Na Telinha - WiFi Ralph

5 de janeiro de 2019

Título: WiFi Ralph: Quebrando a Internet (Ralph Breaks the Internet)
Produção: Disney
Elenco: Sarah Silverman, John C. Reilly, Gal Gadot, Taraji P. Henson, Jack McBrayer, Jane Lynch
Gênero: Animação/Fantasia/Aventura
Ano: 2018
Duração: 1h 56min
Classificação: Livre
Nota:
Sinopse: Ralph, o mais famoso vilão dos videogames, e Vanellope, sua companheira atrapalhada, iniciam mais uma arriscada aventura. Após a gloriosa vitória no Fliperama Litwak, a dupla viaja para a world wide web, no universo expansivo e desconhecido da internet. Dessa vez, a missão é achar uma peça reserva para salvar o videogame Corrida Doce, de Vanellope. Para isso, eles contam com a ajuda dos "cidadãos da Internet" e de Yess, a alma por trás do "Buzzztube", um famoso website que dita tendências.

Seis anos depois do lançamento de Detona Ralph, a dupla imbatível, Ralph e Vanellope, está junta de novo para mais uma aventura que promete. Só não sei se cumpriu de forma muito satisfatória...


Cansada da mesmice e da falta de novos desafios no Corrida Doce, Vanellope von Schweetz não está muito feliz em seu jogo e seu descontentamento fica bem evidente para Ralph. E ele, como bom e - literalmente - grande amigo, não hesita em fazer qualquer coisa para deixa-la feliz.
Quando Ralph tem a ideia de construir uma nova pista de corrida para a amiga explorar, Vanellope, empolgada com o caminho desconhecido, segue por ela com seu carrinho de corrida, mas vai contra os comandos da jogadora do game. Quando a garota tenta forçar e retomar o controle do jogo, Vanellope não cede, insiste no caminho alternativo, e o volante da máquina é quebrado por acidente, o que impossibilita sua jogabilidade. Como a peça da máquina é antiga e rara, ela só pode ser encontrada na internet, mais especificamente no eBay, mas seu preço nada atrativo faz com que o Sr. Litwak, o dono do fliperama, considere a ideia de aposentar a máquina. Agora, o Corrida Doce corre o risco de ser desligado e seus jogadores "despejados", e para salva-lo, Ralph e Vanellope vão embarcar numa aventura dentro da rede para conseguirem a peça. E, como nada é de graça, eles vão passar por poucas e boas para conseguirem arranjar uma pequena fortuna para pagarem por ela, depois de darem um lance absurdo no eBay.




As referência à internet, assim como o que ela oferece de legal e o que tem de nocivo são abordadas com superficialidade, e a impressão é que as inúmeras referências e os famosos easter eggs estão ali com intuito de camuflar o roteiro fraco, pois, quando aparecem, conseguem arrancar mais satisfação do que as demais cenas, o que pra mim foi uma pena, pois Detona Ralph, seu antecessor, foi uma animação maravilhosa que entrou na minha lista de desenhos favoritos, e não só me divertiu horrores, mas, também, me deu aquela sensação imensa de nostalgia por causa dos games antigos e clássicos que fizeram parte da minha infância e adolescência.

O universo online é um mundo a parte, repleto de luzes, tecnologia e prédios que representam os aplicativos, as redes sociais e vários sites famosos como o Google, o Twitter, o FacebookYoutubeeBayAmazonSnapchat e muito mais. Há também a ideia de que boa parte da internet é movida somente a vídeos de gatíneos fofos, tutoriais de maquiagem ou outra bobagem qualquer. As referências aos spams são bem boladas e tem um papel importante para o desenrolar da trama.




Boa parte da história acontece no BuzzzTube, uma plataforma de videos comandada pela personagem Yesss, que funciona como o Youtube. Lá as pessoas ganham dinheiro e fama se um vídeo postado se tornar viral, e é isso que a dupla vai usar para tentar levantar a grana que precisam para comprar a bendita peça para consertar a máquina, depois da tentativa de ganhar dinheiro fácil na internet falhar.

Achei que esse elemento seria mais bem trabalhado, principalmente com relação ao desespero por likes e seguidores que as pessoas tem, ou como são afetadas pelos comentários maldosos dos haters, mas foi outro ponto super vazio, até mesmo por que Ralph já está acostumado com a rejeição há anos e anos. Um ponto bem bacana é sobre os anúncios irritantes na plataforma, pois em busca de mais visitas e likes/coraçõezinhos para os videos malucos de Ralph, Vanellope acaba indo parar no Oh My Disney, onde vemos as famosas cenas divulgadas em que ela encontra todas as princesas clássicas da Disney.


Ainda podemos contar com uma piadinha sobre a princesa Merida, que embora faça parte do time das princesas da Disney, não fala o mesmo idioma das demais e ninguém entende o que ela fala. A justificativa? Valente é uma animação da Pixar, e as animações das demais princesas, não. Mas ela marca presença lindamente com sua cabeleira ruiva, desgrenhada e maravilhosa. Merida = ♥. A participação delas é pequena, mas valeu a pena acompanhar.

O longa começa de uma forma e sugere um determinado caminho, mas da metade pra lá as coisas mudam totalmente de cenário, e é como se um desenho novo estivesse sendo oferecido ao espectador. A viagem para se conseguir a peça acaba ficando de lado e a aventura se transforma numa jornada de autoconhecimento, em que a vontade de Vanellope, de seguir o sonho de poder ter a chance de enfrentar desafios novos e reais, é constantemente boicotada por Ralph, que não quer perder a amiga de jeito nenhum e acha que mantê-la sempre por perto é o certo a se fazer. Ele tem um bom coração mas é um completo troglodita, e por isso não tem a menor consciência do mal que está fazendo à amiga quando tenta prendê-la. Isso acaba mostrando um pouco do que é uma amizade tóxica, mas foi abordado de uma forma tão rasa que passa longe de ser o auge da animação.

Os personagens carismáticos que apareceram no primeiro filme, como Felix Jr. e a Sargento Calhoun tem participações tão curtas que a presença deles não faz a menor diferença, e os novos personagens que foram inseridos, com exceção de Shank (dublada por Gal Gadot), são totalmente esquecíveis. Shank é um excelente modelo de personagem feminina e que consegue trazer novas camadas a franquia, tendo seu devido espaço se impondo como personalidade forte e única, e sem roubar a cena dos protagonistas. Ela também vem de um game de corrida, porém bem mais perigoso do que o Corrida Doce, e logo fica evidente sua afinidade com Vanellope.



No mais, WiFi Ralph não é uma total perda de tempo. O visual é super colorido e de encher os olhos e tem, sim, várias cenas divertidas e mensagens bacanas a serem passadas sobre seguir os sonhos, deixar quem se ama livre e tudo mais (e também tem cena pós créditos). As crianças com certeza vão amar as aventuras vividas pela dupla e o quanto são carismáticos e divertidos, mas pra mim foi a animação mais fraquinha que a Disney já lançou até hoje, e a sensação de decepção por ter esperado seis anos para algo que não superou as minhas expectativas é inegável.

O Menino no Alto da Montanha - John Boyne

3 de janeiro de 2019

Título: O Menino no Alto da Montanha
Autor: John Boyne
Editora: Seguinte
Gênero: Drama/Juvenil
Ano: 2016
Páginas: 230
Nota:★★★★★
Sinopse: Quando Pierrot fica órfão, precisa ir embora de sua casa em Paris para começar uma nova vida com sua tia Beatrix, governanta de um casarão no topo das montanhas alemãs. Mas essa não é uma época qualquer: estamos em 1935, e a Segunda Guerra Mundial se aproxima. E esse não é um casarão qualquer, mas a casa de Adolf Hitler. Logo Pierrot se torna um dos protegidos do Führer e se junta à Juventude Hitlerista. O novo mundo que se abre ao garoto é cada vez mais perigoso, repleto de medo, segredos e traição. E pode ser que Pierrot nunca consiga escapar.

Resenha: Pierrot é um garotinho de sete anos que mora com os pais e seu cãozinho D'Artagnan na França. Seu melhor amigo é um garoto judeu, surdo e mudo, chamado Anshel. Quando os pais de Pierrot morrem, o garoto é enviado à um orfanato, mas não demora até que ele vá para a Alemanha para ficar sob os cuidados de sua tia Beatrix. Ela é governanta numa casa que fica no alto de uma montanh, que pertence a um homem muito poderoso que todos chamam de Füher. Logo que chega na casa, Pierrot passa a ser chamado de Pieter.

Assim, em pleno início da Segunda Guerra Mundial, vamos acompanhando a história de Pieter, e como o convívio com o líder dos nazistas foi responsável pela perda da inocência e mudança do garoto, que agora almeja se tornar um homem tão poderoso e respeitável quanto seu líder e os oficiais que transitam por aquela casa.

Meu primeiro contato com o autor foi através do livro O Menino do Pijama Listrado quando precisei ler a obra para um trabalho na escola. O impacto foi grande o bastante para tormar a leitura inesquecível, e posso dizer que com O Menino no Alto da Montanha as coisas não foram muito diferentes: uma história que se passa durante a Segunda Guerra enquanto acompanhamos as consequências dela sobre uma criança que não sabia bem o que estava acontecendo e foi, inevitavelmente, envolvida e doutrinada numa ideologia cruel e assassina.

Pierrot era um garotinho adorável, mas sua inocência o deixava vulnerável a qualquer tipo de influência. E naquela casa, a figura de autoridade a quem ele tinha como exemplo era ninguém menos do que Hitler. O garoto vai crescendo, iludido pelo discurso nazista, e deixa suas origens e sua bondade para trás quando acredita que a busca pelo poder é o que fará dele um grande homem.

O livro é bem curtinho, mas mostra com muita realidade uma boa parte do que foi a Juventude Hitlerista e como esses jovens foram influenciados e levados a acreditar nesse partido genocida como algo bom. Mesmo que não sejam posturas aceitáveis, é possível compreender como foram manipulados, e por que a doutrinação é algo tão perigoso, principalmente quando é feita por alguém que sabe usar as palavras certas nos momentos mais oportunos para atingir os pontos fracos das pessoas e convencê-las de seus ideais sombrios.

O Menino no Alto da Montanha é uma leitura amarga, mas traz lições sobre como o medo e a solidão podem ser sentimentos que deixam um vazio propício a ser preenchido com promessas perigosas, mas também o quanto reconhecer os próprios erros e os perdão são coisas que libertam a alma.

Resumo do mês - Dezembro

1 de janeiro de 2019


Ok. 2018 foi um ano cheio de altos e baixos, mais baixos que altos. Por várias vezes bateu aquela vontade de largar tudo e desistir, e minha rotina estressante ajudou muito pra eu ter considerado isso.
Pensei muito sobre dar uma pausa no blog ou não, porque as coisas andam bem puxadas e exaustivas por aqui. Talvez fosse a hora de tentar arrumar algumas pessoas pra me ajudarem com o conteúdo, não sei. Mas além de ser meio cri-cri com o padrão de conteúdo do blog e não gostar de depender da boa vontade alheia (porque já quebrei a cara com isso algumas vezes), não acho justo e nem posso exigir algo dos outros com o que é meu, principalmente quando não tenho muito a oferecer, por isso crio uma enorme resistência em ter colaboradores.

Enfim, vida de mãe e dona de casa não é nada fácil, e piora ainda mais quando se trabalha em casa com a tropinha atrapalhando e tirando a concentração de minuto em minuto, e quem diz o contrário não tem a menor noção o que é ficar com tudo nas costas e não poder ter nem dez minutos direito pra tomar um banho decente. E minha vida tá bem assim, o que me levava a aproveitar os poucos minutos de "sossego" pra dormir e tentar recuperar um pouquinho das energias que as crianças tomam de mim.

Com isso, as leituras acabavam se estendendo por semanas, algumas por meses... Muita coisa ficou pendente por causa disso, e muitas outras eram postadas com data retroativa pra não deixar o blog cheio de buracos. Não dava pra sentar aqui todos os dias e escrever tranquilamente, eu precisava fazer anotações do que eu queria escrever pra não esquecer durante as leituras, séries ou filmes, e quando sobrava um tempinho e o marido ficava com as crianças, eu vinha correndo e escrevia um monte de resenhas de uma vez, e as críticas de muitos filmes e séries acabavam ficando pra trás por falta de tempo e ânimo.

Não quero largar o blog e desistir de vez, já disse que esse é o único cantinho que posso chamar de meu e fazer uma das poucas coisas que gosto, mas eu tenho que reconhecer e assumir que minha vida anda corrida demais, e não quero ter mais uma obrigação que só vai me deixar mais sobrecarregada do que já estou, pelo menos não enquanto o Ian consumir todo o meu tempo e minha atenção.

Até o final de janeiro vou postar todas as pendências dos livros que recebi de parceria e preciso resenhar, e até lá decido se vai compensar tentar renovar essas parcerias que ficaram, ou conseguir novas. Chega uma hora que a gente tem que rever as prioridades e admitir que ninguém dá conta de fazer tudo ao mesmo tempo... Eu, pelo menos, não consigo, mas faço o que está ao meu alcance. E seja o que Deus quiser.

Enfim... Aqui o que teve no bloguito nesse mês que passou:

♥ Resenhas
- O Jardim Esquecido - Kate Morton
- Princesa das Cinzas - Laura Sebastian
- Vox - Christina Dalcher
- Romance Tóxico - Heather Demetrios
- Juntos Somos Eternos - Jeff Zentner

Na Telinha
- O Touro Ferdinando
- Venom

♥ Top 10 
- Livros da Editora Arqueiro pra presentear no Natal

♥ Wishlist
- Funkos de Titanic
- Funkos de Romeo & Juliet
- Funkos de The Hunger Games

♥ Caixa de Correio de Dezembro

Caixa de Correio #82 - Dezembro

31 de dezembro de 2018

Último mês do ano sempre é corrido, e geralmente bem magrinho, mas até que a caixinha foi bastante boa. Chegou livro de novembro então acabou ficando mais cheia do que pensei. E claro, com alguns pops que me dei de presente de natal. Não foram muitos, já que tive bastante gasto com as comemorações de fim de ano e o niver da Vivi, mas pelo menos tô conseguindo diminuir minha wishlist gigante de Harry Potter.
Bora ver o que chegou: