Caixa de Correio #93 - Novembro

30 de novembro de 2019

Novembro foi um mês meio brochante, vou ser sincera. A caixinha em si, apesar de simples, me deixou super feliz. Fazia tempo que eu queria ler esses livros do King por sempre ouvir falar muito bem e enfim, vou conseguir. Mesmo que eu não tenha comprado muitos pops (muitos só vão chegar mês que vem, principalmente os que estou importando), também fiquei feliz com o pop do Harry. Faltava ele pro trio do baile ficar completo e foi o primeiro dessa wave nova que dei um jeito de comprar. O desânimo maior é saber que a Funko já lançou mais uma cacetada de pops de Harry Potter, com os personagens usando as roupinhas do baile (e já anunciaram mais alguns outros pro ano que vem, pelamordosantodeus) e eu estou aqui, falida. Quando penso que falta pouco pra completar essa coleção sem fim, brotam mais cem do além pra deixar qualquer um desesperado.
Mas, coleção é assim mesmo, a gente conquista devagarinho e com paciência. Minha falta de coragem vai um pouco além disso, mas acho que não cabe comentar aqui, afinal, caixinha de correio é postagem pra coisas boas, que me deixam alegrinha e feliz, e a lamúria fica pra lá.

Bora ver o que chegou esse mês:

Sessão da Meia-Noite com Rayne e Delilah - Jeff Zentner

25 de novembro de 2019

Título: Sessão da Meia-Noite com Rayne e Delilah
Autor: Jeff Zentner
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto
Ano: 2019
Páginas: 408
Nota:★★★★☆
Sinopse: Toda sexta-feira, as melhores amigas Josie e Delia se transformam em Rayne Ravenscroft e Delilah Darkwood, apresentadoras de um programa de terror exibido em um canal da TV local. Com o final do ensino médio se aproximando, Josie precisa decidir se vai mudar de cidade para estudar em uma universidade grande e ir atrás de seu sonho de seguir carreira na televisão – mas isso significaria ficar longe de sua melhor amiga... Enquanto isso, Delia sonha que seu pai, um fã de filmes de terror que abandonou a família anos atrás, assista ao programa delas na TV e retome o contato.
Em um fim de semana, as duas resolvem fazer uma viagem para a Flórida, onde vai acontecer a ShiverCon, a maior convenção do universo do terror e o lugar perfeito para conseguir um contrato com uma grande emissora. Mas pode ser que um jovem lutador de MMA, um produtor de televisão excêntrico e um basset hound idoso acabem transformando a vida dessas melhores amigas de uma maneira inesperada.

Resenha: Josie e Delia são melhores amigas, do tipo inseparáveis. Toda noite de sexta-feira, as duas se tornam Rayne Ravenscroft e Delilah Darkwood, apresentadoras de um programa de terror amador exibido em um canal na TV local chamado Sessão da Meia-Noite. O programa é filmado em Jackson, no Tennessee, mas tem um alcance considerável a ponto de ter alguma audiência. Os filmes são ruins e nem sempre elas conseguem manter o "profissionalismo" diante de algumas barbaridades e se encangalham de rir durante as filmagens. Os telespectadores lhes escrevam comentando os episódios, apontando erros, dando sugestões, fazendo críticas e fazendo comentários desnecessários sobre as meninas. Ainda assim elas continuam tentando dar o seu melhor para terem algo de que possam sentir orgulho.
Mas, diferente de Josie, que pensa em televisão 24hrs por dia, Delia se dedica a isso porque seu pai era um grande fã de filmes de terror. O problema é que ele abandonou a família há anos, e a ideia que Delia teve para tentar reencontrá-lo é produzindo algo que possa vir a chamar a atenção dele de alguma forma, como se isso fosse fazer com que ele retomasse o contato com a filha.

Agora, com o ensino médio chegando ao fim, as meninas começam a fazer planos sobre a faculdade, mas sem abrir mão das filmagens do programa. Assim, num final de semana, as duas partem para a Flórida, onde aconteceria uma grande convenção de terror, a ShiverCon. Seria uma ótima oportunidade se elas conseguissem um contrato com uma grande emissora e tudo dependeria de uma reunião que Delia organizou com um produtor, que não tem nada de convencional.

Narrado em primeira pessoa, com capítulos que se alternam entre os pontos de vista das duas protagonistas, o livro traz uma história sobre amizade doida e verdadeira, e a vontade de lutar pelos sonhos. Ao comparar este com os dois livros anteriores do autor, percebi que essa história é mais positiva, mais leve e divertida, enquanto os outros seguem pelo lado mais sério do emocional. Embora seja uma história sobre adolescentes e para adolescentes, o tom desta destoa um pouco e isso me causou um leve estranhamento no começo, porque eu acho que esperava mais sentimento e menos humor. E o humor nesse livro foi um problema pra mim, pois as piadinhas e o sarcasmo das meninas não me fizeram rir nem um pouco. Desde as primeiras páginas achei esse humor forçado demais, deixando a história com um tom abestalhado, e foram poucos os trechos que conseguiram arrancar um sorriso no cantinho da minha boca. Outro problema pra mim foi que só conseguia distinguir as vozes das personagens e saber qual era o ponto de vista da vez porque o nome delas vem no topo da página do capítulo, caso contrário seria impossível pra mim. Não vi diferença nenhuma que mostrasse quem era quem só pela narrativa. Além disso, não consegui identificar nenhum momento grandioso ou significativo o bastante para uma ligação emocional que deveria ser tão forte como o autor quis mostrar para torná-las melhores amigas, e se houve algo do tipo, me perdi totalmente.

Fora isso, não nego que o autor tem uma habilidade única quando o assunto é falar sobre sentimentos, angústias e receios sobre essa fase da vida, e suas personagens acabam sendo muito genuínas, como se fossem um retrato da vida como ela é. De um lado temos Josie, que tem a vida um tanto fácil e confortável por vir de uma família rica e, talvez por isso, é bastante antipática. Todas as facilidades que ela poderia ter pra se dar bem na vida estão em suas mãos, e ela não parece entender muito bem quando alguém não tem o que ela tem, mas, a medida que as coisas vão acontecendo envolvendo alguns grupos sociais, ela acaba tentando mudar de atitude pois passa a enxergar que o mundo não é tão cor-de-rosa assim.

De outro lado temos Delia, que é totalmente o oposto de Josie. Ela sente falta do pai e tem que lidar não só com as consequências desse abandono e dessa rejeição, como também com a mãe instável e depressiva, que vive a base de remédios numa tentativa de manter a própria sanidade. A vontade de reencontrar o pai é tanta que ela deposita todas as suas forças e esperanças nesse projeto, esperando que ele retorne. Ela se sente prejudicada, se sente triste e as vezes despeja suas frustrações em quem não tem nada a ver, mas ela tem capacidade pra reconhecer seus erros e está disposta a melhorar.

Dessa forma, por mais que eu concorde ou discorde de alguma atitude, ou não tenha sentido tanta simpatia assim (principalmente por Josie), eu ainda torcia por elas (mesmo que eu quisesse meter a mão em Josie as vezes) e acho que uma história pra ser boa, deve mexer com a gente desse jeito.

No mais, Sessão da Meia-Noite com Rayne e Delilah traz uma mensagem muito válida e bonita, e mostra que seguir nossos sonhos é uma tarefa difícil, às vezes parece impossível, e muitas vezes requer sacrifícios que nem sempre estamos dispostos ou prontos pra fazer. O mais importante dessa vida é dar valor a quem está perto da gente e tem algo a acrescentar, e não correr atrás de quem partiu e deixou apenas um vazio.

Os Sete Maridos de Evelyn Hugo - Taylor Jenkins Reid

23 de novembro de 2019

Título: Os Sete Maridos de Evelyn Hugo
Autora: Taylor Jenkins Reid
Editora: Paralela
Gênero: Romance
Ano: 2019
Páginas: 360
Nota:★★★★★
Sinopse: Lendária estrela de Hollywood, Evelyn Hugo sempre esteve sob os holofotes – seja estrelando uma produção vencedora do Oscar, protagonizando algum escândalo ou aparecendo com um novo marido... pela sétima vez. Agora, prestes a completar oitenta anos e reclusa em seu apartamento no Upper East Side, a famigerada atriz decide contar a própria história – ou sua "verdadeira história" –, mas com uma condição: que Monique Grant, jornalista iniciante e até então desconhecida, seja a entrevistadora. Ao embarcar nessa misteriosa empreitada, a jovem repórter começa a se dar conta de que nada é por acaso – e que suas trajetórias podem estar profunda e irreversivelmente conectadas.

Resenha: Depois de ter curtido muito a escrita e a história de Daisy Jones & The Six, da autora Taylor Jenkins Reid, não pensei duas vezes quando soube do lançamento de Os Sete Maridos de Evelyn Hugo e já queria ler o quanto antes, cheia de expectativas. Diferente do primeiro que tem foco na indústria da música, este nos leva aos bastidores de Hollywood.

Prestes a completar oitenta anos, Evelyn Hugo, a lendária estrela de Hollywood, vive reclusa em seu apartamento depois de protagonizar vários escândalos no meio cinematográfico em sua época de glória. Agora, Evelyn quer contar sua verdadeira história, com direito aos mínimos detalhes e todos os segredos de sua vida, desde que a entrevistadora seja Monique Grant, uma jornalista inexperiente de trinta e cinco anos que ninguém nunca ouviu falar. Inicialmente, Monique não entende o motivo de ter sido escolhida para escrever um livro com a biografia de Hugo em meio a tantos jornalistas famosos que poderiam fazer o mesmo, e ela percebe que escrever e publicar essa biografia não só poderia alavancar sua carreira, como descobrir que as trajetórias das duas poderiam estar conectadas de uma forma surpreendente.

Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Monique, a trama retorna ao passado da icônica e famigerada atriz dos anos 60, se intercalando com os momentos presentes da jornalista, evidenciando, assim, o impacto que os detalhes da vida dela causam em Monique. Em meios aos capítulos também surgem as partes divididas por informações sobre cada casamento (que aconteceram por um motivo, e não por ela ter mania de se casar pra causar como muitos pensavam), e várias notícias sobre a atriz em jornais do passado ou em sites da atualidade, com direito a comentários do público e afins, o que mostra que quando a pessoa é pública, todos se acham no direito de julgá-la com suas opiniões que ninguém pediu.

O que realmente movimenta essa jornada é a curiosidade do leitor pela vida de Evelyn. Mas não aquela vida que todos conhecem através das notícias sensacionalistas e dos escândalos aos quais a atriz se envolveu, mas sim sua vida por trás das câmeras, os detalhes de sua rotina, dos seus desejos, dos seus sonhos, e de quem ela é na realidade. São coisas que ninguém sabe por conta da fachada de celebridade que lhe foi imposta. Assim, vamos acompanhando uma mulher forte e que assume tudo o que fez, por mais "sujo" que possa parecer. Evelyn é cativante, e entre as milhões de virtudes e defeitos que tem, talvez a maior delas seja sempre ser sincera com os outros e consigo mesma, sendo capaz de conseguir olhar pra si mesma e avaliar a quantas anda sua vida. Ela se aproveitou de sua beleza, de seu corpo estonteante, dos contatos e influências de Hollywood pra chegar onde queria, e, embora muito disso possa ter lhe dado vários problemas, ela não se arrepende de nada, principalmente porque nada foi por acaso, tudo fez parte das escolhas dela com propósito de se aproximar e conseguir algo muito maior e que a faria feliz de verdade. Monique, então, ficaria responsável por contar ao mundo quem é essa Evelyn Hugo.

Só posso dizer que a autora acertou em cheio outra vez com mais uma obra que levanta questionamentos e discussões sobre a representatividade que personagens femininas empoderadas tem na sociedade, principalmente quando envolvem assuntos ligados à violência contra a mulher, ao preconceito, à sexualidade e outras questões de gênero. E leituras assim são importantes e muito necessárias para que as pessoas aprendam a ser mais tolerantes quando o assunto é amor e felicidade alheia.

Sei que o ano ainda não acabou, mas já me arrisco a dizer que este foi o melhor livro que li em 2019, e sei que vai ser difícil algum outro superar.
Ao final, o que faz a gente se lamentar é que a obra não é baseada em fatos, e que se trata de apenas uma personagem - a melhor personagem -, e se Evelyn Hugo existisse de verdade, eu seria sua maior fã.

Games - Cat Room

21 de novembro de 2019

Título: Cat Room
Desenvolvedora: Cross Field
Plataforma: Android e iOS
Categoria: Simulação/Puzzle
Ano: 2016
Classificação Indicativa: Livre
Nota: ★★★★☆
Sinopse: "Cat Room" é um jogo gratuito onde você pode criar sua própria sala pessoal com gatos bonitos.

Eu adoro jogos de bichinhos fofinhos, e, se tratando de um de gatíneos, é claro que eu não podia deixar de conferir.

Cat Room é um game japonês de simulação e quebra-cabeças, que consiste basicamente em cuidar das necessidades dos gatinhos fofinhos, mas traz outros perequetês a mais pra incrementar as coisas e tornar o jogo mais dinâmico e social. Só é possível jogar nos idiomas japonês e inglês. Os mini tutoriais ou explicações iniciais são um pouco confusos, e inicialmente pode haver um pouco de dificuldade pra entender a mecânica do jogo e o que ele oferece, mas depois que a gente se acostuma e aprende, fica bem fácil e intuitivo.

  

Adotamos os gatinhos e vamos fazendo o que eles ficam pedindo, como dar comida, brincar, dar banho, comprar qualquer coisa que precisam, plantar alguma plantinha ou fruta pra preparar alguma receita na panela, dando amor e afins, e, ao realizar as vontades deles, vamos ganhando pontos de experiência pra subir de nível, o que permite desbloquear mais itens, e também dinheirinhos em forma de moedas pra poder gastar comprando mobílias super bonitinhas para a casa.
Os itens colhidos, assim como as receitas preparadas, podem ser dadas de presentes pra outros jogadores, seja numa visita ou no painel de pedidos. Essas visitas e presentes também rendem pontos de experiência e dinheiro.

Os gatinhos podem ser adquiridos num painel onde temos acesso à sua raça, porém só tem como sabermos a aparência dele após a compra, como se fosse uma "surpresa", pois até então só vemos a silhueta deles. Embora seja possível comprar vários gatos de uma vez usando as estrelas acumuladas ao passar nas fases do puzzle, a quantidade de gatos que podemos ter ao mesmo tempo na casa depende do nível de jogo e dos slots adquiridos. Quanto maior o nível, mais chance de ganhar ou comprar slots, e mais gatinhos pra se cuidar podem ser selecionados pra morar na casa.

  

Além disso, existe o minigame/puzzle, estilo Candy Crush que, além de permitir que ganhemos mais dinheiro no jogo, também desbloqueia novos itens, dão estrelas pra desbloqueio de novas raças, slots para criar mais gatos, ou receitas que podem ser preparadas na cozinha e dadas de presente pra outros jogadores ou pros nossos próprios gatitos. A dificuldade aumenta de acordo com o nível, e algumas fases parecem impossíveis de completar. Fico imaginando os níveis mais altos, e o desespero e a raiva que a gente não deve passar alí por não conseguir completar a fase...

Existe uma área chamada Paradise, que é onde podemos levar o bichano pra passear e realizar pequenas atividades, e até é possível interagir e fazer trocas com outros jogadores (a maioria dos jogadores são japoneses).

No menu existe a BabyRoom, que é onde cuidamos de um filhotinhos até que ele cresça pra levarmos ele pra casa, mas os cuidados com ele também são demorados e é preciso ter paciência até que ele fique pronto.
No menu, na opção de "Achievement" existem alguns desafios que a gente pode completar pra ganhar recompensas, desde dinheiro, latinhas, energia, ou facilidades pro puzzle. São coisas como logar todos os dias, dar mais amor pros gatos, chegar em determinado nível, e por aí vai... Mobiliar a casa com todos os itens de uma coleção em particular também pode render dinheiro e itens especiais.

  

Acho que o único ponto "negativo", talvez como forma de controle pra ninguém subir de nível de forma desenfreada e haver um pouco mais de equilíbrio, é que os itens utilizados passam por um tempo de "limpeza", e só podem ser usados novamente depois de alguns minutos. Assim, se um gato for brincar no arranhador, por exemplo, pra mandá-lo brincar outra vez é preciso esperar alguns minutos. As plantas também requerem um tempo pra crescerem e serem colhidas.
O minigame também é limitado, então após gastarmos a energia, é preciso esperar um tempo até que ela encha novamente pra podermos jogar de novo ou assistir algum anúncio pra adiantar esse tempo. É até possível acelerar o tempo de espera ou adquirir outras coisas bloqueadas, mas é preciso gastar as latinhas de comida, que seriam equivalentes a diamantes. Essas latinhas podem ser conseguidas através do puzzle, do aumento de nível, ou comprando com dinheiro de verdade. Essas latinhas também podem ser usadas pra comprar mais dinheiro no jogo pra gastar na compra de móveis ou expansões pra aumentar o espaço da casa, ou comprar móveis ou enfeites que são exclusivos e precisam ser pagos com latinhas também.

É um joguinho simples, mas que além de ter um visual fofo com musiquinhas agradáveis de se ouvir, é bem divertido pra se passar o tempo. Eu curti muito.