa aventura dentro da rede para conseguirem a peça. E, como nada é de graça, eles vão passar por poucas e boas para conseguirem arranjar uma pequena fortuna para pagarem por ela, depois de darem um lance absurdo no eBay.
As referência à internet, assim como o que ela oferece de legal e o que tem de nocivo são abordadas com superficialidade, e a impressão é que as inúmeras referências e os famosos easter eggs estão ali com intuito de camuflar o roteiro fraco, pois, quando aparecem, conseguem arrancar mais satisfação do que as demais cenas, o que pra mim foi uma pena, pois Detona Ralph, seu antecessor, foi uma animação maravilhosa que entrou na minha lista de desenhos favoritos, e não só me divertiu horrores, mas, também, me deu aquela sensação imensa de nostalgia por causa dos games antigos e clássicos que fizeram parte da minha infância e adolescência.
O universo online é um mundo a parte, repleto de luzes, tecnologia e prédios que representam os aplicativos, as redes sociais e vários sites famosos como o Google, o Twitter, o Facebook, Youtube, eBay, Amazon, Snapchat e muito mais. Há também a ideia de que boa parte da internet é movida somente a vídeos de gatíneos fofos, tutoriais de maquiagem ou outra bobagem qualquer. As referências aos spams são bem boladas e tem um papel importante para o desenrolar da trama.
Boa parte da história acontece no BuzzzTube, uma plataforma de videos comandada pela personagem Yesss, que funciona como o Youtube. Lá as pessoas ganham dinheiro e fama se um vídeo postado se tornar viral, e é isso que a dupla vai usar para tentar levantar a grana que precisam para comprar a bendita peça para consertar a máquina, depois da tentativa de ganhar dinheiro fácil na internet falhar.
Achei que esse elemento seria mais bem trabalhado, principalmente com relação ao desespero por likes e seguidores que as pessoas tem, ou como são afetadas pelos comentários maldosos dos haters, mas foi outro ponto super vazio, até mesmo por que Ralph já está acostumado com a rejeição há anos e anos. Um ponto bem bacana é sobre os anúncios
Ainda podemos contar com uma piadinha sobre a princesa Merida, que embora faça parte do time das princesas da Disney, não fala o mesmo idioma das demais e ninguém entende o que ela fala. A justificativa? Valente é uma animação da Pixar, e as animações das demais princesas, não. Mas ela marca presença lindamente com sua cabeleira ruiva, desgrenhada e maravilhosa. Merida = ♥. A participação delas é pequena, mas valeu a pena acompanhar.
O longa começa de uma forma e sugere um determinado caminho, mas da metade pra lá as coisas mudam totalmente de cenário, e é como se um desenho novo estivesse sendo oferecido ao espectador. A viagem para se conseguir a peça acaba ficando de lado e a aventura se transforma numa jornada de autoconhecimento, em que a vontade de Vanellope, de seguir o sonho de poder ter a chance de enfrentar desafios novos e reais, é constantemente boicotada por Ralph, que não quer perder a amiga de jeito nenhum e acha que mantê-la sempre por perto é o certo a se fazer. Ele tem um bom coração mas é um completo troglodita, e por isso não tem a menor consciência do mal que está fazendo à amiga quando tenta prendê-la. Isso acaba mostrando um pouco do que é uma amizade tóxica, mas foi abordado de uma forma tão rasa que passa longe de ser o auge da animação.
Os personagens carismáticos que apareceram no primeiro filme, como Felix Jr. e a Sargento Calhoun tem participações tão curtas que a presença deles não faz a menor diferença, e os novos personagens que foram inseridos, com exceção de Shank (dublada por Gal Gadot), são totalmente esquecíveis. Shank é um excelente modelo de personagem feminina e que consegue trazer novas camadas a franquia, tendo seu devido espaço se impondo como personalidade forte e única, e sem roubar a cena dos protagonistas. Ela também vem de um game de corrida, porém bem mais perigoso do que o Corrida Doce, e logo fica evidente sua afinidade com Vanellope.
No mais, WiFi Ralph não é uma total perda de tempo. O visual é super colorido e de encher os olhos e tem, sim, várias cenas divertidas e mensagens bacanas a serem passadas sobre seguir os sonhos, deixar quem se ama livre e tudo mais (e também tem cena pós créditos). As crianças com certeza vão amar as aventuras vividas pela dupla e o quanto são carismáticos e divertidos, mas pra mim foi a animação mais fraquinha que a Disney já lançou até hoje, e a sensação de decepção por ter esperado seis anos para algo que não superou as minhas expectativas é inegável.
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WiFi Ralph
O Menino no Alto da Montanha - John Boyne
3 de janeiro de 2019
Título: O Menino no Alto da Montanha
Autor: John Boyne
Editora: Seguinte
Gênero: Drama/Juvenil
Ano: 2016
Páginas: 230
Nota:★★★★★
Resenha: Pierrot é um garotinho de sete anos que mora com os pais e seu cãozinho D'Artagnan na França. Seu melhor amigo é um garoto judeu, surdo e mudo, chamado Anshel. Quando os pais de Pierrot morrem, o garoto é enviado à um orfanato, mas não demora até que ele vá para a Alemanha para ficar sob os cuidados de sua tia Beatrix. Ela é governanta numa casa que fica no alto de uma montanh, que pertence a um homem muito poderoso que todos chamam de Füher. Logo que chega na casa, Pierrot passa a ser chamado de Pieter.
Assim, em pleno início da Segunda Guerra Mundial, vamos acompanhando a história de Pieter, e como o convívio com o líder dos nazistas foi responsável pela perda da inocência e mudança do garoto, que agora almeja se tornar um homem tão poderoso e respeitável quanto seu líder e os oficiais que transitam por aquela casa.
Meu primeiro contato com o autor foi através do livro O Menino do Pijama Listrado quando precisei ler a obra para um trabalho na escola. O impacto foi grande o bastante para tormar a leitura inesquecível, e posso dizer que com O Menino no Alto da Montanha as coisas não foram muito diferentes: uma história que se passa durante a Segunda Guerra enquanto acompanhamos as consequências dela sobre uma criança que não sabia bem o que estava acontecendo e foi, inevitavelmente, envolvida e doutrinada numa ideologia cruel e assassina.
Pierrot era um garotinho adorável, mas sua inocência o deixava vulnerável a qualquer tipo de influência. E naquela casa, a figura de autoridade a quem ele tinha como exemplo era ninguém menos do que Hitler. O garoto vai crescendo, iludido pelo discurso nazista, e deixa suas origens e sua bondade para trás quando acredita que a busca pelo poder é o que fará dele um grande homem.
O livro é bem curtinho, mas mostra com muita realidade uma boa parte do que foi a Juventude Hitlerista e como esses jovens foram influenciados e levados a acreditar nesse partido genocida como algo bom. Mesmo que não sejam posturas aceitáveis, é possível compreender como foram manipulados, e por que a doutrinação é algo tão perigoso, principalmente quando é feita por alguém que sabe usar as palavras certas nos momentos mais oportunos para atingir os pontos fracos das pessoas e convencê-las de seus ideais sombrios.
O Menino no Alto da Montanha é uma leitura amarga, mas traz lições sobre como o medo e a solidão podem ser sentimentos que deixam um vazio propício a ser preenchido com promessas perigosas, mas também o quanto reconhecer os próprios erros e os perdão são coisas que libertam a alma.
Autor: John Boyne
Editora: Seguinte
Gênero: Drama/Juvenil
Ano: 2016
Páginas: 230
Nota:★★★★★
Sinopse: Quando Pierrot fica órfão, precisa ir embora de sua casa em Paris para começar uma nova vida com sua tia Beatrix, governanta de um casarão no topo das montanhas alemãs. Mas essa não é uma época qualquer: estamos em 1935, e a Segunda Guerra Mundial se aproxima. E esse não é um casarão qualquer, mas a casa de Adolf Hitler. Logo Pierrot se torna um dos protegidos do Führer e se junta à Juventude Hitlerista. O novo mundo que se abre ao garoto é cada vez mais perigoso, repleto de medo, segredos e traição. E pode ser que Pierrot nunca consiga escapar.
Resenha: Pierrot é um garotinho de sete anos que mora com os pais e seu cãozinho D'Artagnan na França. Seu melhor amigo é um garoto judeu, surdo e mudo, chamado Anshel. Quando os pais de Pierrot morrem, o garoto é enviado à um orfanato, mas não demora até que ele vá para a Alemanha para ficar sob os cuidados de sua tia Beatrix. Ela é governanta numa casa que fica no alto de uma montanh, que pertence a um homem muito poderoso que todos chamam de Füher. Logo que chega na casa, Pierrot passa a ser chamado de Pieter.
Assim, em pleno início da Segunda Guerra Mundial, vamos acompanhando a história de Pieter, e como o convívio com o líder dos nazistas foi responsável pela perda da inocência e mudança do garoto, que agora almeja se tornar um homem tão poderoso e respeitável quanto seu líder e os oficiais que transitam por aquela casa.
Meu primeiro contato com o autor foi através do livro O Menino do Pijama Listrado quando precisei ler a obra para um trabalho na escola. O impacto foi grande o bastante para tormar a leitura inesquecível, e posso dizer que com O Menino no Alto da Montanha as coisas não foram muito diferentes: uma história que se passa durante a Segunda Guerra enquanto acompanhamos as consequências dela sobre uma criança que não sabia bem o que estava acontecendo e foi, inevitavelmente, envolvida e doutrinada numa ideologia cruel e assassina.
Pierrot era um garotinho adorável, mas sua inocência o deixava vulnerável a qualquer tipo de influência. E naquela casa, a figura de autoridade a quem ele tinha como exemplo era ninguém menos do que Hitler. O garoto vai crescendo, iludido pelo discurso nazista, e deixa suas origens e sua bondade para trás quando acredita que a busca pelo poder é o que fará dele um grande homem.
O livro é bem curtinho, mas mostra com muita realidade uma boa parte do que foi a Juventude Hitlerista e como esses jovens foram influenciados e levados a acreditar nesse partido genocida como algo bom. Mesmo que não sejam posturas aceitáveis, é possível compreender como foram manipulados, e por que a doutrinação é algo tão perigoso, principalmente quando é feita por alguém que sabe usar as palavras certas nos momentos mais oportunos para atingir os pontos fracos das pessoas e convencê-las de seus ideais sombrios.
O Menino no Alto da Montanha é uma leitura amarga, mas traz lições sobre como o medo e a solidão podem ser sentimentos que deixam um vazio propício a ser preenchido com promessas perigosas, mas também o quanto reconhecer os próprios erros e os perdão são coisas que libertam a alma.
Resumo do mês - Dezembro
1 de janeiro de 2019
Ok. 2018 foi um ano cheio de altos e baixos, mais baixos que altos. Por várias vezes bateu aquela vontade de largar tudo e desistir, e minha rotina estressante ajudou muito pra eu ter considerado isso.
Pensei muito sobre dar uma pausa no blog ou não, porque as coisas andam bem puxadas e exaustivas por aqui. Talvez fosse a hora de tentar arrumar algumas pessoas pra me ajudarem com o conteúdo, não sei. Mas além de ser meio cri-cri com o padrão de conteúdo do blog e não gostar de depender da boa vontade alheia (porque já quebrei a cara com isso algumas vezes), não acho justo e nem posso exigir algo dos outros com o que é meu, principalmente quando não tenho muito a oferecer, por isso crio uma enorme resistência em ter colaboradores.
Enfim, vida de mãe e dona de casa não é nada fácil, e piora ainda mais quando se trabalha em casa com a tropinha atrapalhando e tirando a concentração de minuto em minuto, e quem diz o contrário não tem a menor noção o que é ficar com tudo nas costas e não poder ter nem dez minutos direito pra tomar um banho decente. E minha vida tá bem assim, o que me levava a aproveitar os poucos minutos de "sossego" pra dormir e tentar recuperar um pouquinho das energias que as crianças tomam de mim.
Com isso, as leituras acabavam se estendendo por semanas, algumas por meses... Muita coisa ficou pendente por causa disso, e muitas outras eram postadas com data retroativa pra não deixar o blog cheio de buracos. Não dava pra sentar aqui todos os dias e escrever tranquilamente, eu precisava fazer anotações do que eu queria escrever pra não esquecer durante as leituras, séries ou filmes, e quando sobrava um tempinho e o marido ficava com as crianças, eu vinha correndo e escrevia um monte de resenhas de uma vez, e as críticas de muitos filmes e séries acabavam ficando pra trás por falta de tempo e ânimo.
Não quero largar o blog e desistir de vez, já disse que esse é o único cantinho que posso chamar de meu e fazer uma das poucas coisas que gosto, mas eu tenho que reconhecer e assumir que minha vida anda corrida demais, e não quero ter mais uma obrigação que só vai me deixar mais sobrecarregada do que já estou, pelo menos não enquanto o Ian consumir todo o meu tempo e minha atenção.
Até o final de janeiro vou postar todas as pendências dos livros que recebi de parceria e preciso resenhar, e até lá decido se vai compensar tentar renovar essas parcerias que ficaram, ou conseguir novas. Chega uma hora que a gente tem que rever as prioridades e admitir que ninguém dá conta de fazer tudo ao mesmo tempo... Eu, pelo menos, não consigo, mas faço o que está ao meu alcance. E seja o que Deus quiser.
Enfim... Aqui o que teve no bloguito nesse mês que passou:
♥ Resenhas
- O Jardim Esquecido - Kate Morton
- Princesa das Cinzas - Laura Sebastian
- Vox - Christina Dalcher
- Romance Tóxico - Heather Demetrios
- Juntos Somos Eternos - Jeff Zentner
♥ Na Telinha
- O Touro Ferdinando
- Venom
♥ Top 10
- Livros da Editora Arqueiro pra presentear no Natal
♥ Wishlist
- Funkos de Titanic
- Funkos de Romeo & Juliet
- Funkos de The Hunger Games
♥ Caixa de Correio de Dezembro
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