Para Sempre Interrompido - Taylor Jenkins Reid

8 de dezembro de 2021

Título:
Para Sempre Interrompido
Autora: Taylor Jenkins Reid
Editora: Paralela
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2021
Páginas: 304
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: Elsie e Ben pareciam ter todo o tempo do mundo: vinte e poucos anos, recém-casados, apaixonados. Entre eles as coisas sempre aconteceram depressa, como uma explosão irrefreável de energia. Elsie só não tinha como saber que o brilho de seu romance seria tão fugaz.
Pouco mais de uma semana depois de se casar, Elsie perde Ben em um acidente e sente o futuro se desfazer diante de seus olhos. Só o que resta é um eterno agora, carregado de questões não resolvidas do passado.
Para atravessar sua dor, Elsie precisará inevitavelmente olhar para trás. Não só para entender a dimensão de sua perda, mas também para conhecer a nova família que nunca chegou a ter ― e para descobrir, enfim, quem ela se tornou depois de ter seu final feliz interrompido.

Resenha: Depois de se conhecerem numa pizzaria e viverem uma paixão super intensa durante seis meses, Elsie e Ben reconhecem serem almas gêmeas e decidem se casar. Tudo entre eles acontece muito rápido, há muito química, e eles não poderiam estar mais felizes. Mas, poucos dias depois de se casarem, Ben sofre um acidente gravíssimo e não resiste. Elsie fica arrasada e sem rumo, e agora vai precisar aprender a lidar com o luto. E nesse momento trágico ela conhece Susan, a mãe de Ben, que até então não sabia da existência de Elsie. Susan é viúva, e agora que perdeu o filho único está mais destruída do que nunca, e a aproximação entre as duas, que não acontece da maneira mais feliz de todas, vai trazer alguns aprendizados para os dois lados já que elas vão compartilhar da mesma dor de uma forma tão comovente quanto brutal.

O livro é narrado em primeira pessoa e se alterna entre o passado e o presente de Elsie, onde ela lida com o luto com muita resistência tentando reaprender a viver sem o marido de uma forma quase agonizante, enquanto nos mostra o desenvolvimento do seu relacionamento arrebatador com Ben. Este foi o primeiro livro escrito por Taylor Jenkins, mas por aqui a gente já percebe o talento da autora em construir uma história incrível e muito emocionante que vai levar os leitores às lágrimas devido a carga dolorosa e cruel sobre os estágios do luto.

Elsie é aquele tipo de personagem que vai mexer com o leitor, e talvez não de uma forma muito positiva. A forma como ela lida com a perda é bem intensa e real, e é perfeitamente compreensível que ela esteja em mil pedaços. Não sei se ela se mostrar imatura e super egoísta tem a ver com o processo do luto em si, mas mesmo que a ideia seja torcer pra que ela supere e tenha forças pra seguir em frente, ela é tão irritante que não dá pra entender e nem engolir. Elsie é arrogante demais e isso acaba comprometendo a empatia do leitor, mas podemos ver ela passando pela negação e isolamento, pela raiva, pela barganha, pela depressão e, finalmente, pela aceitação... Tudo ao seu modo. Não vou negar que é triste, que dói, mas são fases necessárias pra se aprender a lidar com a perda e o quão importante é refletir sobre isso.

As passagens que falam sobre o romance do casal são um pouco superficiais, focam mais na questão da intensidade das coisas, falam sobre como Ben era um cara incrível e como eles estavam felizes juntos, e isso só faz a gente ficar triste por saber que eles não tiveram tempo o suficiente pra curtirem a companhia um do outro. A sensação de injustiça é inevitável.
Os personagens secundários não são muito bem aprofundados, o que não acontece com Susan. Susan é uma mulher maravilhosa e rouba toda a cena. Elsie tem uma melhor amiga, a Ana, e por mais que ela faça de tudo pra ajudar e ficar ao lado da amiga, a forma como Elsie narra os acontecimentos - pela sua própria visão - acaba distorcendo muitas coisas, fazendo com que Ana saia como egoísta, o que não é verdade. Por um lado isso é um ponto positivo, pois mostra que as vezes as pessoas tem uma percepção errada quando está com a cabeça afetada demais pra pensar direito, e isso mostra o quanto os personagens que a autora apresenta são reais, são gente como a gente, passíveis de falhas e muitas vezes incompreendidos. Por outro lado, algumas atitudes são extremas demais, e nem sempre dá pra defender.

Como um bom drama, Para Sempre Interrompido é um livro que vai mostrar, através do sofrimento de Elsie e Susan, o quanto o luto e seus estágios é uma carga pesada e sufocante pra se carregar, como as pessoas lidam de forma diferente com suas perdas, que ninguém nunca deve diminuir a dor do outro pelo motivo que seja (principalmente pelo curto período de tempo que o casal viveu junto), que a saudade de quem nunca mais vai voltar é uma sensação insuportável, e que por isso devemos aproveitar cada segundo com quem amamos, expressando nossos sentimentos sempre que possível, pois nunca sabemos o dia de amanhã.

Pra quem procura por um livro emocionante e com uma carga dramática bem intensa, é leitura super indicada.

Política é para Todos - Gabriela Prioli

6 de dezembro de 2021

Título:
Política é para Todos
Autora: Gabriela Prioli
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Política/Ciências Sociais
Ano: 2021
Páginas: 272
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: Em seu primeiro livro, Gabriela Prioli oferece uma introdução acessível sobre como funciona a política ― e como debatê-la de forma racional e sem achismos.
O que é uma democracia e para que serve uma constituição? Quais são as atribuições de cada uma das três esferas de poder e como garantir que elas se mantenham em harmonia? Como funcionam as eleições e qual a importância das fake news nesse cenário?
Em Política é para todos, a advogada e apresentadora Gabriela Prioli responde a essas e outras questões imprescindíveis para a compreensão do funcionamento da política ― sobretudo a brasileira ―, mas que muitas pessoas têm receio ou vergonha de perguntar. Com a linguagem descomplicada que fez dela uma das personalidades mais populares do país, a autora mostra como cada um de nós pode se engajar para construir a sociedade que queremos, debatendo os assuntos relevantes com opiniões próprias e argumentos racionais.

Resenha: Vou ser sincera em afirmar que até meados de 2017 eu não me interessava por política. Na verdade, eu odiava política. Ter que sair de casa pra votar, pra mim, era um martírio absoluto, um castigo, e quando eu não ia na cidade do lado justificar o voto, eu votava em branco ou em qualquer candidato que tivesse zero chances de ser eleito. Na minha cabeça, não achava que eu tinha que participar desse circo de horrores que é a política nesse país e só queria distância desse bando de vagabundos, que em vez de cumprirem suas promessas, só acabam com a vida do povo enquanto enchem os próprios bolsos.

Continuo achando que todos os políticos, ou pelo menos 99% deles, sofrem de algum tipo de vagabundagem crônica, e se a gente parar pra ler meia dúzia de notícias isso fica mais óbvio do que nunca, mas eu admito que meu preconceito, minha antipatia, e a minha visão limitada sobre o assunto acabavam me impedindo de entender muita coisa que aconteceu no passado ou que estava acontecendo no presente, e que, talvez, se as pessoas se interessassem pra entenderem o básico de como tudo funciona para votarem de forma racional e consciente, o país não estaria nesse buraco sem fundo.

Então, quando as campanhas pras eleições presidenciais começaram, todas aquelas tretas absurdas, a quantidade de canais no youtube que surgiram pra defender candidato x ou candidato y, o monte de informações sobre os governos passados que começaram a vir à tona para justificar a escolha do voto pra um ou pra outro e etc, me fizeram começar a refletir sobre a importância do tema e como uma eleição acaba afetando a vida de todo mundo, seja pra beneficiar ou pra prejudicar. E eu ainda não tinha me dado conta de que afeta minha vida inclusive. Um dos canais que descobri nessa empreitada foi o da Gabriela Prioli, e achei muito interessante a forma como ela abordava a política e analisava os candidatos, e a partir dela, comecei a ver alguns outros canais, tanto de esquerda quanto de direita, pra poder ter uma visão mais ampla da situação toda, entender o que esses influenciadores tinham a dizer e de onde tiram argumentos pra apoiar ou reclamar desses políticos. Claro que o choque de ver tanta desinformação foi grande, mas pelo menos comecei a me inteirar e começar a entender que a coisa vai muito além.

E por que escrevi esse textão antes da resenha propriamente dita? Porque hoje penso que se a política fosse um tema que já fizesse parte das bases da sociedade no quesito educação, fazendo parte da grade escolar por exemplo, se fosse algo mais acessível, e se tivesse uma linguagem de fácil compreensão, talvez as pessoas, como cidadãs, teriam mais informações, talvez pensassem com mais racionalidade na hora de eleger candidatos, talvez não ignorassem e odiassem a política como eu mesma fazia, e talvez as coisas fossem diferentes de como é hoje.

E levando tudo isso em consideração, penso que livros como esse da Gabriela são fundamentais e muito importantes para esse tipo de aprendizado, pois ele se propõe a oferecer uma introdução bem acessível sobre o funcionamento da política (englobando formação de partidos, atribuições dos poderes e afins) e fugindo de ideologias pra qualquer um, e como debatê-la com coesão para que os cidadãos fiquem por dentro das decisões e possam, assim, votar com consciência e fazer as cobranças que lhes cabem.

Alguns tópicos são muito esclarecedores e se estendem bastante, outros carecem de maior aprofundamento, mas acredito que a ideia é fazer com que as pessoas pensem por si só, que fiquem curiosas, que estudem e busquem por mais informações e conhecimento, até mesmo porque as explicações sobre os aspectos políticos tão importantes para a democracia são tão boas que envolvem o leitor na leitura de tal forma que queremos saber cada vez mais. Encontramos significados para os termos mais conhecidos além de informações sobre o contexto político na História e como isso influencia no cenário atual, e por mais que seja um conhecimento básico, após a leitura e entendimento do livro, qualquer um consegue tem informações suficientes pra poder falar sobre o tema com alguma propriedade.

Garota, 11 - Amy Suiter Clarke

4 de dezembro de 2021

Título:
Garota, 11
Autora: Amy Suiter Clarke
Editora: Suma
Gênero: Thriller/Suspense/Mistério
Ano: 2021
Páginas: 304
Nota:★★★☆☆
Compre: Amazon
Sinopse: Uma apresentadora de podcast obcecada por um crime não resolvido. Um serial-killer que volta a matar garotas, vinte anos depois de ter desaparecido. A caçada começa agora.
Elle Castillo é a apresentadora de um podcast popular sobre crimes reais. Depois de quatro temporadas de sucesso, ela decide encarar um caso pelo qual sempre foi obcecada ― o do Assassino da Contagem Regressiva, um serial-killer que aterrorizou a comunidade vinte anos atrás. Suas vítimas eram sempre meninas, cada qual um ano mais jovem que a anterior. Depois que ele levou sua última vítima, os assassinatos pararam abruptamente. Ninguém nunca soube o motivo.
Enquanto a mídia e a polícia concluíram há muito tempo que o assassino havia se suicidado, Elle nunca acreditou que ele estava morto. Ao seguir uma pista inesperada, no entanto, novas vítimas começam a aparecer. Agora, tudo indica que ele está de volta, e Elle está decidida a parar sua contagem regressiva.

Resenha: Elle Castillo é uma ex assistente social que largou para apresentar o "Justiça Tardia", um podcast bem popular sobre crimes reais que nunca foram resolvidos.
Depois de ter feito sucesso com 4 temporadas do seu podcast, Elle quer retomar um caso antigo de um serial killer que fazia vítimas cuja idade era sempre um ano mais jovem que a vítima anterior, o caso ficou conhecido como "Assassino da Contagem Regressiva" (ou ACR). Nenhum assassinato aconteceu mais depois que uma menina de 11 anos foi morta, vinte anos se passaram desde então e a polícia acredita que o criminoso já estás morto depois de duas décadas sem notícias.
Mas Elle não acredita na teria da polícia, e sua obsessão por esse caso, para que a justiça seja feita, não permite que ela simplesmente esqueça.

Até que uma criança desaparece e o padrão do suposto crime é o mesmo do ACR. Não se sabe se o assassino voltou a ativa, ou se é alguém o imitando motivado pelo sucesso do Justiça Tardia, e agora Elle ficará envolvida com a investigação do caso, e com os dilemas e a angústia de manter o podcast no ar, mas independente do que aconteça, ela está decidida a interromper essa contagem regressiva.

A narrativa é uma transcrição do podcast de Elle, com detalhes de situações de seu cotidiano, e com passado e presente se intercalando pra abranger a trama, e é um tipo de formato que deixa a história bem dinâmica, envolvente e fluída. Além das entrevistas, há descrições de vinhetas e efeitos sonoros do podcast, aumentando a experiência de imersão. É como se estivéssemos mesmo acompanhando o podcast. Um ponto super positivo é sobre as pesquisas que a autora fez sobre esses tipos de casos, então a investigação em si tem uma base sólida e bem aprofundada pra ser desenvolvida tornando tudo muito crível, e por ser um livro de estreia tudo isso deve ser levado em consideração. Pode ser que essa "lentidão" incomode quem goste de thrillers com mais adrenalina.

O problema pra mim (e talvez pra quem já leu outros thrillers mais pesados), é que muitas coisas que acontecem são convenientes e facilitam muito essa jornada da investigação, e isso acaba fazendo com que os leitores consigam pegar pistas que tornam algumas descobertas óbvias. A construção de Elle é muito boa, é uma personagem com camadas e que tem sua motivação justificada para insistir em resolver esse crime. Ela não quer se meter nesse caso apenas pela curiosidade, a coisa vai muuuito além e, mesmo que ela tenha algumas atitudes bem irresponsáveis e que jamais resultariam em boa coisa se fosse algo verídico, é tudo bem interessante de se acompanhar. O assassino é muito bem construído e os detalhes de sua forma de agir dá aquela sensação de pavor. A trama de maneira geral não preza por reviravoltas mirabolantes, mas sim, foca nos mínimos detalhes para não só mostrar esse lado investigativo do caso, mas também transmitir uma mensagem super relevante sobre feminismo e empoderamento feminino, enquanto faz críticas pertinentes ao machismo e a responsabilidade de influenciadores que seguem esse nicho ao falar de crimes na internet enquanto há pessoas envolvidas que podem assistir e serem afetadas por isso.

The Sims 4 - Cenários - Sobrevivendo ao Fim de Ano

3 de dezembro de 2021


Descrição: Dois Sims que se odeiam ainda moram no mesmo lugar devido a uma história complicada envolvendo gnomos e golpes com imóveis e as duas pessoas são teimosas demais para se mudarem de lá. Será que irão enconmtrar uma maneira de resolver suas diferenças, considerando o espírito dessa época, ou, pelo menos, de deixar a situação mais suportável durante este fim de ano?
Sims começarão o Cenário com inimizades rancorosas.

Tema: Rivalidade

Requisitos:
- Sims não podem ter parentesco
- 2 Sims Jovens Adultos ou mais velhos

Resultados:
- Sims têm amizade sem nenhum sentimento negativo
- Sims têm um relacionamento romântico do tipo Inimizade Colorida

Essas são Laila Sestari e Janete Morato. Elas moram num apartamento na Casa Culpepper, 17 em San Myshuno. A missão é fazer com que, aproveitando esse final de ano com o clima natalino da paz, elas percam esse ódio uma pela outra e o relacionamento fique positivo OU fazer com que tenham um relacionamento do tipo "Inimizade Colorida" (pontuação: Amizade -100 a -70 e Romance 50 a 100).

Esses desafios limitados dos cenários são desafios rápidos e bem fáceis de serem concluídos. No caso desse, os Sims que tem ódio um pelo outro não aceitam interações e as tentativas só fazem piorar as coisas e deixar o desafio muito mais demorado. Como faz pouco tempo que comecei a jogar o The Sims 4, eu ainda me perco em algumas coisas que são diferentes dos The Sims anteriores, e não entendi 100% esses novos status de relacionamentos que existem, e também não sei como os Sims podem desenvolver a barra de Romance quando a Amizade em si está negativa. Eles não aceitam nenhuma interação sem arrancar os cabelos do outro e se embolarem no chão numa bola gigante de fumaça. Depois faço uns testes pra ver se consigo descobrir alguma coisa, mas, até agora, não sei mesmo como atingir essa pontuação pra conseguir o status de "Inimizade Colorida". Talvez o desafio verdadeiro fosse mesmo atingir esse status...

Enfim, a melhor forma de conseguir diminuir o nível de inimizade é esperar um pouco, longe um do outro, pra que não se engalfinhem sempre que se olharem e "esqueçam" as diferenças. Depois de 2 dias sem nenhuma interação consegui melhorar as coisas através de presentes, pois isso as espertinhas não recusam e eles conseguem fazer com que as interações de amizade sejam aceitas. Sabe o bendito fone de ouvido? Dê ele de presente se não tiver outra coisa no inventário. Já é um começo pra que aceitem os primeiros pedidos de desculpas.






Agora que se perdoaram, essas duas não se desgrudam mais e estão aí firme e forte pra mostrar que o amor é lindo.


Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo - Benjamin Alire Sáenz

2 de dezembro de 2021

Título:
Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo - 
Aristóteles e Dante #2
Autor: Benjamin Alire Sáenz
Editora: Seguinte
Gênero: Romance/Juvenil
Ano: 2021
Páginas: 448
Nota:★★★★☆
Compre: Amazon
Sinopse: Na aguardada continuação de Aristóteles e Dante descobrem os segredos do Universo, Ari e Dante vão lutar com todas as forças para transformar o mundo em um lugar onde possam ser livres juntos e sem medo.
A vida de Aristóteles mudou completamente desde que conheceu Dante Quintana. Com Dante, Ari aprendeu a achar graça nas pequenas coisas da vida e descobriu o coração enorme que tem, capaz de amar muitas pessoas ― inclusive outro garoto.
Agora, os dois estão prestes a começar o último ano do ensino médio e, mesmo sabendo que em breve terão que fazer escolhas importantes para o futuro, estão se abrindo para novos amigos, novos lugares e para as próprias famílias ― até que Ari sofre uma perda terrível e, mais do que nunca, precisará do apoio de Dante.
Nesta continuação de Aristóteles e Dante descobrem os segredos do Universo, reencontramos nossos heróis no momento em que o primeiro romance termina, para seguir com eles pelas águas de um mundo novo, que pode ser perigoso e difícil, mas também vasto e cheio de possibilidades.

Resenha: Depois de sete longos anos de espera, eis que chegou a continuação de Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, escrito pelo autor Benjamin Alire Sáens e publicado pela Seguinte aqui no Brasil.
Eu lembro de ter lido o livro (daria 4 estrelas até), mas não resenhei porque a resenha já tinha sido feita pelo Lucas, que era colaborador aqui do blog na época. Porém, como 7 anos é um intervalo grande demais pra se manter a história fresca na cabeça, lá fui eu reler o primeiro livro pra poder lembrar da história, e depois ler esse segundo.

Então, pra resumir e recaptular, a história se passa na famigerada década de 80, em El Paso, Texas, e tráz Aristóteles "Ari" Mendoza, que apesar de ter crescido numa família amorosa, tem problemas com os pais por se sentir traído já que eles "apagaram" os vestígios de seu irmão mais velho, do qual ele nem se lembra. Ele sente que vive uma vida escrita por outra pessoa, não tem amigos e vive muito sozinho. Até ele conhecer Dante Quintana numa piscina, e ele se oferece pra ensinar Ari a nadar. Os dois estão igualmente perdidos, e surge alí uma relação de amizade e uma ligação muito forte que vai sendo construída ao longo de dois anos, dos quinze aos desessete anos dos dois, que vai desafiar as crenças de Ari sobre si mesmo e sobre sua capacidade de amar, até ele perceber que está apaixonado por Dante.
Agora em Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo, a história segue de onde parou, onde eles embarcam nesse relacionamento enquanto lidam com a crueldade do mundo.

Antes de tudo, acho que devido a polêmica envolvendo transfobia no livro anterior e o assédio que o autor cometeu com leitores trans, Sáenz parece ter tentado consertar a suposta caca que fez nesse segundo volume. Mesmo que o autor ainda fale sobre sentimentos capturando a voz adolescente como poucos fazem, senti que nesse volume teve uma leve diferença de estilo. Não sei se pelo fato do acréscimo de novos personagens ou por causa de boa parte do livro não ter a presença de Dante.

Um ponto que acho bem importante ressaltar, é sobre as questões envolvendo a sexualidade e o suposto preconceito de que muita gente fala que problematizou tanto a história. No MEU entendimento e na MINHA opinião, o autor, independente do que fez ou do que as pessoas acham dele, abordou as problemáticas ocorridas na década de 80, enfatizando como as pessoas pensavam e agiam diante de um público que sequer tinha siglas pra os representar, e sem romantizar as barbaridades que eles enfrentavam. É triste, é absurdo, é condenável, mas a gente sabe que a sociedade já foi muito pior do que é hoje, e ainda bem que está caminhando pra mudanças mulhores, mesmo que o caminho ainda seja longo pra alguns.

Enfim, o livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Ari com capítulos curtos, com foco nos diálogos e bem fluídos, e é impossível não se emocionar ou não se conectar com seus pensamentos. Ele tem ums enorme facilidade com palavras, e isso acaba sendo uma boa válcula de escape para seus dilemas e sentimentos. Apesar de Ari ter muito mais espaço nas páginas do que Dante, foi bem emocionante ver o desenvolvimento do relacionamento dos dois, principalmente porque era uma época complicada de se viver, a época que a AIDS começou a assolar comunidade, causando dor, sofrimento e mortes.
E foi muito satisfatório acompanhar o desenvolver desse relacionamento, a descoberta mútua sobre suas particularidades, sobre seus desejos, sobre seus próprios corpos, assim como a tensão pela descoberta dos pontos negativos de suas naturezas individuais e personalidades, afinal, ninguém é totalmente perfeito. Percebi que Ari parece ter regredido nessa "jornada", como se sua vida fosse resumida ao relacionamento dele com Dante, e como Dante "desaparece" enquanto Ari está no colégio, a jornada de amadurecimento e aprendizado fica focada principalmente em Ari. Mas, além disso, o autor também abordou as questões familiares bastante delicadas dos personagens de uma forma muito satisfatória. Finalmente vemos Ari numa tentativa de superar os obstáculos que o mantinha afastado de seu pai, ou ainda quando ele enfrenta o irmão. São atitudes muito corajosas no contexto em que ele vive, e mostra o quanto ele amadureceu, seja na questão dos seus objetivos de vida, sua auto-aceitação, ou pra tentar se adaptar, inclusive permitindo a aproximação de outras pessoas, onde ele vai se abrindo para amizades novas em vez de se fechar e se isolar em sua própria bolha como fazia antes. E é aí que entra Gina, Susie, Cassandra... Não sei se a presença das meninas acabou tirando Dante de campo em prol do amadurecimento e autoconhecimento de Ari, mas não posso negar que a amizade que eles passaram a ter é muito fofa, enche o coração e emociona.

O autor fala sobre solidão, sentimento de pertencimento, aceitação e melancolia nessa fase da adolescência com muita propriedade, e por mais que seja uma fase chata ou difícil de se passar, principalmente quando há questões de sexualidade envolvidas numa época tão complicada na história, . Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo conseguiu ser poético e muito comovente. Pra ser bem sincera o primeiro livro tinha terminado de uma forma satisfatória e não havia a menor necessidade de se ter uma continuação, mas já que teve, foi uma boa experiência e recomendo a leitura.

Resumo do Mês - Novembro

1 de dezembro de 2021


Cá estou com o pequeno resumo do que teve no blog, e sei que foi pouco porque como disse no resumo de outubro, eu voltei a jogar The Sims, Brasil, então ando dedicando um tempo considerável aprendendo mais sobre a jogabilidade e progredindo com o Desafio maluco das Décadas. Já estou nos anos 40, e se eu continuar nesse ritmo eu chego pelo menos nos anos 80 até o final desse mês.
Maaass, pelo menos teve duas resenhinhas, e como eu e Marina já lemos alguns dos livritos da pilha, as resenhas vão sair logo logo, só estamos tomando coragem pra escrever porque Dezembro é sempre um mês de loucura aqui em casa. Queria ter feito crítica de alguns filmes e séries que vi (dei uma pausa em Them e terminei de assistir a primeira temporada de Salem e estou #xocada.com.br, já estou terminando a segunda inclusive), mas acabei não animando falar sobre.
No mais, vamo seguindo em frente que no final da tudo certo.