Caixa de Correio #82 - Dezembro

31 de dezembro de 2018

Último mês do ano sempre é corrido, e geralmente bem magrinho, mas até que a caixinha foi bastante boa. Chegou livro de novembro então acabou ficando mais cheia do que pensei. E claro, com alguns pops que me dei de presente de natal. Não foram muitos, já que tive bastante gasto com as comemorações de fim de ano e o niver da Vivi, mas pelo menos tô conseguindo diminuir minha wishlist gigante de Harry Potter.
Bora ver o que chegou:

Na Telinha - Venom

30 de dezembro de 2018

Título: Venom (Venom)
Elenco: Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed
Ano: 2018
Duração: 1hr 52min
Classificação: +14
Nota
Sinopse: San Francisco, Estados Unidos. Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista investigativo, que tem um quadro próprio em uma emissora local. Um dia, ele é escalado para entrevistar Carlton Drake (Riz Ahmed), o criador da Fundação Vida, que tem investido bastante em missões espaciais de forma a encontrar possíveis usos medicinais para a humanidade. Após acessar um documento sigiloso enviado à sua namorada, a advogada Anne Weying (Michelle Williams), Brock descobre que Drake tem feito experimentos científicos em humanos. Ele resolve denunciar esta situação durante a entrevista, o que faz com que seja demitido. Seis meses depois, o ainda desempregado Brock é procurado pela dra. Dora Skirth (Jenny Slate) com uma denúncia: Drake estaria usando simbiontes alienígenas em testes com humanos, muitos deles mortos como cobaias.

Quem é fã ou conhece a história de Homem-Aranha sabe que um dos seus inimigos mortais é Venom, o simbionte alienígena que precisa de um corpo hospedeiro para sobreviver na Terra.
A primeira aparição do vilão nesse universo foi em forma de "traje", e ao ser usado por Peter Parker não só potencializou seus poderes de aranha, como também começou a afetar sua personalidade, o tornando bastante violento. Quando Parker, enfim, consegue se livrar desse traje vivo, o alienígena encontra refúgio no corpo de Eddie Brock, um jornalista falido e amargurado que culpa Peter por todos os fracassos e problemas de sua vida. Basicamente, a história é essa: Brock, agora com os poderes de Venom, quer se vingar e aniquilar o Homem-Aranha.

Mas o que acontece quando a produtora decide estabelecer um universo que gira em torno de um super herói, sem o dito super herói?

Em Venom, a origem dos simbiontes se dá a partir de um pouso forçado onde esses seres, até então desconhecidos, começam a procurar o hospedeiro ideal enquanto causam diversas mortes por onde passam. Enquanto um conseguiu escapar, outros foram capturados e mantidos num laboratório para fins de pesquisas científicas. Tais pesquisas levaram Carlton Drake, o criador da Fundação Vida, a fazer testes dos simbiontes com humanos, o que resultava em suas mortes por não serem compatíveis. E quando o jornalista fracassado Eddie Brock decide investigar o que anda acontecendo nessa corporação nefasta e antiética, acaba se fundindo ao alienígena por acidente, se tornando Venom. Ele lida com o parasita que é um tipo de "voz interior", que além de não sair de sua cabeça, ainda controla seus atos e afeta seu comportamento e o que restou de sua vida social.


Com essa premissa, fica claro que a origem de Venom, assim como o que causou o fracasso e a amargura de Eddie Brock, precisaram ser modificadas para que não existisse nenhuma ligação com o Aranha, mas o problema não chega a ser somente esse. Além das explicações científicas para a condição de sobrevivência serem totalmente furadas e questionáveis, o roteiro é cheio de buracos e conveniências toscas que impedem uma coerência narrativa.


Venom cumpre com o papel de explorar um personagem icônico a fim de faturar nas bilheterias, e acredito que tenha conseguido isso com eficácia, mas só. Acredito que para que o filme se tornasse um pouco mais fiel ao personagem, já que não pôde ser fiel à história original, seria necessário cenas de ação com mais violência, daquelas bem viscerais, levando em consideração a natureza do vilão, mas foi uma coisa que não pôde ser feita devido a baixa classificação indicativa do longa. É pra se pensar que perderam uma oportunidade enorme de fazer algo digno desse vilão comedor de cabeças, pois se fosse +18 poderia ser algo bem próximo a Deadpool, mas passou muito longe...

Dessa forma, a voz estilo "Optimus Prime" de Venom soou forçada e clichê demais; as cenas interrompidas por dramas pessoais ou explicações óbvias deixam o filme fragmentado, como se fosse um trailer gigante; as tentativas de se fazer piadas desconexas com questões aleatórias para amenizar o que deveria ser brutal não funcionam; o dilema enfrentado pelo protagonista, assim como a forma como ele se comporta, ao aceitar o simbionte controlando seu corpo é tratado com superficialidade; e a ideia absurda de que eles, ao estarem conectados nessa fusão perfeita, se tornaram grandes amigos que devem combater o perigo - quando o perigo deveria ser eles - é inacreditável. Só faltou eles darem as mãos e saírem saltitando pela cidade cantando We Are the Champions. Os efeitos especiais também são exagerados e destoam dos filmes do gênero envolvendo o mesmo universo, e a experiência visual acaba sendo pura poluição.


Além da breve aparição infalível do mestre Stan Lee (RIP), a atuação do maravilhoso Tom Hardy conseguiu salvar um pouco dessa decepção cinematográfica, mas não posso negar que o homem, embora seja intenso e flexível, interpreta alguém cuja personalidade é afetada e cheia de paranoias, e em vários momentos parece estar perdido no próprio papel, como se não conseguisse definir a própria identidade devido a construção desordenada de seu personagem.


Como se tudo isso não fosse o suficiente, a cena pós-crédito ainda sugere que o bendito filme terá uma continuação envolvendo outro super vilão ainda pior do que o próprio Venom: Carnage (Carnificina), e sinceramente, depois dessa experiência horrível, não é um filme que eu vá assistir se estiver em sã consciência. Pra quem gosta de cenas de ação avulsas e que causam um pouco de empolgação, sem que o filme tenha uma história que convença, pode ser um excelente entretenimento, mas pra quem espera o mínimo de fidelidade com o original ou coerência narrativa, é decepção na certa.

Wishlist #62 - Funko Pop - The Hunger Games

27 de dezembro de 2018

Como fã da trilogia Jogos Vorazes (dos livros, por obséquio), é claro que os pops dessa franquia não poderiam faltar na lista de desejos infinita que tenho. Se por um lado fiquei feliz pelo set ser relativamente pequeno, por outro fiquei chateada por faltar personagens memoráveis, e pelos pops da Katniss valorizarem cada vez mais e andarem custando os olhos da própria cara, o que me faz não colocar a coleção na lista de prioridades. Mas não custa deixar aqui o registro de que quero esses cabeçudos lindos e fofineos.


Juntos Somos Eternos - Jeff Zentner

22 de dezembro de 2018

Título: Juntos Somos Eternos
Autor: Jeff Zentner
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Drama
Ano: 2018
Páginas: 344
Nota:★★★★★
Sinopse: Dill não é um garoto popular na escola - e não é culpa dele. Depois de seu pai se envolver em um escândalo, o garoto se tornou alvo de piadas dos colegas e passou a ser evitado pela maioria das pessoas na cidadezinha onde mora. Felizmente, ele pode contar com seus melhores amigos, Travis e Lydia, que se sentem tão excluídos ali quanto ele. Assim que os três começam o último ano do ensino médio, mudar de vida parece um sonho cada vez mais distante para Dill. Enquanto Travis está feliz em continuar no interior e Lydia pretende fazer faculdade em uma cidade grande, Dill carrega o peso das dívidas que seu pai deixou para trás. Só que o futuro nem sempre segue nossos planos - e a vida de Dill, Travis e Lydia está prestes a mudar para sempre.

Resenha: Com o ensino médio chegando ao fim, Dill, Travis e Lydia começam a pensar nas mudanças de suas vidas: dilemas com o curso a fazer na faculdade, e como suas escolhas vão afetar suas vidas começaram a surgir. Travis parece não querer sair do seu mundinho, Lydia tem sonhos de ir embora pra cidade grande, e Dill carrega um peso enorme por algo que ele não fez. Mas juntos, os três amigos vão ser capazes de se apoiarem para superar os problemas...

Quando eu peguei o livro e li a sinopse, já imaginei fui imaginando uma trama super clichê e previsível, mas me surpreendi quando me deparei com uma história sobre como três melhores amigos, muito unidos, deram conta de enfrentar e superar seus problemas.
A narrativa é em terceira pessoa com foco em Dill, Travis e Lydia, e começa de uma forma bem lenta e sem nada muito interessante acontecendo. A vida dos personagens vai sendo exposta devagar e por serem adolescentes comuns, com vidas aparentemente normais, é perfeitamente possível nos colocarmos em seus lugares. Até os dramas bem delicados de suas famílias começarem a surgir, e as coisas começarem a ficar mais difíceis e intensas.

Talvez eu tenha me conectado e me surpreendido com essa história por que uma das coisas que ela deixa bem claro é a importância da amizade, de manter os amigos verdadeiros por perto e como o apoio deles é importante. Sabe aquela sensação de sentir que tudo está dando errado, mas com amigos é mais fácil suportar? Foi o que senti enquanto estava lendo esse livro, e depois de pensar por algum tempo, passei a valorizar ainda mais os amigos que tenho.

Depois que o pai de Dill foi preso, o escândalo foi enorme e ele passou a ser rejeitado pela maioria dos colegas da escola, como se ele tivesse alguma culpa pelo que seu pai fez. Ele é um menino muito gentil e legal, mas é oprimido frequentemente pela mãe, uma fanática religiosa maluca que sempre o acusava de agir contra os ensinamentos e a vontade divina. Esses fatores acabaram sendo a causa do abalo psicológico de Dill.
Travis também enfrenta vários problemas com o pai, que é muito agressivo e abusivo, e isso faz com que ele procure refúgio em seus livros, como forma de sair dessa realidade que o machuca.
Lydia, diferente dos garotos, é uma blogueira de moda e seu sonho é fazer faculdade numa cidade grande. De início ela aparece como uma menina muito mimada, arrogante e cheia de vontades, como se achasse que ser "famosa" a colocasse num tipo de pedestal acima dos outros, mas com o desenrolar da trama e com a proximidade com Dill e Travis, ela começa a perceber o quanto estava sendo ridícula e começa a mudar.

Posso dizer que Juntos Somos Eternos foi um dos melhores livros que já li. É um livro com seus momentos repletos de dor, e sobre as verdades que evitamos e são difíceis de enfrentar (e em alguns momentos cheguei a chorar), mas a mensagem sobre amizade, esperança e sobre a existência de algo maior do que nós é linda, dá um quentinho no coração, arranca aquele sorriso discreto no cantinho da boca e fica na memória pra sempre.