Caixa de Correio #70 - Adios, 2017!

31 de dezembro de 2017

Última caixinha pra fechar o ano de um jeito bastante satisfatório mesmo que eu tenha ficado atolada e ainda tenha várias pendências pra dar conta. Como sempre, desde que Vitória nasceu, Dezembro é o mês mais corrido da minha vida e acabo não conseguindo ter o devido tempo que gostaria, mas até que fui bem levando em consideração todo o sufoco que ando passando.

Bora dar uma espiada no que recebi:

Wishlist #16 - Funko Pop - Home Alone

25 de dezembro de 2017

Quem cresceu sem assistir Esqueceram de Mim e suas eternas reprises em toda véspera de Natal não sabe o que foi infância feliz! O filme do garotinho esquecido em casa, que precisa lidar com dois bandidos idiotas que querem assaltar sua casa, se tornou um clássico, e eu não via a hora de virarem Pops! E nota pros detalhes deles, que são divos:

Tudo Junto e Misturado - Ann Brashares

22 de dezembro de 2017

Título: Tudo Junto e Misturado
Autora: Ann Brashares
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Romance
Ano: 2017
Páginas: 336
Nota:★★★★★
Sinopse: Sasha e Ray sempre passam o verão na velha casa de férias da família. Desde pequenos, os dois dividiram muitas coisas - leram os mesmos livros, correram pela mesma praia, comeram pêssegos colhidos na mesma fazenda, tomaram café da manhã sentados à mesma mesa. Até dormiram na mesma cama, mas nunca ao mesmo tempo. Afinal, eles jamais se encontraram. O pai de Sasha um dia foi casado com a mãe de Ray, e juntos tiveram três filhas: Emma, Quinn e Mattie. Mas o casamento acabou, deixando para trás apenas rancor e ressentimentos. Os dois casaram de novo e formaram novas famílias, mas nenhuma delas pretende desistir da casa de praia, muito menos compartilhá-la. Até este verão. As vidas de Sasha e Ray estão prestes a se cruzar - e, com tudo junto e misturado, as famílias vão mudar para sempre.

Resenha: Quando o casal Lila e Robert se separa de forma muito conturbada, eles passam a compartilhar as três filhas que tiveram, Emma, Quinn e Mattie, e também a casa de praia da família que ninguém quer abrir mão.
Depois de se separarem, eles construíram novos relacionamentos, e com isso tiveram outros filhos. Lila e Adam tiveram Ray, Robert e Evie tiveram Sasha.
As famílias revesam a casa durante as férias. Quinze dias pra cada um. Ray e Sasha sempre passam o versão na casa de praia desde pequenos e sempre dividiram tudo que a casa oferece, mas nunca ao mesmo tempo, afinal, eles nunca sequer se encontraram.
Até que, aos dezessete anos, o caminho deles se cruza...

Antes da história começar a autora deixa informações sobre os núcleos familiares assim como os cenários onde tudo se passa, e isso facilita a identificação de cada personagem.
O livro é narrado em terceira pessoa através de pontos de vista dos diferentes personagens, com muitos diálogos e descrições que colocam o leitor bem próximo aos acontecimentos. A autora também tem um estilo diferente para escrever e muitas situações são descritas de uma forma delicada e cheia de sensibilidade que deixa o leitor fazer algumas deduções sobre a cena.

De cara eu logo pensei que a história abordaria um relacionamento entre os "não irmãos" Sasha e Ray e o alvoroço que isso causaria na família, mas percebi que não é isso, não. A curiosidade que um tem pelo outro já vinha desde o passado, quando eles cresceram juntos e acompanharam o outro através de objetos e memórias gravadas na casa de praia e especialmente no quarto que dividem.
Assim como numa família comum, os personagens são reais, têm segredos, problemas grandes e pequenos, manias, e, como todo mundo, não são perfeitos, e seus sentimentos muitas vezes ficam confusos quando sentem raiva, ciúmes ou alegria de terem irmãos e meio-irmãos.

Não sei se a leitura me pegou de jeito quando eu mesma posso dizer que minha família não é tão tradicional assim e também passou por problemas com separação. Minha mãe e meu pai não se falam e quando ela se casou de novo eu tinha três aninhos. Aos oito soube que ganharia uma irmãzinha, desde então a família cresceu e agora sou a mais velha de quatro! E assim como acontece na vida real, a autora trouxe na ficção os conflitos pelos quais os filhos passam quando os pais se separam, e os novos que vêm quando ganham irmãos, e posso dizer que mesmo entendendo o lado da minha mãe, que tem a vida corrida e se estressa quando meus irmãos mais novos não dão sossego pra ela, eu às vezes sinto que fico de lado por não ganhar tanta atenção quanto eles, mesmo que eu entenda que eles são menores e muito mais dependentes. Por isso consegui me identificar com uma parte da história e em alguns momentos fiquei emocionada a ponto dos olhos ficarem cheios de lágrimas, porque entendi que por mais problemas que possam existir numa família, independente dela ter "crescido para os lados", que o amor incondicional é um sentimento que sempre estará presente ao meu redor.

Pra quem gosta de histórias que envolvem a família e o relacionamento, muitas vezes bastante complexo, entre os membros, Tudo Junto e Misturado é leitura curiosa, emocionante. divertida e muito indicada.

Só Escute - Sarah Dessen

21 de dezembro de 2017

Título: Só Escute
Autora: Sarah Dessen
Editora: Seguinte
Gênero: Jovem Adulto/Romance
Ano: 2017
Páginas: 352
Nota:★★★★★
Sinopse: Para encarar a verdade, você precisa estar disposta a ouvi-la.
Ano passado, Annabel era a típica “garota que tem tudo” - inclusive era esse o papel que interpretava no comercial de uma loja de departamentos da cidade. Este ano, porém, ela é a garota que não tem nada: não tem mais a amizade de Sophie; não tem uma família feliz desde a descoberta do distúrbio alimentar de uma de suas irmãs; e não tem ninguém com quem passar a hora do almoço na escola. Até conhecer Owen Armstrong.
Alto, misterioso e obcecado por música, Owen é um garoto que vivia se metendo em brigas, mas agora está tentando mudar. Um de seus novos lemas é sempre falar a verdade, não importa qual seja, e jamais guardar ressentimentos.
Será que com a ajuda desse amigo inesperado Annabel vai conseguir encarar a verdade e enfrentar o que aconteceu na noite em que brigou com Sophie?

Resenha: Annabel Greene é a mais nova de três irmãs. As três trabalham como modelos estampando anúncios pela cidade desde crianças, e com pais que se dão tão bem, todos que olham de fora tem a visão de uma família feliz com a vida perfeita.
Mas as coisas nem sempre são o que aparentam ser... No fundo, mesmo que ela tenha tudo o que qualquer pessoa sonharia ter, Annabel quer abandonar essa carreira, mas não o faz para não desagradar a mãe. Desde que perdeu a avó, a mãe concentrou toda a sua atenção no trabalho das filhas como forma de superar o luto, e a garota não quer causar maiores transtornos afrontando ninguém, mesmo que isso signifique abrir mão do que a faz feliz.
Até que algo de muito ruim acontece na festa de final de ano no colégio com Annabel, ruim o bastante para provocar uma enorme trauma na garota, e ela, sempre escondendo seus sentimentos para não "incomodar", não faz nada a respeito e prefere guardar tudo para si mesma. E como se isso já não fosse pesado o suficiente, Annabel está completamente sozinha e sem amigos com quem contar. Até conhecer Owen Armstrong, um garoto da escola bem misterioso, que adora música e faz de tudo para se afastar de confusões, já que antes vivia se metendo em brigas. O lema de Owen é sempre falar a verdade, e nunca guardar rancor dentro de si, e a aproximação dos dois vai fazer com que Annabel permita escutar o próprio coração.

Sarah Dessen se tornou uma das minhas autoras favoritas da vida devido a sua habilidade sem igual de construir histórias familiares viscerais e realistas. Os personagens são gente como a gente, enfrentam problemas e dilemas típicos da vida, e acabam representando conhecidos, amigos, familiares, ou nós mesmos...

Narrado em primeira pessoa, Annabel discorre sobre seu dia a dia e intercala os fatos com alguns flashbacks que ajudam o leitor a não apenas se aproximar mais da personagem, como a conhecer melhor seu núcleo familiar e os motivos que levaram a personagem sempre guardar seus sentimentos e pensamentos para si. Inicialmente a narrativa é lenta de forma a ambientar o leitor naquela realidade, mas quando menos percebemos a história já ganhou o devido ritmo e só queremos continuar lendo sem parar pra saber o que diabos causou aquele trauma em Annabel, e não apenas isso, como também acompanhar a história de Owen e tudo o que ele tem a oferecer e ensinar, tanto para Annabel, quanto para o próprio leitor.

Por mais que ele tenha passado por vários problemas e ainda esteja aprendendo a controlar sua raiva, ele é um grande exemplo de perseverança e força de vontade, mostrando que ter sentimentos negativos é algo que faz parte da vida, mas cabe a nós aprendemos a lidar com isso para que a raiva seja canalizada de uma forma que não afete outras pessoas. E vindo dele, que era uma pessoa bem agressiva, é uma grande lição.

Já Annabel é aquele tipo de personagem que aguenta tudo calada, e o desenvolvimento da história mostra que ela é cheia de camadas e bastante complexa no que diz respeito aos seus sentimentos. Tudo o que ela apresenta ao leitor através de seu ponto de vista é passível de julgamentos, e acho que a pegada da autora foi exatamente aí, pois dessa forma fica a mensagem de que jamais devemos julgar alguém quando não sabemos o que se passa (e geralmente ninguém nunca sabe...).

A história toca em temas atuais e delicados sem rodeios, mostrando o cotidiano de forma natural, com problemas reais e a forma que todos estão lidando com isso. Uma das irmãs de Annabel sofre de anorexia, e esse é mais um tema grave que a autora tratou de abordar com clareza e com o peso suficiente para comover e fazer refletir, mas ainda com a devida sensibilidade.
Acredito que o que mais me comoveu durante a leitura desse livro foi a ideia de que, na maioria das vezes, a maior ajuda que alguém pode dar a uma pessoa que se sente isolada e está cheia de problemas é ouvi-la. Sem interrupções, sem julgamentos... Só ouvir e nada mais. Ás vezes é tudo o que alguém precisa pra se sentir melhor.

Só Escute é um livro sensível, que emociona, que faz refletir e que enaltece o poder de se ter um ombro amigo quando o mundo parece ter nos dado as costas.