The Sims 4 - Desafio das Décadas - 1960

9 de janeiro de 2022



A casa:


Com os 22mil na poupança, resolvi diminuir a casa (inclusive a altura das paredes) e, apesar de ter mantido alguns cômodos, acabei refazendo uns 80% da estrutura. Por fora tentei deixar a casa mais básica, mas por dentro investi em cores bem vivas e alegres, então acabei vendendo a maioria dos móveis e no final das contas fiquei com mais de 60mil pra poder fazer qualquer coisa. Depois de ter reformado e comprado o que eu precisava, sobrou uns 26mil.

A vida e a saga da família:

Já imaginei que nos anos 60 o povo devia ser bem zen, bem paz e amor, todo mundo de boas, então já inventei de colocar dois mods no jogo pra dar um realismo extra: um onde eles desenvolvem alguns problemas de saúde e precisam se tratar indo num consultório médico, e outro que ferra com a saúde onde eles podem fumar, beber e usar drogas. É errado? Talvez... mas as emoções vão ficando cada vez mais fortes com esse tipo de coisa. Soraya inclusive virou fumante, arrumou uma tosse terrível e agora tem que controlar a hipertensão recém descoberta tomando remédios, coitada.



Seu "namoro" com Ken não anda muito bom, porque o cara parece que não quer saber de compromisso, às vezes surta do nada e acaba enfraquecendo a amizade. Melhorar esse relacionamento tá sendo uma luta e não sei se Soraya vai ter paciência... Numa tentativa de conquistar o boy, ela resolveu passar uns momentos mais íntimos com ele, mas sabe-se lá o que se passa na cabeça dessa criatura. Eles se beijam e se xingam a cada minuto que estão juntos e penso que o motivo é que Ken ainda fica amargurando a cena onde Soraya tentou suborná-lo na inspeção, ou talvez ele esteja detestando o bafo dela de cigarro (e com razão, eu também odiaria). Se esse cretino continuar se fazendo de difícil, a Soraya vai acabar com tudo e ele que vá arrumar outra pessoa pra infernizar.



Lá em Britechester, Selena continuou se dedicando aos estudos pra se formar, mas começou a ficar desconfortável no alojamento já que tinha que dividir um apartamento SEM COZINHA com um monte de gente. Os outros estudantes começaram a aprontar dentro dos quartos, e deu até polícia do lugar. Um furdúncio danado. Faltavam dois períodos pra ela sair da universidade, mas ela ficou doente, teve que gastar todo seu dinheiro com consultas e remédios, e não tinha de onde tirar pra pagar o aluguel. Seu trabalho de meio período como babá com aquele salário miserável não pagava as contas e ainda tava deixando a coitada um caco, de tão cansada. Ela surtou, não aguentou mais e teve que voltar pra casa em meados do verão.



Quando Soraya resolveu usar a bolsa de estudos que tinha ganhado pra entrar na faculdade, ela descobriu que estava grávida, então, pra evitar escândalos entre os parentes, ela tinha que dar um jeito de casar logo com Ken. Foi difícil, não vou negar, mas ele acabou cedendo quando soube que seria pai e quando viu a pança gigantesca.



O casamento foi rápido e ele veio morar junto com Soraya. Ao se mudar ele acabou perdendo o emprego como Inspetor Ecológico, mas entrou na carreira de escritor.
No dia seguinte a pobi entrou em trabalho de parto, foi correndo pro hospital e lá nasceu Forest, que é a cara do pai. Forest adora que alguém leia livros pra ele.



Depois de ter ganhado bebê, Soraya começou a fazer ginástica em casa pa perder um pouco de peso. Ela andava super cansada e desanimada, e ao fazer uma consulta ela descobriu que sua hipertensão havia melhorado, mas o aviso de sobrepeso foi dado. Ela também parou de fumar.



Não sei o que aconteceu com a Selena. A coitada fazia todas as tarefas da faculdade, ia as aulas, fazia os trabalhos, estudava igual uma condenada, mas foi suspensa por não ter atingido as notas necessárias e fiou arrasada (???). Não entendi nada. Não sei se ela vai conseguir voltar a estudar, mas pra afogar as mágoas ela começou a se encontrar com o namorado todos os dias, chorava muito, e, no final, esses encontros renderam um noivado, e em seguida um bendito casamento. Agora Daniel foi morar na casa e na lua de mel ela ficou grávida.



O Outono está chegando ao fim, Ken fez aniversário e se tornou idoso, e Forest virou criança. Poucos dias depois Selena pôde voltar pra universidade e começou a estudar pra não perder mais tempo, mas logo ela entrou em trabalho de parto, correu pro hospital e teve gêmeos: River e Candy. Daniel quase caiu duro quando conheceu os dois filhos. Tendo que estudar e cuidar de duas crianças, os estudos ficariam super complicados, mas ela não desistiu. Soraya cuidava dos bebês enquanto Selena fazia as tarefas e ia pras aulas, e tudo estava indo bem apesar do cansaço.



Forest sempre foi incentivado pelos pais a ser muito estudioso, então ele fazia todas as tarefas da escola, os trabalhos, fazia tarefas extras, e Kn e Soaya estavam sempre o ajudando. Ele já estava com ótimas notas. Além de ser muito estudioso, seus pais também passaram a lhe ensinar boas maneiras pra ele ser uma criança muito bem educada, e tudo estava indo muito bem, obrigada.



River e Candy se tornaram bebês, Selena já estava caindo aos pedaços de tão esgotada, mas nada está tão ruim que não possa piorar: de repente, Ken caiu duro no chão, morto. Foi uma tragédia. Forest viu o pai caído, Soraya entrou em prantos, Selena ficou com o coração na mão, e nem a pequena Candy ficou livre de ver o presunto, mas quando a hora chega, não há nada que se possa fazer...



Enquanto isso, Daniel, que era super amigo de Ken, ficou muito amigo de Soraya, sempre a consolava e tentava anima-la pra que ela não ficasse tão arrasada, mas a partida de Ken foi muito repentina, ele mal passou uma estação como idoso e já bateu as botas.
A morte de Ken acabou com a virada da década e qualquer tipo de comemoração, mas a família vai ter que seguir firme. A sorte é que como só há crianças na casa, ninguém vai ser convocado pra guerra do Vietnã...

Um resumão da vizinhança:

Preferi não entrar nas casas das outras famílias nessa década pra poder focar somente na família principal, então, na virada da década eu dei uma passada rápida em casa casa pra ver o que tinha acontecido e fazer um apanhadinho geral.

Em Willow Creek, Regina Wind já ´adulta e continua morando sozinha depois que sua mãe morreu.
Catrina morreu e Vítor herdou a casa. Ele já é adulto e continua solteiro.
Eliana e Tiago, já adultos, continuam solteiros e vivendo na casa dos pais, os falecidos Giovane e Dalila. Eliana não virou a década idosa por questão de um único dia.

Em Oasis Springs, Natasha Martin, irmã de Daniel, herdou a casa dos pais após a morte deles. Ela já é jovem adulta e ainda está solteira. Ela sempre fez questão de manter contato com o irmão, mas ainda não conheceu seus sobrinhos, os gêmeos River e Candy.

Em Newcrest, Ana e Josué já estão idosos, e o filho deles, Tomás, já é jovem adulto.
Sidney e Sabina também são idosos, mas não tiveram filhos.
Depois que Jacob se casou com Fran lá na década de 40, ela ficou grávida bem rápido, mas como ele já era idoso, ele não viveu muito pra conhecer o filho. Fran criou Sérgio sozinha, mas morreu de velhice assim que ele se tornou adolescente, e agora o filho deles, que já é jovem adulto, herdou a casa e mora sozinho. Sérgio tem bastante intimidade com um amigo que conheceu na cidade, o Carlos, e talvez algo mais pode surgir daí...
Leonardo tinha se casado com Diva, e ela o ajudava a cuidar dos seus irmãos mais novos, mas depois que Leonardo morreu, Diva se sentiu muito sozinha e acabou se envolvendo com um homem da cidade, o que lhe rendeu uma gravidez nada planejada. Ela teve uma filha, a Cláudia. Como o homem era casado, ele não assumiu a criança, e ela ganhou o sobrenome que a mãe herdou quando se casou com Leonardo, e Cláudia se tornou uma Gallo. Acho que só ela e o Sérgio possuem esse sobrenome agora. Depois da morte de Diva, Paulo e Artur foram os próximos a morrerem de velhice, então Cláudia ficou com a casa.

Em Magnolia Promenade, Alicia e Albert já tinham morrido há muito tempo. Alexei também morreu de velhice. Os outros filhos continuaram na casa vivendo juntos. Hanzel já é idoso. Harry e Mercy são adultos. Todos os três são solteiros.

Em Windenburg, Sarah continua casada com Ryan, que já é idoso, e eles estão criando os três filhos. Andrew, Mark e Megan (os gêmeos) são todos adolescentes. Os três não estão tendo muito destaque na escola, pelo que parece...
Diana morreu de velhice, e seus seis filhos, Gregório e Gretha, Gustavo e Cecília, e Grace e Sandra continuam morando na casa, solteiros. Todos eles já são adultos e o casal de gêmeos mais velhos estão quase virando idosos.

Em Brindlenton Bay, Viviane está idosa mas por incrível que pareça, continua viva depois do que pareceu ser um sséculo, e cuidando da casa do falecido marido, Leon.
Fabrício morreu e Cristina, já idosa, ficou com a casa.

Em Del Sol Valey, Samantha vive uma vida de rainha ao lado do marido, celebridade mundial do mundo da música, Peter Moss, que já é idoso. Seu filho, David, já é adolescente, mas infelizmente a cachorrinha Mildred morreu de velhice. A governanta da família também bateu as botas. Peter, muito rico e cheio de influência, decidiu apimentar as coisas na cidade e mandou construir um clube acreditando que o povo precisa de uma diversão diferenciada por alí. Inclusive foi nesse clube que Sérgio conheceu Carlos...



Lá em Monte Komorebi, Lisbeth e Elias morreram de velhice, e deixaram os três filhos na casa. Edith e Ellie já são adultas, e Edward é jovem adulto. Eles ainda são solteiros. Edith e Ellie são as únicas de todos os parentes que visitam as primas na casa principal várias vezes por semana e são amigas de todo mundo alí. O que ninguém sabe é que Ellie tem uma queda secreta por Daniel, e ninguém sabe o que isso pode virar...


Wishlist #101 - Funko Pop - Encanto

5 de janeiro de 2022

Já faz um tempinho que não faço post de wishlist de popinhos porque cheguei num ponto onde não consigo mais acompanhar os lançamentos, e nem tô tendo dinheiro pra continuar aumentando essa coleção. Continuo tendo interesse e gostando muito, só não é mais prioridade. Maaaas, mesmo assim, tem alguns popinhos que não consigo deixar de fora da lista. E o set de Encanto é um deles. Senti falta dos outros membros da família Madrigal, e sei lá se vão ser anunciados futuramente como exclusivos caso eles forem existir mesmo, mas já quero os que tem, isso que importa.



Lula - Volume 1: Biografia - Fernando Morais

4 de janeiro de 2022

Título:
Lula - Volume 1: Biografia
Autor: Fernando Morais
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Biografia/Não Ficção/Política
Ano: 2021
Páginas: 416
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: Para além de juízos ou paixões, Lula está entre as maiores figuras políticas da história brasileira. Único presidente do país com origens operárias, e campo magnético de um partido profundamente original em suas raízes, exerceu o poder carismático e a influência de modo mais duradouro que qualquer outro homem público no período republicano, salvo talvez Getúlio Vargas – com quem também compartilha a virulência dos adversários.
Desde 2011, Fernando Morais ganhou acesso direto, franco e frequente a Lula. A essas dezenas de horas de depoimentos, somou o faro de repórter e a prosa cativante para compor projeto biográfico que traz um painel do personagem em toda sua grandeza e complexidade.
Em narrativa que faz uso de recuos e avanços cronológicos para manter um ritmo eletrizante, neste primeiro volume Morais vai da infância de Lula até o anulamento de suas condenações, em 2021 ― passando pelo novo sindicalismo, as greves do ABC, a fundação do PT e a primeira campanha eleitoral. 

Resenha: Quem leu a resenha que fiz do livro "Política é Para Todos", da Gabriela Prioli, viu o motivo de eu começar a me interessar por política nessa altura do campeonato. Sendo assim, quando tenho oportunidade de ler algo que considero que vá acrescentar, que vá dismitificar conceitos, que vá ampliar meu conhecimento, que vá trazer informações úteis, ou mesmo que ainda vá defender o indefensável, eu leio pra poder formar minha opinião (além de tentar entender como funciona a cabeça dos fanáticos independente de que lado estejam).

Então, ler o primeiro volume de Lula - Biografia, escrito pelo jornalista Fernando Morais, me acrescentou informações que vieram a calhar nesse momento, porém com algumas ressalvas. Não vou entrar em questões acerca do meu posicionamento político aqui (até mesmo porque estou desacreditada e com esperanças zero de que as coisas por aqui melhorem), pois a leitura que fiz foi a título de conhecimento e informação. Nada tem a ver com querer que Lula volte ou não, se ele é ladrão ou não, enfim... Independente da opinião pública, as pessoas gostando dele ou não, Lula foi presidente desse país, vai fazer parte da História do Brasil pra sempre, logo ter acesso a uma leitura que expõe fatos é algo praticamente obrigatório pra quem quer entender o que aconteceu e ter o mínimo de propriedade pra falar sobre o assunto (inclusive fiquei curiosa pra ler o livro "Lava Jato", de Vladimir Netto pra ter um outro ponto de vista).

Por mais que o autor discorra sobre a prisão de Lula até sua soltura, a impressão é de que o texto em si é, sim, parcial. O autor relata como Sérgio Moro ultrapassou os limites da ética e agiu com imparcialidade na famigerada Operação Lava Jato para não só enfiar e manter o ex presidente na cadeia para que ficasse fora de cena, como também fazer com que ele se tornasse inelegível nas próximas eleições. O autor também vai intercalando o texto com alguns acontecimentos, lembranças ou frases ditas por pessoas relevantes no cenário político e artístico. A narrativa foi montada de forma que o leitor fique indignado por tamanha injustiça, e pendendo pro lado de Lula, que é retratado como alguém cuja história de vida e de luta é admirável, dotado de coragem e garra, e que é amado e idolatrado pelo povo, praticamente um salvador da pátria. Eu admito que a história de vida de Lula é realmente impressionante, não duvido que a intenção dele seja ajudar o povo porque ele demonstra ter uma humanidade e uma consideração que a maioria dos políticos não tem (não duvido, mas também não boto minha mão no fogo por ele), e nas palavras do autor essa história ganha um tom dramático e cheio de emoção, digna de ser transformada em filme inclusive, mas eu esperava uma imparcialidade clara pra que pessoas curiosas por política (ou por quem faz a política), assim como eu, pudessem formar a própria opinião sem que sejam influenciadas por narrativas calorosas onde a opinião do autor ganha evidência.

O livro não segue a cronologia dos fatos. Com várias fotos para ilustrar os eventos citados, ele começa exatamente dois dias antes da sentença de prisão, em 5 de abril de 2018, onde, em seus seis primeiros capítulos, o autor discorre sobre o tempo em que Lula se abriga no Sindicato até decidir o que fazer, assim como as dificuldades que ele enfrentou pra sair de lá e se entregar à polícia. Milhares de pessoas tomaram as ruas em volta do sindicato e obstruíram a passagem numa enorme manifestação em sua defesa. Todo o caos foi televisionado. Durante os 581 dias em que ficou preso, Lula nunca ficou sozinho, seus apoiadores sempre estavam alí, se fazendo ouvir e revezando numa vigília pra mostrarem que a luta não tinha acabado, afinal, ele foi preso baseado em acusações quando nada que pudesse incriminá-lo foi encontrado, o que mostra que houve muitas falhas nesse processo.

Nesse meio tempo também acompanhamos os fatos que levaram Donald Trump à presidência, e que a estratégia baseada em fake news usada por ele pra vencer as eleições contra Hillary Clinton nos EUA foi a mesma que Bolsonaro usou aqui no Brasil ("kit gay", "mamadeira de piroca", e até a suposta facada no bucho viraram meme). Temos também como foi feita a escolha de Haddad pra sucedê-lo e como se deu a ação do hacker que vazou uma infinidade de documentos que, não só inocentou e libertou o ex presidente em 8 de novembro de 2019, como ainda o tornou elegível para o desgosto da direita.

Após todos os eventos relacionados a prisão de Lula, o autor corta pra década de 80, onde apresenta o cenário político brasileiro em meio as tragédias pessoais de quem seria o futuro presidente do país. Eventos como sua primeira prisão em 1980 que leva o leitor a compreender como ele veio a se tornar uma pessoa pública, como ele e os irmãos saíram do sertão de Permambuco rumo a São Paulo, o surgimento do sindicalismo e o Sindicato dos Metalúrgicos, a criação do PT, a perseguição e as prisões ilegais na época da Ditadura Militar, enfim... São várias informações muito bem detalhadas, como se o autor fizesse um grande raio-x do Brasil, que fazem com que o leitor entenda que os fatos do passado são essenciais para se compreender o presente, e o que virá pela frente.

Sabemos que Lula é o tipo de homem que divide opiniões, opiniões na maioria das vezes muito extremas pro meu gosto, é tão amado quanto odiado, mas seu poder de liderança é inegável. Li a Biografia em dois dias, pois a fluidez e os acontecimentos prendem - e muito - a atenção. Fico no aguardo do segundo volume dessa biografia onde acredito que o autor vai abordar o mandato de Lula quando presidiu o país, assim como seus erros e acertos.

Procura-se um Namorado - Alexis Hall

3 de janeiro de 2022

Título: Procura-se um Namorado - London Calling #1
Autora:  Alexis Hall
Editora: Paralela
Gênero: Romance
Ano: 2021
Páginas: 424
Nota:★★★★☆
Sinopse: Luc O’Donnell, infelizmente, é um cara famoso. Quer dizer, mais ou menos. Sendo filho de duas estrelas do rock, ele é uma das subcelebridades preferidas dos tabloides. E agora que seu pai está voltando aos holofotes, ele se tornou o centro das atenções, o que significa que uma foto comprometedora pode ― e vai ― estragar tudo.
Mas Luc tem um plano: para limpar sua imagem, ele só precisa de um namorado normal e bonzinho, e Oliver Blackwood é as duas coisas, além de advogado, vegetariano e basicamente alérgico a qualquer tipo de escândalo. O único problema é que, tirando o fato de ambos serem gays e solteiros e precisarem de acompanhantes para um evento, Luc e Oliver não têm nada em comum.
É por isso que eles estabelecem um namoro falso, até quando for necessário. Mas o perigo de namorar de mentira é que se parece muito com namorar de verdade. E, quando sentimentos verdadeiros começam a surgir, eles precisam descobrir como fazer dar certo ― não para as câmeras, mas para si mesmos. 
Resenha: Procura-se um Namorado é o primeiro volume da trilogia London Calling, da autora britânica Alexis Hall e publicado no Brasil pela Paralela

Luc O'Donnell é filho de celebridades do universo do Rock & Roll, e isso acabou o tornando uma subcelebridade perseguida pelos tablóides. Depois de duas décadas tendo problemas com vícios, indo e voltando da reabilitação, o pai de Luc está voltando ao cenário musical, e qualquer deslize desse retorno pode virar motivo de perseguições, manchetes e fofocas. Obviamente uma foto comprometedora vem à tona, a reputação de Luc agora está por um fio, seu emprego está ameaçado e ele precisa de um namorado perfeito para poder limpar essa mancha em sua imagem. E é aí que entra Oliver Blackwood, um advogado que é exemplo de ser humano, vegetariano, da paz, super bonzinho... Eles não têm nada em comum, mas um namoro falso poderia ser a salvação de Luc. O problema é que, pra forjar algo que não existe, os envolvidos precisam estar juntos, fazer coisas de casal e afins, e talvez essa aproximação e essas atitudes possam acabar fazendo com que sentimentos verdadeiros surjam dessa farsa...

A premissa de Procura-se um Namorado é clichê e nada original, eu sei. Essas histórias que envolvem esse tipo de farsa em prol de algum "benefício" parecem todas iguais mas, nesse caso, a forma como a história foi contada e a escrita envolvente da autora foi um conjunto que combinou, deu certo, e me fisgou de um jeito que fiquei muito surpresa. A autora tem aquele humor britânico hilário e cheio de sarcasmo que é capaz de arrancar risadas altas na gente, e ao mesmo tempo a gente percebe que existem sentimentos intensos por de trás de toda essa graça independente da cena.
Vou ser sincera em dizer que não há nenhum acontecimento grandioso na trama que causa AQUELE impacto na leitura, é como se não houvesse motivação plausível o suficiente sobre o problema pra sustentar a trama até o final. É como se fossemos lendo sobre essa ideia mirabolante com a certeza que não vai prestar, e ao longo da história só confirmamos isso, mas os personagens são legais, mesmo quando são insuportáveis, possuem tantas camadas e são tão interessantes que, pra mim, foi impossível não gostar. Eu só queria acompanhar as confusões de todos eles pra continuar rindo e fugir da realidade que põe a gente pra baixo dia e noite (e acho que esse é um ponto super positivo pra se considerar a leitura desse livro).

O que pra mim foi bem interessante é que achei que os personagens não caem tanto em estereótipos como eu imaginei que seria, porque a bagagem que vem com eles antes de embarcarem nessa furada (ou talvez não seja uma furada dependendo do ponto de vista) mostra que eles têm um algo a mais, que são muito humanos, muitos reais, e têm questões delicadas pra lidar enquanto estão forjando esse bendito namoro. Por mais engraçado que o livro seja, fazendo piada com tudo que a gente possa imaginar, ainda tem os temas mais delicados, como a homofobia, o narcisismo dos pais, o abandono afetivo, e são problemas que, por piores que sejam, ainda existem e há quem conviva e sofra com isso. Logo há essa carga dramática que consegue se equilibrar bem com o tom de comédia da história sem destoar, sem estragar a experiência e ainda levantando o questionamento sobre as opiniões alheias acerca da orientação sexual, da autoaceitação, sobre se assumir, sobre o preconceito (velado ou não), e sobre como as pessoas lidam com isso.

E o melhor é que, desde o início, a gente sabe como essa história vai terminar, mas ainda assim continua lendo, seja pra rir, pra passar raiva com os pais deles, pra passar raiva com a enrolação deles, pra suspirar quando as coisas começam a se encaixar, pra falar "eu sabia" quando tudo começar a dar errado, enfim, mas é tudo no melhor sentido da coisa.

Luc é um personagem um tanto complicado, pois ele é super negativo devido as experiências que já teve sob influência dos pais desajustados. Suas feridas acabaram o tornando alguém autodepreciativo, dramático ao extremo, atormentado, e talvez ele tenha ficado pessimista e miserável desse jeito de tanto ver que é isso que os tablóides expõe pro público. É muito satisfatório acompanhar a jornada dele, lidando com os obstáculos e aprendendo a confiar nos outros.
Oliver é o oposto. O homem é um gentleman, atencioso, respeitoso, educado, e leva uma vida meticulosamente organizada. Ele se revela meio rebelde em meio a esse "namoro", mas o que importa é que ele se esforça e no final a gente só tem a certeza de que ele é adorável.
Os personagens secundários também são ótimos, suas participações e influências na vida do casal são importantes e a gente vai percebendo como cada um deles tem suas peculiaridades, como são caricatos pra ajudar no tom de humor, como são esquisitos com suas manias absurdas, como lhes falta bom senso mesmo quando são bem intencionados, como seus hábitos irritantes e teimosia fazem com que a gente queira lhes dar um murro, ou como são importantes para dar aquele empurrão que o outro precisa.

No mais, Procura-se um Namorado é um livro super engraçado, ótimo pra espairecer e que não vai falar apenas das confusões que um namoro falso podem desencadear. Aqui a gente consegue perceber nas entrelinhas que não podemos ser orgulhosos e ignorar ajuda dos outros quando essa ajuda é necessária, mas que o caminho a ser trilhado para se dar jeito nos problemas deve ser percorrido pelo maior interessado em resolvê-los.

O Livro dos Pequenos Nãos - Heloisa Seixas

2 de janeiro de 2022

Título:
O Livro dos Pequenos Nãos
Autora: Heloisa Seixas
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Romance/Literatura Nacional
Ano: 2021
Páginas: 144
Nota:★★★☆☆
Compre: Amazon
Sinopse: Em O livro dos pequenos nãos, Heloisa Seixas explora o poder das escolhas, da sorte e do acaso. O livro acompanha a história de Lia ao longo de uma noite ― enquanto ela revive as lembranças de seu relacionamento conturbado com Tito ― e abre janelas para anos pregressos, apresentando outros personagens que, cada um à sua maneira, tiveram suas histórias reescritas.
Com uma prosa que seduz e prende o leitor até a última página e com a habilidade de quem transita pelos mais diversos gêneros da ficção, a autora entrelaça passado e presente e tece uma narrativa sensível sobre o impacto das decisões ― conscientes ou não ― que acabam não apenas por definir nosso destino, mas também por nos tornar quem somos. 

Resenha: Quando Lia se encontra com a amiga Ana num bar para tomarem um chope e terem um momento de diversão, a conversa descontraída começa a tomar um rumo mais reflexivo: Ana começa a falar sobre a morte trágica de um grande poeta; sobre as mudanças que ocorrem com tal tragédia e o que se é perdido além da vida; e no famigerado "e se", explorando o poder das escolhas, da sorte e do acaso...
"- Esse vazio estranho que se cria a partir de bifurcações, do momento em que se escolhe ir para um lado e não para o outro e que..."
- Pág. 10
Ao longo da noite, relembrando as conturbações de seu relacionamento e como se sente em relação a isso enquanto volta pra casa, Lia segue numa divagação profunda e intensa, uma viagem cheia de experiências (que inclusive são um risco pra ela mesma) onde aborda o poder imensurável de se tomar uma decisão, seja ela consciente ou inconsciente, e como ela não apenas define o destino, como molda as pessoas a serem quem elas são.

O livro é narrado em terceira pessoa, com descrições bem trabalhadas e poéticas sobre os elementos da trama, algumas se extendem demais nas descrições e nos "floreios" narrativos, mas é o que dá uma intensidade maior aos sentimentos e às sensações dos personagens. Os capítulos são curtos e entre os destinados à Lia há histórias de outros personagens, de outras épocas, que tem ligações familiares uns com os outros e dão continuidade aos "causos", e que também remetem às consequências de determinadas decisões. A primeira história se passa em 1897, onde acompanhamos João Alexandre, um médico do exército que viveu de perto e sobreviveu à Guerra de Canudos, no interior da Bahia. E a partir daí, os demais capítulos com os outros personagens vão ganhando elementos do que fez parte da história do Brasil, alguns com toques sobrenaturais que lembram muito aqueles contos do interior, passando por assombranção até Lampião. E o mais incrível é o desfecho que liga a autora diretamente aos personagens, mostrando que as decisões tomadas vão, inclusive, impactar na vida de seus descendentes, afinal, não estaríamos aqui se nossos avós, se nossos pais não tivessem se conhecido e tido um relacionamento.

E toda a trajetória desses personagens leva o leitor a refletir sobre questões como "minha vida seria diferente SE eu tivesse feito outras escolhas?", "Hoje eu estaria onde estou SE eu tivesse seguido por outro caminho?" São perguntas cujas respostas não possuímos. Ao fazermos uma decisão, acabamos escolhendo uma coisa e abrindo mão de outra, e como não é possível voltar atrás, não temos como saber o que seria, e nem por isso devemos nos prender ao que poderia ter sido, mas sim viver o presente enquanto lidamos com nossas decisões e suas consequências, sejam elas boas ou não, sem "culpar" o destino. E independente do evento, da ocasião, da situação, são as escolhas que definem o desfecho, e às vezes uma escolha simples (mesmo que não seja um caminho simples pra se tomar) nos liberta do que nos aprisiona.

Resumo do Mês - Dezembro (2021, vai com Deus, meu chapa!)

1 de janeiro de 2022


Eu achei que não fosse dar conta. E admito que deixei muita coisa atrasada e pra última hora. E nem foi só pela falta de ânimo e tempo, mas também procrastinei até não poder mais ao longo do ano. Mas o que importa é que entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Acho que tudo o que deixei de fazer durante o ano eu fiz em Dezembro, mas pra me dedicar às pendências do blog, eu acabei tendo que deixar de fazer algumas coisas que eu devia ou queria ter feito, incluindo enrolar séculos pra arrumar a casa, e até dei uma pausa do Desafio das Décadas senão não ia dar conta de terminar as leituras pra resenhar. Teve livro que comecei a ler no meio do ano mas só fui terminar agora (oie, Destruidor de Mundos!), então dá pra ter noção. Dia 24, por exemplo, tava eu lá na cozinha sofrendo pra fazer as comidas tudo sozinha de um lado, e de outro lado, com o kindle na mão. Um olho no livro e outro nas panelas.

Também fiquei aqui dando graças por minha vó ter ficado uns dias aqui em casa me dando um help, dei conta de tanta coisa que me senti lá no início do blog, quando eu lia de 15 a 20 livros no mês bem tranquila e serelepe, mas depois que a penca foi nascendo e me pondo louca, eu nunca mais pude fazer isso.

Queria poder manter esse ritmo, mas nem vou criar expectativas pra não morrer de frustração.
O Desafio Literário da Seguinte eu só não completei por causa de 1 único livro, que foi o livro que comprei há mais de 2 anos. Poderia ter pegado um livro fininho esquecido na estante e ler rapidão pra contar como feito? Poderia, mas não fiz. Mas já foi um avanço ter chegado até aqui levando em consideração que o Desafio que fiz ano passado eu não cheguei nem perto da metade.

Enfim, pra ano que vem ainda tenho 3 pendências pra poder entregar, com prazo curtíssimo que eu nunca tinha visto na minha vida, então já tô aqui pensando que tô escrevendo demais enquanto o tempo que deveria estar aproveitando pra ler, passa.
E por falar em tempo, até que enfim esse ano acabou, ninguém aguenta mais. Vamo ver se em 2022 a gente pode ter esperança de que as coisas vão melhorar, porque tá difícil...