Caixa de Correio #92 - Outubro

31 de outubro de 2019

Apesar de ter ficado com a sensação de que Outubro é o novo Agosto, que prendeu a gente igual aquele portão prendeu a tia distraída na garagem, e da metade pra cá não passou nunca mais, consegui adiantar algumas coisinhas que precisava e resolver um bando de pendências que andava acumulando na minha vida, mas, por causa disso, tive que dar uma pausa nas vendinhas dos meus livritos, e isso acabou me deixando sem um mísero centavo. Agora é recuperar o tempo perdido e voltar a postar as fotos no insta do bazar pra alavancar tudo de novo, e seja o que Deus quiser.

Esse mês recebi só dois livros, mas são suficientes porque eram mais do que desejados ♥
Os pops, claro, fizeram minha alegria, principalmente porque alguns deles estavam no redirecionador lá nos EUA já fazia quase 1 ano, e agora que tô pedindo os abençoados aos poucos. Achei que fosse chegar só mês que vem, mas algum milagre divino fez o correio agilizar minha vida, e a entrega foi feita em míseros 8 dias corridos dos EUA pra cá! É pra glorificar de pé, né, igreja? Bora ver o que chegou, então:

Wishlist #78 - Funko Pop - The Simpsons

24 de outubro de 2019

Essa wishlist demorou eras pra sair, quando deveria ter sido umas das primeiras a ter sido postada, mas, pelo menos, com os últimos lançamentos, ela já fica atualizada pra facilitar minha vida.
Já devo ter dito em algum momento que sou uma super fã de Os Simpsons. Coleciono os DVD's das temporadas (que pra minha tristeza eterna pararam de ser lançadas), tenho canecas e outros perequetês desse universo amarelo e cheio de rosquinhas. Os primeiros pops da franquia já foram lançados há alguns anos, são raríssimos e por isso MUITO caros, na faixa dos 4 dígitos cada um! Já os demais ainda estão num preço acessível. Claro que sonhar em completar essa coleção hilária não custa nada, mas num futuro, mesmo que distante, ainda vou ter toda a família.



Na Telinha - Coringa

21 de outubro de 2019

Título: Coringa (Joker)
Elenco: Joaquin Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz, Frances Conroy
Gênero: Drama/Thriller
Ano: 2019
Duração: 2h 02min
Classificação: +16
Nota:★★★★★
Sinopse: Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) trabalha como palhaço para uma agência de talentos e, toda semana, precisa comparecer a uma agente social, devido aos seus conhecidos problemas mentais. Após ser demitido, Fleck reage mal à gozação de três homens em pleno metrô e os mata. Os assassinatos iniciam um movimento popular contra a elite de Gotham City, da qual Thomas Wayne (Brett Cullen) é seu maior representante.

Ok, embora eu não seja muito fã do universo da DC, não me contive quando anunciaram o lançamento de Coringa, filme este que se encarregaria de falar um pouco mais sobre as origens de um dos maiores e mais icônicos vilões dos quadrinhos até então.


Final dos anos 70. Arthur Fleck é um homem que sofre com um transtorno psicológico bastante peculiar. Ele não consegue controlar suas emoções, é esquisito e ri descontroladamente nos momentos mais inapropriados que se possa imaginar, despertando, assim, o desprezo, o preconceito e até a violência alheia por ele ser "diferente". Seu maior sonho era se tornar um palhaço para fazer as pessoas rirem, mas por causa de sua doença, as coisas não poderiam sair conforme o planejado.
Arthur mora com a mãe, que também sofre de transtornos mentais, e eles vivem uma vida miserável. Ele depende da ajuda do governo para tratar seu transtorno, mas tudo muda quando Gothan entra numa espécie de colapso político, e a verba destinada a saúde é cortada, deixando Arthur desamparado.


Isso acaba causando uma reação muito negativa em Arthur, que faz com que ele mate a tiros três completos imbecis que estavam assediando uma mulher no metrô e que reagem com violência a uma das crises de riso nervosas de Arthur, e o espancam sem piedade. Esses assassinatos, até então sem um suspeito, acabam desencadeando um movimento popular de extrema revolta em Gothan City, que, na época, era representada por ninguém menos que Thomas Wayne, o pai daquele que futuramente viria a ser o Batman, o pequeno Bruce Wayne. Essa luta de classes pela reivindicação dos direitos do povo é trabalhada de uma forma bastante orgânica, mostrando o contraste existente entre a elite e os pobres oprimidos que levaram Gothan ao caos, e, através desse conflito, o filme acaba dando um novo e original ponto de vista para a origem do Batman, sem nunca se desviar do foco de seu arqui-inimigo, e ainda brincando com os expectadores ao sugerir certos tipos de ligações entre os personagens que surpreendem demais.


Obviamente não é possível falar sobre o filme sem elogiar e aplaudir de pé a atuação magnífica de Joaquin Phoenix, que entregou ao público um personagem peculiar e totalmente doentio com a devida maestria. Além dos vários quilos que ele perdeu para interpretar o Coringa, sua atuação vai além do físico arqueado e pavoroso, chegando a ser perturbadora. É impressionante como ele conseguiu criar risadas diferentes para cada reação que ele tem, mas todas elas são tão maníacas quanto assustadoras.


Este personagem em particular foi construído sem maiores referências para que a história pudesse ser reinventada de uma forma original, mas ainda mantendo a sua essência. A doença de Arthur não é romantizada, ele é tratado como o doente mental que ele é, em que o lado real e obscuro enfrentado por ele sempre ficam em evidência; o seu ponto de vista deturpado, com direito à projeções do que ele idealiza, mas que nem sempre correspondem à realidade; e a forma como ele "abraça" sua loucura se tornando, assim, o Coringa. Sua personalidade é visceral, e é moldada de acordo com as experiências trágicas e amargas nessa sociedade imunda.


Inicialmente ele é apresentado como um homem fracassado, injustiçado, incompreendido, solitário e fraco, mas cada acontecimento trágico enfrentado por ele é responsável por uma mudança que acarreta numa transformação gradual, assim o personagem é desenvolvido no tempo certo e acompanhamos a evolução de alguém no fundo do poço e sem perspectiva alguma, para alguém que, em meio a loucura, ao caos e a anarquia, finalmente se encontrou, se libertou dessas amarras e se tornou tão ameaçador e perigoso.


O filme é impactante e reflete as piores consequências não só de um sonho que não pôde ser alcançado, mas de alguém que aprendeu a se alimentar do caos para espalhar o que há de pior sobre essa sociedade tão doente e podre quanto.
A gente sai do cinema pensando "meudeusdocéu, que espetáculo de filme sensacional". Uma obra prima, um dos melhores filmes da década, sim e com certeza.

Nocturna - Maya Motayne

19 de outubro de 2019

Título: Nocturna - A Forgery of Magic #1
Autora: Maya Motayne
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2019
Páginas: 480
Nota:★★★☆☆
Sinopse: No primeiro volume de uma trilogia de fantasia inspirada na cultura latina, uma ladra capaz de mudar de aparência e um príncipe herdeiro se unem para proteger o reino de uma magia perversa.
Depois de se libertar da dominação dos inglésios, o reino de Castallan não esperava passar por mais nenhuma crise. Mas Dez, o herdeiro, foi assassinado, e agora nobres e plebeus precisam aceitar que o destino do reino está nas mãos do príncipe Alfie, que passou meses fugindo de suas obrigações enquanto bebia tequila em alto-mar.
De volta a Castallan, Alfie não consegue acreditar que seu irmão morreu e, tentando provar o contrário, se depara com Finn Voy. Graças a sua habilidade de assumir a aparência de qualquer pessoa, Finn está sempre usando um disfarce para se proteger dos traumas de seu passado e de qualquer um que se meter em seu caminho.
Quando os destinos de Alfie e Finn se cruzam, eles acidentalmente libertam uma magia poderosa e antiga que, se não for detida, vai mergulhar o mundo em escuridão. Com o futuro de Castallan em suas mãos, o príncipe e a ladra terão de aprisionar essa magia obscura a qualquer custo, mesmo que, no caminho, precisem confrontar seus segredos mais sombrios.

Resenha: Num passado distante, Castallan fora tomado pelos Inglésios, e a população acabou tendo sua ligação com a magia rompida. Mas anos se passaram, o continente de Castallan conseguiu se reeguer e a população conseguiu se reconectar com a magia. A magia está ligada aos quatro elementos e todos tem uma ligação muito forte com ela, mas somente alguns são dotados do propio, uma habilidade única para um bruxo distinto.

Depois de perder Dez, o herdeiro do trono, seu irmão Alfie precisa voltar para assumir as responsabilidades do reino em seu lugar. Alfie é dotado do propio, ele consegue sentir e igualar a cor de sua magia. Mas ele, embora tenha visto com os próprios olhos o irmão ter sido sugado por um buraco após um incidente conspiratório, não acredita que Dez morreu, mas sim que está preso em alguma realidade paralela, sem ter como voltar. Qualquer coisa que envolva magia parece poder ser revertido, logo Alfie acredita que exista alguma forma de trazer seu irmão de volta, mesmo que para isso ele precise se envolver com bruxos e com o lado sombrio da cidade, o que acaba fazendo com que ele cruze o caminho de Finn Voy, quando resolve participar de algumas partidas ilegais para conseguir alguns livros raros como prêmio, com informações importantes que podem ajudá-lo a trazer Dez de volta.

Finn é uma ladra que não se importa com nada nem ninguém devido a um passado bastante traumático, e como possuidora do propio, sua habilidade é poder mudar seu rosto e seu corpo e se transformar em quem ela quiser, assim, além de se proteger, ela pode se disfarçar e fugir sem ser pega. Ela também queria ganhar o prêmio para poder fugir sem olhar pra trás, mas tudo muda quando ela é pega e sua habilidade é bloqueada para que ela consiga um artefato para a gangue que a capturou. Agora Finn precisa roubar o tal artefato mágico para poder escapar, mas o artefato se encontra no castelo. Agora o destino dos dois irá mudar pra sempre quando eles, acidentalmente, liberta uma magia antiga que vai colocar a vida de todos em perigo.

Narrado em terceira pessoa, a autora apresenta um universo fantástico inspirado na cultura latina e tem uma construção de mundo bastante interessante e que despertou minha curiosidade logo no início. As características físicas dos personagens, os detalhes do cenário e das paisagens, as descrições acerca do clima e da comida local, é tudo muito bem construído e próximo da realidade cultural do local e muitos podem se identificar com esses detalhes.

Mas, embora a escrita seja boa e esse universo seja muito legal, a história não me prendeu o suficiente pra que eu me importasse com o que estava acontecendo, pois não foi tão bem desenvolvida quanto deveria ser. A trama é enrolada e cheia de furos, e os personagens parecem um bando de idiotas que mal sabem o que estão fazendo, e as coisas acabam não fazendo sentido algum. Finn é a única que salva em meio a essas caricaturas em forma de personagens. A história é cheia de conveniências e facilitações narrativas, e o que deveria ser um tipo de alívio cômico pra dar um tom de bom humor à trama, só me fez revirar os olhos pois as gracinhas de Luka, o primo do príncipe, além de fora do tom, são feitas nos momentos mais nonsense que se pode imaginar.

Ainda assim o livro foi bem resolvido e não tem a menor necessidade de uma continuação, a menos que a autora use o mesmo mundo pra abordar outra história, envolvendo outros personagens talvez, caso contrário não vou entender nada.
Mas, não posso negar que a história aborda temas como autoaceitação, sobre erros e acertos, sobre culpa, sobre as consequências de se ser manipulado, e principalmente sobre amizade verdadeira, mas mesmo com elementos importantes assim, não foi uma leitura que me cativou tanto quanto eu esperei. Recomendo? Sim, mas não vá com muitas expectativas.