Daisy Jones & The Six - Taylor Jenkins Reid

10 de agosto de 2019

Título: Daisy Jones & The Six
Autora: Taylor Jenkins Reid
Editora: Paralela
Gênero: Romance
Ano: 2019
Páginas: 360
Nota:★★★★★
Sinopse: Todo mundo conhece Daisy Jones & The Six. Nos anos setenta, dominavam as paradas de sucesso, faziam shows para plateias lotadas e conquistavam milhões de fãs. Eram a voz de uma geração, e Daisy, a inspiração de toda garota descolada. Mas, no dia 12 de julho de 1979, no último show da turnê Aurora, eles se separaram. E ninguém nunca soube por quê. Até agora.
Esta é a história de uma menina de Los Angeles que sonhava em ser uma estrela do rock e de uma banda que também almejava seu lugar ao sol. E de tudo o que aconteceu ― o sexo, as drogas, os conflitos e os dramas ― quando um produtor apostou (certo!) que juntos poderiam se tornar lendas da música.
Neste romance inesquecível narrado a partir de entrevistas, Taylor Jenkins Reid reconstitui a trajetória de uma banda fictícia com a intensidade presente nos melhores backstages do rock’n’roll.

Resenha: Daisy Jones não era só uma jovem bonita, ela também fazia composições ótimas e tinha uma voz bastante marcante e elogiada. Com pais que só se preocupavam com status e dinheiro, Daisy acabou se envolvendo cada vez mais com o mundo do rock, incluindo se afundar em drogas e muita bebida, mas foi alí que ela se impôs, mesmo que tivesse sido obrigada a se unir ao The Six para a gravação de um novo álbum. Porém, embora a banda estivesse fazendo muito sucesso e se tornando um grande marco na indústria musical, essa união foi bastante problemática.

E partindo dessa premissa, a obra vai contar as origens do Daisy Jones & The Six, que foi a enorme sensação nos anos 70, sua jornada e seu fim, que até então o público desconhecia, através de várias entrevistas com as pessoas envolvidas com a banda.

O livro traz uma história bastante crível sobre o tema, e mesmo que aborde algumas questões mais pesadas, como bebedeira, drogas, sexo, aborto e afins, a leitura é bastante fluída. Por ser contada em forma de entrevistas, temos acesso aos relatos dos personagens nos dando seus próprios pontos de vista sobre os acontecimentos, e isso colabora para que eles sejam muito reais, principalmente por que são cheios de defeitos. Podemos ver que cada um deles nos dá sua versão dos fatos que resultaram no fatídico fim da banda. Através desses relatos podemos saber como era a rotina dos integrantes da banda, como era o clima entre eles, como os problemas começaram a surgir, como a personalidade forte de cada um podia ser um enorme problema...

Ter esse "acesso aos bastidores" de como é uma banda e sua rotina, mesmo que isso envolva algumas "sujeiras", é super legal, mas ainda mais bacana é acompanhar a forma como os personagens lidaram com os problemas e as lições que eles tiraram de tudo isso. Talvez o que eu mais tenha curtido, além da ideia da temática musical, é a ideia de personagens femininas fortes e com opiniões relevantes, mesmo que totalmente opostas. De um lado temos alguém que quer focar na carreira pra ser reconhecida e bem sucedida, e de outro temos alguém que enxerga que a família é o mais importante para se preservar ou se construir, e as duas são mulheres que lutam pelos seus ideais, pelas coisas que acreditam.

No final da leitura a vontade é de voltar aos anos 70, assistir um show, ouvir as músicas deles, saber como eram as vozes desses personagens peculiares e cativantes, que formaram essa banda fictícia, mas ao mesmo tempo tão real.

Um dos livros mais legais e emocionantes que li esse ano!

Novidades de Agosto - Companhia das Letras

8 de agosto de 2019

Ganhadores - João José Reis

Em Ganhadores, o historiador João José Reis reconstitui a história dos negros de ganho, ou ganhadores, protagonistas de uma insólita greve que paralisou o transporte na capital baiana durante vários dias em 1857.
Esses trabalhadores escravizados, libertos ou livres, todos africanos ou seus descendentes, se organizavam em grupos de trabalho e percorriam a cidade de cima a baixo fazendo todo tipo de serviço, sobretudo o carrego de pessoas e objetos ou a venda de alimentos e outras mercadorias. Em 1857, porém, a Câmara Municipal baixou uma postura impondo-lhes medidas que combinavam arrocho fiscal e controle policial. Mas os ganhadores, que já viviam dia e noite sob a vigilância e a violência de autoridades, senhores e “cidadãos de bem”, não se deixariam abater. O resultado foi a primeira mobilização grevista no Brasil a paralisar todo um setor vital da economia urbana. Baseado em ampla investigação em documentos escritos, impressos e iconográficos, Ganhadores é um livro revelador e essencial para se compreender a intrincada rede de relações sociais, econômicas e culturais que estruturava a sociedade baiana do século XIX, ancorada na instituição da escravidão e caracterizada por um sistema de controle baseado numa economia de favores e domínio paternalista.
Se o episódio de resistência aqui narrado trata mais especificamente da Bahia do século XIX, ele tem muito a dizer sobre as relações e opressões sociais e raciais no Brasil de hoje.

Hoje Estarás Comigo no Paraíso - Bruno Amaral

Neste poderoso romance autobiográfico, Bruno Vieira Amaral apaga a fronteira entre realidade e ficção e faz da literatura o instrumento para reconstituir um episódio de sua infância: o assassinato de seu primo João Jorge, em 1985, num bairro de uma periferia de Portugal. Ao rememorar o vilarejo em que cresceu, a relação com o pai ausente e o peso de nossa herança familiar, ele destrincha não apenas os acontecimentos relacionados ao crime, mas também os elementos que constituem sua própria história.
Um verdadeiro elogio ao poder da linguagem, este livro ultrapassa a investigação factual ao trazer à tona um narrador observador e inquieto, sempre desconfiado das artimanhas da memória.

A Fúria - Silvina Ocampo

Finalmente vemos chegar ao Brasil um livro de Silvina Ocampo, que está entre os escritores mais surpreendentes e intensos do continente. Publicado em 1959, A fúria é considerado “o mais ocampiano” dos livros de Silvina, obra em que a autora encontra sua voz única e inaugura seu universo alucinado. “Nos seus contos há algo que não consigo compreender: um estranho amor por certa crueldade inocente e oblíqua”, escreveu o amigo Jorge Luis Borges. Saídas do que Roberto Bolaño chamou de “uma limpa cozinha literária”, suas histórias misturam elegância e excesso, distanciamento e intensidade, calma e horror. Há a influência macabra que a antiga dona de uma casa exerce na nova inquilina (“A casa de açúcar”, o conto favorito de Julio Cortázar); adivinhos e premonições (“A sibila” e “Magush”); amores loucos (“A paciente e o médico”); a festa de aniversário de uma jovem paralítica (“As fotografias”); e uma profusão de crianças malignas, como a que incendeia cruelmente uma amiga no conto que dá título ao livro. Revalorizada com entusiasmo nos últimos anos, a literatura de Silvina Ocampo é singular, complexa, envolvente e nos convida, como poucas, à fantasia e à imaginação.

O Perigo de uma História Única - Chimamanda Ngozi Adichie

O que sabemos sobre outras pessoas? Como criamos a imagem que temos de cada povo? Nosso conhecimento é construído pelas histórias que escutamos, e quanto maior for o número de narrativas diversas, mais completa será nossa compreensão sobre determinado assunto.
É propondo essa ideia, de diversificarmos as fontes do conhecimento e sermos cautelosos ao ouvir somente uma versão da história, que Chimamanda Ngozi Adichie constrói a palestra que foi adaptada para livro. O perigo de uma história única é uma versão da primeira fala feita por Chimamanda no programa TED Talk, em 2009. Dez anos depois, o vídeo é um dos mais acessados da plataforma, com cerca de 18 milhões de visualizações.
Responsável por encantar o mundo com suas narrativas ficcionais, Chimamanda também se mostra uma excelente pensadora do mundo contemporâneo, construindo pontes para um entendimento mais profundo entre culturas.

A Vida de Vernon Subutex - Volume 1 - Virginie Despentes

Vernon Subutex faz parte de uma espécie em vias de extinção: dono de uma loja de vinis, aproveitou tudo o que os anos anteriores tinham a oferecer — sexo, drogas e rock ‘n’ roll estão no seu sangue. Mas agora, nos inóspitos anos 2000, ele precisa enfrentar um novo mundo: sua loja já não vende mais o suficiente para que ele consiga sobreviver, a maioria dos seus amigos já morreu e Alex Bleach — músico de sucesso que sempre o ajudou em suas crises — acaba de ser vitimado por uma overdose.
Sem emprego, sem casa e sem amigos, Vernon passa a viver nas ruas de Paris. Ele já não consegue mais pagar um plano de internet, e por isso não sabe que, graças a um comentário deixado no Facebook, todos estão à sua procura.
Com a sorte prestes a mudar, Vernon se vê enredado numa trama de estrelas pornô, fãs enlouquecidos e magnatas da indústria fonográfica. Todos tentam sobreviver na selva da cidade grande, enquanto mantêm um pouco de seu coração intacto — nem que seja através de um pouco de loucura.

Origens - David Christian

Como passamos do big bang à complexidade impressionante de hoje, em que 7 bilhões de seres humanos estão conectados por redes poderosas o suficiente para transformar o planeta?
David Christian oferece essas respostas com uma saborosa narrativa cosmológica que amplia nossos horizontes, contada na maior escala possível. Criador do projeto Big History, que tem Bill Gates como um de seus grandes apoiadores, ele traça como, em oito momentos fundamentais, as condições certas permitiram que novas formas de complexidade surgissem — das estrelas às galáxias, da Terra ao Homo sapiens, da agricultura aos combustíveis fósseis. Esta última grande inovação nos deu uma bonança energética que trouxe enormes benefícios para a humanidade, mas que também ameaça abalar tudo o que criamos.
Com um escopo panorâmico e uma narrativa cativante, Origens revela o que podemos aprender sobre a existência humana quando a consideramos a partir de uma escala universal.

A Noite dos Olhos - Heloisa Seixas

Ao longo de sua carreira, Heloisa Seixas transitou com habilidade pelos mais diversos gêneros literários. Após publicar dois romances em sequência — O oitavo selo e Agora e na hora —, a escritora carioca volta às formas breves, que marcaram sua estreia na literatura, com este volume de contos.
Em A noite dos olhos, Heloisa explora diferentes narradores, estilos e cenários para retratar situações ora cotidianas, ora inesperadas. Embora independentes, essas histórias têm em comum uma prosa apurada, e se aproximam por fios invisíveis.
Entremeadas aos dezesseis textos mais longos, o livro inclui duas seções de microcontos que transmitem toda a potência do gênero em sua forma mínima. Fruto de pleno domínio dos artifícios da ficção, esta é uma coleção de narrativas inquietantes, capaz de capturar o leitor do início ao fim.

Trono Destruído - Victoria Aveyard

7 de agosto de 2019

Título: Trono Destruído - A Rainha Vermelha #4,5
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Fantasia
Ano: 2019
Páginas: 504
Nota:★★★★★
Sinopse: Nesta coletânea, que encerra a série A Rainha Vermelha, você vai descobrir mais sobre o universo avassalador da saga que já vendeu mais de meio milhão de exemplares no Brasil.
Trono Destruído é uma coletânea especial para todos os leitores da série best-seller de Victoria Aveyard que ficaram com vontade de passar mais tempo com os personagens depois do fim de Tempestade Guerra.
Com design especial, o livro traz os dois contos já publicados ("Canção da Rainha" e "Cicatrizes de Aço"), além de quatro histórias inéditas que darão aos leitores mais um vislumbre de seus personagens favoritos e a chance de conhecer caras novas. O volume conta ainda com mapas exclusivos, bandeiras, registros sobre a história de Norta e muito mais!

Resenha: Quem acompanhou a série A Rainha Vermelha e ficou com aquele vazio no coração após finalizar a leitura de Tempestade de Guerra, com certeza precisa ler essa coletânea definitiva de seis contos que darão um desfecho digno para série.

Embora dois desses contos já sejam conhecidos e ocupem quase 200 páginas, e por mais que eu acredite que esse livro poderia ter sido facilmente encaixado no anterior para evitar que vários corações se partissem com aquele final, confesso que eu me surpreendi e fiquei com a sensação de dever cumprido, de final merecido, de coração quentinho e acalentado.

Os contos abordam acontecimentos dos personagens que fizeram parte dessa saga e tiveram grande importância e influência em todo o desenrolar da história. O acesso ao diário da falecida mãe de Cal, o início da rebelião vermelha, a inserção de novos personagens que nos mostram uma perspectiva diferente de uma visão fora da batalha, a adaptação de Evangeline ao novo mundo, o relacionamento delicado de Mare e Cal, e o tão esperado desfecho de Maven.
Não vou entrar em detalhes para não estragar a surpresa que a leitura desse livro nos reserva, mas posso afirmar que a autora soube dosar muito bem ação e drama em contos que fluem e nos deixam bastante empolgados e satisfeitos.

Não posso dispensar comentários acerca da edição e diagramação desse livro maravilhoso. Desde a impressão do texto em roxo, até mapas e documentos que não só enchem os olhos, como colaboram para uma melhor compreensão e visualização dos locais por onde a trama se passa, árvores genealógicas, linha temporal, anotações e outras informações, detalhes e curiosidades relevantes sobre prateados e vermelhos para a história.

No final, fica em aberto se os novos personagens introduzidos poderão ou não resultar num spin-off escrito pela autora, mas independente dos planos dela, posso dizer que esse livro trouxe a paz que o anterior me tirou aquela final aberto. Pra quem é fã da série (principalmente aqueles que ficaram insatisfeitos com o desfecho do quarto livro), é leitura mais do que recomendada para fechar e entender tudo o que se passou.

A Metade Sombria - Stephen King

5 de agosto de 2019

Título: A Metade Sombria
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Gênero: Terror/Thriller
Ano: 2019
Páginas: 464
Nota:★★★★★
Sinopse: Criar George Stark foi fácil. Se livrar dele, nem tanto.
Há anos, Thad Beaumont vem escrevendo, sob o pseudônimo George Stark, thrillers violentos que pagam as contas da família, mas não são considerados “livros sérios” pelo escritor. Quando um jornalista ameaça expor o segredo, Thad decide abrir o jogo primeiro, e dá um fim público ao pseudônimo.
Beaumont volta a escrever sob o próprio nome, e seu alter ego ameaçador está definitivamente enterrado. Tudo vai bem. Até que uma série de assassinatos tem início, e todas as pistas apontam para Thad. Ele gostaria de poder dizer que é inocente, que não participou dos atos monstruosos acontecendo ao seu redor. Mas a verdade é que George Stark não ficou feliz de ser dispensado tão facilmente, e está de volta para perseguir os responsáveis por sua morte.

Resenha:  Thad Beaumont é um escritor desde seus onze anos de idade. Atualmente ele vive com a esposa e um casal de filhos gêmeos em Castle Rock. Seus livros, pelo menos aqueles que levam seu nome real, são considerados bem medianos pelo público, mas ele também escreve thrillers perturbadores, violentos e cheios de sangue, usando o pseudônimo "George Stark", e esses livros fazem um enorme sucesso entre os fãs do gênero. Thad inclusive se transformava completamente quando assumia a identidade de Stark, como se adotasse outra personalidade, uma "metade sombria", a ponto de assustar a própria esposa.
Até que um jornalista descobre que Thad está por trás desse pseudônimo e ameaça revelar sua verdadeira identidade ao público. Thad resolve se antecipar, e não só releva o próprio segredo numa matéria de revista, como também "mata" seu pseudônimo, com direito a um funeral simbólico e túmulo fictício, para ficar livre desse peso que tanto o atormenta.

Porém, pouco tempo depois do "funeral" de George Stark, algumas pessoas conhecidas de Thad e que estavam diretamente ligada ao seu segredo começam a morrer, e suas mortes são extremamente parecidas com as que aparecem nos livros assinados por Stark, e como se isso não fosse estranho o bastante, as digitais de Thad ainda são encontradas nas cenas dos crimes fazendo com que ele seja investigado pela polícia. Mas, embora Thad tenha vários álibis para provar sua inocência, ele sabe que seu pseudônimo está agindo de alguma forma por não ter aceitado ser morto. Foi Stark que deu fama e dinheiro a Thad e ele não iria aceitar ser enterrado e esquecido... Mas não seria fácil para Thad convencer as autoridades de que seu pseudônimo ganhou vida...

A Metade Sombria foi publicada pela primeira vez em 1989 e, pra quem é fã e acompanha as obras do autor, vai perceber que a história tem relação com o próprio King, que também usava o pseudônimo "Richard Backman" para escrever histórias ainda mais macabras dos que ele escrevia assinando seu próprio nome, até ser descoberto e "matar" Backman. Talvez a inspiração para escrever esta obra tenha vindo daí, e embora haja algumas repetições de informações, os elementos inesperados da trama, somados a fluidez e ritmo acelerado dos acontecimentos, acabam causando muita tensão no leitor, que fica envolvido e ansioso em meio aos conflitos de Thad/Stark, e para saber que fim tudo aquilo terá.

Esta edição é só elogios. Após o livro ter ficado esgotado por vários anos, ele foi relançado pela Suma de Letras através da coleção Biblioteca Stephen King, cujas edições vêm em capa dura, diagramação e revisão impecáveis. Quem é fã com certeza não pode deixar de ter essa maravilha na estante.

Como renomado escritor de livros de terror, King não poupa detalhes quando o assunto é morte e violência, e a forma utilizada por ele para mesclar suspense com drama é sem igual, então, para quem tem estômago fraco, talvez o livro seja meio pesado para se acompanhar. O livro ainda nos faz pensar sobre termos uma parte escondida e sombria dentro de nós, que pode ser capaz de coisas inimagináveis sem que saibamos.
Pra quem gosta de suspenses com toques sobrenaturais, muito sangue, uma trama envolvente e de quebra ainda conhecer um pouco mais sobre o próprio autor, é leitura mais do que recomendada.

A Guerra dos Tronos - George R.R. Martin

3 de agosto de 2019

Título: A Guerra dos Tronos - As Crônicas de Gelo e Fogo #1
Autor: George R.R. Martin
Editora: Suma de Letras
Gênero: Alta Fantasia
Ano: 2019
Páginas: 600
Nota:★★★★★
Sinopse: O verão pode durar décadas. O inverno, toda uma vida. E a guerra dos tronos começou.
Como Guardião do Norte, lorde Eddard Stark não fica feliz quando o rei Robert o proclama a nova Mão do Rei. Sua honra o obriga a aceitar o cargo e deixar seu posto em Winterfell para rumar para a corte, onde os homens fazem o que lhes convém, não o que devem... e onde um inimigo morto é algo a ser admirado.
Longe de casa e com a família dividida, Eddard se vê cada vez mais enredado nas intrigas mortais de Porto Real, sem saber que perigos ainda maiores espreitam a distância.
Nas florestas ao norte de Winterfell, forças sobrenaturais se espalham por trás da Muralha que protege a região. E, nas Cidades Livres, o jovem Rei Dragão exilado na Rebelião de Robert planeja sua vingança e deseja recuperar sua herança de família: o Trono de Ferro de Westeros.

Resenha:  Embora a série produzida pela HBO tenha se tornado maior do que os próprios livros aos quais foi baseada, afinal, depois de séculos o autor ainda não terminou de escrever a bendita série, não posso negar que, mesmo que possua suas diferenças, os livros ainda são indispensáveis para os fãs e apreciadores de alta fantasia de qualidade.

A Guerra dos Tronos, primeiro volume da série homônima de George R.R. Martin, introduz o leitor num universo fantástico cuja premissa gira em torno do Trono de Ferro e a ambição de todos aqueles que desejam o poder para governar os Sete Reinos, custe o que custar.
Tudo começa quando alguns acontecimentos macabros fazem com que um Patrulheiro da Noite fuja de seu posto a fim de alertar que um grande perigo se aproximava, porém, ao chegar nas terras de Ned Stark, ele acaba sendo morto por ter quebrado seu juramento de ter deixado a Muralha. Assim, sabemos que, por mais conflitos que irão surgir pela conquista do Trono de Ferro, uma ameaça ainda maior se aproxima cada vez mais, junto com o inverno...

Com esse pano de fundo se desenrolando (e sendo ignorado por todos), vamos até Westeros, o lar dos Sete Reinos, que antes era governado pelo rei Aerys II, da Casa Targaryen. Até que uma grande rebelião é responsável pela queda dos Targaryen. Robert Baratheon, que liderou a rebelião com o apoio de Eddard (Ned) Stark, Jon Arryn e a Casa Lannister, se torna o rei dos Sete Reinos e dono do lendário Trono de Ferro. Depois de vários anos, a morte inesperada de Jon Arryn, que fora nomeado como a Mão do Rei (aquele que assume no lugar no rei durante sua ausência), e a notícia que de dois descendentes de Aerys Targeryan, mesmo que estivessem muito distantes, haviam sobrevivido, deixam o Rei Robert preocupado com o futuro dos Sete Reinos e seu reinado. Ele decide sair de Porto Real junto com sua esposa Cersei Lannister e seus três filhos e seguir para Winterfell, o Reino do Norte governado por Ned Stark, para nomeá-lo como a nova Mão do Rei. Sem poder recusar o convite, Ned não tem outra escolha a não ser deixar sua família, contra a vontade de sua esposa, Catelyn, e seguir para a capital com Robert. Assim, ele não só assumiria os assuntos do rei, como investigaria e descobriria coisas que colocariam sua própria segurança, e a de sua família, em risco.

Do outro lado do mundo, longe dos domínios de Westeros, estão Viserys e sua irmã mais nova Daenerys Targaryen. Viserys tem sede de vingança, e por ser o verdadeiro herdeiro do Trono de Ferro, seu maior objetivo é juntar forças para invadir a capital, tomar o trono de volta e vingar a ruína dos Targaryen. Para isso, ele decide oferecer a irmã ao guerreiro Khal Drogo, líder dos dothraki, a fim de ter controle sobre seu exército para uma futura batalha.

A narrativa é feita em terceira pessoa e se alterna entre os vários personagens que compõe a trama. Além de uma apresentação detalhada de cada um deles no que diz respeito a personalidade e características físicas, também acompanhamos gradualmente suas jornadas e evoluções. Assim, conhecemos mais sobre as diversas jornadas que estão interligadas. E em meio à tramas políticas onde ninguém pode confiar em ninguém, e o desejo de um herdeiro de reconquistar aquilo que é seu por direito, também acompanhamos a saga de Jon Snow, filho bastardo de Ned Stark (todo filho bastardo das terras do norte recebe o sobrenome Snow), que decidiu seguir para a Grande Muralha e fazer parte da Patrulha da Noite por sempre se sentir rejeitado dentro da família. Os demais Starks também são tão importantes. Desde Robb, o primogênito que desempenha um papel crucial na guerra que está por vir; Sansa, a filha de Ned, que se porta como uma donzela e foi prometida a Joffrey, aquele quem ela acredita ser seu príncipe encantado; Arya, que odeia as formalidades e as regras impostas as mulheres, ela gosta de duelar com espadas, se vestir como menino e brincar por aí despertando o horror da irmã; Bran, que acaba sofrendo um acidente grave que muda não só seu destino, como o de todos os Sete Reinos; e Rickon, o caçula. Todos os Starks adotam lobos gigantes (o símbolo da Casa Stark) como animais de estimação, que os seguem e os protegem onde quer que vão fazendo parte da história e enriquecendo suas jornadas.

A Casa Lannister também é tão importante quanto, pois além de estarem aliados aos Baratheon devido ao casamento arranjado de Robert e Cersei, desempenham papeis cruciais para o desenvolvimento da trama. Cersei e Jamie são irmãos gêmeos e levam um relacionamento que vai além do sentimento fraterno. O incesto entre os dois aqui chega a ser doentio, mas é um dos fatores que movem a trama e causa várias reviravoltas, principalmente por causa dos filhos.
Jamie é conhecido como Regicida, pois foi ele que traiu e assassinou Aerys II enquanto ele ainda ocupava o Trono de Ferro. Tyrion é o irmão mais novo, mas, embora sua maior virtude seja a inteligência, ele é rejeitado por ser um anão deformado.

Os irmãos Targaryen, mesmo que estejam longe, também são de extrema importância, pois é a ideia de que eles estão vivos e que podem voltar para reivindicar o trono que faz com que os governantes de Porto Real fiquem em alerta. Viserys é um completo imbecil, arrogante e cheio de si. Ele não se preocupa em humilhar a irmã ou usá-la para seus propósitos. No início, Daenerys é bastante passiva e humilhada, e sofre muito nas mãos dos homens que rodeiam sua vida, seja seu irmão ou o marido com quem ela é obrigada a se casar com seus míseros treze anos de idade, mas, com o passar do tempo, vemos que tanto sofrimento não será em vão. Sei que ela recebe muita ajuda, os ovos de dragão que ela ganha de presente são um exemplo disso, e existem algumas facilitações narrativas que acabam endo convenientes para a situação dela, mas, de longe, ela é minha personagem preferida.

A trama é complexa devido a riqueza de detalhes, aos conflitos políticos, aos jogos de poder e a imensa quantidade de personagens e locais, mas em momento algum senti dificuldade em me situar ou reconhecer qualquer um deles. Inclusive chega a ser meio complicado falar sobre todos os personagens numa resenha sem dar spoilers ou sem tornar o texto gigantesco. A escrita é rica e com vários detalhes, mas de fácil entendimento e bastante fluída, apesar de algumas repetições. Um ponto que acho válido destacar é que não devemos nos apegar a nenhum personagem sequer nesse livro, ou nessa série como um todo. Por mais importante que o personagem possa ser, qualquer um, independente de quem seja, pode morrer a qualquer momento.

Essa edição relançada pela Suma só peca na diagramação, que espremeu o texto a fim do livro ter menos páginas, o que acabou tornando a leitura meio desgastante devido a proximidade entre linhas e parágrafos. Por mais que a história seja incrível, a leitura, nessas condições de diagramação, não deixou de ser cansativa.

No mais, pra quem gosta de alta fantasia, de personagens super bem construídos que vão nos fazer amá-los e odiá-los, de uma história de tirar o fôlego e cheia de reviravoltas, é leitura mais do que recomendada.

Resumo do Mês - Julho

1 de agosto de 2019


Mais da metade do ano já se passou, e minha rotina desesperada só piorou depois que voltei a vender meus livritchos (fiz um IG pra postar as fotos e os valores dos livros, o @bazardelivritchos, mas, como são mais de mil livros, não vou conseguir atualizar de uma vez e estou postando aos poucos), e claro, isso afetou mais uma vez em meu desempenho do bloguito, e apesar de ter começado bem o mês, chegando na metade já começou a ficar de lado, mais uma vez.
Eu juro que não quero abandonar o blog, por mais que as coisas não estejam fáceis, então, como já havia dito em outra ocasião, o jeito vai ser levar como dá, dentro das minhas condições, e seja o que Deus quiser. Eu queria ter tido tempo de poder resenhar outros livros, mas a peleja que é responder tantas mensagens de gente interessada nos livros, quando muitas delas só me fazem perder um tempo que eu não poderia ter perdido, ao mesmo tempo que fico por conta de casa e filhos, é demais. E não estou nem perto de levantar a grana que preciso pra poder pagar os boletos atrasados e as dívidas que fiz por causa da bendita mudança, mas como não tenho outra renda, já que não trabalho fora e não ando tendo trabalhos de design pra fazer, o que me resta é me desfazer dos meus livros, com aquela dor no coração, mas fazer o que...
Enfim, devagarinho eu vou ajeitando as coisas, e, no blog, antes pouco do que nada.
Espiem o pouquinho que teve:

♥ Resenhas
- Minha Coisa Favorita é Monstro
- A Rainha Aprisionada - Kristen Ciccarelli

♥ Wishlist
- Funkos de Sailor Moon

♥ Na Telinha
- Chernobyl
- Big Little Lies (1ª temporada)

♥ Top 10
- Mortes Mais Tristes em Animações

♥ Quotes que Inspiram
- A Herdeira

♥ Caixa de Correio de Julho