Na Telinha - Aggretsuko (1ª Temporada)

10 de maio de 2018

Título: Aggretsuko (アグレッシブ烈子)
Temporada: 1 | Episódios: 10
Distribuidora: Netflix/Sanrio
Elenco: Kaolip e Rarecho (death metal voice), Sohta Arai, Rina Inoue, Shingo Kato, Maki Tsuruta, Komegumi Koiwasaki, Yuki Takahashi
Gênero: Anime/Drama/Comédia
Ano: 2018
Duração: 15min
Classificação: +12
Nota:★★★★★
Sinopse: Frustrada com o emprego, Retsuko, a panda vermelha, encara a luta diária cantando death metal em um karaokê depois do expediente.

A Sanrio e seus personagens gracinhas que esbanjam fofuras surpreendem cada vez mais, vide Hello Kitty, Chococat e companhia. Agora, baseado na panda vermelha Retsuko, a Netflix, nessa super parceria, recentemente lançou o anime Aggretsuko (Agressive Retsuko), voltado a um público mais adulto devido às questões abordadas e que, pra mim, acertou em cheio, tanto pela animação super cute e colorida quanto pela temática que faz qualquer um refletir sobre a própria vida.



"Retsuko, escorpiana, 25 anos, solteira, sangue tipo A", como ela se denomina, trabalha no setor contábil de uma grande empresa há cinco anos mas está exausta e muito insatisfeita, tanto pela rotina de pegar metrô lotado todo santo dia, pelo trabalho ser completamente desgastante e quanto por ter que lidar com um chefe que abusa de seu poder e com colegas inconvenientes no ambiente profissional. Para espairecer um pouco, ela frequenta um karaokê onde virou cliente assídua e, numa sala reservada, se joga - e se transforma em quem é de verdade - cantando/gritando death metal como ninguém.



Não se deixem enganar pelos traços infantis e bonitinhos do anime. Ele mostra com bastante fidelidade o cotidiano exaustivo do trajeto para o trabalho e do dia-a-dia, dos funcionários dentro de uma empresa e, por isso, vai se bem fácil que muitos se identifiquem com as situações abordadas, desde as mais simples, como colegas que adoram espalhar fofocas, chefes folgados, puxa-sacos, gente que vive de aparências e etc, até as mais delicadas como o abuso de poder, agressões e abusos psicológicos.



Retsuko é aquela personagem que acabou se acomodando a esse tipo de vida, e, por ser insegura e certinha demais, ela tem medo de arriscar, deixando de aproveitar oportunidades e explorar novos horizontes por se agarrar a ideia de que deve se prender naquilo que acha certo e estável, por mais que aquilo a faça infeliz, em vez de apostar no que é ''duvidoso". Ela engole desaforo porque tem contas pra pagar e se conforma com o que tem. Todos os problemas que a deixam saturada vão se acumulando, e o death metal é sua única válvula de escape, seu refúgio que lhe serve de consolo, principalmente porque as letras resumem tudo aquilo que ela gostaria de por pra fora, como mandar o chefe a merda por exemplo, mas guarda pra si pra não colocar o emprego em risco. Quando a situação sai de controle e o expediente ainda não acabou, ela corre pro banheiro com seu inseparável microfone e dá seus berros por lá mesmo.



Ainda dentro do universo dos embustes da vida, a segunda metade do anime ainda mostra que nada é tão ruim que não possa piorar. Retsuko conhece Resasuke, que trabalha no setor de vendas da empresa. Além dele ser tratado pelos amigos como um objeto de decoração no escritório, ele ganhou o apelido de "Príncipe Egoísta" por sempre pensar em si mesmo, mas Retsuko é a única que não consegue enxergar isso quando se pega apaixonada por ele, mesmo com os constantes avisos de suas amigas de que o cara não tem nada demais e não é alguém que se importe de verdade com ela, ou com o quanto fica evidente que ele está nesse relacionamento por livre e espontânea pressão dos colegas de trabalho. Este acaba sendo um exemplo claro e direto sobre as armadilhas do romance é o quanto é prejudicial, em todos os sentidos, estar num relacionamento onde o sentimento não é recíproco. Enquanto ela o enxerga como um príncipe encantado, maravilhoso e de olhos brilhantes, ele é totalmente aéreo e alheio a qualquer coisa à sua volta e não está nem um pouco interessado em manter um relacionamento com ninguém, e nem parece se importar com isso, e Retsuko, no mundo da lua, não enxerga que está numa furada e ainda acaba prejudicando seu desempenho no trabalho por estar envolvida com alguém que não liga e nem se preocupa em fazê-la feliz.





Assim ela vai aprendendo com as próprias experiências que, apesar de tudo, ela não deve deixar de ser quem é para agradar os outros ou pra se sentir realizada de alguma forma. E suas boas amigas e aqueles que realmente se importam com ela estão ali pra ajudá-la nessa jornada que é a vida adulta.

Ter responsabilidades não significa precisar se submeter a qualquer coisa em nome dos boletos que precisamos pagar. Estar num relacionamento não impede que nossos olhos fiquem fechados para os defeitos que o outro tem, idealizando o que queremos enquanto ignoramos o que temos. Pra mim, foi simplesmente incrível acompanhar um anime, aparentemente bobinho, que aborda questões relevantes de uma forma descomplicada, engraçada e inspiradora.
Aggretsuko é uma pequena lição de vida em forma de anime e já estou ansiosa por uma segunda temporada, com mais episódios, por favor.

Wishlist #34 - Funko Pop - Crash Bandicoot

5 de maio de 2018

Crash Bandicoot foi um dos poucos jogos de aventura que eu mais gostava e jogava nos anos 90. Eu devia ter uns 13, 14 anos e era muito viciada. Talvez os únicos que ficam a frente do CB sejam Super Mario World e Donkey Kong.
Quando soube que o fofildo teria sua versão pop não me segurei. Entrou pra lista.
Existem algumas versões diferentes do Crash, mas o único que me importa é o regular, junto com o Dr. Neo Cortex, o cientista maluco e vilão do game. Lindos, não?

Na Telinha - iZombie (1ª Temporada)

4 de maio de 2018

Baseada na HQ iZombie, da Vertigo (selo da DC Comics)
Título: iZombie (iZombie)
Temporada: 1 | Episódios: 13
Elenco: Rose McIver, Malcolm Goodwin, Rahul Kohli, Robert Buckley, David Anders, Aly Michalka, Robert Knepper
Gênero: Policial/Sobrenatural/Terror/Comédia
Ano: 2015
Duração: 42min
Classificação: +14
Nota:
Sinopse: Olivia "Liv" Moore é doce, disciplinada, e uma médica residente com sua trajetória de vida completamente traçada... até a noite em que ela vai à uma festa e se transforma, inesperadamente, em uma zumbi. Agora, como uma morta-viva, ela consegue um emprego em um necrotério para ter acesso aos cérebros dos quais deve se alimentar para manter sua sobrevivência. Mas, a cada cérebro que ela consome, ela herda as memórias de quem ele habitava.

Olivia Moore é uma médica que, após ter sido transformada em zumbi num verdadeiro massacre que aconteceu em uma festa no Lago Washington, abandona sua carreira no hospital e rompe com seu noivo, Major Lilywhite, para trabalhar no necrotério da polícia de Seattle, pois alí ela estaria muito bem servida, obrigada. Como zumbi, além de ficar com a pele pálida e o cabelo platinado, características padrão de zumbis, ela passa a ter a necessidade de comer cérebros, pois só assim ela não se transforma num monstro selvagem que poderia causar o apocalipse. Um zumbi bem alimentado é um zumbi feliz ♥.


Mas o que ninguém imaginava era que, ao comer os cérebros dos defuntos, Liv passa a ter pequenos flashes em primeira pessoa das memórias armazenadas e que antecedem suas mortes, e, para o caso da morte ser um crime, isso acaba sendo de grande ajuda nas investigações.
Agora, com a ajuda de seu chefe e confidente, o Dr. Ravi Chakrabarti, o único que sabe que ela é uma zumbi, Olivia faz de tudo para manter sua condição em segredo ao mesmo tempo que se passa por uma "vidente" para ajudar o detetive cético Clive Babineaux a investigar os crimes que, aparentemente, não parecem ter solução.


Pela série ser baseada na HQ homônima, tanto a abertura quanto as mudanças de "capítulos" são em forma de ilustrações, o que acaba dando um ar bastante descontraído à série. Encontramos mortes horríveis, bastante sangue e um cardápio bastante variado - e grotesco - , desde que se mantenha o ingrediente essencial - os miolos - e que sempre é apresentado através de uma receita diferente e bastante "apetitosa", e com direito a todos os tipos de pimentas das mais ardidas que podem ser encontradas nos supermercados.


A roupagem nova que os zumbis da série ganharam, onde eles podem viver em sociedade sem levantar suspeitas, desde que não lhes faltem cérebros, protetor solar, muita pimenta e, em alguns casos, tinta de cabelo e bronzeamento artificial, é bastante original e interessante e, embora cada episódio se destine a uma morte e um crime distintos, há uma trama que segue pela série onde o zumbi que transformou Liv, Blaine "DeBeers" McDonough, é o principal vilão.


Ele quer ser poderoso e cheio do dinheiro e, pra conseguir atingir seus objetivos, começa a transformar os maiores ricaços da cidade em zumbis para que ele seja o único fornecedor de cérebros para eles. Obviamente ele não recorre aos meios "legais" para tal, principalmente por saber que a existência dos zumbis ainda devem se manter em segredo, então muitos dos crimes a serem resolvidos estão ligados diretamente a esse "negócio" e o que seus capangas/funcionários fazem. O problema é que seus métodos para conseguir cérebros acaba interferindo no trabalho do ex-noivo de Liv, que é assistente social, pois vários garotos de rua começam a desaparecer e Major não pensa duas vezes quando decide fazer as próprias investigações, pois percebe que a polícia não o ajudaria da forma como ele gostaria.


Essa primeira temporada é introdutória, mas conseguiu apresentar os personagens do elenco principal de forma bastante satisfatória e divertida, tanto em objetivos quanto na questão da construção de cada um deles. Por mais que algumas questões acerca das mortes e dos crimes possam ser sérias e pesadas, ainda há espaço para tiradas hilárias e várias referências à cultura pop. Ravi, por exemplo, é um médico legista e cientista inglês (com aquele sotaque carregado) que nas horas vagas trabalha na cura a partir do que ele acredita ser a causa do zumbiismo, o que também dá espaço pra outros plots bem interessantes dentro da trama, mas ele também é super nerd, fã de Star Wars, games, RPG, HQ's e afins. As cenas mais engraçadas, em grande maioria, são protagonizadas por ele. E assim como Ravi, os demais personagens tem seus próprios arcos, sendo possível focar em outros tipos de acontecimentos de suas vidas que nem sempre estão ligados à Liv, como momentos do passado de cada um ou coisas que podemos esperar em episódios e temporadas futuras a partir de suas decisões.


Liv é uma das protagonistas mais peculiares que já acompanhei. Embora ela tenha sido apresentada como uma pessoa doce, certinha e decidida, a medida que ela come os miolos do defunto da semana, ela absorve a personalidade dele e seu comportamento muda drasticamente, seja no jeito de andar, agir, falar e vestir. O detetive Clive fica intrigado com tantas mudanças de comportamento de sua parceira, mas por não saber, e porque não iria mesmo acreditar na condição dela, ele só considera que ela é um tipo de vidente estranha. E ainda temos o relacionamento dela com Major, pois como ele é um cara super bacana, ela não quer perder o contato com ele, então por mais que ela ainda goste dele, e ele dela, Liv prefere manter as coisas na base da amizade para não colocar a vida dele em risco.


Eu realmente tenho que bater palmas para a atuação de Rose McIver para esse papel, pois não deve ser fácil interpretar tantas pessoas diferentes sendo uma só. E apesar do penteado de Liv ser uma graça, é impossível não notar que é uma baita peruca (o que é compreensível, afinal, manter um cabelo platinado não é algo tão fácil... Daenerys quem o diga)... Os cérebros de gelatina também não enganam muito, mas isso é um fator que deixa os episódios ainda mais nojentos (e engraçados).


Enfim, pra quem gosta do gênero policial/investigativo e gosta do universo sobrenatural dos zumbis, iZombie é uma ótima pedida. A série é viciante e deliciosamente divertida.

A Parte que Falta Encontra o Grande O - Shel Silverstein

3 de maio de 2018

Título: A Parte que Falta Encontra o Grande O - A Parte que Falta #2
Autor: Shel Silverstein
Editora: Companhia das Letrinhas
Gênero: Infantil/Infantojuvenil
Ano: 2018
Páginas: 120
Nota:★★★★★
Sinopse: Na continuação do clássico A parte que falta, Shel Silverstein reflete com sua poesia singela e emocionante sobre amor-próprio e completude. Um livro infantil para todas as idades. A parte que falta está em busca de alguém para completar. Após ser abandonada pelo ser circular, ela aguarda um par perfeito em que possa se encaixar. Ela quer conhecer o mundo, e precisa de alguém que a faça rolar. Mas muitos seres não sabem nada sobre encaixe, outros já têm partes demais e alguns não sabem nada de nada. A parte que falta até encontra um encaixe perfeito, mas sua jornada juntos dura muito pouco. Até que ela se depara com o Grande O, um ser completo, que rola sozinho, e que pode dar a ela um ensinamento que mudará seu modo de enxergar a vida.
Nesta história, leitores de todas as idades vão refletir junto com a parte que falta sobre como podemos nos transformar e descobrir como evoluir nosso amor-próprio. Afinal, será que não podemos todos rolar por nós mesmos em nossas jornadas? 

Resenha: Dando continuidade a proposta maravilhosa - e super necessária - A Parte que Falta do autor Shel Silverstein, A Parte que Falta Encontra o Grande O traz uma nova visão da história, mostrando, desta vez, a trajetória da parte que, após ter sido deixada pra trás, procura por algo ao qual ela possa preencher e se encaixar.


O problema é que justamente por ser pontuda e incapaz de rolar, ela está em busca de alguém que a acolha e a faça rolar, mas quando se depara com o Grande O, um ser circular, totalmente completo e que rola sozinho por aí, ela acaba conseguindo enxergar a vida por um ângulo novo e bem diferente...

Com os mesmos traços do livrinho anterior, com pequenos diálogos simples e ainda mais objetivos, a mensagem deste conseguiu me tocar ainda mais, pois mostra que por mais difícil que seja, e por mais que possamos sair das nossas zonas de conforto, a mudança é algo necessário e bem vindo quando o assunto é o amor próprio e a nossa evolução pessoal.


A felicidade jamais vai ser algo pleno e constante, todo mundo sabe que a vida é cheia de altos e baixos e que isso faz parte... Porém, acreditar que a felicidade só pode ser encontrada em outra pessoa e ficar esperando por isso eternamente é, sim, um erro comum... Logo, basta ter um pouquinho de coragem para se arriscar, e assim seguir em frente para que possamos nos moldar à uma realidade onde caminhar rolar por conta própria seja algo natural e fácil, e assim nos aceitarmos como somos e sermos felizes com nós mesmos sem depender de nada ou ninguém, antes de darmos essa chance aos outros...