A Maldição de Hollow - Nora Roberts

4 de dezembro de 2017

Título: A Maldição de Hollow  - A Sina do Sete #2
Autora: Nora Roberts
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia/Romance
Ano: 2017
Páginas: 272
Nota:★★★★★
Sinopse: Quando tinham apenas 10 anos, Fox, Cal e Gage libertaram um demônio aprisionado havia séculos ao fazerem um pacto de sangue sobre a Pedra Pagã. O inocente ritual deu poderes sobrenaturais aos três jovens, mas lançou uma terrível maldição sobre Hawkins Hollow: a cada sete anos, a cidade é dominada por atos de loucura, violência e destruição.
Vinte e um anos depois, esses irmãos de sangue começam a enfrentar mais um ciclo de batalhas contra o demônio, que terá seu auge no sétimo mês. Mas desta vez não estarão sozinhos: ao lado do trio de amigos estão Quinn, Layla e Cybil, três mulheres corajosas ligadas a eles pelo destino.
Fox O’Dell, o advogado da cidade, é capaz de ler mentes, um talento que compartilha com Layla Darnell. A conexão entre eles pode se tornar o trunfo de que o grupo precisa para derrotar as trevas que ameaçam engolir a cidade. Porém, Layla está tendo dificuldade em lidar com sua recém-descoberta habilidade e com a forte atração que sente por Fox.

Resenha: A Maldição de Hollow é o segundo livro da Trilogia A Sina do Sete, escrito por Nora Roberts e publicado pela Editora Arqueiro.

No primeiro livro, Carl havia chamado Quinn em busca de uma visão imparcial acerca dos acontecimentos. Assim que chegou à cidade, conheceu Layla que havia chegado sem saber como nem porque, simplesmente entrou no carro e parou lá, A seguir chamou sua melhor amiga Cybil, formando então um trio que sem imaginar, estavam muito mais envolvidas com os acontecimentos sombrios da cidade do que supunham. Assim como seus destinos se ligavam ao destino dos três rapazes que começaram toda a maldição: Carl, Fox e Gage, além de nem imaginar porquê estavam ligadas à própria maldição. E para facilitar ainda mais as coisas, no meio de toda essa bagunça Carl e Quinn se apaixonaram lá no livro anterior. Precisam aprender a lidar com seu relacionamento em meio à essa loucura toda que o menino dos olhos vermelhos apronta com eles!

Se no livro anterior o romance foi entre Cal e Quinn, nesse vemos Fox e Layla se envolvendo, bem mais devagar e com muito mais "não quero ficar com você" do que com o "eu te amo" do outro casal. Ela foi trabalhar de secretária do escritório de Fox, o que facilita e dificulta as coisas, mas não tem jeito, a mesma ligação que o outro casal tem este também tem, seja por causa da maldição ou não, estão todos ligados!

Recapitulando... quando os meninos completaram dez anos, foram comemorar seu aniversário na Pedra Pagã, um lugar que diziam ser amaldiçoado. Crianças que eram e sem acreditar em superstições, foram...acabaram por libertar alguma coisa que fazia com que a cada 7 anos, durante 7 dias e 7 noites, algo sinistro pairasse sobre a cidade fazendo com que as pessoas ficassem extremamente violentas, agredissem quem quer que fosse, chegando até a matar, sem lembrar de nada depois.

Os meninos, ao longo dos 21 anos depois da maldição tentaram de tudo para evitar e não conseguindo, para "suavizar" as coisas, já que eles não eram afetados por tal loucura só que desta vez tem alguma coisa diferente, as coisas que só aconteciam durante "Os Sete" que é como eles passaram a chamar aquele período passaram a acontecer bem antes do esperado e de forma cada vez mais intensa. As coisas estão saindo do controle e os seis amigos vão tentar tudo o que for possível pra acabar com essa terrível maldição antes que ela acabe com a cidade! Assim, vão em busca de seus antepassados, que descobriram, começaram toda essa confusão. Vão descobrir muita coisa, e sabem agora que têm muito mais a desvendar.

Junte toda essa confusão ao romance entre Carl e Quinn que está cada vez mais forte e mais fofo, mais o romance entre Layla e Fox que estão tentando aprender a equilibrar toda a vida deles, mas têm agora um relacionamento bem intenso porém nada fofo já que a personalidade de ambos não ajuda e eles brigam toda hora, o que também é bem bonitinho e a tentativa, pelo jeito fracassada de Gage e Cybil de não se envolver e temos um romance sobrenatural de tirar o fôlego, com bastante mistério, um draminha pra contrabalancear e uma pitada de humor!!!

Tem muita coisa acontecendo, muita coisa para contar, mas são tantos os mistérios e confusões que qualquer coisa dita pode acabar com um mistério futuro e fazer sua leitura perder a graça, então, não vendo outro jeito, preciso parar de falar por aqui, mas posso contar que é um livro maravilhoso, com uma excelente narrativa, personagens fortes e um enredo maravilhoso!


A Luneta Âmbar - Philip Pullman

3 de dezembro de 2017

Título: A Luneta Âmbar - Fronteiras do Universo #3
Autor: Philip Pullman
Editora: Suma de Letras
Gênero: Fantasia/Aventura/Juvenil
Ano: 2017
Páginas: 504
Nota:★★★★☆
Sinopse: Em todos os universos, forças se reúnem para tomar um lado na audaciosa rebelião de lorde Asriel contra a Autoridade. Cada soldado tem um papel a desempenhar – e um sacrifício a fazer. Feiticeiras, anjos, espiões, assassinos e mentirosos: ninguém sairá ileso. Lyra e Will têm a tarefa mais perigosa de todas. Com a ajuda de Iorek Byrnison, o urso de armadura, e de dois minúsculos espiões galivespianos, eles devem alcançar um mundo de sombras, onde nenhuma alma viva jamais pisou e de onde não há saída. Enquanto a guerra é travada e o Pó desaparece nos céus, o destino dos vivos – e dos mortos – recai sobre os ombros dos dois. Will e Lyra precisam fazer uma escolha simples, e a mais difícil de todas, com consequências brutais. A luneta âmbar é o último livro da trilogia Fronteiras do Universo, que teve início com A bússola de ouro e A faca sutil. Uma conclusão emocionante, que leva o leitor a novos e fantásticos universos.

Resenha: No desfecho da trilogia, acompanhamos não só Will em busca de Lyra, que fora sequestrada e mantida escondida, mas o plano de lorde Asriel para enfrentar a Autoridade. Com a ajuda de anjos, espiões minúsculos e do próprio Iorek Byrnison, o urso de armadura, o Mundo dos Mortos é um dos universos que as crianças precisam passar para terem respostas e para enfrentar o maior obstáculo de todos: A Autoridade.
Enquanto isso, conhecemos Mary Mallone, uma física que está viajando pelos mundos, guiada pelo I-Ching, que é basicamente outra versão do aletiômetro, e encontra curiosas criaturas elefantinas num desses universos. Posteriormente ela terá uma ligação com Lyra importante para o desfecho.
Simultaneamente, temos Lorde Asriel e a Srta. Coulter e seus respectivos planos secretos, cada um em busca dos próprios interesses.

Diferente dos livros anteriores, a dinâmica de A Luneta Âmbar é diferente. Este volume tem um desenvolvimento mais lento, com personagens, detalhes e descrições que não parecem ser realmente fundamentais para o desenrolar da trama e há muitas passagens confusas. Embora o desfecho da história tenha sido emocionante pra mim e a trilogia seja uma das minhas favoritas da vida, não nego que este foi o volume mais cansativo de se finalizar, principalmente por ter um outro "tom" se comparado aos anteriores.
Desde o início o leitor sabe que os protagonistas da trilogia são crianças, uma mentirosa de carteirinha e um assassino assumido, que na maioria das vezes não se comportam como crianças. Essas "habilidades" que eles têm são as ferramentas que eles precisam para enfrentar os obstáculos e acabam sendo uma forma de mostrar que por mais que as pessoas sejam capazes de usar atributos considerados como sendo de vilões, elas podem ser mocinhos. Basta olhar a situação usando uma perspectiva diferente. Eles lidam com problemas e constantemente ficam diante de enormes desafios e perigos que não correspondem exatamente à realidade, mas acredito que o foco maior, além de trazer uma história fantástica em meio a esse universo incrível, é a crítica -  e em alguns pontos até necessária - nas entrelinhas de uma história aparentemente infantil e inocente sobre a essência do ser humano.

Fazendo um apanhado geral sobre a trilogia, penso que trata da história de uma garotinha que enfrenta um universo inteiro para descobrir que o amor tem poder o suficiente para superar todas as adversidades, porém com o toque particular do autor ao embutir a crítica acerca da religião da forma que é encarada por ele, mais especificamente sobre a igreja, que é retratada como uma instituição que manipula a sociedade para que acreditem no que querem de acordo com o que é conveniente. Pra mim, é como se o autor quisesse dizer que as pessoas não estão "livres" quando se prendem a crenças religiosas que condenam desde a sexualidade até a imaginação, e a abordagem para o pecado original e as consequências que perduram até a atualidade ilustram perfeitamente isso. A liberdade plena, de corpo e mente, só viria quando - e se - a igreja caísse para que, assim, não houvesse mais interferências vindas da religião e as pessoas pudessem pensar sem serem influenciadas de alguma forma. Não penso que a ideia do autor seja tornar Deus um tipo de vilão, mas mostrar que muitas vezes a igreja aponta coisas simples, inocentes e naturais como coisas abomináveis quando não deveriam ser.

A grande guerra que fora prometida não foi tão épica quanto eu esperei. Não houve a devida intensidade e nem detalhes o bastante para torná-la grandiosa, e tudo foi resolvido de forma relativamente rápida, mesmo que não tão fácil.

O livro não é perfeito, tem algumas falhas e em muitos pontos é complexo demais pra ser facilmente compreendido. Requer inclusive algumas pesquisas para um melhor entendimento. Mas mesmo assim, ao meu ver, fechou a trilogia com sucesso e pra quem tem a mente aberta é leitura mais do que recomendada. A trilogia traz uma história cheia de camadas significativas e simbolismos em meio a uma fantasia memorável e inesquecível.

O Conto da Aia - Margaret Atwood

2 de dezembro de 2017

Título: O Conto da Aia
Autora: Margaret Atwood
Editora: Rocco
Gênero: Distopia/Drama
Ano: 2017
Páginas: 368
Nota:★★★★★
Sinopse: Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano.

Resenha: O Conto da Aia, da escritora canadense Margaret Atwood, é um romance distópico que foi escrito na década de 80 e recentemente ganhou um enorme destaque ao servir de inspiração e ser adaptado para a série de mesmo nome, The Handmaid’s Tale.

A degradação do meio ambiente afetou a fertilidade e a sobrevivência humana está em risco. Agora, após um grande e violento golpe que derrubou a constituição, o poder foi tomado e está literalmente na mão dos homens, que não só criaram um modelo de estado teocrático, agora conhecido como República de Gilead, como segregaram - e inferiorizaram - as mulheres dando a elas funções específicas de acordo com sua "classe". Ou elas são as Esposas inférteis dos comandantes, ou servem como Marthas (domésticas), ou são exploradas como Aias... As Aias são as poucas mulheres que ainda são capazes de engravidar, sendo a única esperança dos comandantes e suas esposas amarguradas de terem um filho.

E partindo dessa premissa, acompanhamos um relato em primeira pessoa da trajetória difícil e cheia de horrores daquela que se tornou uma Aia e passou a ser chamada de Offred, que literalmente significa que ela é "do Fred", que pertence a esse homem como se fosse um mero objeto. Através do seu ponto de vista, Offred descreve esse modelo de sociedade pós colapso político que, embora inaceitável, não deixa de ser crível (principalmente levando em consideração os temas atuais se comparado ao ano em que foi escrito), focando numa nova e terrível condição feminina, onde a mulher é privada de tudo, desde uma simples leitura até o contato social fora de casa, e seu único direito é o de servir obedientemente ao seu dono. E mesmo que seja tratada como um estorvo pela esposa do comandante, a Aia é um "mal necessário" que tem que se conformar com seu destino até cumprir com sua "função biológica".

O desenvolvimento da trama é muito lento e às vezes confuso, talvez por se limitar a visão de Offred trazendo flashbacks de sua vida antes do ocorrido e ela ainda estar se adaptando a essa vida cheia de regras e leis bizarras, e à sua nova situação servindo como Aia, tanto que ela se perde nos próprios pensamentos, divaga ou sempre repete alguma coisa absurda, como se a intenção fosse reforçar a fragilidade da protagonista e evidenciar o quanto ela está vulnerável na condição de objeto reprodutor.

E não, o livro não retrata uma luta contra esse sistema e nem trás uma história de resistência cheia de reviravoltas. É um livro que trás o horror sofrido pelas mulheres desencadeado pelo machismo e pelo fanatismo religioso através da visão de alguém que está vivendo aquilo tudo. E é algo que incomoda e deixa um gosto amargo, e que nos faz questionar sobre como seria se esta fosse a nossa realidade.
A história é cruel e é impossível não fazer comparações, principalmente quando paramos pra pensar e percebemos que a cada dia que passa, a sociedade parece não evoluir, mas sim se torna cada vez mais retrógrada quando a motivação de muitos é apoiar o conservadorismo baseado em preceitos bíblicos absurdos e odiosos...

Resumo do Mês - Novembro

1 de dezembro de 2017


Novembro não foi um mês fácil... Com a cirurgia da Chiara fiquei indo e voltando pra clínica veterinária, os cuidados com ela não foram poucos, as despesas só aumentavam, a venda de livros estava difícil e eu já estava exausta. Foi tudo muito trabalhoso pra no final das contas ela não resistir e virar estrelinha, mas sei que apesar da dor e do sofrimento que é perder um filho peludo de quatro patas, tudo que eu podia ter feito, eu fiz.
Interrompi a venda dos meus livros pois com a ajuda de muita gente, seja comprando ou ajudando com doações, consegui arrecadar a grana pra pagar a dívida com a clínica e não poderia ficar mais agradecida.
Não vai ser fácil superar, ainda vou chorar muuuito, eu sei, mas aceitar essa perda já é um grande passo pra poder seguir em frente e aprender a lidar com a falta que ela faz...

Mas enfim, apesar da correria, falta de ânimo e muita tristeza, não deixei o blog totalmente às traças. Ele inclusive me ajuda a sair dessa fossa trágica.
Espiem o que teve aqui esse mês:

♥ Resenhas
- Irmãos de Sangue - Nora Roberts
- Uma Bolota Molenga e Feliz - Sarah Andersen
- Enraizados - Naomi Novik
- Crueldade - Scott Bergstrom
- Princesa de Papel - Erin Watt
- Príncipe Partido - Erin Watt
- Espada de Vidro - Victoria Aveyard
- A Poção Secreta - Amy Alward
- A Desconhecida - Mary Kubica
Over the Rainbow - Vários autores
Chapeuzinho Esfarrapado e Outros Contos Feministas do Folclore Mundial - Ethel Johnston Phelps
Por um Toque de Sorte - Carolina Munhóz
A Melodia Feroz - Victoria Schwab
Por um Toque de Magia - Carolina Munhóz
A Faca Sutil - Philip Pullman

♥ Wishlist
- Funkos das Princesas Disney (Dancing)
- Funkos de Snow White
- Funkos de Mulan

♥ Luto (off post)
- Aquela que é insubstituível

♥ Caixa de Correio de Novembro