Caixa de Correio #80 - Outubro

31 de outubro de 2018

Como eu fiquei atolada, pra variar, as postagens aqui no blog entraram atrasadas e a maioria delas com data retroativa pra ficarem distribuídas ao longo do mês. Ainda tenho uma pequena pilha de livros pendentes, mas pelo menos faltam pouquíssimos pra ler, e como não quero ficar mais afogada do que já estou, acabei nem pedindo nenhum livro pra resenhar pra não acumular mais, e esses que recebi foram pedidos de setembro que chegaram no início de outubro.
Também estou toda serelepe com os pops que recebi. São os pops da segunda wave de Friends com os personagens caracterizados, e alguns da coleção sem fim de Harry Potter. Claro que eu estou morrendo de amores por todos eles. *-*
Bora dar uma conferida no que chegou:

Novidades de Outubro - Arqueiro

30 de outubro de 2018

Vox - Christina Dalcher

O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade.
Esse é só o começo...
Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir.
...mas não é o fim.
Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz.

Princesa das Cinzas - Princesa das Cinzas #1 - Laura Sebastian

A jovem Theodosia tem seu destino alterado para sempre depois que seu país é invadido e sua mãe, a Rainha do Fogo, assassinada. Aos 6 anos, a princesa de Astrea perde tudo, inclusive o próprio nome, e passa a ser conhecida como Princesa das Cinzas.
A coroa de cinzas que o kaiser que governa seu povo a obriga a usar torna-se um cruel lembrete de que seu reino será sempre uma sombra daquilo que foi um dia. Para sobreviver a essa nova realidade, sua única opção é enterrar fundo sua antiga identidade e seus sentimentos.
Agora, aos 16 anos, Theo vive como prisioneira, sofrendo abusos e humilhações. Até que um dia é forçada pelo kaiser a fazer o impensável. Com sangue nas mãos, sem pátria e sem ter a quem recorrer, ela percebe que apenas sobreviver não é mais suficiente.
Mas a princesa tem uma arma: sua mente é mais afiada que qualquer espada. E o poder nem sempre é conquistado no campo de batalha.

A Torre do Amor - Fairy Tales #3 - Eloisa James

Quando Gowan, o magnífico duque de Kinross, decide se casar, seu plano é escolher uma jovem adequada e negociar o noivado com o pai dela. Ao conhecer Edie no baile de apresentação dela à sociedade, ele acredita que, além de linda, ela também seja a dama serena que ele procura e imediatamente pede sua mão.
Na verdade, o temperamento de Edie é o oposto da serenidade. No baile, ela estava com uma febre tão alta que mal falou e não conseguiu prestar atenção em nada, nem mesmo no famoso duque de Kinross. Ao saber que seu pai aceitou o pedido do duque, ela entra em pânico. E quando a noite de núpcias não é tudo o que podia ser...
Mas a incapacidade de Edie de continuar escondendo seus sentimentos faz com que o casamento deles se desintegre e com que ela se recolha à torre do castelo, trancando Gowan do lado de fora.
Agora o poderoso duque está diante do maior desafio de sua vida. Nem a ordem nem a razão funcionam com sua geniosa esposa. Como ele conseguirá convencê-la a lhe entregar as chaves não só da torre, mas também do próprio coração?

A Cruz de Fogo - Outlander #5 - Diana Gabaldon

O ano é 1771. Na Carolina do Norte, conserva-se a duras penas um frágil equilíbrio entre a aristocracia colonial e os esforçados pioneiros. E entre esses dois lados prestes a entrar em conflito está Jamie Fraser, um homem de honra exilado de sua amada Escócia. Convocado a liderar uma milícia para conter as insurgências, ele sabe que quebrar o juramento que fez à Coroa inglesa o tornará um traidor, mas mantê-lo será a certeza de sua ruína.
A guerra se aproxima, garantiu-lhe sua esposa, Claire Randall. E, mesmo não querendo acreditar nesse triste futuro, Jamie Fraser está ciente de que não pode ignorar o conhecimento que só uma viajante do tempo poderia ter. Afinal, a visão única de Claire já os colocou em risco, mas também lhes trouxe salvação.
A cruz de fogo é uma envolvente história sobre o empenho de Jamie em proteger sua família, construir uma comunidade e manter suas terras às vésperas de um conflito histórico. Nesses esforços, ele é ajudado por sua mulher, sua filha Brianna e seu genro Roger MacKenzie, que nasceram no século XX e agora tentam se adaptar à tortuosa vida do século XVIII.

A Grande Solidão - Kristin Hannah

Alasca, 1974.
Imprevisível. Implacável. Indomável.
Para uma família em crise, o último teste de sobrevivência.
Atormentado desde que voltou da Guerra do Vietnã, Ernt Allbright decide se mudar com a família para um local isolado no Alasca.
Sua esposa, Cora, é capaz de fazer qualquer coisa pelo homem que ama, inclusive segui-lo até o desconhecido. A filha de 13 anos, Leni, também quer acreditar que a nova terra trará um futuro melhor.
Num primeiro momento, o Alasca parece ser a resposta para tudo. Ali, os longos dias ensolarados e a generosidade dos habitantes locais compensam o despreparo dos Allbrights e os recursos cada vez mais escassos.
Porém, o Alasca não transforma as pessoas, ele apenas revela sua essência. E Ernt precisa enfrentar a escuridão de sua alma, ainda mais sombria que o inverno rigoroso. Em sua pequena cabana coberta de neve, com noites que duram 18 horas, Leni e a mãe percebem a terrível verdade: as ameaças do lado de fora são muito menos assustadoras que o perigo dentro de casa.
A grande solidão é um retrato da fragilidade e da resistência humana. Uma bela e tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência e o aspecto selvagem que habita tanto o homem quanto a natureza.

Almas Gêmeas - Nicholas Sparks

Hope Anderson está numa encruzilhada. Aos 36 anos, ela namora o mesmo homem há seis, sem perspectiva de casamento. Quando seu pai é diagnosticado com ELA, Hope resolve passar uma semana na casa de praia da família, na Carolina do Norte, para pensar nas difíceis decisões que precisa tomar em relação ao próprio futuro.
Tru Walls nasceu numa família rica no Zimbábue. Nunca esteve nos Estados Unidos, até receber uma carta de um homem que diz ser seu pai biológico, convidando-o a encontrá-lo numa casa de praia na Carolina do Norte. Intrigado ele aceita e faz a viagem.
Quando os dois estranhos se cruzam na praia, nasce entre eles uma ligação eletrizante e imediata. Nos dias que se seguem, os sentimentos que desenvolvem um pelo outro os obrigam a fazer escolhas que colocam à prova suas lealdades e reais chances de felicidade.
O novo romance de Nicholas Sparks, na tradição de Diário de uma Paixão e Noites de Tormenta, aborda as muitas facetas do amor, os arrependimentos e a esperança que nunca morre, trazendo à tona a pergunta: por quanto tempo um sonho consegue sobreviver?

Wishlist #56 - Funko Pop - Peanuts

25 de outubro de 2018

Peanuts é um clássico que começou lá nos anos 50 em forma de tirinhas publicadas por Charles Schulz em jornais dos EUA que marcou toda uma geração. Os personagens são adoráveis e as historinhas eram tão bacanas que logo tiveram sua versão em animação na TV. O desenho serviu de inspiração pra várias outras animações, até hoje é símbolo de nostalgia e ainda conquista novos fãs. Como não se admirar Charlie Brown, o garotinho azarado dono do cachorro mais inteligente que já se viu? Snoopy é uma graça! Todos os personagens são, e nem preciso dizer que quero todos eles na minha coleção de Pops! É uma pena que não existam todos os personagens, e alguns deles são versões exclusivas do Snoopy e do Charlie Brown que não me interessaram tanto, mas os que faço questão são esses aqui:


A Invasão de Tearling - Erika Johansen

20 de outubro de 2018

Título: A Invasão de Tearling - A Rainha de Tearling #2
Autora: Erika Johansen
Editora: Suma de Letras
Gênero: Fantasia/Distopia/Jovem Adulto
Ano: 2017
Páginas: 400
Nota:★★★★★
Sinopse: Kelsea Glynn é a rainha de Tearling. Apesar de ter apenas dezenove anos e nenhuma experiência no trono, Kelsea ficou rapidamente conhecida como uma monarca justa e corajosa. No entanto, o poder é uma faca de dois gumes. Ao interromper o comércio de escravos com o reino vizinho e tentar conseguir justiça para seu povo, ela enfurece a Rainha Vermelha, uma feiticeira poderosa com um exército imbatível. Agora, à beira de ver o Tearling invadido pelas tropas inimigas, Kelsea precisa recorrer ao passado, aos tempos de antes da Travessia, para encontrar respostas que podem dar ao seu povo uma chance de sobrevivência. Mas seu tempo está acabando...

Resenha: Depois de ter perdido a mãe e vivido por dezenove anos escondida sob os cuidados de seus tutores, a princesa Kelsea precisou retornar ao reino de Tearling para assumir seu lugar no trono como rainha. Não seria uma tarefa fácil, visto que o atual regente, seu tio, não estava disposto a abrir mão do poder a ponto de contratar mercenários para "cuidar" da garota. Mas, mesmo se sentindo despreparada, Kelsea não iria desistir do seu destino, e se tornar uma rainha determinada, corajosa e justa com o povo não seria uma opção. Assim, quando ela começa a tomar algumas decisões em prol do reino e rompe um acordo com o reino vizinho, a temida e poderosa Rainha Vermelha fica enfurecida e prestes a invadir Tearling com seu exército imbatível sem que haja chances de se defenderem. Agora, resta a Kelsea buscar informações e respostas sobre as origens de seu reino, pois ela acaba se dando conta de que para mudar o futuro, deve conhecer um passado de séculos atrás, do período anterior à Travessia (a viagem a navio que foi feita quando o continente foi deixado pra trás em busca de um mundo melhor), pois isso pode ser a chave para a sobrevivência de todos.

Diferente do primeiro livro que serviu para introduzir o leitor ao universo criado pela autora, talvez por já estarmos situados ao cenário, este já traz uma narrativa com um tom diferente, com uma trama ainda mais complexa e cheia de camadas. Elas vão formando ligações fantásticas e amarrando várias pontas no desenrolar da história fazendo as coisas se encaixarem de forma surpreendente. Umas das questões que ficou em aberto no primeiro livro sobre o motivo da sociedade viver numa era medieval em pleno futuro é trabalhada, e eu adorei as explicações dadas. Até então, o leitor só sabia que o mundo anterior era como o nosso, mas alguma coisa aconteceu e as pessoas começaram a deixar tudo pra trás, embarcando em navios e levando toda a tecnologia que pudessem rumo a algum lugar. Porém, durante essa Travessia, houveram naufrágios e tudo se perdeu, o que levou as pessoas a regredirem, viverem sem tecnologia e maiores recursos e retornarem a monarquia na tentativa de manter a ordem. Não vou me estender sobre essa questão pois a graça é descobrir o que a autora reservou pra gente, mas posso afirmar que partindo de como esse passado é abordado e exposto, nossa visão acerca desse universo começa a se moldar de acordo com o avanço das explicações, e começamos a encarar a história de uma forma muito mais positiva e interessante, principalmente quando percebemos que a quantidade de caminhos que podem ser seguidos, a partir dessas informações sobre o passado, aumenta bastante.

Embora a história seja interessante, super envolvente e ganhe um ritmo frenético com passagens que se alternam entre passado e presente e sob os pontos de vistas de  Kelsea e Lily, a forma como a diagramação do livro foi feita acaba tornando a leitura um pouco cansativa. Os capítulos são muito longos, dispostos em blocos de textos maciços e não possuem um espaçamento legal entre parágrafos que permita com que o leitor dê uma respirada.

Vamos acompanhando o passado sofrido da misteriosa Lily, uma mulher que aparece nas visões de Kelsea e a afeta diretamente, assim como o momento presente que está ameaçado pela Rainha Vermelha.
Inicialmente é incômodo acompanhar os acontecimentos vividos por Lily e a sensação é de estar num looping. Ela viveu numa época em que as mulheres eram oprimidas e foi revoltante acompanhar tantas agressões que ela sofria nas mãos daquele marido odioso. Num primeiro momento isso não parece ter a ver com a história, mas, com o desenrolar dos fatos, as coisas começam a se encaixar e entendemos o motivo dessa parte tão comovente quanto assustadora da vida dela ser abordada.

Kelsea também agrada bastante como protagonista, tanto por, inicialmente, não ter a aparência estereotipada de alguém da realeza, o que traz um diferencial à trama, quanto por suas atitudes nada convencionais de se resolver as coisas. Pode ser contraditório, mas ela faz o que acredita ser o certo, mesmo que, às vezes, não esteja certa. O fato de sua aparência ter começado a mudar para que ela, aos poucos, fosse ficando mais bonita e esbelta, quando ela não era assim, foi bem desnecessário e isso não me agradou muito. Talvez isso tenha um propósito no futuro, então nessa parte vou dar um voto de confiança pela autora, pois ela merece depois de tudo o que ela criou. Mas fora isso, é bem bacana acompanhar sua evolução como rainha, a forma como ela vai amadurecendo e adquirindo mais sabedoria para resolver e lidar com as questões do reino, mas é ainda mais gratificante acompanhar a descoberta da mulher que ela está se tornando. Ela é uma das heroínas imperfeitas mais perfeitas que tive o prazer de acompanhar.

Enfim, este livro ficou livre da "maldição do segundo volume" e é uma sequência criativa, empolgante e que supera o anterior, e pra quem gosta de histórias com cenários bem diferentes dos habituais, que envolvem conquistas e batalhas em busca do poder, e ainda traz personagens empoderadas e únicas, é leitura obrigatória.

A Caçadora de Dragões - Kristen Ciccarelli

18 de outubro de 2018

Título: A Caçadora de Dragões - Iskari #1
Autora: Kristen Ciccarelli
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2018
Páginas: 386
Nota:★★★★★
Sinopse: Quando era criança, Asha, a filha do rei de Firgaard, era atormentada por sucessivos pesadelos. Para ajudá-la, a única solução que sua mãe encontrou foi lhe contar histórias antigas, que muitos temiam ser capazes de atrair dragões, os maiores inimigos do reino. Envolvida pelos contos, a pequena Asha acabou despertando Kozu, o mais feroz de todos os dragões, que queimou a cidade e matou milhares de pessoas — um peso que a garota ainda carrega nas costas. Agora, aos dezessete anos, ela se tornou uma caçadora de dragões temida por todos. Quando recebe de seu pai a missão de matar Kozu, Asha vê uma oportunidade de se redimir frente a seu povo. Mas a garota não vai conseguir concluir a tarefa sem antes descobrir a verdade sobre si mesma — e perceber que mesmo as pessoas destinadas à maldade podem mudar o próprio destino.

Resenha: Num mundo dividido entre homens e dragões, onde o simples ato de contar histórias pode ser fatal. Quando pequena, Asha sofria com pesadelos terríveis e sua mãe lhe contava histórias antigas que, apesar de acalmar a menina, atraíam dragões para o reino e desencadeava um grande caos. Asha só descobriu o quanto essas histórias eram perigosas quando sua mãe morreu por causa delas, e quando contou, sem saber das consequências, essas histórias para o povo, onde despertou e atraiu o mais terrível dos dragões: Kozu. Ele matou milhares de pessoas, destruiu metade da cidade de Firgaard e marcou a garota pra sempre. As histórias, desde então, foram proibidas. Agora, aos dezessete anos, a jovem princesa é a caçadora de dragões oficial do reino. Ela tomou como missão de sua vida matar todos os dragões que puder encontrar como forma de se redimir. E para reparar o estrago feito na cidade e na vida de muitas pessoas por algo que ela acredita ser sua culpa, ela precisa acabar com Kozu, mas não antes de embarcar numa jornada onde vai descobrir a verdade sobre tudo o que aprendeu e sobre si mesma...

Narrada em terceira pessoa, a história requer um tempinho para que possamos nos adaptar às nomenclaturas diferentes e a estrutura social super complexa de Firgaard, mas logo fisga o leitor com a excelente escrita da autora e com o seu desenvolvimento. Os capítulos se intercalam com trechos das histórias proibidas, as mesmas que atraem dragões e matam as pessoas quando são contadas, e elas expandem nossa visão desse mundo deixando a trama muito mais rica e interessante.

Inicialmente não tive muito simpatia por Asha pois, embora seja forte, leal e feroz, ela é imatura e toma atitudes um tanto questionáveis, principalmente antes de ir atrás de Kozu. Assim, sua jornada não é só para caçar, matar o dragão e trazer a cabeça dele para seu pai, mas também para que ela passe por várias coisas que serão responsáveis pelo seu amadurecimento como pessoa, para torná-la mais humana, mais sensível e menos alheia aos problemas do reino.
Assim, os personagens secundários acabam tendo um papel muito importante não só no desenrolar da trama, mas também no desenvolvimento e amadurecimento da própria protagonista.

Como um bom livro jovem adulto, não poderia faltar o elemento romance, e fiquei super satisfeita com a ideia de que o relacionamento é algo que não desvia o leitor do foco principal, se desenvolve sem pressa, de forma sutil e que aos poucos vai amolecendo o coração de Asha.

Assim, nos deparamos com uma história rica em sua construção e em sua mitologia, e através de sua protagonista podemos perceber que, embora o passado tenha deixado nela várias cicatrizes e a obrigado a seguir por um caminho que ela não pôde escolher, a liberdade é algo que sempre vai falar mais alto.

Eu gostei bastante da diagramação em geral e da capa que a Editora Seguinte escolheu para publicar a obra aqui no Brasil. É simples mas super bonita e condizente com a história. Acho que nem teria como aproveitar a capa original já que a bendita é a mesma usada por J.A. Redmerski em O Retorno de Izabel (e a capa gringa também é igual).


Enfim, A Caçadora de Dragões é o início de uma trilogia fantástica que superou as minhas expectativas, principalmente por ser livro de estreia da autora, e agora só me resta aguardar ansiosa pela continuação. Pra quem é fã de fantasia e adora histórias com dragões, é leitura mais do que recomendada!

O Dueto Sombrio - Victoria Schwab

17 de outubro de 2018

Título: O Dueto Sombrio - Monstros da Violência #2
Autora: Victoria Schwab
Editora: Seguinte
Gênero: Urban Fantasy/Jovem Adulto
Ano: 2018
Páginas: 448
Nota:★★★★☆
Sinopse: Na sequência final de A Melodia Feroz, Kate Harker precisa voltar para Veracidade e se unir ao sunai August Flynn para enfrentar um ser que se alimenta do caos.
Kate Harker não tem medo do escuro. Ela é uma caçadora de monstros - e muito boa nisso. August Flynn é um monstro que tinha medo de nunca se tornar humano, mas agora sabe que não pode escapar do seu destino. Como um sunai, ele tem uma missão - e vai cumprir seu papel, não importam as consequências.
Quase seis meses depois de Kate e August se conhecerem, a guerra entre monstros e humanos continua - e os monstros estão ganhando. Em Veracidade, August transformou-se no líder que nunca quis ser; em Prosperidade, Kate se tornou uma assassina de monstros implacável. Quando uma nova criatura surge - uma que força suas vítimas a cometer atos violentos -, Kate precisa voltar para sua antiga casa, e lá encontra um cenário pior do que esperava. Agora, ela vai ter de encarar um monstro que acreditava estar morto, um garoto que costumava conhecer muito bem, e o demônio que vive dentro de si mesma.

Resenha: Seis meses depois do que aconteceu no livro anterior, Kate está em Prosperidade trabalhando como assassina de monstros, enquanto August está em Veracidade liderando um grupo que visa eliminar quantos monstros puderem. A trégua não existe mais e a guerra entre humanos e monstros parece muito longe de chegar ao fim. Tudo piora ainda mais quando Kate descobre a existência de um monstro com poderes bem diferentes daqueles que já existem: ele força as pessoas a matarem outras, e o caos que esses atos de violência extrema desencadeia, é o que o alimenta. Assim, com receio do que pode acontecer, ela decide voltar para veracidade a fim de combater essa terrível ameaça.

Mantendo o padrão do primeiro volume, o livro é narrado em terceira pessoa trazendo o ponto de vista de Kate e August, com capítulos curtos, e continua tão envolvente e fluído quanto. A diferença é que este apresenta uma sequência muita mais sombria, com mais perigos e outras questões pessoais enfrentadas pelos personagens, que acabam os transformando com relação ao seus desenvolvimentos. É praticamente impossível viver num lugar quando o medo toma conta, não se tem comida, não se pode dormir, e nunca se sabe quando um mostro pode atacar.

August e Kate possuem uma química muito boa. No primeiro volume torcíamos para que eles ficassem juntos, mesmo que fosse algo impossível em meio a todo aquele caos plantado no mundo, e agora torcemos por um reencontro e ficamos felizes por eles se entenderem e fazerem bem um pro outro de uma forma bem natural.

August já está numa posição um pouco mais delicada e ele é um personagem bastante complexo. Se antes, como monstro, ele queria se comportar como um humano sendo gentil e doce, agora, como líder de um grupo de caçadores, não teve outra escolha a não ser abraçar a escuridão, e isso o atormenta muito. A humanidade que ele tanto buscou ainda não foi perdida, porém está escondida, sem que ele saiba quando poderá retornar.
Kate não tem medo do escuro. Ela é corajosa, luta pelo que é certo, fala o que lhe vem a cabeça e é bastante impulsiva. Seu retorno acaba fazendo com que August deixe sua humanidade vir à tona.

Embora eu tenha achado que alguns elementos tenham sido jogados de forma bem aleatória na trama e sem maiores explicações ou continuidade, eu gostei do desfecho, mesmo tendo esperado um pouco mais. Foi trágico/triste, mas ao meu ver, necessário e de acordo com o contexto.
Mesmo que eu tenha aproveitado a leitura, não pude deixar de pensar que toda a metáfora relacionada à violência parece não ter ganhado a devida importância. Aquela vontade dos protagonistas de mudar o mundo para que todos possam viver felizes e longe de tanto caos, parece ter se perdido em algum ponto da história.

A duologia Monstros da Violência não tem nada de feliz e, através de uma crítica sutil acerca do que gera a violência e quais as consequências para isso, acaba sendo um belo de um tapa na nossa cara por ser tão semelhante à nossa própria realidade, principalmente nesses tempo sombrios onde vemos tanta violência partindo de pessoas ignorantes e que usam outras pessoas como desculpa para promoverem ódio e cometerem atrocidades por aí...