Na Telinha - (Des)encanto (2ª temporada)

27 de setembro de 2019

Título: (Des)encanto (Disenchantment)
Temporada: 2 | Episódios: 10
Elenco: Abbi Jacobson, Nat Faxon, Eric André, John DiMaggio
Gênero: Animação/Comédia/Fantasia
Ano: 2019
Duração: 24min
Classificação: +16
Nota:
Sinopse: Toda princesa tem seus deveres, mas ela quer mesmo é encher a cara. E com um elfo e um demônio como parceiros, levar o rei à loucura será uma tarefa fácil.

A Princesa Tiabeanie está de volta na segunda parte dessa série que, embora não tenha superado minhas expectativas inicialmente, acabou ganhando um rumo mais interessante, um pouco menos cansativo, e até mais divertido de se acompanhar.


Depois de ter ficado entre reviver sua mãe, a rainha Dagmar, e seu amigo Elfo, Bean acaba priorizando a família e deixando o amigo à míngua, mas o que ela não esperava era ser levada para um navio rumo a terras desconhecidas na companhia da mãe. Oona, a atual rainha, até tenta alertar Bean indo atrás dela, mas em vão... O reino de Terra dos Sonhos está em ruínas, todos viraram pedra, e o Rei Zog, que não foi atingido, anda desorientado por causa dos efeitos que a solidão vem causando nele, reinando sobre nada e ninguém, e se sentindo traído pelas mulheres de sua vida terem partido. Mas Bean não sabia muito bem onde estava se metendo ao reviver a mãe... Dagmar tem um propósito sombrio e podia ser qualquer coisa, menos a mãe bondosa e doce que a filha imaginava... Assim, depois de descobrir suas intenções malignas, Bean, arrependida pela escolha que fez, parte numa jornada em companhia de Luci para tentar trazer Elfo, que jaz numa praia, de volta a vida, e tentar impedir as atrocidades de sua mãe e seus tios esquisitos. Mas durante essa jornada ela iria passar por muitos perrengues, incluindo uma visita ao inferno, uma aliança com os elfos numa tentativa de salvar a Terra dos Sonhos, uma viagem ao futuro, e outras furadas mais.


Não nego que, mesmo curtinha, demorei a assistir essa segunda parte por ter dado umas cochiladas, exatamente como fiz na primeira temporada, porém, por mais que alguns episódios tenham sido meio aleatórios, o que tornou a história bastante dispersa, deixado o grande mistério envolvendo as intenções de Dagmar de lado, e indo por um caminho que parecia não ter ligação com nada a ponto de poderem ser assistidos de forma isolada sem que a compreensão seja afetada, alguns levantam umas questões sociais até interessantes envolvendo o relacionamento familiar, o papel da mulher que está a frente do seu tempo e o quanto ela é subjugada numa sociedade arcaica, e tudo mais, e através de Bean isso fica bastante claro, já que ela é uma princesa que gosta de sua liberdade, quer ter voz no meio dos marmanjos, quer encher a cara de cerveja, ficar chapada, e fazer coisas que as mulheres não deveriam fazer só porque são mulheres.


Meu personagem preferido é Luci, mesmo que algumas de suas atitudes sejam previsíveis. Esse pequeno demônio é terrível, sarcástico, oportunista e outros adjetivos de baixo nível, mas não nego que ele coloca a amizade que tem com Bean acima de seus valores e é super leal a ela. Elfo demora um pouco a perder o ressentimento de Bean por causa de sua morte, mas, embora seja muito ingênuo, ele também rende algumas cenas legais.


A série, por abranger situações que vão além da trama principal, acaba possibilitando o aprofundamento entre os relacionamentos entre Bean, Zog, e Derek, seu meio-irmão que, por ser homem, é o herdeiro do trono, mesmo que ele seja totalmente incapaz. Há várias brechas para outros universos e novos personagens serem explorados, como é o caso de um episódio em particular onde Bean viaja para um futuro distante onde a sociedade está mais evoluída, usufruindo das tecnologias e modernidades proporcionadas pelas mais diversas máquinas movidas a vapor.



Esse toque de steampunk em meio a um cenário medieval abre novos horizontes e novas possibilidades de se explorar a série, permitindo com que a trama não se concentre somente na era medieval. Não sei se isso chega a ser um ponto totalmente positivo, pois se a ideia era uma animação que se passasse nessa época, não entendi muito bem o motivo da mudança de cenário que não passou de um episódio. Obviamente existe um elemento que acaba sendo uma peça chave para um acontecimento posterior envolvendo o rei Zog e uma traição inesperada, mas penso que ele poderia ter sido substituído por qualquer outra coisa que o rumo não seria alterado.


O relacionamento entre Bean e Derek ganha uma certa importância nessa fase, pois o futuro da princesa acaba ficando nas mãos do moleque, e como eles nunca se deram muito bem, as coisas podem ficar mais complicadas do que deveriam... Há um episódio em particular que Zog conhece uma mulher com quem ele tem um breve relacionamento, e talvez esse tenha sido o que achei mais interessante pelo fato de abordar a ideia de que as mulheres podem, sim, preferir a liberdade do que riqueza e status ao lado de um homem...


No mais, a série tem várias referências à outras séries famosas, é cheia de piadinhas envolvendo religião, sexualidade e poder, mas ainda não foi o bastante pra me fazer considerar algo essencial pra se assistir. Vale pelo divertimento? Vale. Pretendo acompanhar as próximas temporadas? Sim. Mas já adianto que não é nada empolgante o bastante pra sair por aí indicando pra todo mundo.

Wishlist #75 - Funko Pop - Pretty Woman

25 de setembro de 2019

Quem não chorou horrores com a história clássica de Uma Linda Mulher não tem coração. O filme marcou minha adolescência, me fez colocar Julia Roberts na minha lista de atrizes favoritas da vida (talvez atrás só da diva Maryl Streep) e é um dos meus filmes prediletos dessa vida, desses que posso assistir mil vezes sem cansar e sempre suspirar com o final feliz. Nem preciso dizer que quero os popineos, né?


A Traidora do Trono - Alwyn Hamilton

24 de setembro de 2019

Título: A Traidora do Trono - A Rebelde do Deserto #2
Autora: Alwyn Hamilton
Editora: Seguinte
Gênero: YA/Aventura/Romance
Ano: 2017
Páginas: 440
Nota:★★★★★
Sinopse: Amani Al’Hiza mal pôde acreditar quando finalmente conseguiu fugir de sua cidade natal, montada num cavalo mágico junto com Jin, um forasteiro misterioso. Depois de pouco tempo, porém, sua maior preocupação deixou de ser a própria liberdade- a garota descobriu ter muito mais poder do que imaginava e acabou se juntando à rebelião, que quer livrar o país inteiro do domínio do sultão. Em meio às perigosas batalhas ao lado dos rebeldes, Amani é traída quando menos espera e se vê prisioneira no palácio. Enquanto pensa em um jeito de escapar, ela começa a espionar o sultão. Mas quanto mais tempo passa ali, mais Amani questiona se o governante de fato é o vilão que todos acreditam. 

Resenha: Dando continuidade à saga eletrizante que se iniciou no volume anterior, vamos acompanhar Amani, a jovem da Vila da Poeira que agora, além de descobrir ser dotada de alguns poderes, está bem longe de casa e, graças a Jin, faz parte da rebelião de seu irmão, o rebelde príncipe Ahmed, contra o cruel sultão, seu pai. Mas, após uma traição, Amani é capturada e enviada para o palácio como prisioneira, onde passa a ser obrigada a se submeter às ordens do sultão, que inclusive encontra uma maneira de controlar seus poderes. Cercada de mulheres que o obedecem, ela não pode confiar em ninguém, mas acaba tendo algumas surpresas, principalmente quando descobre mais sobre as intenções desse governante e, em meio à tramas políticas intrigantes, vários questionamentos vêm à tona.

Narrado em primeira pessoa, a escrita da autora continua bastante leve, envolvente e dinâmica, com personagens fortes, bem construídos, cativantes e com um desenvolvimento cada vez melhor. Mesmo que a história esteja ligada a uma grande trama política envolvendo opressão por parte do sultão e rebelião do povo, nada chega a ser complexo, e tudo fica muito bem colocado dentro do contexto sem que haja confusões.
Amani, por tudo o que passou, se mostra mais madura neste volume se comparada ao que ela era no livro anterior, principalmente pela situação em que ela se encontra, como escrava, mas não posso dizer outra coisa dela a não ser que ela com certeza é uma garota super badass digna de admiração. Em vários momentos ela corre risco por causa de sua imprudência, mas ela também tem muitas qualidades que só me fizeram considerá-la uma das melhores personagens da vida.

Diferente do primeiro livro, este tem um pouco menos de cenas de ação, onde os personagens saem em fuga levantando poeira por onde passam. Como Amani está presa e começa a tentar coletar informações para dar aos rebeldes usarem contra o sultão, ela fica em constante perigo, correndo risco de ser descoberta e sempre precisa ter cautela, coisa que nem sempre ela tem.

Sei que a presença de Jin não é muito constante devido a situação, mas não tem como negar que esses dois nasceram um para o outro. Obviamente, o romance não é o foco principal, a rebelião pra destronar o tirano é muito mais importante, e eles sabem disso, sabem se colocar nos devidos lugares, sabem que o momento para se renderem a uma linda história de amor ainda não chegou pois há coisas que vão muito além a serem resolvidas para um bem maior.

Um ponto que achei bem interessante é o fato de Amani começar a questionar as atitudes do sultão a medida que se aproxima dele mais. Suas motivações, por mais terríveis que sejam, parecem ter algum sentido, e a protagonista começa a ter algumas dificuldades para diferenciar o papel nele nesse governo. Será que ele é mesmo um vilão? O que importa é que escolhas devem ser tomadas antes que algo de pior aconteça...

Esse livro superou minhas expectativas, e conseguiu ser ainda melhor do que o primeiro. A Traidora do Trono traz uma história envolvendo perdas, traições, segredos e muitas descobertas sobre as origens dessa "Bandida de Olhos Azuis" que irão causar reviravoltas e só fazer com que a vontade pelo próximo livro aumente.

A Rebelde do Deserto - Alwyn Hamilton

22 de setembro de 2019

Título: A Rebelde do Deserto - A Rebelde do Deserto #1
Autora: Alwyn Hamilton
Editora: Seguinte
Gênero: YA/Aventura/Romance
Ano: 2016
Páginas: 288
Nota: ★★★★★
Sinopse: O deserto de Miraji é governado por mortais, mas criaturas míticas rondam as áreas mais selvagens e remotas, e há boatos de que, em algum lugar, os djinnis ainda praticam magia. De toda maneira, para os humanos o deserto é um lugar impiedoso, principalmente se você é pobre, órfão ou mulher. Amani Al’Hiza é as três coisas. Apesar de ser uma atiradora talentosa, dona de uma mira perfeita, ela não consegue escapar da Vila da Poeira, uma cidadezinha isolada que lhe oferece como futuro um casamento forçado e a vida submissa que virá depois dele. Para Amani, ir embora dali é mais do que um desejo - é uma necessidade. Mas ela nunca imaginou que fugiria galopando num cavalo mágico com o exército do sultão na sua cola, nem que um forasteiro misterioso seria responsável por revelar a ela o deserto que ela achava que conhecia e uma força que ela nem imaginava possuir. 

Resenha: Amani Al'Hiza é uma jovem que vive na Vila da Poeira, uma cidadezinha isolada e esquecida pelos deuses que fica no impiedoso Deserto de Miraji. Desde criança, Amani presenciava a mãe sendo agredida pelo pai, que vivia alcoolizado, e seu sonho era sair daquele lugar e ir embora pra capital, a cidade de Izman. Com a morte dos pais, ela passou a viver com seus odiosos tios, que não hesitaram em lhe arranjar um casamento forçado para que vivesse submissa a um marido que ela jamais deveria suportar. Mas, aproveitando de suas habilidades como atiradora e sua excelente pontaria, Amani decide participar de um campeonato de tiro disfarçada de homem numa cidade vizinha, assim poderia juntar dinheiro para fugir. Porém, nada sai como planejado. Quando ela conhece Jin, um forasteiro procurado pelo exército do sultão, ela acaba tendo a oportunidade de escapar, e assim, foge com ele galopando num cavalo mágico enquanto são perseguidos pelo exército. E isso iria mudar a vida dela para sempre...

O livro é narrado em primeira pessoa e traz o deserto como pano de fundo, onde a pobreza é extrema, a água é um bem precioso e a guerra por poder parece não ter fim. Amani embarca numa aventura envolvendo magia, sultões, guerras, cultura do oriente e crenças. A leitura é fluída, rápida, fácil e muito direta, e isso ajuda bastante a aproveitar o tempo para que a trama sempre esteja movimentada.

A autora toca num tema bastante delicado envolvendo as mulheres e a forma como são tratadas como objetos, enquanto os homens são os soberanos que tudo podem. Em meio a esse cenário, Amani demonstra ser forte, inteligente, e disposta e não se submeter aos caprichos de ninguém. Assim ela já cativa o leitor desde o início, e é impossível não torcer pelo sucesso dela durante o desenrolar da trama.

Jin, o parceiro de Amani em sua jornada pelo deserto, acaba sendo um companheiro muito leal, e a cumplicidade que surge desse relacionamento é muito legal de se acompanhar, principalmente pela pitada de romance. As questões envolvendo o relacionamento amoroso da dupla têm seu espaço, sim, mas sem tomar todo o livro, deixando espaço para momentos de tensão, pequenas batalhas e muita aventura. Tudo flui de uma maneira gostosa de se acompanhar e é impossível não ficar curioso pelo que vem a seguir.

A capa é muito linda com os detalhes em dourado e combina perfeitamente bem com a essência da história de Amani. Cada início de capítulo também tem um detalhe na lateral superior, enriquecendo ainda mais o projeto gráfico da obra.

Pra quem procura por um livro leve que nos permite viajar para um universo novo, com tramas políticas intrigantes e muita fantasia, é leitura muito indicada!